Isto é uma ocupação: o ballroom chega ao teatro
The Deities Ball é um baile de voguing, é uma festa, é uma disputa de território — e é a primeira vez que a cultura ballroom, maturada nos anos 70 e 80 no Harlem, Nova Iorque, entra numa instituição cultural em Portugal. Sábado, no Rivoli, no Festival DDD, vamos ver “uma quantidade de pessoas queer que não é habitual ver num espaço como este, desta maneira”, dizem as organizadoras Nala Revlon e Piny 007.
Tem tudo para ser o capítulo mais inspirador, extático e desalinhado da sexta edição do DDD — Festival Dias da Dança, que este fim-de-semana está na sua recta final. The Deities Ball é um baile de voguing, é uma competição, é um desfile, é uma festa, é uma reivindicação. É um passado e um presente de comunidades queer, sobretudo as racializadas, a cumprir-se e a amplificar-se numa maratona de seis horas de corpos em passo de dança e em passo de luta, com a pompa e circunstância devida, com looks de fazer parar o trânsito calibrados por palavras certeiras de afirmação, luxúria e resistência na ponta da língua — e nas ancas, nos braços, nos pés, nas mãos, porque aqui tudo fala, tudo ecoa, com “poder, amor, beleza, imaginação, celebração”.
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