BE e PCP não carimbam moção de rejeição do Chega ao programa do Governo
Programa do Governo vai ser discutido na Assembleia da República na quinta e sexta-feira.
O Bloco de Esquerda e o PCP vão votar contra a moção de rejeição ao Programa do Governo anunciada pelo Chega.
Em conferência de imprensa esta quarta-feira, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre como irá votar o BE na moção de rejeição ao Programa do Governo que o Chega apresentou por considerar que o documento do executivo é “propaganda eleitoral” e o “mais vago dos últimos 25 anos”. De forma sintética, a coordenadora do BE disse que partido vai votar contra esta proposta do Chega.
Na conferência de imprensa em que apresentou cinco “medidas urgentes” para combater a escalada da inflação, Catarina Martins criticou o facto de o programa do Governo ignorar que se está “a viver um ciclo de forte aumento dos preços, um ciclo inflacionista”, sublinhando ainda outros “dados preocupantes” como o facto do programa de Estabilidade não prever “actualização de salários e pensões tendo em conta a inflação”.
“Quer dizer que se nada mudar, o que o Governo está a dizer à generalidade dos portugueses é que vão viver pior. A cesta básica já aumentou três vezes mais dos que os salários. Apresenta um programa do Governo que não tem nenhuma medida para travar esta escalada de preços”, criticou.
Por isso, segundo a líder bloquista, “mais do que moções que são apresentadas sem conteúdo concreto sobre qual é a solução, o BE apresenta medidas concretas para travar este ciclo e para proteger a economia e quem vive do seu trabalho”.
Fonte oficial do partido adiantou à Lusa que o BE também não vai apresentar qualquer moção de rejeição do programa do executivo socialista liderado por António Costa.
Também o PCP, em resposta à agência Lusa, afirmou que não vai apresentar uma moção de rejeição do programa do Governo e recusa acompanhar a moção anunciada pelo Chega, por aquele partido preconizar “o oposto” daquilo que é defendido pelos comunistas.
Em conferência de imprensa na terça-feira, o líder do Chega considerou há uma “gritante inadaptação” do programa do Governo às consequências provocadas pela guerra na Ucrânia. “Esta gritante inadaptação, altivez, e arrogância do Governo, levarão o Chega a apresentar no Parlamento uma moção de rejeição ao programa apresentado”, anunciou André Ventura.
