João Pedro Grabato Dias: uma ampla acção poética
De uma obra poética que teve uma recepção que não foi além de uma minoria de admiradores, esta antologia repara uma escandalosa ausência.
João Pedro Grabato Dias é nome de poeta. Unicamente nome de poeta porque não teve outra existência senão aquela que lhe é conferida por uma obra poética para a qual o seu tempo (de 1970 a 1992) não teve lugar reservado para a arrumar e cuidar. Sabemos de certeza que o criador desse e de outros pseudónimos, o pintor António Quadros (esse, sim, coincidente com uma identidade civil, registada entre duas datas: 1933 e 1994), negligenciou os protocolos que, se não garantem, pelo menos ajudam ao reconhecimento público e à consagração pelos pares. Além disso, foi homem de muitos outros ofícios e não apenas pintor e poeta. Eugénio Lisboa, que conviveu com ele em Moçambique (onde viveu e deixou marcas, enquanto poeta e artista, entre 1964 e 1984) e muito fez para o resgatar do desconhecimento, enumera as suas outras vocações, que formam uma lista impressionante: professor, ceramista, arquitecto, artista gráfico, construtor naval, apicultor, agrónomo, descobridor e divulgador da obra de Rosa Ramalho.
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