Ronaldo salva o Man. United de uma profunda agonia
Quem viu a postura do United no empate frente ao Chelsea poderia pensar que a equipa de Ronaldo, Fernandes e Dalot beneficia com este resultado, mas os “red devils” estão cada vez mais longe do acesso à Liga dos Campeões.
Nesta quinta-feira, o Chelsea foi a Manchester subjugar o United durante 90 minutos. O desempenho dos londrinos foi bom e as oportunidades de golo foram muitas, mas o jogo acabou empatado a um golo, com um golo de Cristiano Ronaldo “caído do céu”.
Quem viu a postura do United durante a partida poderia pensar que a equipa de Ronaldo, Bruno Fernandes e Diogo Dalot beneficia com este resultado, mas os “red devils” estão cada vez mais longe do acesso à Liga dos Campeões – estão a cinco pontos do quarto lugar, com mais dois jogos realizados do que todas as equipas que tem à frente.
Mentalmente, este resultado também é embaraçoso para a equipa de Manchester no sentido em que, em cerca de um mês e meio, não conseguiu ganhar a nenhum dos quatro rivais que tem à frente: derrotas com Liverpool, City e Arsenal e empate com o Chelsea.
Já o Chelsea terá tido dos melhores desempenhos em jogos em que não conseguiu vencer. A equipa teve quase 70% de posse de bola, fez 21 remates contra 4 e 127 ataques contra 57. Resultado prático? Pouco – levam apenas um ponto.
O jogo em Manchester define-se de forma simples: uma equipa quis jogar, a outra assistiu. O United foi quase nulo no plano ofensivo e medíocre no defensivo, abrindo buracos por todos os lados – especialmente o direito.
A equipa esteve sempre anárquica a pressionar a construção do Chelsea e a falta de um bloco de pressão coordenado tornou fácil ultrapassar as diferentes linhas de pressão, sempre muito afastadas entre si.
Depois, a presença de Rashford como ala-esquerdo impediu o United de ter um jogador voluntarioso defensivamente. Resultado: o Chelsea fez o que quis pelo seu lado direito.
Com três centrais, a equipa de Thomas Tüchel podia tranquilamente libertar Reece James no corredor e o inglês foi, com Mount e Havertz, desequilibrando jogada sim, jogada sim.
Foram três lances pela direita do Chelsea em sete minutos. Depois outra aos 16’. E outra aos 18’. E aos 22’. E aos 26’. Era já embaraçosa a forma como o United defendia o seu corredor esquerdo, no qual Alex Telles estava, sozinho, em agonia.
Só aos 28’ o Chelsea mudou de plano: em vez de atrair à esquerda para ferir pela direita, fez o oposto. Deu finalização de Havertz para defesa de De Gea.
Na outra área pouco se passava. Bruno Fernandes e Ronaldo tocavam pouco na bola e regista-se apenas um remate acrobático do avançado, muito torto.
Para a segunda parte, Ralf Rangnick trocou Elanga e Rashford de lado, contando que o primeiro fosse mais competente a travar James. A ideia fazia sentido, mas o plano do Chelsea era definitivamente “atacar” Rashford, pelo que os “blues” passaram a atacar pela esquerda, com Alonso.
O princípio era o mesmo: ir pelo lado onde não estava Rashford, obrigar Bruno Fernandes ou Matic a fazerem dobras e, depois de desequilibrado o adversário, ferir por esse lado, pelo meio ou pelo lado oposto.
O golo era uma questão de tempo e chegou com 60 minutos de atraso. Como? Pelos corredores, claro. Primeiro o Chelsea atraiu o United à direita e James pôde cruzar para finalização de Alonso que, como se esperava, não tinha sido acompanhado por Rashford. O jogo do Chelsea estava a ser dos alas e foram eles que fizeram o 1-0.
Logo a seguir, um dos raros erros do Chelsea deu perda de bola em zona defensiva. Matic isolou Ronaldo e o português, como é habitual, finalizou com a categoria que lhe é reconhecida.
O resultado voltava a não espelhar o que se passava em campo e, aos 70’, Tüchel fartou-se de uma equipa que criava muito, mas finalizava mal.
Deu-se ao luxo, portanto, de chamar Lukaku e Pulisic e o Chelsea continuou a criar lances de perigo – James rematou ao poste aos 80’.
O cansaço físico tirou aos londrinos algum fulgor para os últimos minutos, fase em que o United conseguiu ganhar algumas faltas e manter o jogo parado o máximo possível.