Gil Vicente impede FC Porto de ampliar liderança na Liga
Segundo empate consecutivo dos “dragões” em casa, contra um adversário reduzido a dez jogadores desde os dois minutos.
O FC Porto cedeu, este domingo, frente ao Gil Vicente, o segundo empate no Estádio do Dragão, tropeçando (1-1) em partida da 24.ª jornada da I Liga, quando podia ter alargado para oito pontos a distância para o Sporting, na liderança do campeonato.
Reduzido a dez praticamente desde o início, o Gil Vicente suportou o assédio dos “dragões” e esteve mesmo em vantagem, com um golo de Fran Navarro (62'), obrigando o FC Porto a reagir rapidamente por Evanilson (66') para evitar o pior. No fim, manteve a invencibilidade que dura há nove jornadas.
A expulsão de Vítor Carvalho, um autêntico choque logo aos dois minutos, obrigou o Gil Vicente a repensar toda a estratégia, sacrificando boa dose do veneno que tinha reservado para paralisar o adversário.
Durante quase meia-hora, com os gilistas a precaverem-se num 4x4x1 para o esperado vendaval ofensivo e os portistas a tentarem perceber de que forma poderiam dilacerar uma presa ferida de morte, assistiu-se a uma primeira fase de forte pressão dos “azuis e brancos”, ainda que sem a contundência necessária para derrubar as bem organizadas linhas contrárias.
Ricardo Soares fez um compasso de espera antes de decidir se era preciso recorrer ao banco, acabando por apostar no dez que aos poucos parecia capaz de libertar-se da teia portista ao ponto de ter levado a dúvida ao banco portista.
Samuel Lino insinuava-se na esquerda, criando constrangimentos a João Mário, tendo mesmo criado alguns momentos de perigo: primeiro a encontrar espaço para a entrada de Fujimoto, que rematou ao lado da baliza de Diogo Costa numa inequívoca prova de vida.
O brasileiro voltou a importunar os “dragões” com um remate cruzado, deixando os locais cada vez menos confortáveis. Até porque depois de algumas boas triangulações, em que foi abrindo brechas para Evanilson e Vitinha visarem a baliza, o FC Porto perdeu-se num labirinto sem saída.
Sérgio Conceição optou por uma solução clássica, investindo em Galeno para forçar o assalto pelos corredores, sacrificando o estreante a titular Eustáquio. E se de início a ideia parecia poder funcionar, com o passar do tempo percebeu-se claramente que eram os gilistas quem crescia, com Pedrinho a pegar no meio-campo e a vestir a capa de vilão, explorando bem a clareira criada com a saída do internacional canadiano.
A primeira parte esgotava-se deixando evidente que o recorde de invencibilidade do Gil Vicente nos últimos oito jogos não é obra do acaso e que só um cataclismo negará o direito à Europa à formação de Barcelos. Ainda assim, descontando o desgaste do FC Porto e as ausências de Pepe, Grujic e Uribe, era o Gil Vicente quem continuava em clara desvantagem no Dragão.
Tanto que no regresso das cabinas o FC Porto rapidamente assumiu as rédeas, aumentando o ritmo e apertando o cerco aos visitantes. A área dos “galos” transformava-se em carreira de tiro e por pouco Pepê não disparou certeiro, acertando com violência no poste. Discreto, Taremi acorreu a uma sobra de Andrew para finalizar de forma desastrada.
Com uma hora cravada no placard, Andrew corrigiu o erro num voo salvador a tiro de Vitinha, o que permitiu ao Gil Vicente partir para o lance do golo que o FC Porto não podia permitir. Fran Navarro recebeu de Lino uma bola que fez passar sob as pernas de Fábio Cardoso, numa rotação do outro mundo, batendo sem problemas um estupefacto Diogo Costa.
O Gil Vicente parecia perto do Olimpo, mas o “gancho” recebido pelos portistas teve o condão de despertar a fúria que levou Taremi a renascer e a oferecer o empate a Evanilson. Até final, uma autêntica guerra de nervos, com o FC Porto a carregar em larga escala, a acertar na barra num cabeceamento de Francisco Conceição, mas a falhar o grande objectivo.