Património industrial do Barreiro integra rota europeia do turismo ligado à indústria

Conjunto de edifícios e equipamentos ligados à antiga CUF fazem agora parte dos locais de interesse da European Route of Industrial Heritage.

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Museu industrial Baía do Tejo

O património industrial do Barreiro integra a Rota Europeia de Património Industrial (ERIH – European Route of Industrial Heritage), depois de a Baía do Tejo – empresa pública do universo Parpública que gere o território industrial da antiga Companhia União Fabril (CUF) no Barreiro – se ter tornado membro efectivo deste organismo europeu, revelou a empresa esta terça-feira.

A ERIH, composta por cerca de 2000 locais de interesse, distribuídos por 47 países em todo o continente europeu, é a principal rede de turismo do património industrial da Europa. A rota europeia apresenta os locais de maior interesse para os turistas interessados em património industrial como “pontos âncora”, em torno dos quais se encontram geralmente outros elementos de interesse que compõem o espólio local.

Com base nesses pontos de interesse, são estabelecidas rotas regionais que permitem descobrir a história das paisagens industriais e, simultaneamente, mostrar a diversidade e as raízes comuns da história da indústria europeia.

A adesão do complexo industrial do Barreiro na rota europeia surge na sequência da classificação deste património como conjunto de interesse público pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) em Outubro de 2020.

O conjunto de antigos edifícios ligados à actividade industrial e à obra social da CUF classificado pela DGPC surgirá na rota da ERIH tendo como “ponto âncora” o Mausoléu de Alfredo da Silva ou o Museu Industrial Baía do Tejo, com os outros onze imóveis históricos associados.

Os imóveis classificados como de interesse público, e que agora integram os pontos de interesse recomendados pela rota europeia, são a Casa-Museu Alfredo da Silva, o antigo Posto da GNR, edifícios da Primeira Geração Stinville (1907 -1917), edifícios da antiga Central a Vapor, Armazém de Descarga e Moagem de Pirites, Bairro Operário de Santa Bárbara, antiga sede do Grupo Desportivo da CUF, Silo de Sulfato de Amónio (1952); Silo de Enxofre (1960) e a antiga Central Diesel (1928 -1937).

De acordo com a DGPC, o complexo da CUF “mantém ainda hoje arquitecturas autênticas e de relevante valor histórico e cultural e social, testemunhando diversas fases de produção e de laboração de um dos maiores complexos industriais europeus e dos mais significativos enquanto património industrial português e inclui, ainda, toda uma série de equipamentos de natureza social”.

Fonte da comunicação da Baía do Tejo destaca a “singularidade” do Barreiro para a Rota Europeia do Património Industrial.

“O caso do complexo industrial da antiga CUF notabilizou-se pelo número de indústrias e variedade de produtos que foi acrescentando, sendo que muitos eram subprodutos da indústria principal e que vieram resultar em novos produtos e novas áreas de negócios para a companhia. A CUF foi, assim, um exemplo, até internacional.”, disse ao PÚBLICO a referida fonte.

O conselho de administração da Baía do Tejo, que gere quatro parques empresariais, sediados nos concelhos de Barreiro, Estarreja, Seixal e Vendas Novas, onde funcionam cerca de 340 empresas, num ecossistema que conjuga unidades de todas as áreas de actividade, incluindo indústrias criativas e do conhecimento, definiu como uma das linhas estratégicas da empresa a valorização do património industrial existente nestes parques. Trata-se, segundo os responsáveis, de “um dos pilares que diferenciam” a Baía do Tejo e tornam os seus parques empresariais “únicos” no país.

Para além dos equipamentos classificados do Barreiro, a empresa diz ter “outras referências de efectivo interesse industrial arquitectónico” nos seus espaços empresariais no Seixal e em Estarreja e, para dar a conhecer esses elementos, assim como “algumas peças, equipamentos e tecnologias” vai apostar na sua divulgação.

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