O festival de cinema Fantasporto regressa ao Porto de 1 a 10 de Abril, e vai exibir 26 filmes em antestreias europeias e mundiais, entre os 55 filmes em competição e inéditos em Portugal, anunciou a organização esta quarta-feira.

“De entre os 55 filmes em antestreia nacional nas três competições, o Fantasporto apresenta 26 antestreias europeias e mundiais, facto inédito num evento cinematográfico em Portugal. A grande maioria dos filmes que vão ser exibidos são de grandes produções”, declarou o director do Fantasporto, Mário Dorminsky, numa conferência de imprensa que decorreu no Teatro Rivoli, no Porto.

A Ucrânia protagoniza o encerramento desta edição do festival, com um percurso nostálgico pela sua capital, no filme Everything, nothing and something else, de Marina Kondratieva. Trata-se de uma comédia dramática de 2020, uma obra destacada no programa pela organização. “É filmado em Kiev, a capital da Ucrânia; um filme nostálgico que nos mostra a cidade antiga vista por um taxista. É o filme de encerramento do Fantasporto, e os actores são superestrelas”, disse Dorminsky, referindo que se trata também de uma antestreia mundial.

Já o filme da abertura oficial da 42.ª edição do festival será xxxHolic, de Mica Ninagawa, uma produção japonesa que vai também estar em competição na secção oficial de Cinema Fantástico.

xxxHolic vai estrear nas salas de cinema do Japão a 29 de Abril, e tem como protagonistas actores e músicos “de grande popularidade” na Ásia, tal como Ryunosuke Kamiki, que abre o elenco. O filme é uma “adaptação para live-action do manga xxxHolic das Clamp”, lê-se no dossier de imprensa: revela a história de Kimihiro Watanuki, um estudante do ensino médio que vive sozinho após a morte dos seus pais, e que pode ver criaturas de outro mundo, atraídas por ele.

Na sessão inaugural do 42.º Fantasporto, a 1 de Abril, vai também ser exibido o clássico Blade Runner, filme de ficção científica de 1982 do realizador Ridley Scott, disse Mário Dorminsky.

Oito antestreias portuguesas

Sem contar com Portugal, que apresenta oito antestreias mundiais, a liderar o grupo das antestreias estão o Japão, com seis mundiais e duas europeias, todas elas produções de grande orçamento, vindas de companhias como a Toei, Pony Canyon ou Fugi Film, seguido dos EUA, com uma antestreia mundial e uma europeia. Em terceiro lugar, está a China, com duas antestreias europeias.

Jornada de Papel, de Emanuel de Oliveira e Maria Ana Marques; “Fruta Tocada por Falta de Jardineiro”, de Pedro Sena Nunes; Dilúvio, de Eduardo Cruz; Atrás das Portas, de Tom Freitas, Bruno Acosta e Inês Paredes; e Misericórdia, de Gonçalo Loureiro, são alguns dos filmes portugueses que vão ser exibidos no festival do Porto em antestreia mundial.

Paralelamente à exibição dos filmes, que vão abordar temas variados como a pandemia, guerra, sustentabilidade, redes sociais, ocupação de zonas rurais, ficção científica e a importância da tecnologia numa casa, entre outros, o Fantasporto vai também exibir uma exposição de cartazes sobre as suas 42 edições, bem como apresentar livros de literatura fantástica e o “livro sobre os 40 anos do Fantasporto”.

O Fantasporto continua a lançar “novos cineastas, muitas vezes com os seus primeiros filmes de ficção de longa-metragem, reforçando o seu papel de descobridor de novos talentos cinematográficos, como aconteceu com Quentin Tarantino, Ridley Scott, David Cronenberg, os irmãos Coen, David Fincher, Danny Boyle, David Lynch, Lars von Trier, Guilhermo del Toro, entre muitos outros”, recordou a organização.

Questionado pela agência Lusa sobre se o Fantasporto 2023 iria acontecer no Cinema Batalha, Mário Dorminsky respondeu afirmativamente: no próximo ano, o Festival de Cinema Internacional do Porto irá acontecer no “Cinema Batalha entre 23 de Fevereiro e 5 de Março”, sendo a edição deste ano a última a decorrer no Teatro Rivoli.