18 de Março de 2024 Putin festeja maior vitória eleitoral de sempre na Rússia pós-soviética
Em plena guerra com a Ucrânia e na ausência de oposição real, Vladimir Putin foi reeleito Presidente da Federação Russa com mais de 87% dos votos, segundo a agência oficial russa Ria Novosti. Foi o melhor resultado de sempre de Putin que está há um quarto de século no poder.
Os três dias de eleições, que decorreram entre sexta-feira e domingo, foram marcados por bombardeamentos ucranianos mortíferos e incursões de combatentes armados que se dizem russos pró-Ucrânia nas regiões fronteiriças da Rússia, bem como por protestos nas assembleias de voto.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu Putin como um homem "embriagado pelo poder", com a intenção de "governar para sempre". Já o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, lamentou a falta de eleições "livres e justas" na Rússia, e os Estados Unidos criticaram o simulacro das eleições realizados em territórios ucranianos ocupados por Moscovo.
Mesa de voto em Donetsk.
EPA
5 de Março de 2024 Mais um navio de guerra russo afundado no Mar Negro, diz a Ucrânia
O navio de patrulha Serguei Kotov foi atacado perto do estreito de Kerch, que separa a península da Crimeia da Rússia continental. De acordo com Kiev, o afundamento resultou de um ataque ucranianos com recurso a drones navais.
“Em resultado de um ataque com drones marítimos Magura V5, o navio russo Serguei Kotov sofreu danos na popa, estibordo e bombordo, tendo depois afundado”, afirmou a agência de informações da Ucrânia através da aplicação de mensagens Telegram.
O ataque não foi confirmado pelas autoridades russas, mas uma publicação, na mesma plataforma, por parte de um responsável russo na Crimeia, referia que o tráfego ferroviário foi temporariamente interrompido na ponte Kerch.
No mês passado, a Ucrânia afirmou ter afundado, em duas ocasiões, navios de guerra russos utilizando drones navais. A 1 de Fevereiro, reclamou o afundamento da corveta russa Ivanovets, armada com mísseis, e a 14 de Fevereiro disse ter destruído o navio de desembarque Caesar Kunikov.
Imagens publicadas pelo Ministério da Defesa da Ucrânia.
Reuters
24 de Fevereiro de 2024 Líderes ocidentais em Kiev nos dois anos de invasão russa
No dia em que passam dois anos desde que os tanques e as tropas russas cruzaram as fronteiras da Ucrânia para invadir o país vizinho, vários líderes mundiais foram até Kiev para demonstrar solidariedade com a nação atacada, prometendo apoiar a resistência ucraniana. Ao longo do dia foram-se sucedendo homenagens dentro e fora da Ucrânia, marcadas pelos pedidos de apoio às forças de Kiev.
“Mais do que nunca, estamos firmemente ao lado da Ucrânia. Financeiramente, economicamente, militarmente, moralmente. Até que o país seja finalmente livre”, escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na rede social X.
Além de Von der Leyen, deslocaram-se à Ucrânia os chefes de Governo do Canadá, Bélgica e Itália, também com o objectivo de mostrar aos ucranianos que o Ocidente irá manter o apoio ao esforço de guerra do país contra a Rússia.
“Estamos aqui hoje para agradecer a estes homens e mulheres que a 24 de Fevereiro há dois anos não fugiram e lutaram”, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. “Este local é um símbolo dos falhanços de Moscovo, um símbolo do orgulho ucraniano”, acrescentou.
Numa cerimónia emotiva, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deu um abraço aos líderes estrangeiros e agradeceu o seu apoio. Foi notada, no entanto, a ausência de dirigentes norte-americanos de topo.
5 de Janeiro de 2024 Ucrânia termina 2023 com um dos piores bombardeamentos desde o início da guerra
Na última semana de 2023, a Rússia lançou um dos ataques aéreos mais violentos desde o início da invasão da Ucrânia, atingindo zonas residenciais, comerciais, escolas e serviços de saúde por todo o país.
No total, Kiev registou 158 bombardeamentos, com recurso a drones, mísseis hipersónicos, balísticos e de cruzeiro. Pelo menos 57 civis morreram e mais de 150 ficaram feridos.
Em retaliação, Kiev atacou a região fronteiriça russa de Belgorod, provocando também mais de uma centena de feridos e pelo menos 24 mortes, segundo os registos de Moscovo.
Já em Janeiro, a Casa Branca alegou que a Rússia usou mísseis balísticos fornecidos pela Coreia do Norte para atacar território ucraniano e que está a negociar com o Irão a compra de mais armamento.
No terreno, os combates continuam no Leste ucraniano pelo controlo de vilas e aldeias do Donbass. Depois da conquista de Marinka, em Donetsk, as tropas russas terão feito progressos juntos a Avdiivka, no mesmo oblast, e a Kreminna, em Lugansk.
Edifícios residenciais de Kiev atingidos por bombardeamento russo, a 2 de Janeiro. Pelo menos duas pessoas morreram.
LUSA/SERGEY DOLZHENKO
22 de Dezembro de 2023 Ucrânia pondera mobilizar meio milhão de pessoas, Putin recandidata-se ao Kremlin
Na semana seguinte ao bloqueio húngaro de 50 mil milhões de euros em ajuda europeia à Ucrânia, mas também da decisão de abrir oficialmente conversações para a adesão de Kiev à União Europeia, a situação no terreno traduziu-se em alguns ganhos territoriais para as forças russas a norte de Bakhmut e a sudoeste de Avdiivka. A Ucrânia enfrentou ainda novas vagas de ataques de drones russos de fabrico iraniano.
Perante as perspectivas desfavoráveis para 2024, intensificadas pelas incertezas sobre o futuro do apoio político e do auxílio financeiro norte-americano e europeu a Kiev, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky revelou na terça-feira, numa conferência de imprensa de fim de ano, a possibilidade de as Forças Armadas mobilizarem até 500 mil pessoas e fabricarem um milhão de drones para combater os invasores russos no próximo ano.
Do lado russo, a semana foi marcada pelo anúncio da recandidatura de Vladimir Putin às eleições presidenciais de 2024, mas também por promessas de reforço das Forças Armadas no próximo ano, com a possível contratação de 745 mil efectivos.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky admitiu que Kiev poderá mobilizar mais meio milhão de pessoas para o esforço de guerra.
EPA/SERGEY DOLZHENKO
15 de Dezembro de 2023 Kiev atacada durante visita de Zelensky a Washington
Na última semana, a Ucrânia foi alvo de um ciberataque numa escala inédita desde o início da guerra. Os autores do ataque, um grupo de hackers russos pró-Kremlin, atingiram a operadora Kyivstar e deixaram mais de metade da população na Ucrânia sem rede móvel. Além disso, interromperam o sistema de alerta de ataques aéreos e roubaram informação confidencial.
Enquanto isso, Volodymyr Zelensky estava nos Estados Unidos para pedir aos congressistas que mantivessem o apoio económico e militar à Ucrânia. Regressou a Kiev sem ver aprovado um novo pacote de apoio no valor de 60 mil milhões de dólares, bloqueado pelo Partido Republicano, mas com uma promessa de Joe Biden: "Não vou abandonar a Ucrânia."
Ainda nos últimos dias, a capital ucraniana voltou a estar debaixo de fogo russo. Na madrugada de 13 de Dezembro, pelo menos 45 pessoas ficaram feridas em Kiev, na sequência de um ataque de mísseis das forças russas a uma zona residencial. Dezoito pessoas precisaram de ser hospitalizadas.
Na linha da frente continua a batalha por Avdiivka, uma cidade já em ruínas com apenas 1200 habitantes, menos de 5% da população residente em 2020. Há ainda combates activos nos arredores de Bakhmut e da cidade de Donetsk, assim como na fronteira com o oblast de Zaporijjia.
Ataques russos atingiram zona residencial em Kiev, a 13 de Dezembro.
REUTERS/Gleb Garanich
1 de Dezembro de 2023 NATO garante armas, munições e sistemas de defesa aos ucranianos
Os combates em torno da cidade de Avdiivka, na província de Donetsk, foram dos mais violentos desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia. A luta pelo controlo da localidade mantém-se, à medida que se aproxima o Inverno.
A Ucrânia alega que matou 931 militares russos por dia desde Novembro, enquanto a Rússia aponta a perda de mais de 125 mil militares à Ucrânia desde o início da contra-ofensiva militar lançada por Kiev.
Na primeira reunião do Conselho NATO-Ucrânia ao nível de ministros dos Negócios Estrangeiros, os aliados esforçaram-se por tranquilizar o seu colega, Dmytro Kuleba, que pediu novamente em Bruxelas um reforço da ajuda militar e a aceleração da produção industrial em defesa.
O Exército ucraniano foi assegurado de que não deixará de receber as armas, munições e sistemas de defesa de que necessita para travar as forças da Rússia, defender as infra-estruturas e cidades do país e vencer a guerra lançada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Sabotadores ligados a Kiev conseguiram infiltrar-se no seio de linhas inimigas e destruíram com sucesso duas ligações ferroviárias entre a Rússia e a China. A Rússia abriu já um inquérito, com o intuito de identificar os responsáveis pelo “ataque terrorista”. Do lado de Kiev, estas operações mostram uma capacidade de conduzir ataques sem a detecção das autoridades russas, uma ameaça à segurança interna do Kremlin.
Ainda esta semana, o Governo da Federação Russa diz que neutralizou com sucesso um ataque ucraniano contra o seu território. Rússia diz que neutralizou “ataque maciço” de drones e mísseis ucranianos ao seu território. De acordo com o Ministério da Defesa russo, foram abatidos 24 drones que tinham como alvos as cidades de Moscovo, Tula, Kaluga, Smolensk e Briansk.
Militares ucranianos em Kherson
Reuters/STRINGER
24 de Novembro de 2023 Celebração dos protesto da praça Maidan
A semana ficou marcada pelo décimo aniversário do protesto conhecido como Maidan, que, em Fevereiro de 2014, acabou por derrubar o Presidente apoiado por Moscovo, Viktor Ianukovich, e colocar o país na rota pró-ocidental. Durante meses, os ucranianos ocuparam a Praça da Independência, resistindo contra ataques da polícia e milícias pró-Kremlin.
O exemplo mostrado pelos ucranianos contra o poder russo e a intenção de aproximação à União Europeia (EU) permanece actual uma década depois, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a reforçar que a Ucrânia continua “a defender a Europa” contra a invasão russa.
Um dos pontos altos da semana foi o encontro de líderes do G20, realizado na passada quarta-feira. Pela primeira vez desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, marcou presença nesta reunião. O líder do Kremlin diz ser necessário pensar numa estratégia para pôr termo à "tragédia" da guerra na Ucrânia. Esta intervenção representou uma mudança no discurso de Putin – que raramente tinha usado a expressão “guerra” para se referir à invasão.
"As acções militares são sempre uma tragédia", sublinhou o Presidente russo, considerando que "a guerra e a morte de pessoas não podem deixar de chocar qualquer um".
Foi ainda semana de más notícias para a Ucrânia, vindas da Eslováquia, com a aprovação do Governo formado por Robert Fico na passada terça-feira. O responsável prometeu durante a campanha eleitoral a suspensão da ajuda militar estatal à Ucrânia, além de garantir a Vladimir Putin que poderia visitar a Eslováquia sem que Bratislava concretizasse o mandado de detenção do Presidente russo emitido pelo Tribunal Penal Internacional.
A Ucrânia viu ainda a demissão de dois altos responsáveis pela ciberdefesa, ao mesmo tempo que os procuradores anunciavam uma investigação sobre alegados desvios de fundos na agência governamental de cibersegurança. Este é mais um caso de corrupção depois dos escândalos no Verão passado relacionados com os centros regionais de recrutamento e que culminaram na demissão de todos os responsáveis.
No campo de batalha, vive-se actualmente um impasse. A tão aguardada contra-ofensiva lançada por Kiev em Julho perdeu o ímpeto, com as tropas de Kiev a controlarem ainda perto de 16% do território ucraniano – percentagem que se mantém assim há meses e que o ataque ucraniano não conseguiu mudar.
Os ataques das forças russas concentraram-se nas regiões de Donetsk e Zaporijjia. As forças ucranianas usaram drones naquele que foi um dos maiores ataques na região da Crimeia desde o início da invasão.
Ucranianos celebram protesto da praça Maidan, em 2013
REUTERS/Thomas Peter
3 de Novembro de 2023 Rússia atacou 118 localidades num único dia, acusa Kiev
O Governo ucraniano acusou as forças russas de bombardearam, só no dia 31 de Outubro, 118 localidades em dez regiões do país. “É o maior número de cidades e vilas atacadas desde o início da guerra”, escreveu o ministro do Interior da Ucrânia, Igor Klimenko, na rede social Telegram.
Os combates na Ucrânia continuam a centrar-se no Leste e Sudeste do país. No Sul, em Kherson e Zaporijjia, os soldados ucranianos parecem não estar a conseguir recuperar território ocupado, perante a defesa russa, de acordo com a análise do Ministério da Defesa britânico divulgada a 3 de Novembro.
Já no Donbass — região que a Rússia anexou ilegalmente e que procura controlar na totalidade desde o início da guerra — continua a batalha pelo controlo da cidade de Avdiivka, em Donetsk, que as forças de Moscovo tentam cercar.
Pela primeira vez desde o início da guerra, a Rússia anunciou esta semana ter detido dois soldados das suas próprias forças armadas. Os militares que tinham sido destacados para os territórios ucranianos ocupados são acusados de assassinar uma família de nove pessoas, incluindo duas crianças, enquanto dormiam na sua casa na cidade de Volnovakha, em Donetsk.
Habitação atingida pelas forças russas na região de Kherson, no Sul da Ucrânia.
EPA/Oleg Petrasyuk
30 de Outubro de 2023 “Apoio inabalável” prometido pelo Conselho Europeu à Ucrânia, enquanto Kiev avança a Leste e Sul
Enquanto o Mundo centra atenções no conflito no Médio Oriente, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lembrou na terça-feira que o país está “preparado” para abrir as negociações de adesão à União Europeia (UE) ainda este ano, depois de Kiev cumprir os sete critérios definidos por Bruxelas. No princípio de Novembro, a Comissão Europeia deverá publicar o relatório anual sobre o processo de alargamento da UE. Tal documento será decisivo para a abertura formal das negociações entre Kiev e Bruxelas.
Também na terça-feira, o Ministério da Defesa do Reino Unido realçou a crescente presença de reclusos ao serviço do Exército da Rússia, números que denotam a dificuldade de Moscovo em recrutar combatentes para as suas fileiras. Ainda assim, ressalvaram os serviços secretos militares da Ucrânia, o Kremlin alocou mais de 400 mil soldados nos territórios ocupados, o que permite a realização de “grandes operações” em diferentes frentes de batalha.
Em todo o caso, e numa altura em que os combates se intensificam na região de Donetsk, o Instituto para o Estudo da Guerra anunciou na quarta-feira que a contra-ofensiva ucraniana avançou a Leste e a Sul. Além disso, acrescentou o think-tank norte-americano no dia seguinte, a Rússia sofreu “pesadas perdas” em equipamento perto de Avdiivka, o epicentro dos confrontos. De acordo com o Presidente da Ucrânia, Moscovo terá perdido, pelo menos, uma brigada durante os bombardeamentos nesta cidade, ou seja, entre 1500 e 8000 soldados.
A fechar, e à semelhança do que disse o primeiro-ministro português esta semana em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, lembrou que os líderes europeus não se devem alienar do apoio à Ucrânia. Por isso, Charles Michel esclareceu que a UE prestará um “apoio inabalável durante o tempo que for necessário”.
Avdiivka, na região de Donetsk, é o actual epicentro dos combates entre tropas russas e ucranianas.
REUTERS/STRINGER
25 de Outubro de 2023 Rússia revoga Tratado de Proibição de Ensaios Nucleares após exercício da NATO
Na segunda-feira, 16 de Outubro, a NATO deu início a um exercício nuclear que realiza anualmente há mais de dez anos, e que vai durar até 26 de Outubro. As actividades acontecem no Sul da Europa, sobretudo na Itália, na Croácia e no Mediterrâneo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, esteve reunido com o seu homólogo chinês, Wang Yi, em Pequim. Durante o encontro, "trocaram pontos de vista sobre várias questões internacionais e regionais incluindo o agravamento do conflito no Médio Oriente" e na Ucrânia. Dois dias depois, encontrou-se com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Na Coreia do Norte, Lavrov agradeceu o apoio que Pyongyang tem dado à Rússia e à sua 'operação especial militar" na Ucrânia e reforçou o "apoio e solidariedade totais" de Moscovo para com os interesses do Governo norte-coreano.
Na terça-feira, o embaixador da Rússia nos EUA afirmou que a decisão de Washington de enviar mísseis de longo alcance ATACMS para o território ucraniano foi um erro. Anatoly Antonov acusou os EUA de "continuarem a tentar provocar um conflicto directo entre NATO e a Rússia". As declarações aconteceram depois de as forças ucranianas terem usado, pela primeira vez, mísseis desta natureza no conflito.
O Presidente russo esteve, na quarta-feira, reunido com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Pequim. O encontro aconteceu à margem da terceira edição do Fórum da Iniciativa Faixa e Rota.
Ainda na quarta-feira, o Parlamento russo aprovou a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Ensaios Nucleares. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse que a revogação do tratado não significa que a Rússia esteja a considerar realizar exercícios militares. A Ucrânia condenou a decisão de Moscovo.
Os embaixadores dos Estados-membros da NATO estiveram reunidos em Budapeste, no dia seguinte, como consequência do reforço dos laços entre os Governos húngaro e russo. O Presidente russo e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, estiveram reunidos na terça-feira e reforçaram os seus laços bilaterais e discutiram o envio de gás e petróleo. Embora a Hungria, que é membro da NATO e da UE, tenha votado a favor de todas as sanções do bloco europeu contra a Rússia, o Governo húngaro tentou manter as suas relações com o Kremlin.
Na sexta-feira, uma comissão de inquérito das Nações Unidas sobre a Ucrânia revelou que existem novas provas que mostram que as forças russas terão cometido "ataques discriminados" e crimes de guerra no território ucraniano. A mesma fonte avançou ainda que foi registada a transferência ilegal de 31 crianças ucranianas para a Rússia em Maio de 2023.
As forças ucranianas disseram, no sábado, dia 21, que mais de um terço do território ucraniano está contaminado com minas e explosivos, na sequência da invasão russa. A mesma fonte refere que, na semana passada, as Forças Armadas ucranianas limparam mais de 260 hectares e removeram ou neutralizaram 3.530 objetos explosivos. Desde o início do conflito, foram limpos "mais de 11.285 mil hectares de terras agrícolas" e foram removidos ou neutralizados "135.792 objectos explosivos".
