Glovo volta às compras e adquire a portuguesa Kitch
Start-up portuguesa que foi comprada pela empresa espanhola cria tecnologia que simplifica aos restaurantes o processo de gestão das aplicações de entrega ao domicílio e permite criar canal de vendas online independente.
A Glovo, de origem espanhola, comprou a Kitch, uma start-up tecnológica portuguesa especializada em serviços de vendas online para restaurantes. De acordo com o comunicado enviado esta terça-feira às redacções, a Glovo afirma que a Kitch vai “continuar a operar de forma independente e manter o seu centro de desenvolvimento em Lisboa”, e que irá expandir a tecnológica para os países onde já se implantou, “a começar por Itália e Geórgia”. O valor do negócio não foi revelado.
A estratégia, diz a empresa de entregas ao domicílio com recurso a estafetas, será semelhante à aplicada nas recentes aquisições do Mercadão e Lola Market, acrescentando que a Kitch vai unir forças com a espanhola WinDelivery, “recentemente adquirida pela Glovo” e que oferece “serviços de tecnologia a cadeias de restaurantes”.
Quando comprou portuguesa Mercadão - que assegura a entrega de compras online do Pingo Doce e de outras marcas – e a Lola Market, a Glovo afirmou que passava a posicionar-se em “três segmentos: o dos essenciais urgentes, de conveniência de acesso rápido, e o das compras planeadas”. A empresa é a segunda maior deste negócio no mercado nacional.
De acordo com o comunicado enviado esta terça-feira, a start-up portuguesa vai “continuar a ser liderada pelos seus fundadores Rui Bento e Nuno Rodrigues” e está planeada a contratação de “cerca de 50 pessoas até ao final de Junho”. A Kitch “vai continuar a trabalhar em parceria próxima com os diferentes operadores do sector de delivery, assegurando a protecção e a confidencialidade dos respectivos dados”, assegura a Glovo, cujas receitas globais anuais rondam os 800 milhões de euros.
A startup portuguesa apresenta-se como uma empresa que cria “a tecnologia para que os restaurantes possam simplificar a gestão de múltiplas aplicações de delivery” para permitir “que criem o seu canal de vendas online independente”. De acordo com o seu site, por via do seu serviço é possível integrar plataformas concorrentes como a própria Glovo, a Uber Eats,a Bolt Food, a Takeaway e a Rocket.
A Glovo, por sua vez, está prestes a ser controlada maioritariamente pela alemã Delivery Hero, num negócio que deverá estar concluído até ao final do segundo trimestre deste ano. A empresa, que já detém 44% do capital da Glovo, vai subir a sua posição para 79,4%. O negócio, segundo a Delivery Hero (uma das maiores empresas deste sector, que não estar presente na Península Ibérica), avalia a Glovo em 2300 milhões de euros.