Preço do petróleo cai 4% nas vésperas da reunião de exportadores mundiais
Países da OPEP+ reúnem-se na quinta-feira com a escalada dos preços à mesa. Emirados Árabes Unidos dizem-se preparados para aumentar a produção de petróleo.
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O preço do petróleo nos mercados internacionais está em queda na manhã desta segunda-feira, mas não o suficiente para voltar a negociar abaixo da barreira dos cem dólares por barril.
Em Londres, mercado que serve de referência para as importações portuguesas, o barril do Brent do Mar do Norte para entrega em Junho apresenta uma queda de 3,8% em relação a sexta-feira, com a cotação a recuar para os 112,9 dólares por barril, quando na sexta-feira fechou nos 120,65 dólares.
A descida é transversal ao crude negociado em Nova Iorque e acontece nas vésperas de uma reunião entre os 23 membros da OPEP+, a aliança alargada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, da qual a Rússia também faz parte.
Desde que a guerra eclodiu na Ucrânia no final de Fevereiro, a cotação dos produtos petrolíferos tem registado uma intensa volatilidade, variando entre subidas acentuadas, quedas igualmente significativas ou pequenas correcções, insuficientes para fazer baixar os preços de forma consistente para os níveis registados antes da invasão da Rússia.
A 7 de Março, o Brent chegou a negociar nos 139 dólares. A meio do mês ainda ficou abaixo dos cem dólares, mas a descompressão durou apenas duas sessões. A 15 de Março, a cotação já estava de novo nos 115 dólares e, desde aí, foi balançando diariamente de forma irregular, ora subindo até aos 121 dólares, ora descendo aos 119, ora aumentando mais uma vez até aos 120 dólares, já na última sexta-feira.
Em Nova Iorque, o crude West Texas Intermediate (WTI) apresenta uma descida mais acentuada, superior a 4%, que está a levar a cotação para os 108,9 dólares por barril.
Os representantes dos países que fazem parte da OPEP+ (os 13 membros da OPEP, mais dez grandes produtores mundiais) vão reunir-se na próxima quinta-feira, 31 de Março, num momento em que vários governos ocidentais procuram encontrar uma solução para a escalada dos preços dos produtos petrolíferos, refinados e da energia. Com o encontro à porta, o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al-Mazrouei, veio garantir que Abu Dhabi vai trabalhar com a aliança OPEP+ (a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, da qual a Rússia também faz parte) para assegurar uma maior estabilidade dos preços do mercado energético mundial. Os Emirados estão a “investir” para reforçar a capacidade de produção diária para cinco milhões de barris por dia, afirmou, citado pela Reuters.
A equipa de analistas da empresa de mercado XTB considera que as quedas da cotação “estão a ser impulsionadas pelas notícias vindas da China, depois de as autoridades locais terem aplicado novas medidas de confinamento em Xangai”, pelo facto de esta iniciativa no “principal centro financeiro e industrial chinês” poder afectar a economia global se a economia chinesa abrandar. Além do petróleo, notam, “os índices chineses e o cobre também reagiram em baixa”.
O sentimento negativo não se transferiu, contudo, para os principais mercados europeus, onde as praças de referências seguem, por agora, em alta. A Bolsa de Frankfurt avança 1,66%, a de Paris cresce 1,48%, a de Milão apresenta uma valorização de 1,85%, Madrid sobe 1,5%, Londres e Amesterdão apresentam subidas mais contidas, de 0,47% e 0,42%, respectivamente. Em Lisboa, o índice PSI também está a crescer, registando uma subida de 0,88% por volta das 11h30.