Na segunda-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apresentou um projecto-lei que visa concluir o processo de adesão da Suécia à NATO, a ser ratificado pelo Parlamento. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson disse estar "ansioso para que o país se torne membro" da Aliança Atlântica.
No âmbito do Conselho de Negócios Estrangeiros, que se realizou esta segunda-feira no Luxemburgo, o ministro dos Negócios Estrangeiros português pediu que a União Europeia continua a estar atenta à guerra na Ucrânia. "É fundamental que esta guerra da Rússia contra a Ucrânia não seja esquecida devido aos acontecimentos no Médio Oriente", afirmou João Gomes Cravinho.
Putin e Xi, em Pequim, à margem do Fórum da Iniciativa Faixa e Rota.
SPUTNIK/REUTERS
6 de Outubro de 2023 Na semana em que Marcelo anunciou a visita de Zelensky a Portugal, NATO alertou para a falta de munições
Na segunda-feira, em Kiev, a União Europeia (UE) propôs um acordo bilateral para apoiar a defesa da Ucrânia em 2024. Josep Borrell, o alto representante para a Política Externa e de Segurança da UE, anunciou, em conferência, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, o acordo avaliado em cerca de cinco mil milhões de euros.
Umas horas antes, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, debateram possíveis “corredores” alternativos para a exportação de cereais ucranianos.
No dia seguinte, no qual Zelensky visitou as tropas ucranianas que lutam no Nordeste do país, o líder do comité militar da NATO alertou para o facto de o Ocidente estar a ficar sem munições para enviar a Kiev. “A economia just-in-time [na hora] e just-enough [em tradução livre, apenas o suficiente] que construímos juntos em 30 anos nas nossas economias liberais é adequada para muitas coisas, mas não para as Forças Armadas quando há uma guerra em curso”, disse Rob Bauer.
Na quarta-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse estar a preparar o anúncio de um “meio de financiamento” alternativo, devido à oposição dos Republicanos no Congresso ao apoio contínuo da Ucrânia. Biden escolheu não “entrar em detalhes” sobre este meio de financiamento.
No mesmo dia, o ministro das Indústrias Estratégicas ucraniano também anunciou que se conheceriam os primeiros “resultados” da co-produção de sistemas de defesa aérea com os EUA antes do final de 2023.
No dia em que a Cimeira da Comunidade Política Europeia, juntou cerca de 50 líderes europeus em Granada, Espanha, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que Volodymyr Zelensky tinha aceitado o convite para visitar Portugal. O Presidente da República português não adiantou o dia da tal visita, mas assegurou que as equipas dos dois países estavam “a trabalhar na data”.
Vladimir Putin, o Presidente da Rússia, umas horas antes, disse que tinham sido encontrados fragmentos de granadas nos restos mortais das vítimas da queda de avião onde Yevgeny Prigozhin, líder do Wagner, viajava em Agosto passado.
Ainda na quinta-feira, um ataque russo em Kharkiv fez 49 mortos, entre os quais uma criança de seis anos.
Na sexta-feira, a diplomacia russa anunciou que dois altos dirigentes das Nações Unidas – o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, e a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Rebeca Grynspan – iriam a Moscovo na próxima semana para discutir o acordo de cereais do mar Negro.
Dmytro Kuleba e Josep Borrell.
Reuters/ Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia
28 de Setembro de 2023 Stoltenberg vai a Kiev dizer a Zelensky que as forças ucranianas estão a “ganhar gradualmente terreno”
Logo no início da semana, a Ucrânia anunciou que recebeu os esperados tanques norte-americanos Abrams. No mesmo dia, no Canadá, o presidente da Câmara dos Comuns convidou um veterano da unidade nazi Waffen SS para assistir ao discurso de Zelensky. As críticas foram surgindo e o presidente disse que desconhecia a ligação do veterano às Waffen-SS. Dias depois, demitiu-se.
Antes disso, na terça-feira, houve uma situação insólita: Viktor Sokolov, comandante da Frota Russa do mar Negro e um dos mais antigos oficiais da Marinha russa, participou numa videoconferência um dia depois de as forças especiais ucranianas afirmarem que o tinham matado.
No dia seguinte, soube-se que várias centenas de membros do grupo de mercenários Wagner regressaram para o Leste da Ucrânia para combater. Contudo, um porta-voz do exército ucraniano disse não estarem a ter um impacto significativo no terreno.
Já na quinta-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, esteve em Kiev. No encontro com Zelensky, disse que as forças ucranianas estão a “ganhar gradualmente terreno” na sua contra-ofensiva. Zelensky aproveita a visita para pedir mais sistemas de defesa anti-aérea.
Do outro lado da ofensiva, Vladimir Putin reuniu-se, na sexta-feira, com um dos antigos comandantes mais graduados do grupo mercenário Wagner, para discutir a melhor forma de usar “unidades voluntárias” na guerra.
Este sábado, Zelensky anunciou a criação da Aliança das Indústrias de Defesa, o que possibilitará a fabricantes de armas e de equipamento militar “demonstrar que estão prontos a construir o arsenal do mundo livre juntamente com a Ucrânia”, disse.
Ainda durante o fim-de-semana, a Roménia revelou que os radares do seu exército detectaram uma possível violação do espaço aéreo nacional durante um ataque nocturno de drones russos contra infra-estruturas ucranianas. Durante a semana, o país já tinha vindo a dizer que estava a fazer uma contínua monitorização militar da fronteira com a Ucrânia.
Jens Stoltenberg foi recebido em Kiev por Volodymyr Zelensky.
GLEB GARANICH/REUTERS
22 de Setembro de 2023 Com Zelensky na Casa Branca, Biden anuncia pacote de ajuda militar à Ucrânia
Logo no início da semana, o Governo ucraniano anunciou a demissão de seis vice-ministros da Defesa. Também na segunda-feira, a Alemanha revelou que fornecerá um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 400 milhões de euros.
No dia seguinte, arrancou a 78.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, que contou com os discursos de diferentes líderes políticos. António Guterres, secretário-geral da ONU, afirmou que a invasão da Ucrânia “criou mundo de insegurança para todos”.
Os trabalhos nas Nações Unidas continuaram na quarta-feira e Zelensky acusou a ONU de estar “num beco sem saída” por a Rússia ter o poder de veto. Este foi um dia de “desencontros”. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, não esteve presente enquanto Zelensky discursou e o presidente da Ucrânia também saiu da sala antes de o ministro russo começar a falar.
Na quinta-feira, Zelensky visitou a Casa Branca, onde se encontrou com Joe Biden. O presidente dos Estados Unidos aproveitou para anunciar um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 325 milhões de dólares (cerca de 305 milhões de euros).
No final da semana, na sexta-feira, pelo menos um míssil ucraniano atingiu o quartel-general da marinha russa no mar Negro, no porto de Sebastopol, causando um incêndio, revelou no Telegram Mikhail Razvozhayev, governador local.
Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, foi recebido na Casa Branca por Joe Biden, chefe de Estado norte-americano.
KEVIN LAMARQUE/Reuters
15 de Setembro de 2023 Putin e Kim Jong-un juntos na Rússia para fortalecer relação entre países
A última semana ficou marcada pelo encontro entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, no Extreme Oriente da Rússia. Os dois trocaram elogios e garantias de cooperação numa reunião de duas horas, com Kim a manifestar-se “profundamente convencido” de que a Rússia alcançará a vitória “na frente da operação militar especial” na Ucrânia. Mas pouco se soube sobre os resultados concretos do encontro, ficando por confirmar supostas negociações sobre armamento entre Pyongyang e Moscovo.
No terreno, as forças ucranianas continuam a dirigir ataques com drones para as regiões fronteiriças do território russo: Briansk, Belgorod, Kursk e Rostov do Don. Outro dos principais alvos da tropa de Kiev tem sido a frota russa no mar Negro, assim como o porto de Sebastopol, na península da Crimeia.
Foram encontrados mais fragmentos de drones em território romeno, perto da fronteira com a Ucrânia. O vice-secretário-geral da NATO e antigo chefe da diplomacia romena, Mircea Geoana, comentou o caso e afirmou que “o mais importante é confirmar que não há indícios de uma acção deliberada” da Rússia para atingir a Roménia e, portanto, território da NATO. “Não há qualquer risco de a Roménia se envolver neste conflito.”
Quanto ao acordo para exportação de cereais ucranianos através do mar Negro, continua suspenso após a saída de Moscovo e sem perspectiva de renovação.
Kim Jong-un e Vladimir Putin a 13 de Setembro na região de Amur, no Extremo Oriente russo
Agência Central de Notícias da Coreia/Reuters
10 de Setembro de 2023 Acordo dos cereais no mar Negro sem retoma à vista e atletas russos e bielorrussos com futuro por decidir
A retoma do acordo dos cereais do mar Negro voltou a ser um dos temas fortes nesta semana. Ainda que a reunião de segunda-feira entre os presidentes da Turquia e da Rússia não tenha produzido avanços, Tayyip Erodgan – que tem assumido a função de mediador nesta matéria – anunciou que irá discutir a renovação do acordo com o secretário-geral das Nações Unidas durante a assembleia geral deste mês.
Também na segunda-feira, a Federação Internacional de Natação garantiu que os atletas russos e bielorrussos poderão competir no Campeonato do Mundo de natação, desde que sob bandeira neutra. Dois dias mais tarde, o Presidente francês anunciou não haverá bandeiras da Rússia e da Bielorrússia nos Jogos Olímpicos de 2024. A participação dos atletas com estas nacionalidades permanece incerta. A Ucrânia já anunciou que boicotará os Jogos Olímpicos no caso de estes atletas participarem com as bandeiras dos respectivos países.
No campo de batalha, a semana ficou marcada pela queda de fragmentos de drones, presumivelmente russos, em território romeno, após uma explosão no porto ucraniano em Izmail, junto à fronteira, no rio Danúbio. Numa primeira fase, Bucareste descartou essa possibilidade, mas, no sábado, o Ministério da Defesa do país confirmou a identificação dos fragmentos. O rio Danúbio é uma alternativa importante para a exportação de cereais ucranianos.
Este domingo, nas imediações de Bakhmut, na região de Donetsk, um míssil, alegadamente russo, atingiu um veículo onde seguiam quatro voluntários da ONG Road to Relief. A chefe da missão, a espanhola Emma Igual, e um outro elemento do grupo, o canadiano Anthony Ihnat, morreram. Os outros dois voluntários, dois alemães, ficaram gravemente feridos. O Ministério da Defesa da Ucrânia responsabilizou as forças russas pelo incidente.
O presidente Turco Erdogan e o presidente Russo Putin, numa conferência em Sochi
Murat Cetinmuhurdar/REUTERS
1 de Setembro de 2023 Guerra de drones intensifica-se, diplomacia em torno do mar Negro também
As negociações para a reposição do acordo para a exportação de cereais ucranianos através do mar Negro voltaram a marcar a semana. Além do encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiro da Turquia e da Rússia, Ancara anunciou a viagem do Presidente turco a Sochi, na Rússia, para reunir com o homólogo Vladimir Putin e “evitar que o mundo enfrente uma crise alimentar”.
Na noite de terça-feira e na madrugada de quarta-feira, as forças ucranianas e russas trocaram ataques com mísseis e drones. De acordo com as autoridades de Kiev, foram destruídos 28 mísseis e 15 drones russos. Por sua vez, o Kremlin refere ter derrubado oito “drones ucranianos” em seis regiões da Rússia, incluindo em Moscovo, mas vários atingiram o alvo em território russo. Horas mais tarde, o presidente de Kiev lamentou a morte de dois civis num ataque russo com mísseis.
Esta sexta-feira, o chefe da agência espacial russa, Roscomos, anunciou a inclusão dos mísseis balísticos intercontinentais Sarmat no arsenal do Exército ursso. Este tipo de arma pode transportar, pelo menos, dez ogivas nucleares. Em Junho, Putin já havia deixado essa promessa.
Entretanto, decorrem eleições nas regiões anexadas de Donetsk, Lugansk, Zaporijjia e Kherson, designadas pelo Kremlin como “novos territórios”. Os actos eleitorais, não reconhecidos pela comunidade internacional, decorrem até 10 de Setembro nestas regiões que, importa lembrar, não são completamente controladas pela Rússia.
Em 2022, Moscovo proclamou que a anexação russa tinha sido aprovada pela “esmagadora” maioria dos habitantes locais em “referendos” que a Ucrânia e o Ocidente consideraram ilegítimos e fraudulentos. Esta sexta-feira, o Presidente da Ucrânia voltou a dizer que não haverá condições para a paz sem a devolução das regiões anexadas pela Rússia.
Kiev referiu que os ataques com drone na Rússia vão aumentar
EPA/HANNIBAL HANSCHKE
26 de Agosto de 2023 Kremlin nega envolvimento na morte de Prigozhin
O futuro do Grupo Wagner ficou posto em causa com a morte, na quarta-feira, do seu líder e fundador Yevgeny Prigozhin e do seu “braço direito” Dmitri Utkin na queda do avião em que seguia, minutos após a descolagem de Moscovo. As circunstâncias do sucedido ainda não são claras. O Kremlin nega qualquer envolvimento na morte do antigo aliado de Vladimir Putin, que há apenas dois meses protagonizou uma rebelião contra a cúpula militar russa, enquanto os Estados Unidos apontam que o avião em que seguia Prigozhin terá sido derrubado por uma bomba a bordo.
Entretanto, no terreno, as forças ucranianas tiveram pouco para celebrar na semana do 32.º aniversário da independência (24 de Agosto), com a muito aguardada contra-ofensiva a prosseguir ainda em ritmo lento, à excepção de alguns avanços importantes nos últimos dias em Robotyne, na zona de Zaporijjia.
A semana fica ainda marcada pelo anúncio de que Dinamarca e Países Baixos vão ceder caças F-16 a Kiev, e de que os Estados Unidos vão iniciar o treino de pilotos ucranianos em Outubro.
Na frente diplomática, destaque para a visita do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa discursou em ucraniano em Kiev, por ocasião das celebrações do aniversário da independência, e reiterou o apoio português ao país e ao governo de Volodymyr Zelensky.
18 de Agosto de 2023 Primeiro cargueiro de cereais ucraniano chega à Turquia depois de Rússia abandonar acordo do mar Negro
Na segunda-feira, foram interceptados dois bombardeiros russos que sobrevoavam o espaço aéreo da Dinamarca, membro da NATO, em direcção aos Países Baixos. Um episódio semelhante aconteceu umas horas mais tarde, a norte da Escócia, com outras duas aeronaves russas a terem sido interceptadas por caças da Força Aérea Real, do Reino Unido.
Por sua vez, a Rússia anunciou que tinha enviado um caça da Frota do Norte para interceptar um avião norueguês sobre as águas neutrais do Mar de Barents, no Árctico, que seguia, alegadamente, em direcção à fronteira da Rússia.
No dia seguinte, a agência AFP avançou que a Rússia e a Coreia do Norte vão reforçar a colaboração no sector da defesa e da segurança. Kim Jong-un, líder norte-coreano, terá sublinhado a necessidade de “desenvolver uma cooperação táctica e estratégica”, enquanto que Putin mostrou acreditar numa “cooperação bilateral em todas as áreas” entre os dois países.
Também na terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou militares ucranianos na região de Zaporijjia.
Na quarta-feira, a Comissão Europeia decidiu transferir para um programa de colaboração com a Ucrânia e a Moldova os 135 milhões de euros que antes faziam parte de um instrumento de cooperação com a Rússia e a Bielorrússia. O dinheiro tem o propósito de desenvolver serviços de saúde, educação e projectos de investigação e criar condições para que se concretizem.
Um mês depois do fim do acordo de cereais do mar Negro, esta quinta-feira chegou à Turquia o primeiro cargueiro ucraniano a sair da Ucrânia desde a saída de Moscovo do acordo. Zelensky afirmou que o cargueiro percorreu “um novo corredor humanitário” definido por Kiev. Importa referir que no fim-de-semana anterior, a Rússia tinha feito disparos de advertência contra um navio de mercadorias que se dirigia para Izmail, um porto do rio Danúbio no Sul da Ucrânia.
Ainda na quinta-feira, as forças ucranianas disseram que era “óbvio” que não seria possível utilizar jactos F-16 ainda este ano. Apesar de Joe Biden, o presidente norte-americano, ter aprovado o programa de treino de pilotos ucraniano, não avançou nenhuma data para o fornecimento de F-16 ao país.
Em resposta, os Estados Unidos aprovaram, na sexta-feira, o envio dos mesmos caças para a Ucrânia, referindo que o fornecimento aconteceria depois de o programa de treino de pilotos ucranianos na Dinamarca estar concluído. O envio será feito a partir da Dinamarca e dos Países Baixos.
11 de Agosto de 2023 Zelensky demite todos os chefes dos departamentos regionais de recrutamento militar
A semana começou com os serviços secretos ucranianos a anunciarem a detenção de uma mulher alegadamente envolvida num plano para assassinar o Presidente do país, Volodymyr Zelensky.
Na terça-feira, o Ministério da Cultura ucraniano divulgava dados que mostravam que a Rússia terá destruído ou danificado, pelo menos, 763 lugares considerados património cultural.
No dia seguinte, o Instituto para o Estudo da Guerra avançou que a Ucrânia terá conseguido atravessar o rio Dniepre, rompendo assim as defesas russas e a linha que divide a zona ocupada pela Rússia. Na quinta-feira, o Ministério do Interior da Ucrânia confirmava que um ataque russo com mísseis a Zaporijjia tinha causado a morte a, pelo menos, uma mulher, e que outras 16 pessoas tinham ficado feridas.
Já na sexta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou a demissão de todos os chefes dos departamentos regionais de recrutamento militar, na sequência de uma investigação que revelou vários esquemas de corrupção no sistema.
Um dia depois, a Rússia acusa a Ucrânia de atacar ponte da Crimeia com mísseis. Contudo, o Ministério da Defesa russo garantia que o ataque não foi bem-sucedido e que a infra-estrutura não sofreu qualquer dano.
A maior catedral de Odessa, na Ucrânia, será um dos 763 lugares considerados património cultural destruídos pela Rússia.
Yan Dobronosov/Reuters
4 de Agosto de 2023 Rússia acusa Ucrânia de ataques com drones a Moscovo. Confrontos no Mar Negro danificam armazenamento de cereais e infra-estruturas militares
A semana começou com o anúncio de um acordo entre a Ucrânia e a Croácia para o estabelecimento de uma rota alternativa para a exportação de cereais.
Face aos ataques russos aos portos e armazéns ucranianos, que destruíram milhares de toneladas de cereais, Kiev recorreu aos portos croatas no rio Danúbio e no mar Adriático para dar seguimento a estes bens alimentares, importantes em todo o mundo.
