Preços das casas disparam 14% e fecham 2021 em novo máximo histórico

O valor mediano de venda dos alojamentos familiares em Portugal fixou-se em 1355 euros por metro quadrado no quarto trimestre de 2021, uma subida de 14% face a igual período de 2020.

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Duarte Drago

Pelo segundo trimestre consecutivo, os preços das casas vendidas em Portugal cresceram a dois dígitos e atingiram um novo máximo histórico, superior a 1350 euros por metro quadrado. Os dados foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indica ainda que a tendência de subida foi generalizada a quase todo o país.

No quarto trimestre de 2021, segundo os dados do INE, o valor mediano de venda dos alojamentos familiares em Portugal fixou-se em 1355 euros por metro quadrado, o que corresponde a uma subida de 3,1% face ao trimestre anterior e de 14,1% em relação a igual período de 2020. O preço mediano das casas volta, assim, a atingir o valor mais elevado desde pelo menos 2016, altura em que o INE começou a recolher estes dados.

Ao mesmo tempo, os dados agora divulgados ilustram uma tendência de aceleração do crescimento. No terceiro trimestre do ano passado, recorde-se, os preços tinham aumentado 12% em termos homólogos, enquanto no primeiro e segundo trimestres as taxas de crescimento ficaram abaixo de 10%.

Já considerando o conjunto do ano, a aceleração é menos acentuada, mas, ainda assim, significativa. No final do quarto trimestre de 2021, tendo em conta o conjunto dos 12 meses anteriores, o preço mediano das casas fixou-se em 1297 euros por metro quadrado, valor que representa subidas de 3,7% face ao ao trimestre anterior e de 9% em relação a igual período do ano anterior.

Algarve, Lisboa e Madeira com as maiores subidas

Este movimento de subidas foi transversal à maioria do território nacional. Segundo o INE, o preço mediano das casas aumentou, em relação ao quarto trimestre de 2020, em 23 das 25 sub-regiões analisadas. E foi sobretudo nas regiões mais caras que se registaram os crescimentos mais acentuados: no Algarve, Área Metropolitana de Lisboa e Região Autónoma da Madeira, os preços aumentaram, em termos homólogos, em torno de 16%, 15% e 20%, respectivamente.

Em sentido contrário, as regiões do Baixo Alentejo e da Beira Baixa foram as únicas a registar quedas dos preços, ainda que pouco acentuadas, em torno de 2% e 1%, respectivamente. Já o Alto Alentejo apresentou o preço mediano de venda de casas mais baixo do país, de 487 euros por metro quadrado, quase três vezes inferior à mediana nacional.

As subidas foram particularmente notórias também nas grandes cidades. No quarto trimestre do ano passado, os preços aumentaram em todos os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, destacando-se o Funchal, onde se registou uma subida homóloga de 22,5%, que levou o preço mediano para 1967 euros por metro quadrado.

Ao mesmo tempo, em quase todos, com excepção de Gondomar e Santa Maria da Feira, registaram-se preços acima da mediana nacional, com destaque para Lisboa, que se mantém como a cidade mais cara do país e volta a registar uma subida a dois dígitos. No final de 2021, o preço mediano das casas em Lisboa era de 3723 euros por metro quadrado, quase o triplo da mediana nacional e um valor que corresponde a um crescimento de 11,4% face a 2020.

Também no Porto os preços voltaram a subir, embora, aqui, se observe uma variação menos expressiva. No quarto trimestre de 2021, o preço mediano das casas nesta cidade era de 2341 euros por metro quadrado, mais 5,6% do que em igual período do ano anterior.

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