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Cerca de 21% das espécies de répteis estão ameaçadas de extinção
Crocodilos e tartarugas são os animais que correm maiores riscos de extinção, segundo a Avaliação Global de Répteis, que acaba de ser publicada.
Crocodilos e tartarugas sãos os répteis mais ameaçados (57,9% e 50%, respectivamente), segundo a mais completa avaliação do risco de extinção dos répteis já alguma vez feita, que acaba de ser publicada na revista Nature.
Embora haja uma alta diversidade de espécies de répteis em zonas áridas, não é nestas zonas que estão as 1829 espécies de répteis mais ameaçadas. Estão antes nos habitats de floresta: 30% das espécies que aí vivem correm risco de extinção, enquanto apenas 14% dos que vivem em zonas áridas correm esse risco. Nas florestas, os répteis estão submetidos ao mesmo tipo de ameaças à sua sobrevivência que outros tipos de animais, como o corte de árvores e a conversão dos terrenos para a agricultura.
“Como os répteis são tão diversos, enfrentam um vasto leque de ameaças em habitats variados. É necessário haver um plano multifacetado para proteger estas espécies, com toda a história evolutiva que representam”, considerou Neil Cox, gestor da Unidade de Avaliação da Biodiversidade da IUCN e da Conservation Internacional e um dos líderes da equipa que fez a avaliação - um projecto que se prolongou pelos últimos 15 anos.
“Foi um esforço que 15 anos, sobretudo porque foi preciso arranjar financiamento e os répteis não são animais carismáticos, para a maioria das pessoas”, explicou Bruce Young, outro dos líderes da equipa e zoológo chefe e cientista de conservação na NatureServe, numa conferência de imprensa online.
“Há investigação científica que comprova que as espécies mais carismáticas, peludas, com penas, recebem mais atenção, e mais financiamento para serem estudadas. Mas o que eu digo sempre é que todas as espécies fazem parte da árvore da vida e merecem atenção”, disse Bruce Young.
“Esperemos que a situação mude, agora que temos esta avaliação. Antes, as pessoas simplesmente não tinham consciência de quão ameaçados estavam os répteis”, acrescentou Neil Cox.