A esse propósito, esta semana os EUA acusaram a Rússia de agressão à segurança alimentar. Durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, acusou Moscovo de tentar chantagear Kiev com o acordo para a exportação dos cereais, que expirou na semana passada.
“Basta de tratar as pessoas mais vulneráveis do planeta como moeda de troca”, pediu Blinken. Além dos confrontos diários no Mar Negro, a capital da Rússia esteve também em destaque esta semana, uma vez que vários drones sobrevoaram Moscovo, sobretudo durante a madrugada.
Na terça-feira, um edifício de escritórios na capital russa foi atingido. Apesar de as autoridades de Moscovo atribuírem responsabilidades a Kiev, a autoria dos ataques continua por confirmar. No último domingo, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já havia argumentado que a guerra estaria de regresso ao território russo, algo que considerou “inevitável”.
Fora do epicentro dos combates, o grupo Wagner continua a ser motivo de preocupação na Europa. Acolhidos pela Bielorrússia, um contingente não especificado de mercenários começou a treinar com o exército de Minsk. Interpretada como “provocação”, a iniciativa bielorrussa levou o governo da Polónia a deslocar mais de mil soldados para regiões fronteiriças.
Esta quinta-feira, o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, disse que o grupo Wagner pretende destabilizar o flanco Leste da NATO e garantiu que “o número de provocações vai aumentar”.
A fechar a semana, e regressando ao Mar Negro, um navio de guerra russo ficou seriamente danificado após o ataque nocturno de drones, assumidamente ucranianos, na base naval de Novorossiysk, onde são também exportados cereais. Esta base naval é responsável por 2% do fornecimento mundial de petróleo.
Os confrontos no mar Negro intensificaram-se nas últimas semanas, terminado o acordo para a exportação dos cereais ucranianos. O TQ Samsun foi o último navio a partir de Odessa ao abrigo desse acordo.
STRINGER/REUTERS
28 de Julho de 2023 ONU pede à Rússia para voltar ao acordo de cereais do mar Negro. Putin diz que é "impossível" e anuncia fornecimento gratuito de cereais a países africanos
Na manhã de segunda-feira, o exército ucraniano denunciou um ataque russo a vários armazéns de cereais na região de Odessa, na margem do rio Danúbio. O ataque foi levado a cabo depois de as forças russas terem destruído, no dia anterior, a maior catedral ortodoxa, na mesma cidade portuária, e depois de ser anunciado que a Rússia ia abandonar o acordo que permitia o transporte de cereais ucranianos pelo mar Negro.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou a Rússia a regressar ao acordo de cereais, sublinhando que este é “fundamental para garantir a estabilidade no fornecimento e nos preços". As Nações Unidas alertaram para a possibilidade de a subida dos preços levar ao aumento da fome em países mais desfavorecidos.
Em resposta, no dia seguinte, o Kremlin deixou claro que é “impossível” retomar o acordo até que os compromissos com o lado russo sejam cumpridos. No mesmo dia, a Ucrânia reivindicou a responsabilidade por um ataque de drone que atingiu Moscovo durante a noite.
Na quarta-feira, Kiev assumiu também a autoria da explosão que atingiu a ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, a 8 de Outubro de 2022.
O dia ficou ainda marcado pela decisão dos embaixadores dos Estados-membro da União Europeia (UE) de alargarem as sanções à Bielorrússia pelo apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia e pela repressão em Minsk.
Na abertura da cimeira Rússia-África, na quinta-feira, Vladimir Putin prometeu o fornecimento gratuito de cereais a seis países africanos — Burkina Faso, Zimbabué, Mali, Somália, República Centro-Africana e Eritreia. O Presidente russo afirmou que o país pode enviar “25 a 50 mil toneladas de cereais” para as seis nações africanas nos próximos “três, quatro meses”.
Durante o primeiro dia de cimeira, também foi revelado que Yevgeny Prigozhin, líder do grupo de mercenários Wagner, está em São Petersburgo, na Rússia.
Na sexta-feira, no segundo dia da cimeira Rússia-África, Vladimir Putin afirmou que está a estudar a fórmula de paz apresentada pelos líderes africanos em Junho. Aproveitou também para anunciar um aumento do fornecimento de alimentos a países de África e para manifestar interesse na cooperação militar com o continente.
Kiev acusou Moscovo de ameaçar embarcações civis no mar Negro. “Os navios de guerra russos estão a ameaçar civis no mar Negro e a violar todas as normas da lei marítima internacional”, disse o chefe do gabinete do Presidente da Ucrânia, Andriy Yermak, no Telegram.
Vladimir Putin na cimeira Rússia-África, que se realizou esta semana em São Petersburgo.
Reuters/TASS
21 de Julho de 2023 Serviços secretos da Ucrânia reivindicam novo ataque à ponte Kerch. Rússia suspende participação no acordo de cereais
A semana começou com a Rússia a anunciar que não iria participar mais no acordo de exportação de cereais do mar Negro, que permitia aliviar a crise global alimentar, permitindo que os cereais ucranianos bloqueados pelo conflito Rússia-Ucrânia sejam exportados com segurança.
"O acordo dos cereais está suspenso", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante a sua conferência de imprensa diária por telefone. "Infelizmente, a parte dos acordos em relação à Rússia não foi implementada até agora, então o acordo fica sem efeito".
O acordo já tinha sido prolongado várias vezes e devia expirar esta segunda-feira. Nos últimos meses, a Rússia já tinha dito, em diversas ocasiões, que as condições do Kremlin para uma nova extensão do acordo não tinham sido cumpridas.
Também na segunda-feira, a marinha de Kiev e o serviço de segurança da Ucrânia (SBU) realizaram uma “operação especial” na Crimeia utilizando drones marítimos, disse uma fonte da SBU à agência de notícias AFP, avança o The Guardian.
Os drones transportados pela água atingiram a única ponte que liga a Rússia à península anexada da Crimeia, um importante canal para as tropas russas na Ucrânia, num ataque que terá matado um casal de civis e ferido a sua filha.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter atingido alvos militares em duas cidades portuárias ucranianas durante a noite como "um ataque de vingança em larga escala" em resposta a um ataque na Crimeia no dia anterior, que atribuiu a Kiev.
O tenente-general Igor Konashenkov, porta-voz militar russo, disse entretanto que em Odessa e também em Mikolaiv foram destruídas durante a última noite armazéns onde as forças ucranianas mantinham cerca de 70.000 toneladas de combustível para utilização militar.
Na madrugada de quinta-feira, a Rússia atacou novamente Odessa, pela quarta noite consecutiva, atingindo depósitos de cereais de uma empresa do sector agrícola e destruindo 120 toneladas de produtos, anunciou um representante da Administração Militar da região ucraniana.
O dia de sexta-feira ficou marcado por duas demissões importantes. Primeiro, o ministro ucraniano da Cultura, Oleksander Tkachenko, apresentou a demissão do cargo após uma série de "desentendimentos" com Volodymyr Zelensky, relacionados com orçamentos e postura política. Depois, Zelensky demitiu Vadym Prystaiko do cargo de embaixador da Ucrânia no Reino Unido esta sexta-feira, dias depois de o enviado ter o criticado publicamente.
As forças ucranianas começaram a usar as bombas de fragmentação cedidas pelos Estados Unidos da América esta semana. Citado pelo The Guardian, o porta-voz da Casa Branca adianta que este armamento – banido em mais de 120 países – está a "ter impacto" nas defesas russas.
A ponte rodo-ferroviária Kerch é a maior da Europa, liga a Crimeia ocupada à Rússia ALEXEY PAVLISHAK/REUTERS
14 de Julho de 2023 NATO desilude Ucrânia, bombas de fragmentação chegam ao campo de batalha e Rússia prolonga dúvida sobre acordo de cereais
A semana começou com o Kremlin a confirmar que o Presidente russo, Vladimir Putin, se encontrou com o líder do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, a 29 de Junho, cinco dias depois de o grupo marchar em direcção a Moscovo numa rebelião de curta duração.
Em semana de cimeira da NATO, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou "absurdo" que a Ucrânia não tenha recebido qualquer previsão temporal de adesão à Aliança Atlântica, apesar de promessas de uma "mensagem positiva" dos aliados.
Na quinta-feira, a Ucrânia recebeu as bombas de fragmentação prometidas pelos Estados Unidos da América na última semana, e que levaram a críticas de inúmeros países e organizações, dada a proibição daquele tipo de armamento numa centena de nações. Kiev promete não utilizar este tipo de armamento em áreas densamente habitadas.
Mais de 100 países signatários da Convenção sobre Munições de Dispersão proíbem as bombas de fragmentação. Em causa estão os riscos elevados para civis, uma vez que cada bomba ou míssil deste tipo transporta artefactos explosivos mais pequenos que são espalhados por uma grande área, ficando muitas vezes perdidos no chão durante meses ou anos, podendo ser inadvertidamente accionados mesmo após o fim dos conflitos.
Já esta sexta-feira, o Presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que Vladimir Putin concordou em prolongar o acordo de cereais do mar Negro, que expira na segunda-feira.
Segundo escreve o The Guardian, Erdogan terá dito aos jornalistas que falou com o Presidente russo sobre a importância do acordo para a exportação de cereais da Ucrânia. "Estamos a preparar-nos para dar as boas-vindas a Putin em Agosto e concordamos no prolongamento do corredor de cereais do mar Negro", disse o Presidente turco.
Na quinta-feira, Putin tinha alertado para o facto de que "nem uma" das condições colocadas por Moscovo para o acordo tinha tido resposta, escreveu a AFP. "Nada foi feito, nada. É tudo unilateral", afirmou o Presidente russo, citado pelo jornal britânico.
Na sequência das declarações de Erdogan, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou que a Rússia se tenha pronunciado sobre o assunto, disse a agência Interfax.
Tayyip Erdogan e Vladimir Putin juntos em Sochi, Rússia, em 2022 EPA/VYACHESLAV PROKOFYEV / SPUTNIK / KREMLIN POOL
7 de Julho de 2023 Líder do grupo Wagner está na Rússia, diz Lukashenko. EUA enviam bombas de fragmentação para a Ucrânia
A semana arrancou com a abertura de um centro judicial, em Haia, cujo objectivo é recolher provas de crimes russos na Ucrânia. Kiev tinha dito anteriormente que os crimes deveriam ser julgados num tribunal especial próprio, entendendo que o Tribunal Penal Internacional não tem jurisdição para julgar este tipo de crimes. O Centro Internacional para a Acusação do Crime de Agressão poderá anteceder a criação desse tribunal especial para julgar os responsáveis pelo conflito.
Entretanto, os Estados Unidos vão enviar bombas de fragmentação para o território ucraniano. Inicialmente, o Pentágono mostrou-se hesitante quanto ao fornecimento deste tipo de armamento, tendo em conta os perigos que as bombas de fragmentação não detonadas representam para os civis. No entanto, referiu que serão enviadas bombas de fragmentação com uma "taxa de insucesso" reduzida, diminuindo assim a probabilidade de existirem munições por detonar. A Convenção sobre Armas de Fragmentação, assinada em 2008, proíbe a utilização destas munições, mas nem a Rússia, nem a Ucrânia, ratificaram a convenção.
O acordo de cereais do Mar Negro expira a 18 de Julho e a Rússia já admitiu não ver motivos para estendê-lo. Moscovo aceitou anteriormente renovar o acordo, mas impôs algumas condições relacionadas com a reintegração do Banco Agrícola Russo no sistema de pagamento bancário SWIFT e as exportações russas de cereais e fertilizantes. No entanto, o Kremlin referiu que algumas das condições não foram cumpridas.
A cidade de Lviv foi alvo de ataques aéreos durante a noite de quinta-feira. O autarca de Lviv, Andriy Sadovyi, classificou o ataque como o "mais destrutivo contra a população civil" desde o início da invasão russa ao território ucraniano. O ataque provocou cinco mortes e 36 feridos e destruiu complexos habitacionais, um campus académico e uma escola. O Presidente ucraniano garantiu que "haverá definitivamente uma resposta ao inimigo".
O Presidente bielorrusso disse que o líder do grupo Wagner não se encontra na Bielorrússia. Durante uma conferência de imprensa, Alexander Lukashenko disse: "Quanto a Prigozhin, ele está em São Petersburgo, não está no território da Bielorrússia". No início da semana, Yevgeni Prigozhin afirmou, no Telegram, "haverá novas vitórias pela frente", mas não fez menção à sua localizaçao ou aos seus planos futuros.
Lukashenko negociou um acordo com o grupo Wagner para acabar com a rebelião MAXIM SHEMETOV/REUTERS
30 de Junho de 2023 Grupo Wagner deixa de combater na Ucrânia
O líder do grupo Wagner mudou-se para a Bielorrússia na sequência de um acordo com o Presidente Lukashenko, que colocou fim ao motim dos combatentes do grupo Wagner contra a liderança militar russa. Com base no acordo, os mercenários teriam acesso a uma base militar abandonada onde poderiam prosseguir com as suas operações. No início da rebelião, Putin tinha afirmado que os combatentes de Wagner envolvidos seriam alvo de processos criminais, mas as acusações foram retiradas.
No entanto, um general russo terá sido detido na quarta-feira, depois de um artigo do The New York Times dar conta de que Serguei Surovikin sabia dos planos do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, para iniciar uma rebelião. O paradeiro do vice-comandante das operações militares da Rússia na Ucrânia é desconhecido desde o fim-de-semana.
Na quinta-feira, a Rússia disse que os combatentes do grupo Wagner deixariam de combater no conflito, depois de Prigozhin recusar assinar um contracto com o Kremlin. A decisão significa também que o grupo deixará de receber financiamento do Governo russo, bem como recursos materiais.
Durante a semana, a Ucrânia voltou a dizer que quer receber um convite claro para aderir à NATO durante a cimeira em Vílnius, que se realiza entre 11 e 12 de Julho na Lituânia. "Tudo justifica um convite político para a ucrania se juntar à aliança", referiu o Presidente ucraniano. Volodymyr Zelensky pediu ainda garantias de segurança da aliança atlântica em relação ao território ucraniano.
A Ucrânia acusou esta sexta-feira três pessoas - um político russo e dois ucranianos - pela alegada deportação de dezenas de órfãos da cidade Kherson. Kiev afirmou que mais de 19 mil crianças foram vítimas deste crime de guerra.
Grupo Wagner de saída de Rostov-on-Don, depois de cancelada a rebelião ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS
26 de Junho de 2023 Grupo Wagner recua após “rebelião armada” em direcção a Moscovo
Os últimos dias ficaram marcados pela rebelião do grupo de mercenários russos Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin. Os combatentes lançaram-se numa “marcha pela justiça” em direcção a Moscovo, em protesto contra o Ministério da Defesa e as Forças Armadas da Rússia, que Prigozhin tem acusado de incompetência na invasão da Ucrânia.
Foi o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que interveio como mediador entre o Wagner e o Kremlin, convencendo Prigozhin a cancelar a marcha até Moscovo, quando estava a 200 quilómetros da capital, e ordenar a retirada dos seus homens na cidade de Rostov, no Sul da Rússia.
Entretanto, na Ucrânia, Volodymyr Zelensky reconheceu que o progresso no campo de batalha da contra-ofensiva das tropas de Kiev estava a ser “mais lento do que desejado”, mas desvalorizou a “pressão” para avançar no terreno.
Nos últimos dias, a rebelião de Prigozhin terá ajudado as forças ucranianas a ser bem-sucedidas em várias frentes na região de Donetsk, onde a situação no terreno permanece “difícil”, com o chefe de Estado do país ocupado a apontar a “fraqueza” russa e o “caos” no Kremlin.
“A fraqueza da Rússia é óbvia. E quanto mais a Rússia mantiver as suas tropas e mercenários na nossa terra, mais caos, dor e problemas terá”, escreveu Zelensky no Twitter. “A Ucrânia é capaz de proteger a Europa da propagação do mal e do caos russos. Mantemos a nossa resiliência, união e força.”
Grupo Wagner de saída de Rostov-on-Don, depois de cancelada a rebelião REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
16 de Junho de 2023 Prossegue a contra-ofensiva com "sucesso parcial"
As batalhas são “ferozes”, com lutas por cada centímetro de terreno e Kiev a anunciar sucesso “parcial”: esta semana continuou a muito aguardada contra-ofensiva ucraniana. Com os lentos avanços registados pela Ucrânia, os Estados Unidos já resumiram a guerra como uma “maratona e não uma corrida”, comprometendo-se com o envio de mais armamento para Kiev.
Na segunda-feira, a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, garantiu que tinha sido possível recapturar desde o início da contra-ofensiva sete territórios anteriormente conquistados por Moscovo. Contudo, horas antes, o Ministério da Defesa russo insistiu na versão de que as suas tropas repeliram todos os ataques inimigos, alegando terem sido mortos mais de 120 homens e destruído dois tanques e três blindados em apenas três ofensivas.
Segunda-feira foi ainda marcada pela celebração do dia nacional da Rússia, com Vladimir Putin a apelar ao orgulho patriótico dos russos, naquele que diz ser um “momento difícil” para o país.
A madrugada de terça-feira começou com um ataque à localidade de Kryvy Rih, situada na cidade de Dnipro. Edifícios residenciais foram atingidos por mísseis, com o primeiro balanço a apontar para seis mortos, número que já subiu para 13. O ataque que vitimou civis foi condenado internacionalmente.
Foi também na terça-feira que se percebeu que as forças russas tinham capturado tanques Leopard alemães e veículos blindados norte-americanos. As imagens foram captadas em Zaporijjia, no Sul da Ucrânia, com o Ministério da Defesa russo a chamar “troféus” aos veículos militares capturados. Poucas horas após esta informação ser tornada pública, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, anunciou que a Alemanha deverá enviar para a Ucrânia mais de cem tanques Leopard até ao final do ano.
Na quarta-feira, o Ministério da Defesa da Ucrânia revelou que as suas forças continuavam a avançar no Leste e Sul do país, tentando romper as linhas inimigas nas regiões de Donetsk e Zaporijjia. Foi neste momento que foi conhecida parte da realidade no terreno, com “sucessos parciais” em “combates ferozes”, de acordo com o relato feito pela vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar.
De acordo com a governante, as tropas ucranianas avançaram entre 200 e 500 metros em Bakhmut, na região de Donetsk, no Leste da Ucrânia, enquanto na província de Zaporijjia, no Sudeste do país, as forças de Kiev conseguiram avançar entre 300 e 350 metros nas últimas horas. A ministra informou que as forças ucranianas continuam a lutar na cidade de Makiivka, na região de Donetsk e uma das sete que Kiev anunciou ter libertado durante a primeira semana da contra-ofensiva.
