Maestro português Nuno Coelho é o novo titular da Orquestra Sinfónica das Astúrias

O cargo estava vago desde Agosto de 2019, na sequência da saída de Rossen Milanov.

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O maestro Nuno Coelho em Fevereiro de 2020 na Casa da Música alexandre delmar/casa da música

Nuno Coelho é o novo maestro principal da Orquestra Sinfónica do Principado das Astúrias, ocupando assim o lugar deixado vago em Agosto de 2019 após a saída de Rossen Milanov, anunciou esta segunda-feira a instituição.

O Conselho Directivo da orquestra asturiana escolheu por unanimidade o maestro português, de entre as 30 candidaturas submetidas à convocatória. O processo de selecção passou por três fases, com avaliação a cargo de uma comissão composta por três membros daquele organismo: dois músicos da orquestra e uma pessoa externa com experiência em programação artística numa instituição musical asturiana, noticiou a Efe.

Nascido em 1989, Nuno Coelho estudou violino em Klagenfurt e Bruxelas, e direcção de orquestra em Zurique, com Johannes Schlaefli.

Recebeu o 1.º Prémio no Concurso de Direcção do Prémio Jovens Músicos da Antena 2, o Neeme Järvi Prize do Festival Menuhin de Gstaad e foi finalista no Concurso do Festival de Salzburgo para jovens maestros.

Em 2014, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e, em 2015, foi aceite no Dirigentenforum do Centro Alemão para a Música, que mais tarde o nomeou para a sua lista Conductors of Tomorrow.

Foi maestro assistente da Nederlands Philharmonisch Orkest, entre 2015 e 2017, tendo ali regressado em Julho de 2018 para um concerto no Concertgebouw (Amesterdão). No mesmo Verão, participou numa masterclass com Daniele Gatti e a Orquestra do Real Concertgebouw.

Como maestro assistente, trabalhou com Bernard Haitink, Susanna Mälkki, Andris Nelsons, Christoph von Dohnányi e Gustavo Dudamel, entre outros regentes.

No domínio da ópera, Nuno Coelho dirigiu La Traviata, de Verdi, Cavalleria Rusticana, de Mascagni, Rusalka, de Dvorák, e Das Tagebuch der Anne Frank ("O Diário de Anne Frank"), de Grigory Frid. Foi ainda assistente de Marc Albrecht numa produção de Parsifal, de Wagner, para a Ópera Nacional dos Países Baixos.

Em 2016 e 2017, como “conducting fellow” do Festival de Tanglewood, dirigiu vários concertos com a orquestra do festival, incluindo Os Sete Pecados Mortais, de Kurt Weill.

Vencedor do Concurso Internacional de Direcção da Orquestra Cadaqués, em 2017, começou a colaborar com a Orquestra Sinfónica do Principado das Astúrias na temporada 2018-2019 (altura em que foi nomeado maestro convidado da Orquestra Gulbenkian de Lisboa), participando, desde então, em todas as temporadas, em quatro projectos que abrangem concertos, óperas, galas, digressões e actividades socioeducativas, o que envolve um trabalho conjunto e contínuo com a direcção da orquestra.

O seu repertório abrange desde os períodos barroco, clássico e romântico até à música dos séculos XX e XXI, e o seu compromisso com a música contemporânea levou-o a dirigir 15 estreias de novas composições, incluindo no Festival Green Umbrella em Los Angeles.

A Orquestra Sinfónica do Principado das Astúrias, que já actuou por diversas vezes em Portugal, é composta por perto de oito dezenas de músicos, todos eles com actividade docente, oriundos sobretudo da Europa, da América Latina e da América do Norte.

O anterior maestro da orquestra, Rossen Milanov, saiu para ir ocupar o cargo de maestro da Orquestra Sinfónica de Rádio e Televisão da Eslovénia.