Inaugurados a 26 de Fevereiro, os passadiços do Cerro da Candosa sobem pela crista rochosa ao longo de 600 metros e 450 degraus, para se abeirarem do desfiladeiro talhado pelo rio Ceira, afluente do Mondego. Agora, a Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira, no concelho de Góis, quer potencializar a estrutura de madeira com a abertura de um empreendimento de apoio aos visitantes.
Em declarações à agência Lusa, o autarca Alberto Machado adianta que o objectivo passa por dar uma nova vida a um equipamento com cerca de 30 anos que pertence à junta de freguesia e que “não está a funcionar devidamente”, através da abertura de um espaço de restauração ou café, piscinas ao ar livre, casas de banho e seis unidades de alojamento.
A ideia é, no Verão, “ter este empreendimento a funcionar devidamente e depois sempre aos fins-de-semana”, acrescenta. “É uma ideia com pernas para andar e que vai trazer mais-valias económicas, além de potenciar a promoção turística”, salientou Alberto Machado, que prepara um concurso público para concessionar o espaço.
Segundo Alberto Machado, os passadiços já receberam milhares de visitantes desde que abriram, há menos de um mês, com os domingos a registarem enchentes. “Era interessante ter um contador, mas estamos a falar em milhares de visitantes”, frisa.
Representando um investimento de 168 mil euros, suportados pela junta de freguesia, pela Cooperativa Social e Agro-Florestal Vila Nova do Ceira e pela Câmara Municipal de Góis, os passadiços foram idealizados após os grandes incêndios de Outubro de 2017. Com vista para toda a freguesia, percorrem as fragas quartzíticas onde se ergue a Capela da Senhora da Candosa e que integram a crista que atravessa a região entre os Penedos de Góis e a serra do Buçaco.
Os passadiços atravessam um desfiladeiro rochoso, que termina num canhão fluvial, conhecido como Cabril ou Portas do Ceira, local onde o rio Ceira, afluente do Mondego, aparenta ter furado transversalmente uma crista rochosa. Este é um local que, de acordo com Alberto Machado, apresenta muitas potencialidades para a realização de desportos radicais, como o rapel ou a escalada.
Em Junho, de 6 a 12, os passadiços vão acolher o I Festival Internacional de Slacklines (equilibrismo em cima de cordas), com a participação de cerca de 200 participantes, 90% dos quais estrangeiros. Segundo o autarca, serão montadas 15 cordas de diversos tamanhos, algumas com largura de 2,5 centímetros, permitindo aos visitantes assistir ao longo de todo o percurso dos passadiços.