Brasil pede continuidade da Rússia no G20
O ministro das Relações Exteriores do Brasil defendeu nesta terça-feira que a Rússia deve continuar presente nas organizações internacionais, nomeadamente no G20, argumentando que a sua exclusão não ajuda a solucionar o conflito na Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil defendeu nesta terça-feira que a Rússia deve continuar presente nas organizações internacionais, nomeadamente no G20, defendendo que a sua exclusão não ajuda a solucionar o conflito na Ucrânia. “Ao G20, já manifestámos claramente a posição para que a Rússia pudesse participar na cúpula de líderes. A exclusão da Rússia não ataca o verdadeiro problema, que é o conflito”, afirmou Carlos França, numa conferência de imprensa em Brasília.
“A exclusão, neste momento, não nos ajuda a encontrar uma solução para um problema imediato que temos. É preciso cessar as hostilidades e trazer Rússia e Ucrânia à mesa de negociação para um encontro de paz”, frisou. Carlos França disse ainda que os fóruns multilaterais têm como objectivo precisamente aproximar todas as partes.
Na semana passada, o jornal brasileiro O Globo indicou que a Rússia pediu oficialmente o apoio diplomático do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e G20, num momento em que enfrenta sanções devido à invasão na Ucrânia.
“Foi exercida uma enorme pressão sobre a Presidência indonésia para que não nos convidasse para as reuniões do G20. O trabalho nos bastidores está em andamento no FMI e no Banco Mundial para limitar ou até mesmo expulsar a Rússia do processo de tomada de decisões”, lê-se na carta enviada pelo Ministério das Finanças russo.
O Governo brasileiro tem tido uma abordagem ambígua em relação à Rússia, desde que o país lançou a ofensiva militar na Ucrânia. Por um lado, votou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Rússia numa resolução que condenava as acções de Moscovo. Por outro, absteve-se da resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Ucrânia.
Dias antes do ataque russo, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reuniu-se com o homólogo russo, Vladimir Putin. A acrescentar, o Brasil não apoia as sanções impostas à Rússia, estando mesmo a encetar esforços para que a venda de fertilizantes russos não seja incluída nas sanções.