Exonerado capelão da Marinha que desculpou fuzileiros que espancaram PSP. “Nunca bebeu uns copos?”, perguntou a Gouveia e Melo

Numa publicação no seu Facebook, o capelão da Marinha critica as palavras de Gouveia e Melo e relativiza o comportamento dos dois fuzileiros que agrediram o agente da PSP. Fábio Guerra morreu com várias lesões cerebrais.

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Gouveia e Melo já terá reunido com o capelão LUSA/RODRIGO ANTUNES

A Marinha exonerou o capelão Licínio Luís, que defendeu os fuzileiros suspeitos de matarem o agente da PSP Fábio Guerra, espancado depois de ter tentado separar uma briga entre os dois fuzileiros. A notícia foi confirmada pela Marinha ao Expresso, após reunião com o almirante Henrique Gouveia e Melo.

Os motivos para a exoneração do missionário Passionista e marinheiro não foram avançados, mas ela acontece depois de um post polémico escrito na página pessoal do Facebook de Licínio Luís. Na publicação, o capelão desculpou o comportamento dos fuzileiros e criticou o chefe da Marinha, Gouveia e Melo, por ter acusado os dois arguidos de terem “manchado” a honra da farda com o espancamento do agente da PSP.

“Não te deixes levar pelas primeiras impressões”, escreveu Licínio Luís. “O senhor almirante que aguarde pela Justiça. Julgar sem saber não corre nada bem”, acrescentou numa publicação entretanto apagada.

Na publicação, o capelão afirmava que os dois fuzileiros, Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko estavam “a divertir-se” e “foram provocados”. “O senhor almirante nunca foi para a noite? Nunca bebeu uns copos?”, perguntou.

De acordo com o Expresso, o capelão terá pedido desculpa a Gouveia e Melo e garantido que não quis questionar a autoridade do comandante da Marinha.

Fábio Guerra foi espancado na noite de 20 de Março e acabou por não resistir às lesões cerebrais. Os dois fuzileiros, suspeitos, estão em prisão preventiva. Para Licínio Luís, “os jovens têm direito a ser respeitados, os jovens da PSP estavam no mesmo âmbito e alcoolicamente tão bem-dispostos como os nossos”, escreveu.


Notícia actualizada às 20h30. O capelão foi exonerado.

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