Esta quinta-feira, foi anunciada em comunicado conjunto uma parceria entre Estados Unidos, Reino Unido, Países Baixos e Dinamarca para enviar equipamentos de defesa aérea, incluindo centenas de mísseis, para ajudar a Ucrânia a combater as forças russas. A entrega do equipamento deverá demorar algumas semanas, mas já teve início.
Foi ainda conhecida a possibilidade de a Rússia realizar eleições nas quatro regiões ilegalmente anexadas por Moscovo em 2022. A Rússia não controla totalmente as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijjia e Kherson e há combates em curso nas quatro regiões. A Rússia declarou as regiões como parte do seu território depois de conduzir pretensos referendos nas áreas ocupadas da Ucrânia em Setembro de 2022, que Kiev e o Ocidente denunciaram como ilegais e coercivos.
9 de Junho de 2023 Destruição de barragem perto de Kherson deixa dezenas de localidades debaixo de água
Na segunda-feira, o Grupo Wagner capturou o tenente-coronel Roman Venevitin, comandante da 72ª Brigada da Rússia, depois de este, estando alegadamente bêbado, ordenar um ataque contra um comboio onde viajavam membros do grupo liderado por Yevgeny Prigozhin.
No dia seguinte, a barragem da central hidrelétrica de Nova Kakhovka, na província de Kherson, colapsou, deixando, ao todo, 14 mil casas inundadas e dezenas de localidades debaixo de água. Pelo menos cinco pessoas morreram.
Os governos da Ucrânia e da Rússia começaram a trocar acusações pela responsabilidade do desastre. Enquanto o Kremlin o descreveu como “acto deliberado de sabotagem” para desviar as atenções da falta de progressos na contra-ofensiva, Kiev disse que a Rússia atacou a barragem para neutralizar as operações das tropas ucranianas.
Na quarta-feira, enquanto se continuava a avaliar os danos provocados pela destruição da barragem em Kakhovka e suas as implicações futuras - a nível social, político e ambiental -, o Ministério da Defesa ucraniano anunciou que as forças armadas do país tinham passado “da defesa para o ataque” em Bakhmut.
No mesmo dia, Zelensky condenou a falta de acção da ONU e da Cruz Vermelha em Kakhovka, mesmo depois de já terem passado várias horas desde a explosão.
Na quinta-feira, a Agência Internacional de Energia Atómica alertou para o facto de a destruição da barragem ter diminuído muito o nível de água que chega à central nuclear de Zaporijjia para arrefecer os reactores. Apesar de reconhecerem que ainda há água disponível, sublinharam que a situação na central é “muito precária e potencialmente perigosa”.
Depois de dias de troca de culpas, esta sexta-feira, os Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU) afirmaram ter interceptado uma chamada telefónica que, alegadamente, prova que a responsabilidade pelo ataque é da Rússia.
Vladimir Putin também confirmou que a instalação de armamento nuclear na Bielorrússia deverá começar a 6 e 7 de Julho.
2 de Junho de 2023 Rússia diz ter destruído o “último navio de guerra” da Ucrânia
Na segunda-feira, as forças russas atacaram Kiev durante a madrugada, com as defesas antiaéreas ucranianas a destruírem mais de 40 mísseis e drones.
Também foi anunciado que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Suécia e da Turquia se vão reunir “em breve” para discutir a candidatura de Estocolmo de adesão à NATO.
Um dia depois, houve um “ataque maciço” de drones russos a Kiev com pelo menos uma pessoa a morrer e várias a ficarem feridas, de acordo com as autoridades locais.
Na quarta-feira, um bombardeamento causou pelo menos cinco mortos e 19 feridos na região ucraniana de Lugansk, ocupada pela Rússia, disseram as autoridades russas, que atribuíram o ataque ao exército ucraniano.
Nesse dia, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as suas forças destruíram o que descreveu como o “último navio de guerra” da Ucrânia e que as suas forças avançaram na área de Avdiivka, na região de Donetsk.
No dia seguinte, três pessoas, incluindo duas crianças, morreram devido a um ataque aéreo que atingiu Kiev durante a madrugada, depois de não terem conseguido entrar num abrigo, que estava trancado. Houve vários feridos. Volodymyr Zelensky participou na segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, na Moldova, na qual estiveram presentes cerca de 50 líderes europeus.
Pelo sexto dia consecutivo, na sexta-feira, a Rússia atacou Kiev, recorrendo a mais de 30 mísseis e drones, que foram derrubados pelas defesas aéreas ucranianas. Zelensky ordenou uma auditora completa a todos os abrigos antibomba no país.
Um dos apartamentos em Kiev destruídos devido a um ataque aéreo Valentyn Ogirenko/Reuters
17 de Maio de 2023Rússia confirma prolongamento do acordo de cereais por dois meses
A semana começou com um balanço das visitas de Volodymyr Zelensky a Roma, Berlim, Paris e Londres nos últimos três dias: o Presidente ucraniano voltou a insistir na necessidade de mais armas para a Ucrânia derrotar a Rússia.
Zelensky reafirmou que acredita que o país recuperará a península da Crimeia, ocupada pela Rússia em 2014. E sublinhou que vários países já se aperceberam de que será impossível "devolver paz às relações internacionais" sem a retirada russa da Crimeia.
O Exército ucraniano anunciou estar a começar a fazer avanços nos arredores de Bakhmut, no primeiro contra-ataque bem-sucedido contra as forças russas pelo controlo da cidade no Leste do país.
O Governo ucraniano disse numa mensagem colocada no Telegram que conquistou uma área de 20 quilómetros quadrados tanto a norte como a sul de Bakhmut, mas que as tropas russas continuam a atingir a cidade com artilharia.
A meio da semana, uma boa notícia. A Rússia confirmou a extensão por dois meses do acordo que permite que a Ucrânia cumpra em segurança exportações de cereais através do mar Negro, apesar da invasão russa.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, disse que o acordo tinha sido prolongado para ajudar os países com necessidades, mas acrescentou que a avaliação da Rússia em relação à situação do acordo não se alterou.
Os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram novas sanções para restringir a capacidade militar da Rússia, pouco antes do início da cimeira do G7 em Hiroxima, no Japão, onde Zelensky vai mesmo marcar presença em pessoa.
Navios que fazem parte do acordo de cereais aguardam para passar o estreito do Bósforo, na Turquia REUTERS/Umit Bektas//File Photo
12 de Maio de 2023Na semana do Dia da Vitória (e da Europa), a Ucrânia passou à ofensiva em Bakhmut
A semana foi marcada pelas celebrações de 9 de Maio – o Dia da Vitória, na Rússia, e o Dia da Europa, na Europa e Estados Unidos.
De Moscovo, chegaram imagens de mais uma parada militar com pompa e circunstância, celebrando a rendição da Alemanha Nazi na II Guerra Mundial. No discurso a partir da Praça Vermelha, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, apelou ao patriotismo russo contra o que disse ser “uma autêntica guerra” declarada pelas “elites ocidentais”.
Também na segunda-feira, em reunião do Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral, António Guterres, enviou uma
carta para Moscovo, a pensar na eventual actualização do acordo para a exportação de cereais da Ucrânia através do Mar
Negro.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deslocou-se até Kiev no Dia da Europa, para a primeira comemoração oficial desta data na Ucrânia. O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu mais “soluções” para a defesa do seu país contra a invasão da Rússia e uma rápida integração na União Europeia.
Um dia antes da data celebrada distintamente pelos dois lados do conflito, a Rússia lançou o maior ataque com drones e mísseis contra a Ucrânia em meses. O presidente da Câmara de Kiev disse que a ofensiva foi composta por 60 drones kamikaze de fabrico iraniano, dos quais 36 visaram a capital ucraniana. Todos foram abatidos, mas os destroços atingiram vários edifícios da cidade e causaram feridos.
Os bombardeamentos provocaram ainda cortes de electricidade em Kherson, Zaporijjia, Donetsk, Kharkiv, Sumi e Chernihiv, quase todas perto de frentes de combate.
Na linha da frente, Bakhmut continua a ser o ponto quente do conflito. Do lado russo, o líder do grupo Wagner, Yvgeny Prigozhin, ameaçou a retirada da sua força paramilitar, responsável pela grande maioria das posições no combate pela cidade ucraniana. Prigozhin critica há várias semanas a falta de munições e falhas no apoio do Kremlin na tomada de Bakhmut.
As queixas do fundador do grupo de mercenários foram negadas por um coronel ucraniano, Roman Hryshchenko, que afirmou esta semana que as forças russas aumentaram a intensidade dos bombardeamentos e ataques com mísseis. Ainda assim, o responsável ucraniano disse que as tropas russas continuam a sofrer muitas baixas.
Os últimos dias viram uma mudança significativa na frente de batalha: depois de várias semanas a defender Bakhmut, as Forças Armadas ucranianas recuperaram terreno nos arredores da cidade, que no início de Março chegou a estar perto de ser conquistada por Moscovo. Os avanços registados têm sido focados e pequenos, e os especialistas não acreditam que as manobras sejam parte integrante da grande contra-ofensiva ucraniana que está a ser preparada há meses.
Tanque ucraniano em Bakhmut REUTERS/Sofiia Gatilova
28 de Abril de 2023Presidentes da Ucrânia e da China conversam pela primeira vez desde a invasão russa
A semana arrancou com os dados do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo, que revelaram o aumento de
gastos em despesas militares por países europeus durante 2022. Durante esse ano, foram investidos cerca de 2038 mil
milhões de euros, um acréscimo de 3,7% em comparação com 2021, e um novo máximo desde a Guerra Fria.
Também na segunda-feira, em reunião do Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral, António Guterres, enviou uma
carta para Moscovo, a pensar na eventual actualização do acordo para a exportação de cereais da Ucrânia através do Mar
Negro.
Contudo, o Ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, avisou que os ataques de Kiev põem em risco “a próxima extensão
do acordo”.
Na quarta-feira, e 426 dias após a invasão russa, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o Presidente da China,
Xi Jinping, falaram pela primeira vez via telefónica. O porta-voz do Presidente ucraniano garantiu que Kiev e Pequim
estão de acordo quanto à segurança nuclear.
Por sua vez, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou “muito positiva” a reunião entre os presidentes e
lembrou a importância de países como a China para construção da paz “justa”.
No dia seguinte, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou o decreto que obriga os cidadãos ucranianos residentes
no território russo, ou nas regiões anexadas, a renunciar à nacionalidade originária no momento em que receberem o
passaporte de Moscovo. Aqueles que recusarem prestar o juramento enquanto cidadãos russos, serão obrigados a encontrar
nova morada até Julho de 2024. Nas regiões anexadas quem não possui passaporte da Rússia é considerado estrangeiro desde
Setembro.
Também na quinta-feira, o Conselho da Europa qualificou como “genocídio” a detenção e deportação de crianças que
residiam nas regiões ucranianas ocupadas pela Rússia. O organismo garante que a acção de Moscovo foi iniciada antes de
Fevereiro de 2022.
A fechar, dados das autoridades ucranianas apontam que pelo menos 19 pessoas morreram esta sexta-feira na sequência de
um ataque russo à cidade de Uman, onde 20 mísseis cruzeiro atingiram um edifício residencial. Entre as vítimas mortais
foram identificadas duas crianças de dez anos e um bebé. Outro ataque, na cidade de Dnipro, provocou a morte de pelo
menos duas pessoas, uma mulher de 31 anos e a sua filha de dois anos.
Ataque russo faz pelo menos 21 mortes nesta sexta-feira STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAINE/EPA
21 de Abril de 2023Futuro da Ucrânia passa pela na NATO, diz Stoltenberg
Durante esta semana, a Hungria, a Eslováquia e a Bulgária proibiram as importações de cereais e outros produtos alimentares provenientes do território ucraniano para proteger o sector agrícola, afectado pelo stock elevado de produtos agrícolas. A Roménia anunciou que vai apenas monitorizar os produtos ucranianos que circulem no país, sem condicionar as importações. No fim-de-semana, a Polónia tinha tomado uma decisão nesse sentido, mas esta terça-feira celebrou um acordo que permite retomar a circulação de cereais através do território polaco. A Comissão Europeia disse esta quarta-feira que vai adoptar “medidas preventivas” de emergência para resolver este problema.
Na quinta-feira, o secretário-geral da NATO encontrou-se com o Presidente ucraniano. Durante a visita, Volodymyr Zelensky disse que era o momento de a NATO decidir sobre a entrada da Ucrânia na aliança militar. Jens Stoltenberg disse que “o lugar de direito da Ucrânia é na NATO” e prometeu reforçar o apoio militar a Kiev.
O Presidente brasileiro chegou esta sexta-feira a Lisboa para fechar 13 acordos bilaterais na cimeira luso-brasileira. A visita de Estado de cinco dias de Lula da Silva, que coincide com as comemorações do 25 de Abril, gerou contestação na sequência das declarações de Lula da Silva, durante a visita à China no sábado passado. O Presidente do Brasil acusou os EUA, a NATO e a Europa de estarem “a contribuir para a continuação da guerra”.
Depois de ter sido criticado pela Ucrânia, pelos EUA e pela União Euroepia, Lula condenou a violação da integridade do território ucraniano e reforçou a ideia de unir um grupo de países que ajudem nos processos de mediação da paz entre a Ucrânia e a Rússia.
Na próxima segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, vai encontrar-se com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para falarem sobre o acordo de cereais do Mar Negro, de acordo com o embaixador da Rússia na ONU.
UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SER/REUTERS
14 de Abril de 2023Segredos norte-americanos divulgados nas redes sociais por militar luso-descendente
A fuga de documentos secretos na posse dos Estados Unidos da América, como avaliações, planos e relatórios sobre aliados, adversários e a guerra na Ucrânia, foi um dos temas em destaque durante esta semana.
As informações disseminadas nas redes sociais, inicialmente via Discord, visaram, até ao momento, os EUA, a Rússia, a Ucrânia, o Egipto, a Sérvia, a Turquia, a NATO e, até, António Guterres. A situação foi descrita pela Casa Branca como “um risco muito grave para a segurança” norte-americana. Ainda assim, o Ministério da Defesa do Reino Unidos sublinhou o “grave nível de imprecisão” associado ao conteúdo publicado. Esta quinta-feira foi detido o suspeito pela divulgação dos documentos militares e políticos norte-americanos. Jack Teixeira, de 21 anos, descente de um português natural da ilha de São Miguel, nos Açores, trabalha nos serviços de informação da Guarda Nacional Aérea do estado de Massachusetts e vai permanecer em prisão preventiva.
De acordo com a BBC, a fuga de informação permitiu confirmar que existem forças militares especiais de países da NATO no território ucraniano. O maior contingente pertence ao Reino Unido, com 50 militares, seguido pela Letónia (17), França (15), EUA (14) e Holanda (1). Os dados foram negados pelo ministro da Defesa da Ucrânia. Outo documento, desta feita revelado pelo The Washington Post, alertou para os vários encontros entre caças russos e aeronaves de vigilância de EUA, Reino Unido e França. No final de Setembro, um caça russo esteve próximo de abater uma aeronave britânica que sobrevoava a costa da Crimeia.
O Grupo pró-Kremlin Wagner, também mencionado nos documentos por tentar comprar armamento à Turquia, foi visado na segunda-feira pelo relatório do Institute for the Study of War (ISW) por alegados crimes de guerra cometidos em Bakhmut, cidade ucraniana na qual os combatentes russos garantem controlar mais de 80% do território.
O ISW sustentou o relatório com um vídeo publicado nas redes sociais russas, no qual é perceptível o crânio de um soldado ao serviço de Kiev. A ONU mostrou-se “horrorizada” e garantiu que este acto não se trata de “um incidente isolado”, lembrando os recentes dados sobre “violações graves do direito internacional humanitário”.
A fechar, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, visitou esta semana o homólogo chinês, Xi Jinping, e a guerra na Ucrânia foi um dos temas em cima da mesa de reunião. Na Rússia, Alexei Navalny voltou para a “solitária” e está, segundo a sua porta-voz, a lidar com uma doença misteriosa que pode resultar de envenenamento, depois de ter perdido oito quilos em pouco mais de duas semanas.
Detenção de Jack Teixeira. REUTERS
7 de Abril de 2023Adesão da Finlândia faz duplicar a fronteira da NATO com a Rússia
Nesta terça-feira, a Finlândia aderiu oficialmente à Aliança Atlântica, duplicando a extensão da fronteira terrestre da NATO com a Rússia (más notícias para Putin, que chegou a justificar a invasão da Ucrânia com o objectivo de impedir a expansão da NATO). O Kremlin reagiu e avisou que serão adoptadas “contramedidas” para garantir a segurança do território russo.
Quarta-feira ficou marcada por várias visitas de Estado. O Presidente francês viajou até Pequim para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping, e discutir as relações económicas entre os dois países e a guerra na Ucrânia. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, juntou-se depois a Emmanuel Macron e incentivou o Presidente chinês a dialogar com Volodymyr Zelensky.
No mesmo dia, o Presidente da Ucrânia visitou a Polónia para agradecer o apoio do país vizinho, que já acolheu mais de um milhão de refugiados ucranianos, e reforçar a importância de Varsóvia na futura reconstrução da Ucrânia. Numa conferência de imprensa conjunta, o chefe de Estado polaco, Andrzej Duda, adiantou ainda que fornecerá 14 caças MiG-29 às tropas de Kiev.
Em Moscovo, o Presidente russo recebeu o líder da Bielorrússia, para discutir o pedido de Lukashenko: um cessar-fogo imediato na Ucrânia.
No terreno, a violenta batalha por Bakhmut continua, mas é provável que os soldados russos já tenham ocupado o centro da cidade na região de Donetsk. Esta sexta-feira, os serviços secretos britânicos admitiram também que é provável que Moscovo esteja a conseguir bloquear as linhas de abastecimento às tropas ucranianas.
Bandeiras da Finlândia e da NATO hasteadas lado a lado, em Helsínquia. Lehtikuva/Antti Hamalainen via REUTERS
3 de Abril de 2023Rússia quer armazenar armas nucleares na Bielorrússia
Depois de a Rússia ter anunciado um acordo com Minsk que previa o armazenamento de armas nucleares tácticas russas no território bielorruso, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano pediu uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas, bem como “medidas decisivas” que impossibilitassem a Rússia de usar armas nucleares. O Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia afirmou que a Bielorrússia poderia ser alvo de novas sanções, caso recebesse as armas nucleares da Rússia.
Os três tanques Leopard 2, que foram enviados por Portugal, chegaram, na segunda-feira, à fronteira para ajudar a Ucrânia no combate contra a ofensiva russa. A Alemanha também entregou 18 tanques Leopard 2, 40 veículos da infantaria Marder e dois veículos de recuperação blindados.
