Míssil atinge missão da World Central Kitchen em Kharkiv e faz um morto e quatro feridos
A organização fundada pelo chef espanhol José Andrés tem fornecido cerca de 300 mil refeições diárias a refugiados ucranianos, quer no país quer nos países vizinhos como Polónia ou Moldova.
Um míssil destruiu o restaurante onde estava instalada a equipa da World Central Kitchen na cidade de Kharkiv, no sábado. Do bombardeamento resultaram um morto e quatro feridos, segundo a Europa Press — os quatro feridos pertencem à ONG fundada pelo chef espanhol José Andrés.
Os feridos faziam parte da missão humanitária, confirmou no Twitter Nate Mook, director da World Central Kitchen, que tem distribuído comida aos ucranianos, no país e nas fronteiras. Os feridos foram transportados para um hospital, mas encontram-se estáveis, afirmou no vídeo em que mostra como o local ficou após o ataque. “Esta é a realidade aqui – cozinhar é um acto de coragem e de heroísmo”, sublinhou.
“Aqui restou apenas uma tremenda quantidade de carnificina sem motivo nenhum. Nesta área há escritórios, há residências... as pessoas trabalham aqui, as pessoas cozinham aqui - é uma brutalidade absolutamente horrível”, lamenta Mook no vídeo.
Numa outra mensagem, Nate Mook adiantou que a equipa humanitária já estava a transportar os seus produtos alimentares e outros equipamentos para um outro restaurante na zona de Kharkiv. “Toda a equipa quer continuar a cozinhar”, afirmou.
O próprio chef José Andrés, que está na área de Chernihiv, lamentou o “massacre” causado pelo bombardeamento numa mensagem no Twitter: “Os ataques russos a edifícios civis, mercados, igrejas, devem parar”. “Todos os nossos amigos são verdadeiros heróis! Há muitas formas de lutar, nós fazemo-lo com comida!”, acrescentou.
A World Central Kitchen tem estado na linha da frente da guerra ao ajudar a fornecer comida a milhões de refugiados ucranianos desde que os russos invadiram o país. No início de Abril, o número total de refeições fornecidas já chegava aos 5 milhões, o que significa cerca de 300 mil por dia, segundo se pode ler no site da organização.
Além de terem vários pontos de apoio na Ucrânia, a rede da World Central Kitchen também inclui os países vizinhos que mais têm acolhido refugiados, como a Polónia, a Roménia, a Moldova e a Hungria.