Covid-19: mortalidade está estável mas continua acima do limiar europeu

Indicador do ECDC de 20 mortes por um milhão de habitantes a 14 dias constitui uma das referências determinadas pelo Governo para o país passar para um nível sem restrições de controlo da pandemia.

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MANUEL DE ALMEIDA

A mortalidade específica por covid-19 está estável em Portugal, mas continua com valores acima do limiar definido a nível europeu, avança o relatório semanal sobre a situação epidemiológica do país divulgado esta sexta-feira.

Na segunda-feira, o país registava 28,8 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, um valor que continua a ser superior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), adianta o documento da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Este indicador do ECDC de 20 mortes por um milhão de habitantes a 14 dias constitui uma das referências determinadas pelo Governo para o país passar para um nível sem restrições de controlo da pandemia.

Relativamente à pressão da pandemia sobre os serviços de saúde, os dados do INSA e da DGS indicam que o número de doentes com covid-19 internados em cuidados intensivos corresponde a 23,5% do valor considerado crítico de 255 camas ocupadas nessas unidades, indicador que também apresenta uma tendência estável.

Segundo o relatório, os hospitais das regiões Centro e Norte são os que registam maior ocupação das unidades de cuidados intensivos, mas ainda com valores distantes dos respectivos níveis de alerta.

A DGS e o INSA referem também que a percentagem de testes positivos para o coronavírus SARS-CoV-2 foi de 21,8% entre 5 e 11 de Abril, acima do limiar dos 4% e registando uma “inversão da tendência decrescente que se vinha a observar” neste indicador.

O relatório avança que as pessoas com um esquema vacinal completo contra a covid-19 tiveram um risco de internamento duas a quatro vezes inferior do que as não vacinadas entre o total de infectados com o SARS-CoV-2 em Fevereiro.

“Em Março de 2022, na população com 80 e mais anos, a dose de reforço reduziu o risco de morte por covid-19 em três vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo”, adianta ainda a autoridade de saúde.

A análise dos diferentes indicadores indica que Portugal regista uma “transmissibilidade muito elevada” do coronavírus SARS-CoV-2, mantendo a tendência decrescente.

“O sistema de saúde apresenta capacidade de acomodar um aumento de procura por doentes com covid-19”, refere o documento, que aconselha a ser mantida a vigilância da situação epidemiológica no país, assim como as medidas de protecção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço.

A covid-19 é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detectada pela primeira vez, em Novembro, na África do Sul.