Número de mortes em inundações na África do Sul sobe para 443

Região de Durban é a mais afectada pelas chuvas fortes. “É uma tragédia de proporções esmagadoras”, lamenta Thabo Makgoba, arcebispo da Cidade do Cabo.

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Cheias em Lindelani, perto de Durban ROGAN WARD/Reuters
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OUtro local afectado pelas cheias, KwaNdengezi, perto de Durban ROGAN WARD/Reuters

As recentes inundações registadas na África do Sul provocaram a morte a pelo menos 443 pessoas, principalmente na região de Durban, na costa Leste do país, e 63 pessoas continuam desaparecidas, informaram autoridades locais este domingo.

“O número de mortos aumentou para 443”, referiu o chefe de governo da província de KwaZulu-Natal, Sihle Zikalala, numa conferência de imprensa, citado pela AFP.

A maioria das vítimas é da região de Durban, cidade portuária de cerca de 3,5 milhões de habitantes, aberta ao oceano Índico, onde fortes chuvas têm vindo a causar inundações e deslizamentos de terras.

A chuva continua a cair em alguns lugares, mas de forma insignificante, em comparação com os dias anteriores.

“O risco de inundações é hoje baixo em KwaZulu-Natal”, disse à AFP Puseletso Mofokeng, do Instituto Nacional de Meteorologia, acrescentando que a precipitação se dissipará “completamente entre quarta-feira e o fim da próxima semana”.

Nos últimos dias, ministros e outros líderes têm estado no terreno a avaliar a extensão dos danos e a apoiar as pessoas em luto.

Segundo a AFP, há famílias que perderam vários membros em poucos segundos, e crianças e bebés que se afogaram ou que ficaram soterrados em deslizamentos de lama.

Neste domingo de Páscoa, os pedidos de oração pelas vítimas multiplicaram-se.

“Esta é uma tragédia de proporções esmagadoras”, disse Thabo Makgoba, arcebispo da Cidade do Cabo e sucessor de Desmond Tutu, aludindo ao “stress e à dor” que a situação representa para a comunidade.

Apesar de se manterem em alerta, os serviços de emergência estão a receber menos chamadas.

“O número de casos relacionados com as inundações diminuiu”, disse à AFP Robert McKenzie, que faz parte da equipa de socorro.

Cerca de 340 membros dos serviços sociais foram destacados para prestar apoio psicológico nas áreas afectadas. Estão também a ser distribuídos vales-refeição, uniformes escolares e cobertores.

Mais de 250 escolas foram afectadas, quase 4 mil casas arrasadas e mais de 13.500 danificadas. Também muitos hospitais foram danificados.

As autoridades estimam centenas de milhões de rands de prejuízos, numa região que já tinha sido destruída em Julho, durante uma onda de tumultos e pilhagens.

Estão a ser recolhidas doações de todo o país, incluindo nos postos de bombeiros, e o Governo já anunciou 63 milhões de euros (mil milhões de rands) de ajuda do fundo de emergência.

Com PÚBLICO