O buraco no Parlamento que aplaudiu de pé
Hoje, tal como na Primavera de Praga ou na queda do Muro de Berlim, o dogmatismo do PCP impera sobre a realidade e a propaganda sobre a razão.
Volodimir Zelensky esteve na Assembleia e para memória futura ficará menos o teor do seu discurso do que o poder simbólico da sua presença na casa da democracia. O PCP recusou-se a estar presente na sessão e o registo deste episódio para o futuro não se fará pela ausência propriamente dita, que era previsível e estava anunciada: o buraco aberto pela falta de comparência dos seus deputados vale também pelo lado simbólico e não tanto pela novidade. Nos rituais dos Estados e dos parlamentos, a simbologia conta e o que persistirá desta sessão é o aplauso em pé a Zelensky de todas as bancadas e o buraco de um partido que insiste em refugiar-se numa verdade alternativa.
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