Festival Micro Clima está de volta à Parede com Tito Paris, Monday e Filipe Karlsson
Em duas noites consecutivas, 1 e 2 de Abril, o Festival Micro Clima volta à Parede no formato habitual, no palco da SMUP. No cartaz, Narciso, Alcool Club, Tito Paris, Monday, Bone Slim, Filipe Karlsson e os DJ David Moreira e King Kami.
A primeira edição foi em Dezembro de 2017 e agora está de volta, em 2022. Devia ter sido em Fevereiro, como em 2019 e 2020, mas as circunstâncias da pandemia obrigaram a adiar a quarta edição do Festival Micro Clima, na Parede, realizando-se este ano a 1 e 2 de Abril, com público, no seu palco habitual: o da Sociedade Musical União Paredense (SMUP). No cartaz, estão Narciso, Alcool Club, Tito Paris e o DJ David Moreira, na primeira noite; e Monday (projecto a solo da cantora e compositora Cat Falcão, das Golden Slumbers), Bone Slim, Filipe Karlsson e o DJ King Kami. A par dos concertos, haverá uma instalação artística do artista visual e músico Luís Lázaro.
A edição de 2022 é apresentada como a quarta, e não a quinta, porque no ano passado o Micro Clima adquiriu episodicamente, por força da covid-19, diferentes características, como explica ao PÚBLICO José Maria Cortez, um dos responsáveis pela curadoria e programação do festival: “Em 2021 fomos forçados a adaptar-nos às condições pandémicas, como todas as estruturas, e lançámos aquilo a que chamámos o Ciclo Micro Clima, marcado por uma série de iniciativas onde explorámos outros âmbitos artísticos: espectáculos de dança, concertos, cinema.” Foi também nesse ano que decidiram criar a Associação Micro Clima para “consubstanciar mais a estrutura, dar-lhe mais independência e capacidade de financiamento e torná-la mais independente da SMUP, que não deixa de ser a nossa casa e o nosso parceiro primordial.”
Na sua última edição “normal”, ou seja, sem restrições, realizada a 14 e 15 de Fevereiro de 2020, pouco antes de ser declarada a pandemia, o Micro Clima teve no seu cartaz Alek Rein, Luís Severo, Sensible Soccers, Cave Story, Zanibal Aliens, Bonga, com DJ sets de Pedro Tudela e Candy Diaz ft. Wize e, a par da música, instalações artísticas de Berru, Plasticus Maritimus, Rappepa Bedjo Tempo e notfromthisbox.
Reinventar as sociedades filarmónicas
O nome do festival, Micro Clima, foi inspirado pelo seu “berço” primordial, a sede da Sociedade Musical União Paredense (SMUP). Fundada há 123 anos, a 4 de Março de 1899 “por iniciativa de um grupo de cidadãos residentes na Parede, vila do Concelho de Cascais”, recebeu em 2009 o estatuto de Instituição de Utilidade Pública. E foi aí que o festival ganhou corpo, há pouco mais de quatro anos. “O nome tem a ver com o habitat da SMUP, uma espécie de último reduto das sociedades filarmónicas intergeracionais. Sente-se um verdadeiro microclima ali. A SMUP é um exemplo de como essas sociedades se podem reinventar e renovar com sangue novo, ideias novas, e cruzar os velhotes que jogam dominó ou às cartas com miúdos que fazem festivais de música.”
A escolha do cartaz, diz José Cortez, “é feita dentro da equipa. Como não temos um director artístico, é um bocadinho colegial. O que tentamos sempre, para manter a ideia de microclima e do espaço que nos inspirou, é que seja um cartaz ecléctico, que cruze diferentes estilos musicais, diferentes dimensões artísticas e diferentes faixas etárias de públicos. Achamos importante e também desafiante, porque o público que vai ver o Tito Paris não estava à espera, ou não conhece, Alcool Club ou vice-versa; o mesmo com Filipe Karlsson e Bone Slim ou com Narciso e Pedro Moreira. A ideia é que a curadoria tenha também um papel no desafiar das expectativas e da construção de noites especiais, onde as pessoas vão descobrindo coisas novas. O cartaz deste ano centra-se na música, mas acompanhado pelas artes plásticas. Temos a intervenção artística do Luís Lázaro Matos e também a continuação de uma preocupação recorrente do festival, que é a cenografia de espaço e de palco pela Mariana Tudela e pelo Pedro Fernandes.”
Quanto à resposta do público, tem sido positiva desde que o festival foi criado, explica José Cortez: “Tem sido muito entusiasmante e já vamos tendo público com alguma fidelidade, que nos vai dando feedback. Já estamos também bastante integrados na comunidade local da Parede, Carcavelos e concelho de Cascais em geral e por outro lado nalguns nichos de música independente em Portugal. Temos tido sempre muita adesão. Em 2020 esgotámos o festival e contamos que este ano isso volte a acontecer.”
O passe geral, que dá acesso aos dois dias do festival, custa 25 euros, sendo o bilhete diário vendido a 15 euros. As condições de acesso, segundo a organização, estão sujeitas às medidas definidas pela DGS que estejam em vigor nos dias do festival. A abertura de portas será às 20h, nos dois dias, iniciando-se os concertos às 22h15.