Castro, capitão da Académica: “Cada vez há menos gente a gostar de futebol”

Experiente central apela a uma mudança de cultura na modalidade. Treinador dos conimbricenses lamenta que os resultados não tenham reflectido a qualidade de jogo.

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No dia em que a Académica foi matematicamente despromovida aos escalões não profissionais, as reacções no plantel foram de natural desilusão, mas também houve um apelo à reflexão, vindo do capitão de equipa e jogador mais carismático da equipa, José Castro.

“O futebol ensina-nos muita coisa, é uma aprendizagem para todos. Os jogadores, para o bem e para o mal, são sempre os principais culpados. As responsabilidades temos de assumi-las. Faz parte…”, começou por dizer, em declarações à SportTV, o central português de 39 anos, que encerra nesta época a carreira como jogador.

“Temos de mudar a cultura. Ainda somos um país demasiado ignorante naquilo que pensamos do jogo, temos de aprender... A nossa cultura tem de mudar e temos de preparar-nos para mudar isso. Cada vez há menos gente a gostar de futebol e há muita gente que nem sequer gosta dos clubes. Aproveita-se deles e é obcecada pelos clubes. As pessoas devem aprender e procurar ter mais conhecimento com quem realmente sabe”, exortou.

Admitindo “um passo atrás” para a Académica, José Castro adiantou que há necessidade de uma reestruturação, uma ideia partilhada por José Gomes, o quarto treinador na época dos conimbricenses. “É um campeonato competitivo e infelizmente calhou à Académica estar nesta situação. Estamos muito tristes, os nossos sócios também estão, mas o clube não acaba aqui. Vai continuar, vai ser preciso reestruturar e apelo às forças vivas da cidade”.

"A vida vai continuar, difícil. Estamos aqui para assumir a culpa. Eu principalmente, como líder”, prosseguiu o técnico vila-condense. “Faltam quatro jornadas, temos de dar tudo como fizemos hoje. Os resultados não acompanharam o que foi a qualidade do jogo, mas isso faz parte”.

Costinha, avançado de 21 anos que tem vindo a ganhar espaço na equipa, também se mostrou resignado com um desfecho há muito anunciado. “Fizemos tudo para ganhar. Foi um campeonato muito difícil e é para os quatro jogos que faltam que temos de olhar. Foi uma época complicada, nunca pensámos estar onde estamos, mas o futebol é assim. Fizemos tudo para isso não acontecer, mas aconteceu”.

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