Anunciadas as seis escritoras finalistas do Women’s Prize for Fiction
A vencedora, que será anunciada a 15 de Junho, recebe um prémio monetário no valor de 30 mil libras (perto de 33 mil euros).
Louise Erdrich, Elif Shafak, Maggie Shipstead, Ruth Ozeki, Meg Mason e a romancista estreante Lisa Allen-Agostini são as finalistas do Women’s Prize for Fiction, esta quarta-feira anunciadas, representando um total de seis países.
O júri do prémio anunciou os romances finalistas escolhidos a partir da longlist de 16 títulos, anunciada em Março, e que já tinha sido apurada de entre 175 submissões a concurso para o prémio que distingue anualmente a melhor obra de ficção escrita por mulheres.
A shortlist deste ano engloba uma série variada de temas, que inclui a pertença e identidade, o poder da natureza, o fardo da história, a liberdade pessoal, a irmandade, doenças mentais, fantasmas, violência de género, a oportunidade de renovação.
Trata-se de romances que fornecem também cenários globais, que vão da Antárctida a Montana e do Chipre a Trindade e Tobago, destacou o júri.
“Fomos brindadas com uma qualidade extraordinariamente elevada de concorrentes este ano, o que tornou particularmente difícil a redução da lista de 16 para seis romances, mas a lista final contém uma variedade maravilhosa de histórias, assuntos, cenários e autores, desde a experiência de uma mulher nativa americana numa livraria assombrada a uma aviadora precoce na Antárctida”, destacou Mary Ann Sieghart, presidente do júri.
Um romance é narrado por uma árvore, outro por um livro, alguns são engraçados, outros tristes e, por vezes, as duas coisas combinadas no mesmo livro, acrescentou, afirmando que o “único problema agora será identificar o vencedor entre estes seis brilhantes romances”.
Um dos romances que mais têm concitado a atenção nesta edição do Women’s Prize for Fiction é The Island of Missing Trees (editado em Portugal no mês passado pela Presença com o título A Ilha das Árvores Desaparecidas), da escritora turco-britânica Elif Shafak, autora multipremiada e repetente na corrida a este prémio.
Também Louise Erdrich se tem destacado, não só por já ter recebido vários prémios, mas também por ser considerada umas das mais talentosas escritoras da actualidade e uma das mais importantes dos Estados Unidos. Concorre agora com o romance The Sentence. A autora, que cresceu no Norte Dakota entre comunidades de origem norte-europeia e nativos-americanos ojibwa, na base de algumas das suas personagens, tem publicados em Portugal os livros Pegadas e A Rainha da Beterraba (Dom Quixote) e Vida de Sombras e A Casa Redonda (Clube do Autor).
Outra autora em relevo é a norte-americana Maggie Shipstead, cujo romance finalista, Great Circle, chegou também à shortlist do Prémio Booker do ano passado. Da autora está publicado em Portugal o romance Deslumbra-me (Jacarandá).
A par destas autoras consagradas concorre um romance de estreia, The Bread the Devil Knead, de Lisa Allen-Agostini, escritora de Trindade e Tobago.
A neozelandesa Meg Mason, com o romance Sorrow and Bliss, e a americana-canadiana Ruth Ozeki, com The Book of Form and Emptiness, completam a lista final.
Para trás ficaram outros quatro romances que marcam a estreia das suas autoras: Build Your House around My Body, de Violet Kupersmith, Careless, de Kirsty Capes, The Final Revival of Opal & Nev, de Dawnie Walton, e The Paper Palace, de Miranda Cowley Heller.
As outras escritoras da longlist que não chegaram à final são Leone Ross (This One Sky Day), Catherine Chidgey (Remote Sympathy), Rachel Elliott (Flamingo), Charlotte Mendelson (The Exhibitionist), Morowa Yejidé (Creatures of Passage) e Lulu Allison (Salt Lick).
Além de Mary Ann Sieghart, fizeram parte do painel de jurados a jornalista e editora premiada Lorraine Candy, a romancista e jornalista Dorothy Koomson, a autora e jornalista literária premiada Anita Sethi e a jornalista, radialista e autora Pandora Sykes.
No ano passado, o prémio foi atribuído ao romance Piranesi, de Susanna Clarke, entretanto editado em Portugal pela Casa das Letras.
Dirigido pela romancista Kate Mosse, o Women’s Prize for Fiction tem por objectivo dar reconhecimento à ficção escrita por mulheres em todo o mundo.
Criado em 1992, em Londres, por um grupo de homens e mulheres jornalistas, críticos, agentes, editores, bibliotecários e livreiros, o prémio foi uma resposta ao facto de, no ano anterior, a lista de finalistas do prestigiado Prémio literário Booker não ter incluído uma única mulher.
Em 1992, apenas dez por cento das finalistas ao Booker tinham sido mulheres.
A residência ou o país de origem não são critérios de elegibilidade para o Women’s Prize for Fiction, que celebra a criatividade feminina.
A vencedora, que será anunciada a 15 de Junho, recebe um prémio monetário no valor de 30 mil libras (perto de 33 mil euros).