China vai aumentar as suas despesas militares em mais de 7%
Depois de dois anos sem grande aumento no orçamento militar, Pequim avança com um dos maiores aumentos de sempre, provocando um sentimento de desconfiança nos países vizinhos.
A China vai aumentar este ano as despesas militares em 7,1%, de acordo com um relatório preliminar apresentado pela Assembleia Nacional Popular. Este gasto é resultado do aumento das tensões com Taiwan, território em relação ao qual a China reivindica a soberania, e pela invasão da Ucrânia pela Rússia, um dos principais aliados de Pequim.
Este aumento significa que a China gastará cerca de 209 mil milhões de euros com o seu exército ao longo de 2022, sendo que o país tem o segundo maior orçamento de defesa do mundo, depois dos Estados Unidos.
O novo número representa o maior aumento desde 2019, quando o país anunciou um aumento do orçamento militar de 7,5 por cento, embora longe dos 8,1 por cento de 2018. Nos últimos dois anos este aumento rondou os 6,5%. O fortalecimento militar chinês desperta desconfiança entre os países vizinhos, alimentada pela falta de transparência sobre exactamente o que o orçamento de defesa contém.
Especialistas do governo chinês consideram este aumento como “uma medida moderada”, que visa salvaguardar a soberania nacional, a integridade territorial, a segurança e os interesses de desenvolvimento do país”, segundo o jornal internacional estatal chinês Global Times. A justificação dada para a descida nos gastos militares nos últimos anos foi o impacto da pandemia covid-19 na economia.
No entanto, há algum tempo que a China tem vindo a intensificar as suas manobras aéreas perto de Taiwan e realizado várias incursões na zona de segurança aérea da ilha com aviões de combate que as autoridades de Taipé denunciaram como agressões à sua soberania.
Vários ex-funcionários do Governo dos Estados Unidos visitaram Taiwan na semana passada, para reiterar o seu compromisso de manter as capacidades defensivas do território. O Presidente dos EUA, Joe Biden, sublinhou a sua disposição de continuar a cooperar com o país neste sentido, após anos de dúvidas expressas por Donald Trump sobre o envolvimento do país nas crises internacionais.