Quatro mil pessoas frente à embaixada russa em Lisboa contra a invasão da Ucrânia
Manifestação em frente à embaixada da Rússia em Lisboa juntou líderes partidários e das juventudes.
Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo, em Lisboa, contra a invasão da Ucrânia pelas tropas de russas de Vladimir Putin. A primeira concentração decorreu, ao inicio da tarde, na Praça do Comércio, em mais um dos protestos da comunidade ucraniana em Portugal, a segunda mais numerosa depois da brasileira no nosso país, que também desceu à rua em Coimbra, Porto, Albufeira e Faro. Já junto à embaixada da Federação Russa, em Lisboa, segundo a PSP, quatro mil pessoas responderam ao apelo das Juventudes partidárias do PS, PSD e CDS-PP, a que se associaram a Iniciativa Liberal, o PAN e o Livre e que contou com a participação do BE.
“Logo na quinta-feira [horas depois do início da invasão] falei com o Alexandre Poço (líder da JSD) e combinarmos a manifestação”, explicou junto à delegação diplomática da Rússia, Miguel Costa Matos, secretário-geral da Juventude Socialista. “É importante vermos toda a sociedade junta, portugueses, ucranianos, luso-ucranianos, num repúdio firme perante a acção de Vladimir Putin”, insistiu o líder da JS.
“A manifestação foi um grande sucesso, demonstrou que os cidadãos de todas simpatias políticas e grande parte da comunidade ucraniana respondeu”, comentou, ao PÚBLICO, Alexandre Poço, da JSD. “A manifestação foi um acto simbólico, mas as opiniões públicas europeias estão mobilizadas”, destacou.
Francisco Camacho, líder da Juventude Popular, destacou outro aspecto. “Enquanto representantes de uma nova parte da sociedade portuguesa não podíamos ficar quietos”, assinalou. “A acção da Rússia não é aceitável, estou muito feliz por ver esta mobilização da sociedade portuguesa, quem não quis vir não veio”, ironizou perante a ausência da JCP, a juventude do Partido Comunista Português que não se associou ao protesto contra Moscovo.
Já João Cotrim de Figueiredo colocado no final da manifestação da Rua Visconde de Santarém, foi peremptório. “Todos os que defendem a democracia, as liberdades e os direitos humanos têm de dar a cara, isto é o mínimo dos mínimos”, disse o presidente da Iniciativa Liberal.
Sobre as consequências que as sanções impostas à Rússia possam vir a ter no conjunto da União Europeia, Cotrim de Figueiredo contra-atacou. “Estes autocratas, como Vladimir Putin, não podem achar que não vai haver reacções, faço um apelo ao apoio humanitário”, referiu.
Inês de Sousa Real, do PAN, registou outro aspecto. “Temos de pedir ao Tribunal Penal Internacional que julgue Putin pelos seus crimes”, referiu. “É importante que toda a comunidade internacional se solidarize com a Ucrânia, estamos todos dispostos a receber de braços abertos o povo ucraniano”, insistiu.
“Esta guerra coloca-nos uma questão muito clara, ou um tirano decide que países devem existir, ou vivemos um futuro europeu de unidade democrático”, analisou Rui Tavares, deputado do Livre. “Os partidos podem fazer mais do que estão a fazer, medidas de paz mas que doam às oligarquias, ainda temos algum caminho a fazer” apostou.