Encontrado fóssil de dinossauro que estará ligado ao asteróide que os extinguiu

Uma perna completa de Thescelosaurus com 66 milhões de anos foi encontrada nos Estados Unidos da América – e os cientistas acreditam que este dinossauro morreu devido ao impacto do asteróide que extinguiu este animal

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Representação artística de um impacto na Terra capaz de causar uma extinção em massa Don Davis / NASA

A descoberta de uma perna de dinossauro, completa e com pele, não passa despercebida. A hipótese principal dos cientistas é que o membro encontrado no sítio paleontológico de Tanis (Estados Unidos da América) pertença a um dinossauro morto no dia em que um asteróide gigante atingiu a Terra – terminando a era dos dinossauros, há 66 milhões de anos.

Não existem muitos restos de dinossauros que contem a história dos últimos milhares de anos antes do impacto – e este pode ser o mais bem preservado. A escavação que permitiu esta descoberta é liderada por Robert DePalma, da Universidade de Manchester (Reino Unido).

Há 66 milhões de anos, o impacto do asteróide Chicxulub na Terra marca o fim do reinado dos dinossauros e de mais de 70% das espécies do planeta na época. Este dia do embate do asteróide na península do Iucatão (no actual México) determinou o fim da era Mesozóica (a idade dos dinossauros).

E a que dinossauro pertence a perna? “"É um tescelossauro (ou thescelosaurus). É de um grupo que não tínhamos nenhum registo anterior de como era a sua pele, e mostra muito conclusivamente que estes animais eram muito escamosos como lagartos”, explica Paul Barrett, do Museu de História Natural de Londres, à BBC.

A perna do tescelossauro não tem vestígios de qualquer patologia ou luta, parecendo apenas ter sido arrancada de forma repentina.

Este tescelossauro esteve no dia da extinção dos dinossauros?

O sítio paleontológico de Tanis, no Dakota do Norte (Estados Unidos da América) está a 3000 quilómetros do local de impacto do asteróide Chicxulub, mas a devastação disseminou-se largamente – tornando este um espaço primordial para restos de animais e plantas de há 66 milhões de anos.

Daquele dia de Primavera, as equipas de escavação em Tanis já resgataram uma tartaruga espetada por uma estaca de madeiras, restos de pequenos mamíferos, a pele de um triceratops com chifres, o embrião de um pterossauro voador dentro do seu ovo, e inclusive o que parece ser um fragmento do próprio asteróide.

Todos estes detalhes são confirmados pelos fósseis de peixes (como o esturjão e o regaleco) que estão misturados com os animais terrestres – e nos permitem localizar temporalmente estas descobertas. Como? Estes fósseis de peixes têm pequenas partículas de rocha derretida nas suas brânquias – e são essas partículas que são alvo de datação radiométrica.

“Todas as evidências, todos os dados químicos deste estudo sugerem fortemente que estamos a olhar para um pedaço do asteróide que extinguiu os dinossauros”, explica Phim Maning, professor da Universidade de Manchester e supervisor de DePalma.

A descoberta ainda é muito recente para haver certezas, e apesar de se apontar para a data do impacto, ainda teremos mais avaliações e análises de paleontólogos em Tanis.

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