Bolsa de Moscovo reabre mas longe da normalidade
Investidores estrangeiros ainda estão proibidos de venderem as suas acções. Mercado espera intervenção do fundo soberano para recuperar das perdas.
A bolsa de Moscovo voltou a negociar algumas acções esta quinta-feira, depois de ter estado quase um mês fechada na sequência da invasão da Ucrânia, mas ainda com várias restrições, com destaque para a proibição de investidores estrangeiros venderem os seus títulos. Conforme noticia o Finantial Times (FT), essa proibição mantém-se pelo menos até ao dia 1 de Abril, e o dinheiro envolvido não pode sair da Rússia.
Além disso, estão presentes apenas 33 das 50 empresas que compõem o principal índice de Moscovo, o Moex, e é proibido o short selling (operação que se baseia na aposta de que uma determinada acção vai cair, pressionando esse título), e o período de negociação é mais curto do que o habitual.
Pelas 11 horas de Lisboa, o Moex subia 4%, impulsionado por títulos como as energéticas Gazprom, Rosneft e Lukoil, mas a companhia aérea Aeroflot estava a perder 16%. Uma nota da corretora BCS, citada pelo FT, afirmava que se verificavam grandes compras de acções em bloco, à espera da intervenção do governo russo, que anunciou no início do mês que ia intervir no mercado através do fundo soberano.
Apesar da subida, a bolsa russa continua muito abaixo dos valores anteriores à invasão. A Aeroflot, por exemplo, perdeu metade do seu valor bolsista e o Moex caiu 28%. O índice RTS, denominado em dólares, ainda está suspenso, de acordo com a Reuters.
A bolsa de Moscovo encerrou no dia 28 de Fevereiro, quatro dias depois de as tropas russas terem atacado a Ucrânia. No final do ano passado, de acordo com dados oficiais russos citados pelo FT, os investidores estrangeiros detinham 86 mil milhões de dólares (78 mil milhões de euros) em títulos de empresas cotadas neste mercado.