Caro leitor, cara leitora, a guerra e as imagens da barbárie à nossa porta interpelam-nos diariamente sobre o mundo em que vivemos. Vamo-nos dando conta de que que, para nós, europeus, haverá um antes e um depois desta barbárie. Sentimos, cada um de nós, uma revolta profunda e uma imensa solidariedade com os que resistem em Kiev ou em Kharkiv debaixo de fogo, com as crianças de olhos tristes nos braços das mães que fogem à guerra. Num abrigo, numa estação de comboio, numa estrada ou nas fronteiras. As palavras são dispensáveis. Depois de seis dias de resistência inesperada e heróica, a invasão russa está a entrar numa nova fase, mais brutal e mais mortífera. Vladimir Putin sabe que tem pouco tempo para vergar a Ucrânia e submetê-la à sua vontade imperial. As bombas e os mísseis caiem agora sobre a população civil. Indiscriminadamente. Arrisca-se a surgir aos olhos do mundo como um derrotado.

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