1. Quando, a 24 de Fevereiro de 2022, a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia estava à espera que o choque militar levasse à queda do Governo ucraniano. Não foi assim que aconteceu. A resistência do Presidente Volodimir Zelensky e da população fizeram descarrilar os planos russos de uma vitória rápida e fácil. Tal é, pelo menos, a interpretação dos acontecimentos feita no Ocidente. No entanto, é necessária prudência. Como espectadores, temos a sensação de ver e saber quase tudo. É uma ilusão. As torrentes de imagens transmitem-nos uma guerra em directo onde há uma profusão de acontecimentos e relatos impressionantes sobre o terrível drama humano em curso. Para além disso, é, todavia, escassa a informação confirmável. Em termos militares, não sabemos quais eram exactamente os planos russos e os cálculos subjacentes à invasão. Não sabemos também a exacta dimensão das operações militares e as perdas reais de soldados e equipamento, quer do lado russo (percebe-se que há perdas significativas), quer do ucraniano (onde não há uma equivalente informação). Estamos fundamentalmente a ver um lado da guerra.
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