Na terça-feira, os EUA afirmaram que não iriam partilhar dados sobre a sua atividade nuclear com Moscovo, como está previsto no Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas. A decisão norte-americana acontece após a Rússia ter dito que também não o faria. No entanto, na quinta-feira, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo declarou que Moscovo não deixaria de partilhar dados sobre as suas armas nucleares com os EUA.
A semana foi ainda marcada pela detenção de um jornalista do jornal norte-americano The Wall Street Journal. De acordo com o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), Gershkovich Evan é “suspeito de espionagem pelos interesses do Governo americano”. Contra a decisão russa, líderes de mais de 30 órgãos de comunicação social exigiram a libertação do jornalista, numa carta dirigida ao embaixador russo nos EUA.
Os Parlamentos da Turquia e da Hungria ratificaram a entrada da Finlândia na NATO. Ainda durante esta semana, a Finlândia vai tornar-se o 31º membro da Aliança Ocidental. Relativamente à Suécia, Budapeste disse que ainda não foi tomada qualquer decisão.
Presidente Russo Vladimir Putin com Presidente Bielorrusso Lukashenko em Sochi, 2022 Sputnik/Ramil Sitdikov/Kremlin via REUTERS
24 de Março de 2023Putin diz que plano de paz do “bom velho amigo” Xi pode ser adoptado no Ocidente
A semana começou com a chegada do Presidente chinês, Xi Jinping, a Moscovo, onde esteve durante três dias. Depois do encontro formal com o “bom velho amigo” Xi, esta terça-feira, Putin elogiou o plano de paz chinês que, considerou, tem “muitos pontos que se correlacionam com o ponto de vista da Federação Russa e podem ser adoptados no Ocidente e em Kiev”.
Ainda na segunda-feira, a União Europeia (EU) selou um plano de dois mil milhões de euros para apoio militar à Ucrânia. A decisão, descrita como “histórica” por Josep Borrel, alto-representante para a Política Externa e de Segurança da UE, vai possibilitar o fornecimento de munições de grande calibre nos próximos 12 meses.
A Ucrânia pode vir a ser o primeiro país em guerra a receber um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI). As partes chegaram a acordo para um pacote de financiamento de quatro anos no valor de 15,6 mil milhões de dólares (perto de 14,5 milhões de euros). O Fundo espera que haja uma recuperação económica gradual, apesar de reconhecer que uma nova escalada pode dificultar a recuperação da Ucrânia.
O parlamento sueco aprovou um projecto de lei que permite a adesão à NATO quando tiver sido ratificada pelos 30 membros da aliança. Tanto a Suécia como a Finlândia pediram no ano passado para aderir à aliança transatlântica, mas o processo foi atrasado pela Turquia e Hungria, que ainda não ratificaram a adesão.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou a linha da frente em Bakhmut, esta quarta-feira. A tensão continua na região e a Cruz Vermelha está “profundamente preocupada”. A Médicos Sem Fronteiras denunciou, num relatório, que várias áreas da linha da frente foram “apagadas do mapa”, com destruição de infraestruturas de saúde numa “escala massiva”. Oleksandr Syrskiy, comandante das forças terrestres ucranianas, disse que as tropas vão dar início a uma contra-ofensiva em breve, numa altura em que, garante, os membros do grupo Wagner “estão a ficar sem forças”.
Logo no início de Abril, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, vão viajar para a China. O objetivo da viagem, segundo Macron, é aproximar-se da China “para pressionar a Rússia a não usar armas químicas e nucleares” e “fazer de tudo para parar o conflito e regressar à mesa de negociações”.
Encontro de Vladimir Putin com Presidente chinês, Xi Jinping, na Rússia EPA/XINHUA
17 de Março de 2023Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão para Putin por crimes de guerra
Depois de esta quinta-feira uma comissão de investigação da ONU garantir que a Rússia cometeu vários crimes de guerra na Ucrânia, como violência sexual, assassinato ou tortura, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, esta sexta-feira, um mandado de prisão para o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, por suspeita de deportação ilegal de crianças e transferência ilegal de pessoas da Ucrânia para território russo.
Contudo, a saída da Rússia do TPI em 2016, depois de invadir a Crimeia, coloca vários entraves ao trabalho deste tribunal, pois apenas pode julgar alegados “crimes de agressão” se o Estado acusado for signatário do tratado que originou este organismo. Além disso, o TPI não tem competências jurídicas para se pronunciar sobre a “invasão”.
Desta semana importa salientar também o choque entre um drone norte-americano e um caça russo, na terça-feira. O incidente no Mar Negro, em espaço internacional, tratou-se, segundo o Kremlin, de “uma provocação” norte-americana e motivada por “manobras bruscas”. De acordo com a Força Aérea dos EUA, o drone, em operação de rotina, foi “interceptado e atingido” por um avião russo.
Esta sexta-feira, a Eslováquia anunciou o enviou de caças MiG-29 para a Ucrânia, à semelhança do que a Polónia anunciou na quinta-feira. Em reacção, horas depois do anúncio eslovaco, o porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitry Peskov, garantiu que as aeronaves vão ser abatidas, pelo que não terão influência no conflito. Por sua vez, a Casa Branca garantiu esta quinta-feira que o apoio da Polónia, que vai enviar 12 caças MiG-29, não pressiona Joe Biden a enviar aviões F-16 para a guerra.
Durante a próxima semana, o Presidente da China, Xi Jinping, vai visitar o homólogo russo, Vladimir Putin. O Estado chinês sublinhou durante esta semana a vontade de conciliar Kiev e Moscovo, incitando ao rápido reatar das conversações de paz. Um possível encontro virtual entre Xi Jiping e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky foi avançado pelo The New York Times e pela Reuters, mas continua por confirmar.
Sputnik/Valery Sharifulin/Pool via REUTERS
10 de Março de 2023Braço-de-ferro em Bakhmut provoca baixas pesadas dos dois lados
As últimas semanas do conflito na Ucrânia têm visto as atenções centradas em Bakhmut, uma cidade na região Leste de Donetsk.
A batalha tem sido feroz no terreno, com muitas perdas humanas dos dois lados do conflito, e jogada na comunicação: Moscovo tem consecutivamente referido que está perto de tomar Bakhmut, enquanto Kiev riposta com sublinhados à resistência das tropas ucranianas nesta cidade.
Os combates “brutais e sangrentos” são marcados por supostos avanços e recuos de parte a parte. E se o objectivo claro das tropas russas, num esforço liderado pelo grupo paramilitar Wagner, passa por conquistar a cidade, o da Ucrânia é ali prolongar o confronto para esgotar recursos russos.
Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia juntou em Bakhmut o que resta do exército profissional e os elementos militares treinados. Manter o conflito em Bakhmut vai permitir, por isso, reduzir “o pessoal [russo] ao mínimo possível e fixá-lo numas poucas batalhas cansativas”, interrompendo a ofensiva russa e permitindo que o foco ucraniano se concentre na preparação da contra-ofensiva da Primavera.
Por seu lado, Yevgeny Prigozhin, o líder do grupo Wagner, disse que as “pinças estão a fechar-se” sobre Bakhmut, com terreno conquistado pelos russos nos últimos dias. Mesmo numa altura em que analistas norte-americanos dizem que os paramilitares estão a fazer uma “pausa táctica” enquanto aguardam a chegada de reforços e abastecimentos.
Fora de Bakhmut, há a assinalar o bombardeamento mais recente da Rússia, o maior em solo ucraniano das últimas três semanas. O ataque aéreo visou infra-estruturas essenciais e edifícios residenciais em dez regiões da Ucrânia, causando a morte de pelo menos nove pessoas – seis das quais numa área residencial da região de Lviv, que fica a mais de 700 quilómetros da linha da frente.
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia lançou nesta vaga um total de 81 mísseis e oito drones de fabrico iraniano. Os ucranianos dizem ter abatido 34 mísseis-cruzeiro e seis aeronaves não tripuladas.
Combates em Bakhmut. Reuters/RFE/RL/SERHII NUZHNENKO
24 de Fevereiro de 2023Um ano de guerra na Ucrânia
O começo desta semana foi marcado pela suspensão da participação da Rússia no pacto New START (Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, assinado em 2011 entre Rússia e EUA). Mas o país diz que isto não significa um maior risco de guerra nuclear, avançou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Ryabkov. O Parlamento russo aprovou esta semana a saída do pacto, anunciada por Vladimir Putin na terça-feira.
A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou com uma esmagadora maioria de 141 votos, uma resolução que exige a "retirada imediata" das tropas russas da Ucrânia e pede "uma paz abrangente, justa e duradoura".
Na semana em que a invasão russa da Ucrânia faz um ano, o Presidente russo, Vladimir Putin, foi ao Parlamento repetir os argumentos em defesa da guerra, os de que a Rússia foi em socorro da população ucraniana russófona, que a Ucrânia está “refém” do Ocidente e que a Rússia trava uma batalha existencial contra um inimigo liderado pelos Estados Unidos.
Situação no terreno a 23 de Fevereiro
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse, numa entrevista à Associated Press, que vê alguns “sinais” de um possível apoio da China à Rússia – e apela à China para que não avance com o que poderá ser considerado uma violação da lei internacional.
No terreno, a situação militar no sul da Ucrânia é bastante perigosa em alguns lugares, disse esta quinta-feira o Presidente ucraniano. No habitual discurso de final de dia, Volodymyr Zelensky alertou ainda para o Leste no país, onde as condições também estão muito difíceis.
Zelensky durante discurso às tropas ucranianas no dia em que faz um ano que a Rússia invadiu a Ucrânia. PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT HANDOUT / LUSA
Horas depois, a poucas horas do primeiro aniversário da invasão russa, Zelensky disse que as forças pró-russas tinham novamente bombardeado a cidade de Kherson, cortando o aquecimento a 40 mil pessoas. Ainda assim, o Presidente ucraniano referiu que a vitória da Ucrânia contra a Rússia é "inevitável" se todos os aliados da Ucrânia fizerem os seus "trabalhos de casa".
Kiev também anunciou que prepara uma contra-ofensiva contra o Exército russo, anunciou o ministro da Defesa, Oleksi Reznikov.
A União Europeia vai avançar para a aquisição conjunta de munições para fornecer a Kiev, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen em Tallin, Estónia, no primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia.
20 de Fevereiro de 2023Biden reforça apoio à Ucrânia em visita histórica a Kiev
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encontrou-se com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev, numa visita que foi mantida secreta até ao dia.
Em vésperas de se cumprir um ano de invasão, Biden caminhou com Zelensky pelas ruas da capital ucraniana antes de uma reunião em que o líder norte-americano anunciou novas sanções contra a Rússia e um pacote de assistência extraordinário de 470 milhões de euros à Ucrânia.
“Naquela noite, há um ano, o mundo estava literalmente a preparar-se para a queda de Kiev. Talvez até para o fim da Ucrânia. Um ano depois, Kiev resiste. A Ucrânia resiste. A democracia resiste”, afirmou Biden, ao lado de Zelensky. "Putin achou que a Ucrânia era fraca e que o Ocidente estava dividido", disse.
Volodymyr Zelensky considerou a visita do Presidente norte-americano como a mais importante na história da relação entre os dois países, acrescentando que as negociações deixaram a Ucrânia “mais próxima da vitória”.
O Presidente ucraniano agradeceu a Washington pela “forte parceria” e descreveu a visita de Biden como “histórica, oportuna e corajosa”.
Presidente norte-americano faz uma visita surpresa à capital ucraniana. Público
17 de Fevereiro de 2023Mesmo sem caças, Zelensky diz não ceder perante nova ofensiva russa
Na linha da frente, em Bakhmut, a guerra continua sem dar tréguas aos cerca de 6000 habitantes que ainda estão na cidade (antes com 70 mil pessoas), apesar dos apelos das autoridades ucranianas para que saiam. No início desta semana, a 13 de Fevereiro, Kiev reconheceu que os seus soldados enfrentam uma situação "complicada" nesta área, em Donetsk.
No mesmo dia, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reforçou o apelo para o fornecimento urgente de armamento à Ucrânia. “Estamos numa corrida de logística, e é urgente fornecer mais artilharia, mais munições, mais combustível, mais peças sobressalentes”, dramatizou.
Em Portugal, o Presidente da República decidiu atribuir o Grande-Colar da Ordem da Liberdade, uma das mais altas distinções do Estado português, ao seu homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky como forma de assinalar um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Perante a nova ofensiva das tropas de Moscovo, o chefe de Estado ucraniano já reforçou que está fora de questão "qualquer cedência territorial". "As armas são a única linguagem que a Rússia compreende", afirmou.
Rapariga de 11 anos perto de edifícios bombardeados em Borodianka, na região de Kiev. REUTERS/Gleb Garanich
10 de Fevereiro de 2023Nova ofensiva russa já começou no Leste da Ucrânia
A semana foi marcada pela intensificação dos ataques a várias regiões ucranianas por parte das forças russas. Na terça-feira, a Rússia reivindicou sucesso numa ofensiva recente no Leste da Ucrânia, numa altura em que Kiev admite esperar um grande ataque russo.
“Actualmente, os combates estão a evoluir com sucesso nas zonas” de Bakhmut e Vugledar, disse o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu. Os militares russos também já iniciaram a sua próxima grande ofensiva na região de Lugansk, segundo revelou o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla original) no seu relatório mais recente.
Nesta sexta-feira, as forças russas atingiram infra-estruturas crítica em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, e em Zaporijjia, fazendo disparar as sirenes em grande parte da Ucrânia. Várias explosões ocorreram em Kiev e a Força Aérea tentou neutralizar um novo ataque com mísseis lançado pelas forças russas.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, confirmou em Kiev, numa visita-surpresa, que uma coligação de países europeus vai enviar mais de 100 blindados Leopard 1 para a Ucrânia durante os próximos meses.
Esta foi uma semana cheia de encontros para o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Na quarta-feira visitou o Reino Unido, onde foi recebido pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e dirigiu-se ao Parlamento, em Londres. Seguiu depois o Palácio do Eliseu, em Paris, para um encontro com o Presidente francês Emmanuel Macron e Olaf Scholz, o chanceler alemão.
Esta quinta-feira, depois de ter discursado perante o Parlamento Europeu, e de ter participado na primeira sessão de trabalhos do Conselho Europeu, Zelensky encontrou-se individualmente com os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reuniões bilaterais organizadas por grupos.
Zelensky discursou no Parlamento Europeu Reuters
3 de Fevereiro de 2023Zelensky quer negociar adesão à UE ainda este ano. Combates por Bakhmut continuam
A última semana ficou marcada pelos avanços nas negociações entre Kiev e os seus aliados quanto ao envio de tanques, sistemas de defesa antiaérea e mísseis para a Ucrânia.
A caminho de Kiev estão os tanques Leopard 2, de fabrico alemão, os Challenger 2 britânicos e os Abrams norte-americanos. No total, a Ucrânia deverá receber 120 a 140 novos veículos de combate, enviados por 12 nações ocidentais, segundo estimativas do chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba.
Apesar do sucesso da chamada "coligação de tanques" entre alguns países membros da Aliança Atlântica, uma "coligação de caças" parece ainda improvável. O Governo ucraniano tem insistido nos pedidos de aviões de guerra, em particular os caças F-16, mas ainda não recebeu respostas positivas.
Esta sexta-feira, 3 de Fevereiro, realizou-se em Kiev a cimeira UE-Ucrânia para discutir as reformas necessárias para a adesão da Ucrânia ao bloco europeu — negociações que Zelensky quer começar ainda este ano. A cimeira juntou o Presidente ucraniano, a presidente da Comissão Europeia, o presidente do Conselho Europeu e o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia.
No terreno, as tropas de Kiev mantêm a "fortaleza" de Bakhmut, onde continuam a concentrar-se os esforços das forças armadas russas e ucranianas.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante a cimeira UE-Ucrânia Lusa/Gabinete de Imprensa da presidência da Ucrânia
27 de Janeiro de 2023Aliados unidos no apoio à Ucrânia. Rússia continua bombardeamentos
Os últimos dias ficaram marcados pela demonstração de apoio dada pelos aliados ocidentais da Ucrânia. A Alemanha deu luz verde para o envio de tanques Leopard 2, com os Estados Unidos a anunciarem também o fornecimento de carros de combate Abrams M1.
A decisão da Alemanha desbloqueou também o apoio de vários países europeus, que necessitavam do aval de Berlim para anunciar o envio de tanques de fabrico alemão para território ucraniano. A Polónia destaca-se entre os demais, comprometendo-se a enviar 14 Leopard 2 e outros 60 tanques de combate para o país vizinho. Devido à logística envolvida no envio dos tanques e à necessidade de treinar as equipas que os irão utilizar no terreno, deve demorar alguns meses até que sejam utilizados em combate.
Ao mesmo tempo que reforça o poder de fogo ucraniano com os veículos pesados, o Ocidente continua a fortalecer os céus ucranianos: França e Itália estão perto de enviar sistemas de defesa antiaérea.
No dia a seguir ao anúncio do envio dos tanques, a Rússia levou a cabo mais um bombardeamento. As autoridades ucranianas dizem ter interceptado 47 dos 59 mísseis disparados e todos os drones activados para a ofensiva, mas ainda assim contaram-se pelo menos 11 mortos e 11 feridos espalhados por todo o país.
Os pontos quentes de combate são nas regiões Norte, Nordeste e Este da Ucrânia, onde as tropas ucranianas têm conseguido manter posições contra as ofensivas russas. Apesar dos confrontos constantes, os últimos meses viram poucos ganhos de parte a parte. É esperado que ambos os lados procurem lançar uma ofensiva mais forte na Primavera.
Tanque de fabrico alemão Leopard 2 REUTERS/CANADIAN ARMED FORCES
25 de Janeiro de 2023Alemanha e EUA anunciam envio de tanques para a Ucrânia
A Alemanha anunciou finalmente o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, depois de ter autorizado os países aliados a reexportar os veículos de fabrico alemão, e após dias de pressão, com este tema em cima da mesa. Berlim vai enviar 14 Leopard 2.
Kiev considera este desenvolvimento vital para aumentar a sua capacidade de reconquistar território e para preparar, ao mesmo tempo, uma ofensiva da Rússia que será lançada até Março.
Quase em simultâneo, horas depois, Joe Biden confirmou também o envio de 31 Abrams norte-americanos, o principal carro de combate dos Estados Unidos.
Portugal vai decidir nos próximos dias sobre o envio de Leopard 2, depois de ter recebido há poucos dias um pedido formal da Ucrânia.
Olaf Scholz com um tanque Leopard 2 em segundo plano, durante um discurso na base militar de Bergen, em Outubro do ano passado REUTERS/FABIAN BIMMER
24 de Janeiro de 2023Alemanha e Estados Unidos avançam com o envio de tanques para a Ucrânia
O chanceler alemão Olaf Scholz deu luz verde para o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia e autorizou outros países, como a Polónia, a fazê-lo. E a chegada dos carros de combate alemães não são a única boa notícia para Kiev: os Estados Unidos também estarão preparados para subir a parada no apoio militar e enviar tanques Abrams.
