Lucros da Galp disparam 496% no primeiro trimestre, para 155 milhões
Aumento da produção e escalada dos preços melhoram lucros da petrolífera. Resultado ficou abaixo das expectativas do mercado.
O lucro da Galp aumentou para 155 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, quase seis vezes o valor apurado no primeiro trimestre de 2021, reflectindo a escalada do preço do petróleo que se intensificou com a guerra na Ucrânia e o aumento da produção na empresa.
As contas foram divulgadas ao mercado pela petrolífera portuguesa na manhã desta terça-feira, antes da abertura do mercado bolsista, onde a empresa estava, entretanto, com as acções em queda, 4,42% por volta das 9h, num sinal de que o resultado ficou abaixo das expectativas de analistas.
No último trimestre do ano passado, em que a subida dos preços já se fazia sentir de forma consistente, a Galp registou um lucro de 130 milhões de euros.
Os 155 milhões dos três primeiros meses do ano comparam com um lucro de 26 milhões de euros no arranque de 2021, em que o país viveu um rigoroso confinamento por causa do agravamento da situação pandémica depois do Natal de 2020. A diferença é de 496%.
Antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), os lucros subiram 74%, para 869 milhões de euros.
A melhoria nos resultados foi impulsionado por um aumento da divisão de exploração e produção, cujo resultado cresceu à boleia do aumento dos preços do petróleo e de um desempenho superior na produção petrolífera da empresa, em 5%.
Nesta divisão, o EBITDA foi de 803 milhões de euros, uma variação de 83% relativamente ao primeiro trimestre do ano passado.
Na divisão comercial, o EBITDA foi de 56 milhões de euros, inferior em 19% ao do período homólogo, de 69 milhões de euros.
Nesta terça-feira, a Galp anunciou ter chegado a acordo para comprar uma carteira de projectos de energias renováveis que estão a ser desenvolvidos no Brasil, “mais do que duplicando a sua capacidade global de funil e expandindo-se para a energia eólica no maior país da América do Sul”.
O acordo foi celebrado com a SER Energia e com a Casa dos Ventos. No primeiro caso, os projectos têm uma “capacidade máxima total de 4,6 GWp em todo o Brasil, enquanto o acordo com a Casa dos Ventos abrange um cluster de 216MW de parques eólicos em desenvolvimento no Nordeste brasileiro”.