Toyota Aygo X, o último dos mosqueteiros
Assente na plataforma modular que serve de base ao Yaris, o Aygo X (lê-se “cross”) quer dar nas vistas na malha urbana. Chega em Maio a partir de 16.490€.
Foi o primeiro de um trio nascido de uma joint venture entre a PSA e a Toyota e que pretendia vingar no segmento A, dos pequenos citadinos, cada vez menos popular na Europa (menos de 7% de quota em 2020). Agora, já depois da Stellantis se ter despedido do Citroën C1 e do Peugeot 108, a Toyota insiste no formato urbano, reinventando-o.
O pequeno Aygo ganhou uma X (“cross”, de cruz), piscando o olho a quem já se apaixonou pelo estilo dos crossovers, ao mesmo tempo que se faz valer de um design emocional, não obstante o facto de ter mantido as suas características compactas — embora tenha crescido consideravelmente: apresenta 3,7 metros de comprimento, mais 23,5cm que o modelo de há quatro anos.
Noutras medidas, está mais alto cinco centímetros, o que se nota sobretudo na distância ao solo como qualquer crossover que se preze, e a bagageira passou a oferecer uma volumetria de 231 litros (antes ficava-se pelos 168 litros), que pode crescer, com o rebatimento dos dois bancos traseiros, até 829 litros.
Projectado na e para a Europa, o Aygo X será fabricado em Kolin, República Checa, depois de a Toyota ter comprado a fábrica à PSA, na sequência da decisão desta de descontinuar a produção dos seus citadinos. Com a fábrica só para si, a marca nipónica procedeu a adaptações que passaram por adoptar a plataforma GA-B para o pequeno Aygo X. Dessa forma, não só não se viu forçada a virar costas a uma linha de montagem que debitava poucas unidades, como transferiu para Kolin parte da produção do utilitário, aumentando a capacidade da oferta de um automóvel que, em 2021, viu as vendas dispararem na Europa (199.263 unidades).
E, graças ao facto de a plataforma ser a mesma do Yaris, o Aygo X mostra-se mais confortável do que alguma vez foi, além de, em curtas voltas urbanas, onde é peixe na água, se revelar muito ágil. O raio de viragem é de 4,7m.
Em termos mecânicos, a Toyota optou por um único bloco a gasolina, um tricilíndrico de 72cv, que pode ser associado a uma caixa manual de cinco velocidades ou a uma S-CVT (de variação contínua), não tendo incluído nenhuma proposta híbrida porque, por um lado, não traria mais-valias em termos de consumos e emissões, pelo acrescento de peso, e, por outro, porque a tecnologia híbrida iria encarecer um veículo que a marca pretende ser a entrada da sua gama. Sem qualquer electrificação, o Aygo X reclama um consumo médio desde 4,8 l/100 km, com emissões de CO2 entre os 109 e os 114 g/km, dependendo do equipamento e do tipo de transmissão.
No interior, é perceptível desde logo a posição de condução mais elevada, assim como o emagrecimento do pilar A, o que, em conjunto, trouxe melhorias na visibilidade. Por todo o habitáculo, é notório o trabalho em imprimir sofisticação, não tendo a marca poupado na tecnologia nem na segurança. De série, chega com serviços conectados, com actualizações online, e um ecrã de alta definição de 7’’ (8’’ ou 9’’, em opção), assim como o sistema Toyota Safety Sense 2.5, que inclui vários assistentes à condução.
A gama de equipamento tem quatro níveis, estando disponível nas versões mais equipadas com tejadilho retráctil em lona — o carro é comercializado a partir de 16.490€, sendo que a proposta mais rica em equipamento custa 20.780€.