Xangai: 26 milhões de pessoas em confinamento após novo máximo de infecções

Xangai testou mais de 25 milhões de pessoas num dia e a cidade inteira entrou em confinamento.

Membros da polícia utilizam fatos de protecção para acompanhar civis à compra de bens primários
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Membros da polícia utilizam fatos de protecção para acompanhar civis à compra de bens primários Reuters/ALY SONG
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Moradores aguardam em fila na própria rua para serem testados Reuters/ALY SONG
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Auxiliar médico encaminha pessoas para zona de testagem Reuters/ALY SONG
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Profissionais de saúde desinfetam edifícios enquanto as pessoas cumprem a quarentena Reuters/ALY SONG
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Barreira divide a cidade, isolando zonas de quarentena EPA/ALEX PLAVEVSKI
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Pessoas entregam comida a quem se encontra do outro lado da barreira EPA/ALEX PLAVEVSKI
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Comida é o bem primário que mais cruza a barreira que divide a cidade EPA/ALEX PLAVEVSKI
Xangai
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Trabalhadores na montagem de barreiras que dividiram zonas de confinamento Reuters/ALY SONG

As autoridades chinesas puseram 26 milhões de pessoas em quarentena em Xangai, nesta terça-feira, depois de terem registado mais de 13 mil testes positivos à covid-19, no meio de uma crescente contestação pública sobre as regras de quarentena.

Toda a cidade está agora em confinamento depois de as restrições nos distritos ocidentais terem sido estendidas até novo aviso, no que se tornou um grande teste à estratégia de tolerância zero da China para eliminar o novo coronavírus.

Pelo menos 38.000 funcionários foram enviados para Xangai de outras regiões no que os media estatais descreveram como a maior operação médica nacional desde o lockdown em Wuhan, no início de 2020, após o primeiro surto conhecido de coronavírus.

Xangai impôs duras restrições na semana passada, enquanto as autoridades lutavam para conter o que se tornou o maior surto de covid-19 da cidade. “Actualmente, a prevenção e o controlo da epidemia de Xangai estão no momento mais difícil e crítico”, disse Wu Qianyu, funcionário da comissão municipal de saúde, esta terça-feira.

A política de quarentena da cidade foi criticada por separar as crianças dos pais e por colocar os casos assintomáticos entre aqueles com sintomas. Alguns especialistas em saúde pública dizem que não é uma estratégia eficaz.

“Não acho que seja uma boa ideia, já que, mais de 24 meses após a pandemia, sabemos muito mais”, disse Jaya Dantas, professora de saúde internacional da Curtin University, na Austrália, acrescentando que as estratégias “intensivas em recursos” da China para combate à covid-19 precisam de ser revistas.

Sun Chunlan, vice-primeiro-ministro da China responsável pela prevenção da pandemia, instou as organizações de base do Partido a “fazer todo o possível” para ajudar os moradores a resolver seus problemas, como garantir o acesso a medicamentos, alimentos, água e outros bens primários.

Xangai registou um novo máximo de 13.086 novos casos assintomáticos de coronavírus a 4 de Abril, disseram autoridades no seu canal WeChat, acima dos 8.581 do dia anterior, depois de um programa de testes em toda a cidade ter testado mais de 25 milhões de pessoas em 24 horas.

A proporção de casos assintomáticos é muito maior em Xangai do que no resto do mundo, dado este que foi atribuído a um processo de triagem que detecta pessoas infectadas antes que fiquem doentes. No entanto, especialistas dizem que isso não explica o porquê dos casos sintomáticos terem caído na segunda-feira para 268, perante os 425 do dia anterior.

Analistas fora da China continuam a alertar sobre os custos económicos da campanha para conter infecções.