A importância de uma cabeça
Carla Bolito escreve, encena e interpreta um espectáculo sobre a memória, cruzando a sua história, e a da sua família, com a de Portugal e a maneira como as mentalidades foram mudando desde o tempo em que retornado era, mais do que uma palavra feia, um insulto e um estigma.
“Não podemos sair daqui com nada”, e, de facto, saíram de Moçambique, nesses idos de 1974, com alguma coisa. O suficiente para refazer a vida em Portugal com os proveitos do marfim que trouxeram, aconselhados por um amigo que antes, em carta enviada da metrópole, incentivou a compra de “todo o marfim que encontrar. Presas, sobretudo.” Porém, uma peça sobrou. Tornada herança, décadas depois teve de ser legalizada. E foi assim que tudo começou.
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