Quem Participa? — um jogo para quem não faz da democracia um monopólio

Ferramenta analógica e didáctica ajuda autarquias a fazerem diagnóstico sobre inclusão de grupos tradicionalmente sub-representados em processos participativos. Duas décadas depois da criação dos orçamentos participativos em Portugal, ainda há municípios no “grau zero da participação”. Mas também bons exemplos para apreciar

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Jogo Quem Participa? deficiu 42 cartas-perfis de pessoas tradicionalmente sub-representadas nos processos participativos ADRIANO MIRANDA/PUBLICO

Imaginemos uma autarquia cheia de boas intenções que quer auscultar os cidadãos sobre o futuro de um jardim da cidade. Convoca online uma assembleia de moradores para as 21 horas de uma segunda-feira, num antigo pavilhão numa zona periférica onde chegam poucos transportes públicos. Quer ouvir todos. Mas será que todos conseguem ser ouvidos? Como pode Marília, reformada de 88 anos, sem computador nem acesso à internet, saber da iniciativa? Como irá André, com 25 anos, paralisia cerebral e dependente de uma cadeira de rodas e da ajuda dos pais, chegar ao pavilhão? E para Rui, estudante universitário e surdo, haverá um tradutor de Língua Gestual Portuguesa no evento? Estes “cidadãos” correspondem a três dos 42 perfis de pessoas tradicionalmente sub-representadas traçados pelo jogo Quem Participa?. Uma ferramenta criada pela Rede de Autarquias Participativas para uma “reflexão, prática e didáctica”, sobre a inclusão nos processos participativos. Para que a democracia não seja um monopólio.

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