O passo em frente assumido por Olaf Scholz, depois de semanas de negociações, desbloqueia também o envio de tanques Leopard 2 por parte de outros aliados.
Este apoio por parte de outras nações estava dependente da autorização alemã, visto ser formalmente necessário o aval do país fabricante para a reexportação dos carros de combate. Ao que tudo indica, no entanto, não terá sido a influência das outras nações europeias a motivar a decisão.
Antes da reunião de aliados da Ucrânia que decorreu na base americana de Ramstein, na Alemanha, a imprensa falava que Berlim tinha condicionado o envio dos seus carros de combate a que Washington fizesse o mesmo em relação aos M1 Abrams. A defesa norte-americana dizia que não havia qualquer exigência do género e a Administração Biden não parecia ter abertura para o envio dos seus carros de combate.
Até agora. O Governo norte-americano estará “inclinado a enviar um número significativo de tanques M1 Abrams. Até ao momento, nenhum dos governos comentou as notícias avançadas, mas o passo em frente dado pelos dois aliados é visto como demonstração de unidade e força numa altura crítica da guerra na Ucrânia.
Kiev está a preparar uma contra-ofensiva para recuperar território ocupado pelos russos, ao mesmo tempo que Moscovo parece estar a reagrupar as suas forças e a considerar um novo plano de acção, preparando uma ofensiva de larga escala para a Primavera.
Tanque de fabrico alemão Leopard 2 REUTERS/ARND WIEGMANN
20 de Janeiro de 2023Ucrânia pressiona Ocidente a fornecer armas pesadas. Aliados procuram consenso
Depois de vários dias em que o foco do conflito foram os combates pela cidade de Soledar, no Leste da Ucrânia, a situação na frente de combate estagnou, com poucos ganhos de parte a parte.
As atenções continuam viradas para Bakhmut, cidade vizinha de Soledar. Os russos continuam a pressionar as posições das tropas de Kiev nesta região e mantêm o objectivo de conquistar a cidade. O maior progresso nesse sentido terá sido a conquista de Klishchiivka, segundo reclamaram as autoridades russas na região ocupada de Donetsk.
Segundo os serviços secretos ucranianos, o Presidente Vladimir Putin terá ordenado o novo comandante das tropas russas, Valeri Guerasimov, a tomar controlo total do Donbass, em Donetsk, até ao mês de Março.
A pressão russa e a ameaça de um reforço das ofensivas contra posições ucranianas têm motivado um discurso mais urgente do Presidente da Ucrânia. Ao longo dos dias, Volodymyr Zelensky tem instado os aliados do seu país a apoiar a Ucrânia com armamento pesado.
Alguns aliados acederam aos pedidos por tanques e outros veículos de combate, mas outros, como a Alemanha – que tem agora um novo ministro da Defesa, Boris Pistorius, pedem consenso antes de assumirem perante Kiev o compromisso de enviar tanques Leopard.
Face aos pedidos ucranianos e a um “reagrupar” russo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, exortou os aliados de Kiev a fazerem “um esforço”.
Nove países europeus, entre eles o Reino Unido, a Polónia e os Países Baixos, responderam ao apelo de Zelensky por “decisões poderosas” do ocidente. Prometeram um “pacote de doações sem precedentes” que inclui carros de combate, artilharia pesada e defesa aérea.
OLEG PETRASYUK/EPA
18 de Janeiro de 2023Desastre de helicóptero mata ministro
Catorze pessoas morreram na queda de um helicóptero perto de um infantário em Brovary, um subúrbio de Kiev. Entre elas estão o ministro do Interior, Denys Monastyrsky, e dois outros membros do seu gabinete. Entre as vítimas mortais há também uma criança. Há ainda registo de vários feridos: os primeiros balanços davam conta de quase 30.
Ainda não se sabe ao certo o que poderá estar por detrás da queda deste helicóptero. O que se sabe, até agora, é que a aeronave era propriedade dos serviços de emergência ucranianos.
O porta-voz das Forças Aéreas ucranianas, Yuri Ihnat, falou num “acidente” e disse ser “demasiado cedo para se falar da [sua] causa”. “Há múltiplos factores que podem provocar esta catástrofe. Os acidentes aéreos precisam de tempo para serem investigados.”
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse no Fórum Económico Mundial que as entregas ocidentais de tanques e unidades de defesa aérea deveriam ter chegado mais rapidamente à Ucrânia para evitar que a Rússia fosse capaz de realizar ataques.
À margem do fórum de Davos, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que a Ucrânia precisa de um "aumento significativo" das armas – tal apoio é a única via para uma solução pacífica negociada com a Rússia.
A ministra da Defesa canadiana, Anita Anand, visitou Kiev e anunciou a entrega de 200 veículos blindados para transporte de pessoal à Ucrânia, como parte de um novo pacote de assistência militar.
Apesar das palavras e actos de apoio do Ocidente, Vladimir Putin afirmou não ter dúvidas que uma vitória russa na Ucrânia é "inevitável".
Valentyn Ogirenko/Reuters
13 de Janeiro de 2023Rússia grita vitória em Soledar. Ucrânia diz que ainda resiste
A semana ficou marcada pelo braço-de-ferro entre as tropas russas e ucranianas pela cidade de Soledar, no Leste da Ucrânia.
Os ucranianos anunciaram um reforço das suas defesas na região, onde os combates intensos se arrastam desde o Verão. Até aqui, o foco tinha sido Bakhmut, uma cidade vizinha, mas as forças de Moscovo viraram a agulha para Soledar, onde estão situadas minas de sal.
A Rússia, mais concretamente a empresa militar privada Grupo Wagner, acabou por reclamar a conquista de Soledar – a que chamaram “libertação” –, alegando ter provocado mais de 500 baixas nas forças de Kiev. Por seu lado, a Ucrânia admitiu uma “situação difícil” na defesa desta localidade, mas continua sem admitir tê-la perdido para os invasores.
“Ainda há combates violentos”, dizia um porta-voz ucraniano no final da semana, acrescentando que Kiev ainda tem a situação sob controlo, apesar enfrentar “condições difíceis”.
Longe da frente de batalha, a Rússia viu nova mudança no comando das tropas na Ucrânia: Valeri Guerasimov substituiu o general Serguei Surovikin, que apenas tinha chegado ao comando das tropas russas em Outubro de 2022.
A alteração acontece numa fase do conflito em que começa a ganhar força, entre os serviços de informação ocidentais, a tese de que a Rússia estará a sentir dificuldades na invasão por causa de falta de munições: fontes militares ucranianas e aliadas registaram uma redução muito significativa no fogo de artilharia russo em várias zonas do conflito.
Soledar — antes e depois dos ataques russos. Maxar Technologies/REUTERS
8 de Janeiro de 2023Rússia anunciou morte de 600 adversários, mas mísseis terão falhado o alvo
O Kremlin afirmou hoje que foram mortos mais de 600 soldados ucranianos, em resposta ao ataque contra as suas tropas em Makiivka, Donetsk. No entanto, tanto as autoridades ucranianas como repórteres internacionais no terreno desmentiram o suposto massacre.
Fotografias do local mostram enormes buracos feitos na terra, mas edifícios intactos. A Rússia terá falhado os alvos (dois supostos dormitórios dos militares ucranianos), e não terá provocado vítimas.
Após "intensas negociações", segundo o Governo russo, Moscovo e Kiev realizaram mais uma troca de prisioneiros de guerra. Desta vez foram libertados 100 homens, 50 de cada lado do conflito.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu que continuar a apoiar o povo ucraniano com armamento será o “caminho mais rápido” para uma solução de paz negociada entre a Rússia e a Ucrânia.
O edifício que a Rússia afirma ter bombardeado, em Kramatorsk, Donetsk. REUTERS/CLODAGH KILCOYNE
6 de Janeiro de 2023Rússia anuncia início oficial do cessar-fogo
A Rússia anunciou o início de um cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 6 de Janeiro e a meia-noite de 7 de Janeiro, coincidindo com a celebração do Natal cristão ortodoxo.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de procurar “usar o Natal como disfarce” para impedir o avanço das forças ucranianas no Donbass e aproximar equipamentos e munições das suas posições.
Apesar de os alertas de ataque aéreo terem soado em várias regiões da Ucrânia, nenhum grandes ataque foi registado pelas autoridades ucranianas após o início do cessar-fogo.
Nas horas que antecederam o início do cessar-fogo, vários mísseis atingiram um prédio residencial na cidade ucraniana de Kramatorsk, perto da linha de frente oriental, danificando 14 casas. Não há registo de vítimas ou feridos.
Soldado ucraniano em Kreminna. REUTERS
5 de Janeiro de 2023Putin anuncia cessar-fogo natalício
Vladimir Putin ordenou um cessar-fogo de 36 horas na Ucrânia durante os dois dias em que se celebra o Natal ortodoxo. O Presidente russo apelou a que o lado ucraniano também cumpra a trégua para os dias 6 e 7 de Janeiro, dias em que os cristãos ortodoxos – em maioria nas populações russas e ucranianas – comemoram o Natal.
O apelo russo foi recebido com um coro de rejeições por parte de ucranianos e aliados, que acusaram Putin de hipocrisia e falsidade. Volodymyr Zelensky disse que a proposta de Putin é uma tentativa de retardar o avanço das tropas ucranianas no Donbass e transportar mais equipamento e tropas para a região.
Mykhailo Podoliak, conselheiro do Presidente ucraniano, descreveu o apelo como “completamente inaceitável” e reforçou que a Ucrânia rejeita qualquer acordo de paz com Moscovo que permita à Rússia manter as suas tropas em território ocupado.
No terreno, as forças ucranianas e russas continuam em confrontos nas frentes Leste, com as tropas de Kiev a procurarem repelir os invasores. O Exército ucraniano diz que os russos continuam focados numa ofensiva na zona de Bakhmut, na região ocupada de Donetsk.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin. EPA/MIKHAEL KLIMENTYEV / SPUTNIK / KREMLIN POOL
4 de Janeiro de 2023Rússia continua a pressionar cidades ucranianas
Numa altura em que a Ucrânia se prepara para uma nova ofensiva russa, as Forças Armadas ucranianas disseram que a Rússia levou a cabo, no último dia, sete ataques com mísseis, 18 ataques aéreos e ainda outros 85 ataques com sistemas de foguetes de artilharia.
De acordo com Kiev, estas investidas terão visado infra-estruturas civis em três cidades: Kramatorsk, Kherson e Zaporijjia. Na região desta última, Moscovo lançou acusações, responsabilizando o lado ucraniano por ataques de artilharia que terão causado a morte de cinco pessoas.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a dizer que a Rússia está a planear convocar mais tropas para uma nova e importante ofensiva para “tentar virar a maré da guerra”. Kiev tem apontado para essa possibilidade há várias semanas e tem desenvolvido as linhas defensivas para essa eventualidade.
Do lado de Moscovo, o golpe devastador sofrido em Makiivka, na região ocupada de Donetsk, continua a criar atritos. Um antigo responsável pela autoridade russa em Donetsk disse que concentrar tantos soldados numa só localização foi “negligência criminosa”. Os responsáveis ministeriais russos, por sua vez, culpam os soldados: dizem que a utilização indevida de telemóveis pessoais permitiu aos ucranianos traçar a localização precisa para o ataque.
Soldado ucraniano na frente de batalha de Kherson. REUTERS/Oleksandr Ratushniak
3 de Janeiro de 2023Kiev prepara-se para nova ofensiva russa no Norte do país
É "improvável" que a Rússia consiga avanços significativos nos arredores de Bakhmut, em Donetsk, nas próximas semanas, de acordo com o Ministério da Defesa britânico, que acrescenta que nos últimos dias de Dezembro ambos os lados "sofreram um grande número de baixas".
Apesar de as tropas de Kiev estarem a conseguir defender Bakhmut, os serviços secretos ucranianos alertam para uma eventual ofensiva russa a partir do Norte do país.
Os ucranianos acreditam que a Rússia vai recorrer às tropas que tem treinado nos últimos três meses, depois da mobilização militar imposta em Outubro. Ainda assim, Kiev assegura que Moscovo não conseguirá avançar como em Fevereiro, quando a região de Sumy não tinha linhas defensivas.
Desde Setembro, a Ucrânia abateu quase 500 drones inimigos, garantiu Yuriy Ignat, porta-voz da Força Aérea ucraniana.
Cerimónia de homenagem aos soldados mortos na guerra, na região russa de Samara. REUTERS/Albert Dzen
2 de Janeiro de 2023Russos reconhecem ataque ucraniano que fez mais de 60 mortos. Ucranianos falam em mais de 400
O Governo russo reconheceu a morte de 63 militares num ataque do Exército ucraniano na cidade de Makiivka, na região de Donetsk, controlada por Moscovo.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, os mísseis ucranianos, disparados com o Sistema de Foguetes de Artilharia de Grande Mobilidade (HIMARS), atingiram um centro de destacamento temporário, a 31 de Dezembro.
Por sua vez, as autoridades ucranianas referem que os ataques contra Makiivka causaram cerca de 400 vítimas mortais entre as forças russas abrigadas no edifício da Escola Politécnica da cidade da região de Donetsk, para além de centenas de feridos. Relatos dos media russos, inclusive de canais pró-russos, também dão conta de mortes na casa das centenas: o canal Operational Reports indica meio milhar de militares russos.
Na manhã de hoje, as forças ucranianas reportaram a destruição de 22 drones sobre Kiev, com relatos de abates nas regiões de Dnipropetrovsk e Zaporijjia. Algumas das aeronaves não-tripuladas conseguiram atingir infra-estruturas críticas de electricidade e aquecimento, mas os serviços foram repostos.
Militares ucranianos na região de Donetsk REUTERS/Anna Kudriavtseva
1 de Janeiro de 2023Discursos de Ano Novo contrastantes marcam primeiro dia do ano
Os líderes da Ucrânia e da Rússia prometeram fazer de tudo para alcançar vitória na guerra na Ucrânia nos seus discursos de Ano Novo, mas enquanto Volodymyr Zelensky discursou sobre gratidão e dor, Vladimir Putin falou de um dever de todos os cidadãos para com a Rússia, classificando a guerra como uma luta quase existencial.
No terreno, a passagem de ano ficou marcada por uma nova série de ataques russos. Terão morrido pelo menos três pessoas e 32 ficaram feridos, nos bombardeamentos registados em diferentes pontos do país. Representantes russos adiantam que os ataques tinham como objectivo alvos militares relacionados com a produção de armamento.
As autoridades ucranianas garantem ter abatido 45 drones lançados pela Rússia durante a noite da passagem de ano.
Kiev alvo de novos ataques russos. EPA/OLEG PETRASYUK
31 de Dezembro de 2022Rússia intensifica bombardeamentos. Meia-noite em silêncio
O último dia do ano foi marcado por ataques a Kiev, onde uma explosão num hotel matou uma pessoa e feriu outras 20.
As sirenes tocaram durante praticamente todo o dia na capital ucraniana. Apesar disso, muitas pessoas saíram à rua para as últimas compras para a noite de passagem de ano.
A meia-noite não foi comemorada nas ruas. Imagens transmitidas pelas televisões mostram o centro de Kiev praticamente às escuras e em silêncio.
Por essa hora, o Presidente Volodymyr Zelensky publicou um vídeo de 17 minutos no YouTube (com legendas em inglês). No Twitter, deixou uma mensagem: “Não sabemos ao certo o que o novo 2023 nos trará. Quero desejar a todos nós uma coisa — vitória. E isso é o principal.”
Reflexão sobre a guerra e perspectivas para 2023 do Presidente Volodymyr Zelensky.
30 de Dezembro de 2022Ucrânia denuncia novos ataques a Kiev com drones iranianos
As sirenes voltaram a ouvir-se durante a madrugada na capital ucraniana, Kiev, e os residentes foram instados a procurar abrigo. A Rússia levou a cabo um dos maiores ataques aéreos desde o início da guerra.
O ataque começou pelas 2h (hora local), quando o governo local emitiu um alerta, via Telegram, sobre os ataques aéreos e pediu aos residentes que procurassem abrigo.
As Forças Armadas ucranianas afirmaram que foram lançados 16 drones Shahed e que todos foram destruídos. O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou ainda que sete deles tinham como alvo a capital ucraniana e que um edifício administrativo ficou parcialmente destruído.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que realizou na noite passada um "ataque maciço" a infra-estruturas energéticas, militares e industriais russas, confirmando os relatos ucranianos no terreno.
As autoridades russas também dizem ter impedido um "ataque terrorista" no norte do Cáucaso e anunciaram que a cidade ocupada de Nova Kakhovka, na região de Kherson, foi atingida por artilharia ucraniana, deixando-a sem electricidade.
29 de Dezembro de 2022Míssil de defesa aérea ucraniano cai na Bielorrússia
Um míssil ucraniano S-300 caiu no território da Bielorrússia nesta quinta-feira durante um dos maiores ataques com mísseis russos contra a Ucrânia desde o início da guerra, revelou a agência de notícias estatal BelTA.
O Ministério da Defesa da Bielorrússia disse que as suas defesas aéreas derrubaram um míssil S-300 ucraniano na região fronteiriça de Brest por volta das 10h (hora local) desta quinta-feira.
Segundo a BelTA, o míssil que caiu na Bielorrússia foi disparado a partir de território ucraniano. A agência publicou ainda uma imagem do que diz serem partes de um míssil S-300 num campo agrícola vazio, tendo acrescentado que não há informações sobre eventuais vítimas.
O S-300 é um míssil de defesa aérea da era soviética usado pela Rússia e pela Ucrânia. Em Novembro de 2022, um S-300 que se acredita ter sido disparado pelas defesas aéreas ucranianas aterrou na Polónia.
Na manhã desta quinta-feira a Ucrânia relatou mais um ataque com mísseis russos, com explosões ouvidas em várias cidades, incluindo a capital, Kiev.
28 de Dezembro de 2022Rússia intensifica ataques contra Kherson e Bakhmut
As forças russas intensificaram, nesta quarta-feira, os ataques na cidade de Kherson, no Sul da Ucrânia, forçando várias centenas de residentes a fugir. De acordo com a Reuters, as tropas russas dispararam 33 mísseis contra alvos civis ao longo de 24 horas.
De acordo com Kyrylo Tymoshenko, um dos responsáveis pelo gabinete do Presidente, a ala da maternidade de um hospital de Kherson foi atingida pelas forças russas ao fim do dia de terça-feira, mas não foram registados feridos.
Apesar dos apelos das autoridades ucranianas para que os residentes abandonem Kherson, alguns habitantes que resistiram à ocupação russa estão relutantes em deixar a cidade.
