Metade do trabalho já está feito

Portugal segue para a ronda final dos play-off de acesso ao Mundial 2022 após triunfo no Dragão sobre a Turquia por 3-1, num jogo em que os turcos falharam um penálti a cinco minutos do fim. Segue-se a Macedónia do Norte, terça-feira.

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Diogo Jota marcou um dos golos de Portugal David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images
Portugal venceu a Turquia
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Portugal venceu a Turquia LUSA/HUGO DELGADO
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Ronaldo esteve abaixo do que costuma fazer David S. Bustamante/Soccrates/Getty Images

A via para o Mundial 2022 continua aberta para Portugal, depois do triunfo por 3-1 sobre a Turquia na primeira ronda do play-off. No Dragão, a selecção portuguesa alternou momentos de grande brilhantismo com outros de alheamento incompreensível, mas o balanço final do jogo acabou por ser positivo (por pouco) para as aspirações da formação orientada por Fernando Santos. Está ultrapassada a primeira barreira rumo ao Qatar, mas esta não é uma vitória que tranquilize ninguém para o jogo da próxima terça-feira frente à surpreendente Macedónia do Norte, que abateu a Itália em Palermo. Portugal pode ter ganho, mas não aprendeu com os erros cometidos durante a fase de grupos.

Passaram quatro meses desde que a selecção portuguesa deixou fugir a qualificação directa no jogo com a Sérvia com um golo sofrido no último minuto. Tempo para corrigir erros, afinar estratégias, sobretudo para aprender a não apostar tudo na gestão de uma vantagem. Mas muito do que tinha acontecido frente aos sérvios, repetiu-se frente aos turcos. Vantagem madrugadora e ampliada e a tentação de a defender, sabendo que, do outro lado, estava um adversário disposto a dar tudo. Acabou por correr bem, sobretudo, porque a Turquia falhou um penálti a cinco minutos do fim. Se o remate de Burak Yilmaz tivesse sido um metro para baixo, a história do jogo podia ter sido outra.

Fernando Santos teve quatro meses para pensar em que equipa iria apresentar e fez algumas mudanças, umas forçadas, outras não. A maior surpresa de todas foi a entrada de Diogo Costa para a baliza, dando a estreia competitiva ao guarda-redes do FC Porto e antecipando a rendição de Rui Patrício. Depois, quase toda a defesa foi remodelada, com Danilo a recuar para central ao lado de Fonte e Dalot como lateral direito. Do meio-campo para a frente, foi mais ou menos o esperado, excepto pela inclusão de Otávio numa das alas.

Portugal pareceu entrar bem, pressionante e rigoroso na tentativa de controlar o jogo e manter os turcos perto da sua área. Depois de algumas aproximações perigosas, a selecção portuguesa chegou ao golo logo aos 15’. Um remate de Bernardo Silva foi ao poste e a bola foi na direcção de Otávio. De ângulo difícil, o médio do FC Porto fez a recarga na direcção certa, sem quaisquer hipóteses para o guardião Cakir.

Era um belo início para a selecção portuguesa, mas seguiram-se largos minutos de um apagão inexplicável. Aos 21’, a Turquia teve uma bela oportunidade para empatar, mas Kutlu, que cabeceou nas costas de Dalot, não acertou na baliza portuguesa. Logo a seguir, foi Kokcu a aproveitar mais uma perda de bola para um remate que Diogo Costa defendeu com competência.

Depois do apagamento, Portugal acordou e, ainda antes do intervalo, aumentou a sua vantagem. Otávio (o melhor em campo) levou a bola até à área, fez o cruzamento e Diogo Jota fez o que tantas vezes tem feito no Liverpool. Cabeceou com potência e direcção e 2-0 no marcador aos 42’. Já era uma vantagem confortável, mas não o suficiente para entrar em modo gestão. Foi o que aconteceu e a selecção portuguesa quase se deu mal.

Portugal até andou a rondar o terceiro durante os primeiros minutos da segunda parte, mas essa dinâmica desapareceu rapidamente. E a Turquia, alimentada por uma fome de 20 anos sem Mundial, foi à procura da felicidade. Aos 65’, num lance com tremenda passividade da defesa portuguesa, Under tabelou na perfeição com Yilmaz e o veterano ponta-de-lança de 36 anos fez o 2-1, deixando para trás José Fonte, seu colega no Lille.

De repente, a Turquia estava de volta ao jogo e Stefan Kuntz arriscou, metendo mais gente na frente. Aos 82’, José Fonte pontapeou Unal na área portuguesa e o lance não passou despercebido ao VAR – o árbitro foi ver as imagens e assinalou penálti para a Turquia. Da marca dos 11 metros, era Yilmaz quem tinha a responsabilidade de manter a sua selecção no jogo, mas o seu remate saiu ligeiramente por cima. E Portugal respirou de alívio. Mais ainda quando Matheus Nunes, já em tempo de compensação, fez o 3-1 após passe de Rafael Leão. Metade do caminho está cumprido, mas nem todas as lições foram aprendidas.

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