Jornalista chinês está na linha da frente com as tropas russas
Lu Yuguang parece ser o único jornalista estrangeiro a quem foi dada a possibilidade de acompanhar, no terreno, a guerra a partir do ponto de vista russo. A China tem-se esforçado por garantir a sua neutralidade no conflito.
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Na guerra em curso entre a Rússia e a Ucrânia, muitas imagens do lado ucraniano têm chegado aos media ocidentais, mas são raras ou mesmo inexistentes as do lado russo. Isso deve-se sobretudo a não haver jornalistas estrangeiros junto das tropas da Rússia. Há, contudo, uma excepção: a televisão chinesa Phoenix tem um repórter na primeira linha da invasão.
Lu Yuguang é o correspondente da estação em Moscovo e tem feito reportagens com os soldados russos desde meados de Fevereiro, antes mesmo de a invasão ter começado, segundo Kerry Allen, analista da BBC.
Mais recentemente, de acordo com os britânicos The Guardian e The Telegraph, apareceu numa peça a declarar que estava “na frente de Mariupol”, a cidade na costa do Mar de Azov que os russos cercaram e têm bombardeado incessantemente. E no início de Março encontrou-se com o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin. Tratou-se de uma entrevista rara e talvez exclusiva desde o início das hostilidades, mas antes de a guerra começar houve pelo menos mais uma televisão a falar com o líder separatista – a TV3 da Catalunha.
Lu Yuguang é um jornalista com vasta experiência em cobertura de guerras e prestou serviço militar na Marinha chinesa antes de se mudar para Moscovo, onde habita há cerca de 30 anos. Nas redes sociais e em vários meios de comunicação social, como o El Mundo, é relatada a história de como, durante a invasão russa a Grozni, capital da Tchetchénia, um soldado russo morreu para lhe salvar a vida. Yuguang ter-se-á casado com a viúva.
A China tem mantido uma posição de relativa ambiguidade em relação à invasão russa da Ucrânia. Se por um lado vai repetindo apelos ao diálogo diplomático e tem dito que a situação actual não beneficia ninguém, por outro hesita em chamar “guerra” ao que se passa em solo ucraniano.