Já na cidade de Bakhmut, na linha da frente, na província de Donetsk, "apenas alguns" civis permanecem, segundo Volodymyr Zelensky. Numa publicação no Telegram, o Presidente da Ucrânia afirmou que “não há lugar que não esteja coberto de sangue” na cidade controlada pela Ucrânia que se encontra em ruínas, onde as tropas estão a travar uma batalha que passou a simbolizar a brutalidade da guerra.
Bakhmut, Ucrânia / Créditos: Clodagh Kilcoyne/REUTERS
27 de Dezembro de 2022Putin responde a preços máximos no petróleo
A Rússia anunciou que vai proibir a exportação de petróleo e derivados às nações que impuseram um limite máximo de preços para o petróleo russo. O decreto já foi assinado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e entra em vigor a 1 de Fevereiro de 2023, com duração de cinco meses.
Fevereiro é também a altura em que a Ucrânia pretende realizar uma cimeira de paz. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, o país pretende regressar à mesa de negociações no final desse mês – mas garante que Kiev fazer todos os possíveis para ganhar a guerra.
No terreno, as forças ucranianas têm conseguido repelir ataques russos junto de duas localidades na região de Lugansk e em outras seis localizações em Donetsk.
Os combates têm sido particularmente intensos nas redondezas da cidade estratégica de Bakhmut, um dos principais objectivos de conquista russos, e em Svatove. Na segunda-feira à noite, Zelensky referiu que a situação linha da frente no Donbass é “difícil e dolorosa”.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin ALEXEI DANICHEV / SPUTNIK / KREMLIN POOL/LUSA
26 de Dezembro de 2022Três mortos em ataque de drone contra base russa
A defesa aérea russa abateu um drone ucraniano que se aproximava de uma base aérea no Sul do país, tendo os destroços do aparelho não tripulado atingido mortalmente três pessoas no solo. Aquele aeródromo situa-se a cerca de 500 quilómetros a leste da Ucrânia.
Volodymyr Zelensky alertou os ucranianos para o perigo de possíveis bombardeamentos pelas tropas russas durante as celebrações dos últimos dias do ano.
A Ucrânia pediu que a Rússia seja expulsa enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, tendo argumentado que a presença “ilegítima” de Moscovo na ONU foi “marcada por guerras e apreensões de territórios de outros países”.
No mesmo dia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, disse que a Ucrânia quer ter uma cimeira de paz no final de Fevereiro e que Kiev vai fazer todos os possíveis por ganhar a guerra.
25 de Dezembro de 2022Putin diz que Rússia está pronta a negociar, mas Kiev desmente Moscovo
A Ucrânia continua a ser fustigada por ataques aéreos regulares, com a população a viver todos os dias sob alerta de bombardeamentos – no último dia, as sirenes de aviso dispararam duas vezes em todas as regiões do país (sem que se tenham registado ataques).
Apesar disso, Vladimir Putin disse que a Rússia está pronta a negociar com todas as partes envolvidas no conflito, atribuindo as responsabilidades da guerra ao Ocidente.
Kiev reagiu rapidamente às declarações do Presidente russo, referindo que Putin “precisa de regressar à realidade” e que a Rússia “atacou sozinha a Ucrânia e está a atacar civis” – palavras de Mikhailo Podolyak, um dos principais conselheiros do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Relativamente à frente de combate, o Instituto para o Estudo da Guerra disse que a ofensiva russa em Bakhmut, um dos grandes objectivos de Moscovo, tem abrandado nos últimos dias.
O relatório deste think tank norte-americano refere que as forças ucranianas têm oferecido bastante resistência e até terão obrigado elementos do grupo mercenário Wagner a recuar de posições que já tinham estabelecido há vários dias.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin Sputnik/Sergey Guneev/Pool via REUTERS
24 de Dezembro de 2022Ataque a Kherson mata pelo menos dez pessoas
O dia ficou marcado por um bombardeamento forte da cidade de Kherson, recentemente recuperada pelas forças ucranianas. O ataque russo matou pelo menos dez pessoas e deixou feridas outras 58, de acordo com as autoridades.
O “bombardeamento bárbaro” de Kherson, que no dia anterior já tinha sido atacada mais de 60 vezes, levou o ministro da Defesa ucraniano, Oleksei Reznikov, a reforçar o pedido de armamento à comunidade internacional, para que o país possa punir os “assassinos russos”.
O Presidente da Ucrânia acusou a Rússia de ter lançado um ataque contra a cidade libertada em Novembro de 2022 "por puro prazer de matar"
Uma rua de Kherson depois do bombardeamento russo SERGEI ILNITSKY/EPA
23 de Dezembro de 2022Combates continuam na região de Donetsk
No dia em que Volodymyr Zelensky regressou a Kiev, depois de uma viagem aos Estados Unidos, os combates entre as tropas ucranianas e russas voltaram a concentrar-se na região de Donetsk, no Donbass, em particular em Bakhmut e Avdiivka, de acordo com as Forças Armadas da Ucrânia. Os oficiais russos têm referido que a conquista da capital desta região é um dos actuais focos principais da missão russa. Nos últimos dias, os arredores da capital regional foram bombardeados.
Apesar do que se passa no campo de batalha, no qual a Ucrânia tem recuperado território, o porta-voz de Moscovo, Dmitry Peskov, disse que a Rússia fez progressos significativos na “desmilitarização” da Ucrânia, um dos objectivos declarados pelo Presidente russo quando lançou a invasão.
Sobre os reforços de armamento providenciados à Ucrânia pelos aliados, a Rússia disse que os sistemas de mísseis Patriot norte-americanos não irão impedir o avanço russo nem ajudarão na resolução do conflito.
No sul da Ucrânia, em Kherson, o gabinete do procurador regional deu conta de um novo bombardeamento russo que matou dois civis e danificou edifícios residenciais e infra-estruturas críticas.
A Ucrânia disse que Moscovo está a demolir um teatro em Mariupol, cidade no sul do país sob controlo russo, para esconder crimes de guerra. O edifício que as forças russas terão começado a demolir é o Teatro Drama de Mariupol, que servia de abrigo e em Março foi bombardeado, vitimando centenas de civis.
As ruínas do Teatro de Drama de Mariupol, atingido em Março por bombardeamentos russos SERGEI ILNITSKY/EPA
22 de Dezembro de 2022Tropas russas concentradas em "libertar" toda a região de Donetsk
No Capitólio, o Presidente da Ucrânia, recebido pelos congressistas norte-americanos com uma longa ovação, deixou claro que o dinheiro dos Estados Unidos "não é caridade", mas "um investimento na segurança global", "contra a tirania russa". E, mais uma vez, pediu um reforço do armamento, para poder "sobreviver" a este Inverno.
Depois de Joe Biden confirmar o envio do sistema de defesa antiaérea Patriot, incluído num pacote adicional de 1,8 mil milhões de dólares em assistência à Ucrânia, o Kremlin garantiu que não serão os sistemas Patriot a impedir a Rússia de atingir os seus objectivos. "Iremos sempre encontrar um antídoto", assegurou Vladimir Putin.
Na linha da frente, as tropas de Moscovo estão agora concentradas em "libertar" — ou controlar —todo o território de Donetsk, no Donbass, anunciou o comandante das Forças Armadas da Rússia. Os arredores da capital regional foram hoje bombardeados, e pelo menos dois responsáveis russos ficaram feridos.
Destruição após bombardeamentos contra Donetsk REUTERS/Pavel Klimov
21 de Dezembro de 2022Joe Biden recebeu Zelensky na Casa Branca
O Presidente da Ucrânia foi até Washington, D.C. "para fortalecer a resiliência e as capacidades de defesa da Ucrânia", na sua primeira viagem internacional desde o início da guerra.
Além do encontro com o homólogo norte-americano e do discurso no Congresso, Volodymyr Zelensky terá "várias reuniões bilaterais" no país.
O Kremlin reagiu e o porta-voz russo, Dmitri Peskov, afirmou que não esperava nada de bom da viagem de Zelensky aos EUA. Acrescentou ainda que o envio de armas para Kiev é um tiro que pode "sair pela culatra" às nações ocidentais.
Enquanto o chefe de Estado ucraniano planeava o encontro com Joe Biden, a Rússia antecipou-se e enviou Dmitri Medvedev, antigo Presidente e primeiro-ministro, actual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, para uma reunião com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim.
Volodymyr Zelensky e Joe Biden na Casa Branca REUTERS/Leah Millis
20 de Dezembro de 2022Ao 300.º dia de guerra, Zelensky visitou a linha da frente: Bakhmut
A guerra na Ucrânia já leva 300 dias. Ao décimo mês, a Organização Mundial de Saúde estima que cerca de dez milhões de ucranianos — um quarto da população — sofra de problemas de saúde mental associados ao conflito, destacando-se os casos de ansiedade e stress pós-traumático.
Vladimir Putin admitiu que a "situação" em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijjia — regiões ucranianas anexadas por Moscovo em Setembro de 2022, na sequência de supostos referendos — está a revelar-se "extremamente difícil".
Volodymyr Zelensky, por seu lado, visitou Bakhmut, em Donetsk, linha da frente dos combates entre Rússia e Ucrânia. Há vários meses que Bakhmut, um ponto estratégico para o avanço russo no país ocupado, se encontra debaixo de fogo.
“Desde Maio que os ocupantes têm tentado vergar a nossa Bakhmut, mas o tempo passa e Bakhmut está a vergar não só o Exército russo como os mercenários russos que vêm substituir o famigerado Exército”, afirmou o chefe de Estado.
Volodymyr Zelensky em Bakhmut, Donetsk Assessoria de imprensa da presidência ucraniana
19 de Dezembro de 2022Kiev atacada por drones em dia de visita de Putin à Bielorrússia
As autoridades ucranianas anunciaram que Kiev foi novamente alvo de ataques com drones durante a madrugada. A ofensiva russa, feita com recurso a dezenas de aeronaves não-tripuladas de fabrico iraniano, atingiu um ponto crítico de infra-estruturas ucranianas e voltou a provocar cortes no fornecimento de electricidade.
De acordo com as Forças Armadas da Ucrânia, foram abatidos durante a madrugada entre 30 a 35 drones, que terão sido lançados a partir de uma base na costa leste do mar de Azov. A defesa aérea não foi suficiente para impedir que o sistema energético sofresse danos – a empresa Ukrenergo disse ter verificado cortes de electricidade em “outras dez regiões do país” para lá de Kiev.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
O dia também ficou marcado pela visita a Minsk de Vladimir Putin. O Presidente russo foi recebido na capital da Bielorrússia pelo seu homónimo, Alexander Lukashenko, para os dois discutirem assuntos da aliança entre as duas nações – o Ocidente teme que Moscovo queira pressionar Misnk a juntar-se ao conflito armado na Ucrânia, mas a Rússia diz que isso são “invenções estúpidas e infundadas”.
Putin disse ter sido uma reunião “muito produtiva”, tendo garantido que não é intenção da Rússia “absorver” qualquer país, mantendo a linha de discurso que tem sido utilizada pelo Kremlin, que descreve a Bielorrússia como o “aliado número um” de Moscovo.
Presidente russo, Vladimir Putin, com o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko REUTERS/SPUTNIK
18 de Dezembro de 2022Luz restaurada para seis milhões de ucranianos. Ainda há falhas no aquecimento e na água
Uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas num bombardeio na região de Belgorod, no sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia, disse o governador da região.
A Ucrânia conseguiu restaurar o abastecimento de electricidade e água durante este sábado depois de a última vaga de ataques da Rússia deixar várias cidades na escuridão e forçar milhares de ucranianos a suportar temperaturas abaixo de zero, sem acesso a aquecimento ou água corrente.
A Agence France-Presse avançou que o Presidente Volodymyr Zelensky disse na noite de sábado que, embora a electricidade tenha sido restaurada para quase seis milhões de ucranianos, existiam problemas frequentes com o abastecimento de água e aquecimentos e “quedas de energia em larga escala” em muitas regiões.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, visitou as tropas do país envolvidas na "operação militar especial" de Moscovo a Ucrânia, informou o Ministério da Defesa neste domingo.
O ministro "prestou especial atenção" à organização do abastecimento das tropas, às condições de vida e também ao trabalho dos serviços médicos e de retaguarda, acrescenta-se na nota.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, propôs a organização de uma cimeira mundial da paz durante o Inverno. A ideia do chefe de Estado ucraniano foi veiculada durante um vídeo que Kiev queria que tivesse sido transmitido antes da final do Campeonato do Mundo no Qatar, este domingo. O que não aconteceu.
Destruição causada por um míssil em Vyshhorod, Ucrânia REUTERS/GLEB GARANICH
17 de Dezembro de 2022Zelensky desafia Putin para “combate a dois” num ringue “se ele for homem”
O Presidente ucraniano disse numa entrevista entrevista transmitida na televisão pública francesa LCI que estava pronto para combater com o líder russo, num combate “a começar amanhã”, adiantando que esse encontro “seria a última cimeira do Presidente Putin”.
"Um homem, se é um homem de verdade, quando quer enviar uma mensagem a alguém, ou se quer bater-lhe, fá-lo sem recorrer aos serviços de um intermediário. Se eu tivesse tal mensagem para enviar a Putin, fá-lo-ia sozinho.” Zelensky respondia assim às notícias sobre uma ordem de Putin dada ao presidente da região russa da Chechénia, Ramzan Kadirov, para matar o chefe de Estado ucraniano, pouco depois da invasão russa da Ucrânia a 24 de Fevereiro.
O Ministério da Defesa da Rússia admitiu que as suas armas de "alta precisão" atingiram partes do complexo militar e industrial da Ucrânia e instalações administrativas militares e de energia nesta sexta-feira, numa das maiores ondas de ataques desde o início da guerra.
O autarca da capital da Ucrânia disse este sábado que o sistema de metro da cidade voltou a funcionar e que todos os residentes já têm acesso ao abastecimento de água um dia após a última onda de ataques aéreos russos a infra-estruturas críticas do país.
As equipas de resgate retiraram o corpo de uma criança de um ano dos escombros de um prédio residencial depois de um ataque russo na cidade de Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia, que matou quatro pessoas no total, disse o governador regional.
O Presidente Vladimir Putin sondou os principais comandantes das Forças Armadas russas sobre como acham que deve prosseguir a "campanha militar" da Rússia na Ucrânia durante uma visita ao quartel-general da operação, disse o Kremlin neste sábado.
Imagem dos ataques desta sexta-feira a Kryvyi Rih, na Ucrânia REUTERS/Mykola Synelnykov
16 de Dezembro de 2022Novos ataques russos provocam falhas de água e luz na Ucrânia. Metro de Kiev paralizado
A Rússia voltou a atacar infra-estruturas críticas na Ucrânia causando cortes de electricidade em todo o país. Partes da capital, Kiev, ficaram sem electricidade e sem água depois de uma série de bombardamentos ao começo da manhã. O metro de Kiev ficou paralisado o dia todo.
A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, também está sem abastecimento de água, electricidade e aquecimento, na sequência dos ataques russos.
Pelo menos duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas – entre elas, duas crianças – depois de um míssil ter atingido um edifício residencial em Kryvyi Rih.
O operador estatal de energia ucraniano, Ukrenergo, afirmou, em comunicado, que vai demorar mais tempo a restaurar a rede eléctrica. “Tendo em conta que esta é a nona vaga de ataques com mísseis a instalações energéticas, a restauração do fornecimento de energia pode demorar mais tempo”, lê-se num comunicado da empresa.
A prioridade passa por restaurar a electricidade a hospitais e instalações de fornecimento de água e saneamento.
“Agora, todos os alvos [de Moscovo] são civis”, acentuou o Presidente Volodymyr Zelensky no habitual discurso ao final do dia.
Apagão em Kiev. EPA/SERGEY DOLZHENKO
15 de Dezembro de 2022Ucrânia prevê grande ofensiva russa e novos ataques a Kiev no início de 2023
Apesar das perdas materiais e humanas do lado russo, altos responsáveis ucranianos acreditam que Vladimir Putin está a preparar uma nova ofensiva em larga escala em Janeiro ou Fevereiro de 2023.
O comandante das Forças Armadas ucranianas Valeri Zalujni vai mais longe e diz "não ter dúvidas" de que a Rússia fará "uma nova tentativa para tomar Kiev".
Na Polónia, um presente entregue a um comandante da polícia durante uma visita a Kiev acabou por explodir em Varsóvia, causando ferimentos ligeiros ao comandante e a outro funcionário público. As autoridades polacas não adiantaram pormenores sobre a explosão, mas dizem ter pedido "explicações" à Ucrânia.
No terreno, a Rússia está a registar uma "escassez crítica" de cartuchos de artilharia, o que está a limitar a sua força militar na Ucrânia, afirmou o chefe do Estado-Maior de Defesa do Reino Unido, Tony Radakin.
Lyudmila Butsenko, de 69 anos, ficou ferida em ataques contra Donetsk. REUTERS/Alexander Ermochenko
14 de Dezembro de 2022Ataques com recurso a drones provocam explosões em Kiev
Várias explosões abalaram Kiev, informou o autarca da capital ucraniana. "Explosões no bairro Shevchenkivsky. Os serviços [de emergência] estão a caminho", informou Vitali Klitschko no Telegram.
Klitschko adiantou ainda que o sistema de defesa antiaérea abateu 13 drones de fabrico iraniano sobre Kiev e arredores. Não foram registados danos na rede energética da cidade na sequência destes ataques.
Os ataques contínuos a infra-estruturas energéticas na Ucrânia deixaram quase todas as crianças no país – cerca de sete milhões — sem acesso estável a electricidade, aquecimento e água, colocando-as em risco acrescido à medida que as temperaturas descem, advertiu a UNICEF. Além disso, muitas não conseguem aceder ao ensino online nem receber todos os cuidados de saúde necessários.
Apesar dos apelos internacionais, incluindo do Papa Francisco, o Kremlin avançou que não estão em cima da mesa quaisquer propostas para um cessar-fogo durante este Natal.
Reparação de linhas eléctricas danificadas por bombardeamentos russos, em Kramatorsk, Donetsk. EPA/YEVGEN HONCHARENKO
13 de Dezembro de 2022Tropas de Kiev atingem mais uma ponte estratégica para Moscovo no Sul
As tropas ucranianas terão atingido, na madrugada desta terça-feira, uma ponte importante da cidade de Melitopol, na região de Zaporijjia, impedindo o trânsito de veículos militares.
Em Kherson, pelo menos duas pessoas morreram e cinco ficaram "Este é um alvo estrategicamente importante depois da ponte da Crimeia. É através desta ponte que os ocupantes transportam equipamento militar a partir do Leste" para as zonas ocupadas no Sul da Ucrânia, escreveu no Telegram Ivan Fedorov, autarca exilado de Melitopol.
