Governo vai comprar novos radares para arrecadar 13 milhões de euros em multas

A medida já constava na proposta orçamental chumbada em Outubro, mas nem o atraso de seis meses para a previsível entrada em vigor do Orçamento levou o Governo a diminuir o objectivo: amealhar 13 milhões de euros em multas de velocidade.

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O Governo irá investir quatro milhões de euros na compra de novos radares com a expectativa de recolher 13 milhões de euros em multas Nelson Garrido

Na lista de “compras” do Governo até ao final do ano está um conjunto de novos radares de velocidade com que o executivo conta arrecadar 13 milhões de euros em receitas. A proposta já constava no documento apresentado em 2021, mas nem mesmo o atraso de seis meses na execução do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) levou o gabinete do ministro das Finanças a ajustar as expectativas de “um aumento de receita bastante significativo”. De Julho – data expectável para o orçamento entrar em vigor – até ao final do ano, o Governo conta recolher 13 milhões de euros pela prática de condução em excesso de velocidade.

A medida consta do “conjunto de iniciativas de eficiência e controlo orçamentais previstas para 2022 na área da segurança interna” e que, no total, estima o Governo, terão um impacto orçamental estimado de 21 milhões de euros. Para chegar a este número, o Governo espera aumentar a receita e diminuir a despesa através da “modernização dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação”.

Como? “Essencialmente por via da expansão da Rede Nacional de Fiscalização Automática de Velocidade (Sincro), através da aquisição de novos radares”, lê-se no documento entregue esta quarta-feira na Assembleia da República. Ou seja, através do aumento do número de radares nas estradas portuguesas.

Nas contas do Ministério das Finanças, a compra de novos radares ― embora não diga quantos, o documento detalha que custarão 4 milhões de euros― “terá um impacto na receita que rondará os 13 milhões de euros”.

Além disso, o Governo conta ainda gerar uma poupança na ordem dos 2,4 milhões de euros, por via da desmaterialização dos processos contra-ordenacionais, através do desenvolvimento do Sistema de Contraordenações de Trânsito (SCOT+).

Umas páginas depois, o executivo explica que “será promovido o reforço da fiscalização das condições de segurança das infra-estruturas e das infracções por velocidade” de forma a “assumir a segurança rodoviária como desígnio nacional”. Assim, o OE2022 promete dar continuidade à execução da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2021-2030 –​ Visão Zero 2030, que se baseia “no sistema de transporte seguro e na visão zero como eixos fundamentais estruturantes dos objectivos e medidas de prevenção e combate à sinistralidade na rede rodoviária a estabelecer e implementar”.

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