Autarcas do Chega na Moita abandonam o partido e assumem-se como independentes

Chega perde, assim, o único vereador que tinha na Câmara Municipal da Moita.

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Chega perde representação local na Moita LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

Os seis autarcas eleitos pelo Chega para os órgãos municipais da Moita, no distrito de Setúbal, desfiliaram-se e vão continuar nos cargos como independentes, anunciou, na sexta-feira, o núcleo concelhio do partido.

Entre os autarcas está o único vereador que o Chega tinha na Câmara da Moita, Ivo Pedaço, dois deputados municipais e três membros das juntas de freguesia.

De acordo com o núcleo concelhio do Chega, a desfiliação do partido efectiva-se a partir de hoje e os autarcas continuarão como “independentes e livres para assumir o compromisso para com a população que neles confiou e elegeu nas autárquicas de 2021”.

Com a saída de Ivo Pedaço do Chega, o partido deixa de ter vereadores eleitos no distrito de Setúbal, depois de os vereadores das autarquias do Seixal e de Sesimbra, Henrique Freire e Márcio Sousa, respectivamente, também terem saído do Chega.

Em Novembro, o Chega perdeu também a vereação na Câmara Municipal de Moura, no distrito de Beja, após a representante eleita pelo partido, Cidália Figueira, ter passado a independente invocando “divergências políticas”.

“As razões que levam os eleitos e membros do núcleo concelhio a demitir-se prendem-se essencialmente pela gestão de expectativas”, refere o núcleo concelhio da Moita em comunicado, adiantando que acreditavam pertencer a um partido onde teriam espaço para o debate de ideias e para ser a voz da população local.

Segundo os autarcas, uma das questões que os levou a tomar esta decisão “prende-se com a tentativa de influência do voto favorável do vereador, perante interesses pessoais e financeiros de um membro da distrital de Setúbal e de um investidor por ele apresentado”.

Esta tentativa, adiantam os autarcas, foi ignorada, mas chocou o grupo.

Por outro lado, adiantam que a direcção ou a distrital do partido nunca participou na campanha pela Moita, nem deu apoio durante ou após a mesma.

Os eleitos adiantam que continuam fiéis aos seus princípios e ao mandato pelo qual foram eleitos e não irão ceder a acordos com outros partidos futuramente.

“Acreditamos nos valores que defendemos e iremos continuar a defender e em união e coerência assumimos a nossa posição e compromisso com o mesmo empenho que no dia da tomada de posse. A Moita precisa agora mais que nunca de uma alternativa de direita”, afirmam num comunicado.

O texto é assinado pelo vereador Ivo Pedaço, pelos deputados da Assembleia Municipal Rui Proença e Bruno Mendes, pelo vogal à Assembleia de Freguesia da Moita João Pires, pela vogal à Assembleia de União de freguesia Baixa da Banheira e Vale da Amoreira Vera Duarte, pelo vogal à Assembleia de União de freguesias de Alhos Vedros Pedro Gralha e pelo coordenador da concelhia, João Paulo Gaspar.

Nas últimas eleições autárquicas, em Setembro de 2021, o Chega obteve 4,16%, elegendo 19 vereadores, 173 deputados municipais e 205 representantes nas assembleias de freguesia.

Com a saída do partido dos vereadores do Seixal, Sesimbra, Moita e Moura, o Chega passa a 15 vereadores.