Dois anos depois, Nova Zelândia volta a receber turistas internacionais

A Nova Zelândia voltou a abrir as fronteiras a turistas de cerca de 60 países, incluindo de Portugal.

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Nova Zelândia abre a turistas internacionais de cerca de 60 países, incluindo Portugal DR/Miles Holden

Depois de dois anos de fronteiras encerradas como medida preventiva contra a pandemia de covid-19, a Nova Zelândia voltou esta segunda-feira a receber visitantes de cerca de 60 países com isenção de vistos, incluindo Portugal.

O país já tinha começado a aliviar os controlos fronteiriços ao longo dos últimos meses, permitindo que os neozelandeses que vivem no estrangeiro regressassem ao arquipélago, assim como visitantes da vizinha Austrália.

Agora, as fronteiras abrem-se ao turismo internacional pela primeira vez desde Março de 2020. “Estou finalmente aqui. É espantoso”, afirmou um turista americano ao aterrar no país, em declarações à estação televisiva pública neozelandesa RNZ.

De acordo com o ministro do Turismo, Stuart Nash, o interesse nas viagens rumo ao país é elevado, com a procura por voos internacionais com destino à Nova Zelândia a subir cerca de 19% em relação aos tempos pré-covid. “Estamos actualmente com cerca de 33 mil chegadas por semana e sabemos que as mudanças de hoje vão impulsionar ainda mais as chegadas.”

São várias as companhias aéreas a reiniciar ou a acrescentar rotas com o país para satisfazer a procura, incluindo o primeiro voo directo entre Nova Iorque e a Nova Zelândia.

Vacinas e testes

Existem, no entanto, ainda várias medidas impostas a quem chega ao país, como forma de prevenção contra a covid-19. Os visitantes que tiverem certificado de vacinação (as doses de reforço não são obrigatórias para ser considerado) não necessitam de fazer um período de quarentena à chegada, mas terão de realizar vários testes ao coronavírus.

Além de ser obrigatório fazer um teste, com resultado negativo, antes da partida. No destino, são entregues três testes rápidos de antigénio por pessoa: um para fazer no dia da chegada à Nova Zelândia, outro para realizar ao quinto ou sexto dia de estada no país, e um extra, de apoio. Quem tiver um resultado positivo é obrigado a fazer um teste PCR, para que o governo possa manter o controlo das diferentes variantes e isolar os casos conforme necessário.

Quem não tiver a vacinação completa, terá de fazer quarentena obrigatória num dos centros geridos pelo governo.

A abertura faseada das fronteiras neozelandesas dá o último passo em Outubro, mês em que está prevista a reabertura aos visitantes internacionais de qualquer parte do mundo e a retoma do processo normal de vistos.

Turismo mais sustentável

Com o regresso dos visitantes internacionais, a Nova Zelândia testa também a capacidade de o país adoptar um modelo mais sustentável e equilibrado de turismo. Antes da pandemia, o sector era o principal exportador, responsável por cerca de 20% das exportações e aproximando-se dos 10% do PIB.

No entanto, se ao longo da última década se foram multiplicando as fotografias das paisagens paradisíacas do país pelas redes sociais, também cresceram as tensões e queixas entre a população local, criticando a sobrelotação dos espaços, o lixo, a falta de investimento em infra-estruturas capazes de acolher os visitantes ou o impacto ambiental.

“Queremos que as pessoas venham a estes lugares incríveis. Queremos que as pessoas os experimentem. Mas também queremos ter a certeza de que os estamos a proteger e que os possamos entregar às próximas gerações num estado que não tenha sido completamente destruído pela pegada humana”, afirmava Kiritapu [Kiri] Allan, ministro neozelandês da Conservação e co-responsável pela pasta da Cultura e Património, citado pelo Guardian.

Em Julho do ano passado, o ministro do Turismo prometia que as filas infindáveis de autocarros nunca mais regressariam a Milford Sound/Piopiotahi, fiorde localizado na ilha Sul, considerado a jóia da coroa das paisagens naturais neozelandesas. O local seria um “estudo de caso” para o resto do país, afirmava, com várias medidas impostas aos visitantes numa tentativa de tornar a operação turística mais sustentável e controlada e com benefício para as comunidades locais, nomeadamente através do financiamento de infra-estruturas. Além do controlo das entradas, as propostas para Milford Sound passam pela limitação do número de visitantes e cobrança de uma taxa por visita.

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