Madeleine Albright, uma mulher fora de série

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Fascism – a warning foi o último livro que li dela, publicado em 2018 nos Estados Unidos. Tinha dois objectivos só aparentemente contraditórios: criticar o uso indiscriminado do termo no debate público americano; alertar para a ascensão de novas correntes políticas de extrema-direita um pouco por toda a parte. Fazia a distinção clara entre fascismo e populismo. O fascismo, dizia, é uma forma de governo que recorre à violência para alcançar os seus fins políticos e que oferece às pessoas alguém para odiar. “A ideia de identidade está bem, mas se a minha identidade me leva a odiar a identidade do outro, então torna-se muito perigosa, cai no hipernacionalismo (…) Subitamente, a vida política transforma-se num conflito tribal. A defesa que Viktor Orbán faz da pureza étnica na Hungria é um bom exemplo disso”, disse numa entrevista pouco depois da publicação do seu livro, dois anos depois de Donald Trump ter sido eleito. Era a obra de uma mulher que teve uma brilhante carreira académica e política e que soube desde muito cedo o que era o fascismo e, depois, a outra forma de totalitarismo que marcou o século XX europeu - o comunismo. Nasceu na Checoslováquia pouco antes da ocupação nazi. Chegou aos Estados Unidos aos 11 anos como refugiada política.

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