Não sabemos ainda que consequências podem ter na nossa saúde. No entanto, depois de descobertos no sangue, desta vez foram identificados microplásticos pela primeira vez em pulmões de pessoas vivas. As partículas de microplástico já tinham sido encontradas previamente em animais e fezes humanas, mas até ao último mês de Março não conhecíamos estas primeiras indicações no sangue e, agora, nos pulmões.
O estudo, publicado na revista Science of the Total Environment, usa amostras do tecido saudável de 13 pacientes que iriam ser submetidos a cirurgias. Desta pequena amostra, foram detectados 11 casos em que os pulmões continham partículas de microplástico, principalmente polipropileno (usado em embalagens e canos) e politereftalato de etileno (ou PET, usado em garrafas).
Apesar de já ter sido reportada a ingestão por comida ou bebida de microplásticos e também que respiramos estas pequenas partículas, só agora foi apresentado o primeiro estudo que relata a presença em pessoas vivas. No caso dos pulmões, já anteriormente tinham sido detectadas micropartículas durante autópsias, mas nunca em pessoas vivas.
O impacto na saúde é desconhecido. Até ao momento, não foi reportada nenhuma associação entre a presença de micropartículas e efeitos adversos para a nossa saúde, pelo que não sabemos até que ponto esta presença pode ser prejudicial. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde definia que o consumo de microplásticos na água não era, à época, um risco para a nossa saúde.
O estudo, realizado por uma equipa de cientistas do Reino Unido, analisou todas as partículas com um mínimo de 0,003 milímetros de tamanho, contando com amostras de controlo para demonstrar o nível de contaminação.
Estes resultados demonstram ainda que a inalação (ou respiração) é o principal foco de exposição aos microplásticos. As próximas respostas relacionar-se-ão com os possíveis efeitos para a saúde e por onde circulam estas pequenas partículas no nosso corpo.