Parlamento elege representantes em 17 entidades, incluindo CES e Conselho de Estado, no dia 29 de Abril
Serão quase 80 representantes e parte deles precisa de uma maioria qualificada de dois terços para serem eleitos.
Estão marcadas para dia 29 de Abril as eleições para uma longa lista de representantes da Assembleia da República em 17 entidades externas, incluindo o Conselho de Estado e o Conselho Económico e Social (CES). Serão quase 80 representantes, e parte deles precisa de uma maioria qualificada de dois terços para serem eleitos. Também é certo que PS e PSD vão dividir entre a larga maioria dos lugares, num cenário de bloco central.
Os três nomes propostos pelo PS foram já noticiados pelo PÚBLICO. São eles Carlos César, Manuel Alegre e Sampaio da Nóvoa. Mantém-se assim o nome do presidente do partido, Carlos César, como candidato a representar o Parlamento no Conselho de Estado. O estreante é Sampaio da Nóvoa, antigo reitor da Universidade de Lisboa, que se candidatou à Presidência da República, em 2016, tendo então recebido o apoio de alguns dirigentes do PS, como foi o caso do presidente dos socialistas Carlos César.
O histórico dirigente do PS Manuel Alegre regressa agora ao Conselho de Estado, depois de em 2016 ter cedido o seu lugar naquele órgão. Então, fruto dos acordos parlamentares bilaterais estabelecidos pelo PS com o BE, o PCP e o PEV, o PS apenas indicou como seu militante o nome de Carlos César. E passou a propor os nomes de Francisco Louçã, pelo BE, e de Domingos Abrantes pelo PCP, que agora abandonam o Conselho de Estado.
Ainda não se conhecem os dois nomes que o PSD irá indicar. O PSD tem actualmente tem como representantes Rui Rio e Francisco Pinto Balsemão - Rio deixa a presidência do partido no final de Maio, precisamente um mês depois desta eleição.
As eleições decorrem no segundo dia de debate e de votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022. No caso do Conselho de Estado, os socialistas tinham um acordo de cavalheiros com o Bloco e o PCP desde 2015 para uma lista conjunta para gerir os três lugares que lhe cabiam, mas o líder parlamentar Pedro Filipe Soares admite que este ano “não houve qualquer contacto neste contexto”.
Da lista de entidades a eleger e que precisam de maioria de dois terços dos votos dos deputados constam o presidente do Conselho Económico e Social (CES), o Conselho Superior da Magistratura (sete vogais e três suplentes), os conselhos superiores de Defesa Nacional (dois deputados), de Informações (dois deputados e dois suplentes), e de Segurança Interna (dois deputados). E também o Conselho Superior de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (as secretas), com três elementos.
No mesmo dia haverá outras eleições que só precisam de maioria simples, como para o Conselho Superior do Ministério Público (oito elementos), o Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço (dois deputados), Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (um do PS e outro PSD).
Depois, há ainda outras 15 entidades com mandatos que não estão ligados a uma nova legislatura – como são os casos dos juízes do Tribunal Constitucional, do provedor de Justiça ou alguns conselhos nacionais ou de fiscalização – e para as quais é igualmente necessário, periodicamente, eleger representantes. Tal como é o caso de algumas cujos mandatos já terminaram e precisam de eleições: os conselhos de fiscalização do Sistema de Informações da República (as secretas), com três elementos, e do Sistema Integrado de Informação Criminal (onde é preciso substituir Isabel Oneto, que assumiu lugar no Governo).
E ainda, no Conselho Nacional de Educação, cada grupo parlamentar indica dois membros, um efectivo e outro suplente (a eleição do presidente fica para mais tarde). Com São José Almeida