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Manifestações do 1.º de Maio em Paris voltam a resultar em confrontos
Perto de 117 mil pessoas saíram às ruas em mais de 250 manifestações em todo o país. A maioria dos protestos foi pacífica, mas registaram-se actos de vandalismo e confrontos com a polícia que resultaram em 50 detenções.
Milhares de pessoas saíram às ruas para celebrar o 1.º de Maio em França, em marchas de reivindicação de aumentos salariais e oposição ao plano do recém-reeleito Presidente, Emmanuel Macron, de aumentar a idade da reforma. A maioria dos protestos foi pacífica, mas Paris voltou a ser palco de confrontos entre manifestantes e forças policiais.
Segundo o Ministério do Interior francês, perto de 117 mil pessoas saíram às ruas em mais de 250 manifestações em todo o país – já a Confederação Geral do Trabalho francesa (CGT) disse terem participado mais de 210 mil franceses.
Como tem sido habitual nos últimos anos, a marcha em Paris, onde pelo menos 24 mil marcaram presença (50 mil, segundo a CGT), assumiu contornos violentos devido a grupos de manifestantes vestidos de preto, cara tapada e luvas, que se enquadram na descrição dos militantes radicais que compõem os black blocs.
Os confrontos com forças policiais e os actos de vandalismo contra contentores e estabelecimentos comerciais resultaram em mais de 50 detenções, segundo o ministro do Interior, Gérald Darmanin, que condenou a “violência inaceitável” pelos grupos disruptores.
Incident en cours place Léon Blum entre les forces de l'ordre et les manifestants. Jets de projectiles d'un côté, gaz lacrymogènes de lautre. @BFMTV pic.twitter.com/2LBmb5615z
— Anne-Laure Banse (@AnneLaureBanse) May 1, 2022
Os confrontos com a polícia eclodiram no início da marcha, perto da Praça La Republique, e quando esta chegou à Praça La Nation. Os elementos black bloc vandalizaram a fachada de um restaurante da McDonald's, na Place Leon Blum, e destruíram ao longo do caminho várias agências imobiliárias e bancos, partindo as montras e janelas.
Nas ruas, incendiaram caixotes do lixo e objectos como cadeiras ou secretárias. De acordo com a polícia, os manifestantes chegaram a atacar bombeiros. Em resposta, as forças de segurança responderam com gás lacrimogéneo.