Costa leva nomes do Governo a Marcelo na quarta-feira à noite
“Está ajustado entre mim e o Presidente da República; não haverá problemas de contacto.” Resultados da emigração são apurados ao final da noite de quarta-feira e cimeira extraordinária da NATO de quinta-feira de manhã antecipa comunicação do primeiro-ministro indigitado.
Confiante de que desta vez não haverá reclamações contra o apuramento dos votos da emigração na Europa, António Costa tenciona levar ao Presidente da República os nomes do seu futuro Governo na próxima quarta-feira à noite. As operações de apuramento da repetição das eleições terminam no final desse mesmo dia, 23, na FIL, em Lisboa.
A data foi apontada pelo primeiro-ministro nesta sexta-feira, em Roma, quando falava aos jornalistas no final do encontro com os seus homólogos espanhol, italiano e grego sobre a segurança energética na Europa. António Costa contou que o encontro com o Presidente da República estava marcado para quinta-feira de manhã mas teve que ser antecipado devido à marcação da cimeira da NATO para a manhã desse dia.
“Eu e o Presidente da República temos ajustado já várias vezes o calendário em função daquilo que têm sido as várias vicissitudes [do processo eleitoral]. O que agora está previsto é que a conclusão do apuramento dos resultados ocorra dia 23 e que antes de partir para Bruxelas eu possa entregar ao Presidente a lista dos ministros que integrarão o próximo Governo”, afirmou António Costa quando questionado sobre o timing para a comunicação da sua proposta de elenco governativo.
“Terá que ser durante a noite de quarta-feira porque temos que esperar que sejam apurados os resultados. Foi marcada entretanto uma cimeira extraordinária da NATO [de chefes de Estado e de Governo dos países-membros] para quinta-feira [dia 24] logo de manhã, o que impede que o encontro possa ter lugar nesse dia”, acrescentou o primeiro-ministro. “Mas está ajustado entre mim e o Presidente da República e não haverá problema de entrega e de contacto entre nós”, afiançou.
António Costa fez questão de salientar que “o que é desejável é que o apuramento dos resultados decorra com total normalidade”. “Que o sentido cívico dos nossos compatriotas que votaram massivamente nesta repetição das eleições seja devidamente tido em conta e que os seus votos sejam devidamente contados para preencher os dois mandatos parlamentares que faltam”, apontou o primeiro-ministro numa referência indirecta ao facto que motivou a repetição das eleições no círculo da Europa depois de o Tribunal Constitucional ter considerado que a anulação de 80% dos votos recebidos (por terem sido misturados os que traziam cópia da identificação com os que não a tinham) levantava dúvidas sobre o processo.