Mini-rede solar no Malawi mostra-se promissora como forma de electrificar a África rural

Especialistas acreditam que o aproveitamento da energia solar gerada nas aldeias é uma maneira mais promissora de electrificar as áreas mais remotas do continente africano do que as redes convencionais.

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Mais de três quartos dos aproximadamente 20 milhões de habitantes do Malawi não têm acesso à electricidade Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ

Uma mini-rede solar na zona rural do Malawi está a alimentar moinhos de milho e uma fábrica de óleo de girassol, sendo que também ajudará um soldador numa vila próxima do local onde o equipamento está instalado a expandir o seu negócio. O sucesso deste projecto mostra que sistemas centralizados de rede não são o único caminho de África rumo à descarbonização.

Especialistas em desenvolvimento dizem que o aproveitamento da energia solar gerada nas aldeias é uma maneira mais promissora de electrificar as áreas mais remotas do continente africano do que as redes convencionais, que muitas vezes não chegam a essas zonas periféricas, uma vez que tendem a priorizar bairros mais privilegiados — e são, muitas vezes, alimentadas por combustíveis fósseis.

Eu vejo-me a prosperar com este projecto de electricidade, disse à agência Reuters o soldador Bartholomew Soko na aldeia de Ndawambe. Soko tenciona começar a fazer caixilhos de portas, suportes de televisão e escorredores de loiça, bem como as bicicletas que ele já repara.

Se a electricidade for estendida a outras áreas rurais, ajudará a que pessoas com incapacidades se tornem autónomas economicamente”, afirma Soko, que começou a usar uma cadeira de rodas após ter sofrido um acidente de viação.

Mais de três quartos dos aproximadamente 20 milhões de habitantes do Malawi não têm acesso à electricidade — uma proporção maior do que a média continental de cerca de metade da população. O custo da energia solar caiu, à escala global, mais de três quartos ao longo da última década.

O projecto Sitolo conecta mais de 700 pessoas em três aldeias. Agricultores locais já não têm de percorrer grandes distâncias para moer o seu milho ou prensar as suas sementes de girassol.