Inflação em Portugal acelera e chega aos 7,2% em Abril

Valor é o mais elevado desde Março de 1993. Taxa de variação homóloga do índice de produtos energéticos situou-se nos 26,7%, de acordo com a estimativa rápida do INE.

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Preços têm vindo a subir Paulo Pimenta

A taxa de inflação voltou a subir e chegou aos 7,2% em Abril em termos homólogos, de acordo com a estimativa rápida publicada esta sexta-feira pelo INE (em Março o valor foi de 5,3%).

De acordo com o INE, esta variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) é a mais elevada desde Março de 1993. Grande parte do impulso veio de produtos como os combustíveis.

Segundo o INE, a estimativa é a de que a taxa de variação homóloga do índice que reúne os produtos energéticos seja de 26,7% (19,8% em Março), um valor que não se verificava desde Maio de 1985.

Os produtos alimentares não transformados também tiveram uma subida expressiva, embora inferior aos produtos energéticos, com uma variação do índice de 9,5% (5,8% em Março).

O indicador de inflação subjacente, que não tem em conta estes dois grupos de produtos, “terá registado uma variação de 5% (3,8% em Março), o “registo mais elevado desde Setembro de 1995. Os valores definitivos serão conhecidos no dia 11 de Maio.

“Comparativamente com o mês anterior, a variação do IPC ter-se-á fixado em 2,2% (2,5% em Março e 0,4% em Abril de 2021)”, explica o INE. Já a variação média nos últimos doze meses terá sido de 2,8% (indicador que estava nos 2,2% em Março).

Os meses de Março e Abril reflectem os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia que ocorreu no final de Fevereiro. A subida da inflação já se vinha a fazer sentir desde Julho do ano passado, quando entrou na casa dos 1%, mas acelerou depois no final do ano e na sequência da guerra na Europa, atingindo níveis que não se viam nas últimas décadas.

Em termos do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português este “terá registado uma variação homóloga de 7,4%” (5,5% em Março). Este é o indicador que, após alguns acertos, permite fazer a comparação com outros países europeus.

Estes 7,4% aproximaram Portugal da média da zona euro, que se fixou nos 7,5% no mês em análise, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat, o gabinete europeu de estatísticas. Em Março, a taxa tinha sido de 7,4%.

De acordo com o Eurostat, a vertente dos produtos energéticos foi a que teve maior peso, com uma variação de 38%, mas inferior aos 44,4% de Março. Já a variação nos alimentos, álcool e tabaco foi de 6,4% (5% em Março). A taxa mais elevada registou-se na Estónia, com 19%, superando a Lituânia. Malta teve a variação mais baixa, com 4,9%.

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