Segundo avançou hoje o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, caso os ataques das tropas russas às infra-estruturas essenciais do país continuem, a economia da Ucrânia poderá encolher até 50% este ano, com o valor do PIB a cair para metade.
Soldado ucraniano em Kramatorsk, cidade bombardeada na região de Donetsk. REUTERS/Shannon Stapleton
12 de Dezembro de 2022Rússia continua ataques aéreos a cidades ucranianas
A Rússia voltou a atacar regiões do território da Ucrânia com mísseis, drones e artilharia, numa altura em que milhões de ucranianos sofrem sem energia para se aquecerem perante temperaturas negativas.
Em Kherson, pelo menos duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas na sequência de um ataque aéreo à cidade, que o governador descreveu como um "bombardeamento maciço" levado a cabo pelas forças russas. Um outro ataque com mísseis também fez duas vítimas mortais e dez feridos na cidade de Hirnyk, na região de Donetsk.
Estes ataques acontecem numa altura em que os serviços secretos ucranianos julgam que a Rússia terá mísseis suficientes para “três a cinco” vagas de bombardeamentos. O subchefe dos serviços secretos ucranianos, Vadym Skibitsky, diz ainda que os russos têm utilizado projécteis antigos que faziam parte do armamento entregue nos anos 1990 à Rússia para a Ucrânia garantir a sua soberania.
Na contra-ofensiva, a Ucrânia reclamou a autoria de um ataque de domingo à cidade de Kadiivka, na região ocupada de Lugansk, que terá atingido um hotel que tem servido de base para o grupo paramilitar Wagner. O bombardeamento terá provocado um “grande número” de vítimas mortais entre os mercenários, segundo o governador exilado da região.
O resultado de bombardeamentos na região de Donetsk. REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
11 de Dezembro de 2022Odessa sem electricidade. Grupo Wagner atingido em Melitopol
A Ucrânia atacou quartéis russos na cidade de Melitopol, uma das regiões controladas por Moscovo em território russo desde o início da invasão de 24 de Fevereiro. Os mísseis lançados por Kiev terão destruído instalações ocupadas por mercenários do grupo Wagner, que combate na Ucrânia pelo Kremlin.
O número de vítimas provocadas pelos ataques ucranianos varia consoante o lado ouvido: enquanto fontes de Kiev garantem uma contagem de mortos muito elevada – sem precisar números exactos –, as fontes pró-Moscovo admitem apenas a existência de duas mortes e dez feridos.
Testemunhas no local, confirmam ter ouvido uma dezena de explosões, mas não é claro se todas se deveram aos mísseis ucranianos ou ao sistema de defesa antimíssil russo. Os vídeos partilhados nas redes sociais mostram incêndios aparentemente provocados pelos mísseis, com algumas publicações a mostrarem vários cadáveres espalhados pela área.
O ataque em Melitopol seguiu-se a mais uma série de golpes contra a infra-estrutura básica ucraniana. As investidas russas, que recorreram a drones de fabrico iraniano, deixaram a cidade portuária de Odessa sem electricidade, com mais de 1,5 milhões de pessoas afectadas pelo “apagão”.
As dificuldades provocadas pelos ataques russos foram um dos pontos abordados por Volodymyr Zelensky no seu discurso diário de sábado.
“A situação na região de Odessa é muito difícil”, começou por dizer o Presidente ucraniano, dizendo que a gravidade dos golpes desferidos pelo Kremlin levará “mais do que umas horas” a resolver.
O quartel atingido em Melitopol, onde alegadamente estariam mercenários do Grupo Wagner. IVAN FEDOROV/TELEGRAM
10 de Dezembro de 2022Zelensky denuncia destruição de Bakhmut. UE congelou 19 mil milhões russos
As forças russas "destruíram" a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, acusou Volodymyr Zelensky este sábado. O Presidente ucraniano sublinhou que a situação "continua muito difícil" em várias cidades da linha de frente, designadamente nas províncias de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia.
Hoje, os militares da Ucrânia relataram também ataques em Kharkiv e Sumy no nordeste, Dnipropetrovsk no centro do país, Zaporizhzhia no sudeste e Kherson no sul.
Em Odesa, a oeste, registaram-se ataques com "drones" durante a noite, que deixaram grande parte da região sem eletricidade, disse o chefe do Governo local, Maxim Marchenko.
Os países da União Europeia (UE) congelaram 18,9 mil milhões de euros em activos de oligarcas e entidades russas alvo de sanções em resposta à guerra na Ucrânia, segundo dados da Comissão Europeia revelados este sábado.
Por seu lado, relativamente a Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, avançou a 30 de Novembro de 2022 que Portugal tem cerca de 18 milhões de euros em bens congelados de pessoas na lista de sanções da União Europeia (UE) aplicadas devido ao conflito na Ucrânia.
"Nós em Portugal temos bens apreendidos, congelados, bens que são de pessoas que estão na lista de sanções na ordem de 18 milhões de euros", anunciou o governante, que falava aos jornalistas à margem da reunião do Conselho do Atlântico Norte que junta os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO no Palácio do Parlamento, na capital da Roménia, e termina este sábado.
Oito países congelaram mais de mil milhões de euros cada. REUTERS/YVES HERMAN
9 de Dezembro de 2022Combates intensos no Donbass, onde a situação é muito difícil
A situação em zonas-chave da frente de combate na região do Donbass, no Leste da Ucrânia, continua muito difícil. O Presidente ucraniano realçou o trabalho das forças ucranianas, que têm conseguido repelir os ataques russos e infligido perdas significativas – segundo o Ministério da Defesa ucraniano, morreram pelo menos 310 soldados russos em 24 horas.
Volodymyr Zelensky contou que áreas como Bakhmut, Soledar, Mariyinka e Kreminna foram muito afectadas pelas investidas invasoras. Bakhmut, em particular, estará transformada em “ruínas queimadas”.
Em Zaporijjia, os ucranianos acusam as forças russas de instalarem na central nuclear ucraniana vários lançadores de mísseis múltiplos Grad, perto de um dos seis reactores nucleares, e têm desrespeitado “todas as condições de segurança nuclear e de radiação”. As acusações não tiveram comentário por parte do lado russo.
Na Rússia, o Presidente, Vladimir Putin, comentou que será necessário um acordo “no final” do conflito na Ucrânia, mas desconfia da confiança que Moscovo poderá depositar nos representantes do país invadido.
Militares ucranianos preparam-se para o lançamento de rockets em Bakhmut. REUTERS/SHANNON STAPLETON
8 de Dezembro de 2022Putin admite continuar a atacar infra-estruturas da Ucrânia
O Presidente russo admitiu a autoria de ataques das suas tropas contra infra-estruturas de fornecimento de água e energia na Ucrânia e garante que as acusações dos líderes ocidentais não vão "interferir nas missões de combate".
"Há muito ruído sobre os nossos ataques à infra-estrutura energética de um país vizinho. Sim, nós fazemos isso. Mas quem é que começou? Quem é que atacou a ponte da Crimeia?", justificou Vladimir Putin.
Segundo as Forças Armadas da Ucrânia, já foram mortos pelo menos 93 mil soldados russos desde o início da guerra. Nas contas de Moscovo, as perdas humanas e materiais são muito inferiores às relatadas por Kiev.
Foi libertada a basquetebolista norte-americana Brittney Griner, numa troca de prisioneiros entre Rússia e Estados Unidos. A atleta e bicampeã olímpica foi detida em Fevereiro num aeroporto em Moscovo pela posse de óleos canabinóides e vaporizadores, e cumpria uma pena de nove anos de prisão.
O Papa Francisco emocionou-se e chorou esta quinta-feira ao mencionar, durante uma oração, em Roma, o sofrimento do povo da Ucrânia.
Sofrimento na Ucrânia emocionou o Papa Francisco durante oração. YARA NARDI/REUTERS
7 de Dezembro de 2022Putin acena com risco nuclear. Ataque mata oito em Donetsk
Pelo menos oito pessoas foram mortas e cinco ficaram feridas na sequência de um ataque das forças russas contra Kurakhov, em Donetsk, informou o gabinete presidencial ucraniano na manhã desta quarta-feira. “Kurakhov, região de Donetsk. O inimigo atacou a cidade com vários lançadores de foguetes", escreveu Kirilo Timoshenko, vice-chefe de gabinete da Presidência, no Telegram, denunciando a morte de pelo menos oito pessoas.
Entre as infra-estruturas que foram alvo de fogo inimigo, explicou, contam-se um mercado, uma estação rodoviária, vários postos de gasolina e várias casas. Minutos antes, Volodymyr Zelensky divulgou uma mensagem nas redes sociais classificando o Exército russo como “desumano”.
Do lado russo, Vladimir Putin discursou na sessão anual televisiva do seu Conselho de Direitos Humanos, lembrando o risco "crescente" de uma guerra nuclear: "A ameaça de uma guerra nuclear está a aumentar, para que havemos de iludir-nos?"
"Não enlouquecemos, sabemos o que são armas nucleares", reforçou. "Temos armamento mais avançado e moderno do que qualquer outro país com capacidade nuclear. Mas não vamos andar pelo mundo a exibir esta arma como se fosse uma navalha."
"Consideramos as armas de destruição maciça um meio de defesa. [Utilizá-las] insere-se num contexto a que chamamos ataque de retaliação: se nos atacam, nós atacamos em resposta", justificou, acrescentando que a Rússia não será, "em nenhuma circunstância, a primeira a utilizá-las".
Nas previsões de Vladimir Putin, as suas tropas deverão manter-se na Ucrânia durante muito tempo, não existindo, por enquanto, necessidade de mobilizar mais soldados. "Quanto à duração da operação militar especial, pode ser um longo processo", admitiu.
O chefe de Estado queixou-se ainda das organizações de direitos ocidentais que viam a Rússia como "um país de segunda classe que não tem qualquer direito a existir".
"Só pode haver uma resposta do nosso lado - uma luta consistente pelos nossos interesses nacionais. Antes de mais, é claro que nos concentraremos em meios pacíficos, mas se nada mais restar, defender-nos-emos com todos os meios à nossa disposição", avisou Putin. "Está nas mãos dos líderes da Ucrânia."
Edifício bombardeado em Donetsk. REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
6 de Dezembro de 2022Tanque de petróleo atingido na Rússia depois de bombardeamentos em Zaporijjia
A Rússia voltou a ver uma base aérea no seu território atacada, desta feita na região de Kursk. Um drone fez incendiar um tanque de armazenamento de petróleo, não havendo registo de vítimas.
O ataque, que se segue a outros dois no dia anterior que provocaram três mortes, já levou a Rússia a tomar “medidas pertinentes” para proteger as suas instalações.
Em terrenos ucranianos, a Rússia lançou novos ataques na região de Zaporijjia durante a noite. A ofensiva danificou infra-estruturas críticas e edifícios residenciais, mas não foram registados feridos ou vítimas mortais.
O ataque é mais um a juntar às sucessivas agressões russas das últimas semanas. Devido aos que atingiram Kiev na segunda-feira, cerca de metade da região da capital permanecerá sem electricidade nos próximos dias, de acordo com o governador regional.
Região de Zaporijjia, onde fica a maior central nuclear da Europa, voltou a ser bombardeada. REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
5 de Dezembro de 2022Rússia volta a atacar infra-estruturas energéticas da Ucrânia
As Forças Armadas russas lançaram uma nova vaga de ataques em várias regiões da Ucrânia que visou, mais uma vez, infra-estruturas energéticas do país.
As sirenes começaram a soar logo pela manhã, com ataques de norte a sul da Ucrânia. Entre as regiões afectadas estão Odessa, Cherkasi, Kharkiv, Dnipropetrovsk, Poltava e Zaporijjia. Nesta última, os mísseis russos atingiram edifícios nos subúrbios da cidade com o mesmo nome, provocando a morte de duas pessoas.
Devido aos ataques, a operadora de electricidade ucraniana Ukrenergo já avisou que será preciso realizar cortes de energia de emergência em toda a Ucrânia.
Em solo russo, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que duas bases aéreas no centro do país foram atacadas por drones ucranianos, provocando três mortos, todos militares. As forças ucranianas não se pronunciaram sobre o incidente, que atingiu as bases de Diaguilevo e Enguels.
Apagões em Kiev. EPA/OLEG PETRASYUK
4 de Dezembro de 2022Ritmo lento dos combates deve continuar nos próximos meses
Os serviços secretos norte-americanos esperam que o ritmo mais calmo dos combates na Ucrânia continue nos próximos meses e não vêem quaisquer indícios de uma paragem na resistência ucraniana, apesar dos ataques à sua rede eléctrica e outras infra-estruturas críticas de Inverno.
Avril Haines, responsável pela comunidade de serviços de informação norte-americanos, considera que ambos os lados estão a reequipar-se e reabastecer-se, procurando antecipar uma contra-ofensiva depois do Inverno.
Fora do combate, o Ministério da Defesa britânico diz que o apoio popular russo à guerra está em quebra. Um inquérito de opinião confidencial, conduzido pelas autoridades russas e a que um site russo com base na Letónia alega ter tido acesso, revela que 53% da população russa defende que o país deveria iniciar negociações de paz com a Ucrânia. Apenas 41% dos 1600 inquiridos apoia a manutenção dos esforços de guerra.
No plano económico, a Rússia afirmou que não venderá petróleo que esteja sujeito ao tecto máximo de 60 dólares definido pelo Ocidente, mesmo que se veja obrigada a reduzir a produção. A decisão deve-se ao consenso anunciado pelo G7 e a Austrália, em linha com a União Europeia, de estabelecer um preço máximo para o barril de petróleo russo transportado por via marítima.
Combates perto de Bakhmut, na província de Donetsk
REUTERS/Leah Millis
3 de Dezembro de 2022Rússia prepara cerco a Bakhmut
A Rússia estará a preparar-se para cercar a cidade de Bakhmut, na província de Donetsk, com avanços tácticos a norte e sul desta localização, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Defesa britânico.
Os russos verão na conquista desta localidade um grande valor “simbólico e político”. Desde Agosto palco de confrontos violentos entre ucranianos e russos, a posição não tem grande utilidade operacional. No entanto, pode potencialmente permitir à Rússia ameaçar grandes centros urbanos como Kramatorsk e Sloviansk.
Em Kherson, as autoridades ucranianas anunciaram que vão permitir e facilitar a passagem de ucranianos que vivem do outro lado do rio Dnipro, em territórios ainda controlados pelos russos. A decisão prende-se com a iminência de uma intensificação dos combates na região.
Artilharia ucraniana em Bakhmut, na província de Donetsk
REUTERS/ Leah Millis
2 de Dezembro de 2022Entre 10 e 13 mil soldados mortos na guerra na Ucrânia
As Forças Armadas da Ucrânia perderam entre 10 mil e 13 mil soldados desde o início da guerra, revelou Mykhailo Podolyak, um dos principais conselheiros do Presidente Volodymyr Zelensky.
As forças russas estão a começar a retirar-se de alguns locais da região de Zaporijjia e a preparar-se para abandonar alguns centros administrativos, anunciou o Estado-Maior das Forças Armadas Ucranianas, mas ainda esta madrugada terão alegadamente atacado a cidade, bombardeando uma infra-estrutura industrial.
Três pessoas morreram e sete ficaram feridas após bombardeamentos russos na região de Kherson, no Sul da Ucrânia, nas últimas 24 horas, revelou o governador regional nesta sexta-feira.
O Presidente Vladimir Putin está disponível para negociações de uma potencial resolução para o conflito da Ucrânia. Contudo, o facto de os Estados Unidos rejeitarem reconhecer os territórios anexados como território russo está a impedir estas negociações, disse o Kremlin.
A embaixada da Ucrânia em Madrid recebeu esta sexta-feira um pacote com alegados vestígios de sangue, semelhante aos recebidos por várias embaixadas nos últimos dias, tendo um grande destacamento da polícia ocupado, de imediato, as imediações da delegação diplomática.
Até 13.000 soldados ucranianos morreram durante a guerra
SEDAT SUNA/EPA
1 de Dezembro de 2022Novos envelopes com explosivos encontrados em Espanha. Embaixada russa condena actos
Subiram para seis o número de envelopes com explosivos detectados pelas autoridades espanholas. O último foi enviado para a embaixada dos Estados Unidos, com a polícia a montar um perímetro de segurança junto ao edifício.
Logo ao início da manhã, um pacote semelhante aos que foram enviados na quarta-feira à embaixada da Ucrânia e à empresa Instalaza, fabricante de armas em Saragoça, chegou à base aérea de Torrejón de Ardoz, perto de Madrid.
Os respectivos protocolos de segurança foram imediatamente activados, enquanto a Polícia Nacional assumiu a análise do envelope, tendo determinado, após análise ao raio-X, que poderia conter “algum tipo de mecanismo” semelhante aos dois interceptados quarta-feira.
Pouco depois, o jornal El País noticiava que um dos destinatários destes pacotes foi o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez. O governante recebeu, a 24 de Novembro de 2022, um pacote com “material pirotécnico”.
Na quarta-feira, um destes engenhos foi detonado na embaixada da Ucrânia em Espanha, ferindo um homem sem gravidade. A Polícia Nacional espanhola já estava a avaliar se há uma ligação entre a carta enviada à embaixada ucraniana em Madrid, cuja deflagração feriu um funcionário, e a recebida mais tarde no mesmo dia pela fábrica de armas de Zaragoza Instalaza.
O Tribunal Nacional espanhol indicou que está a investigar pelo menos o primeiro caso como crime de terrorismo, enquanto o Ministério do Interior decidiu reforçar a segurança e protecção da Embaixada da Ucrânia.
Ao final da manhã, a embaixada russa em Espanha condenou o envio destes envelopes com engenhos explosivos, dizendo repudiar “qualquer ameaça ou acto terrorista”, especialmente os dirigidos a missões diplomáticas.
VOLETA SANTOS MOURA/Reuters
30 de Novembro de 2022Zaporijjia continua sob ataque. Rússia foca-se na construção de infraestruturas para armas nucleares
Zaporijjia foi atacada por mísseis russos durante a madrugada, de acordo com o que escreveu o chefe da administração militar local Oleksandr Starukh no Telegram.Os mísseis atingiram um local de distribuição de gás, causando um incêndio que, entretanto, foi extinto. Não houve feridos nem mortos registados.
O exército russo afirmou que tomou o controlo de duas novas localidades na região de Donetsk, avançou o porta-voz Igor Konashenkov. Disse ainda que foram “aniquilados até 50 militares ucranianos, quatro blindados e três peças de artilharia e seis automóveis”.
O ministro da defesa russo anunciou que Moscovo irá dar especial atenção à construção de infra-estruturas associadas a armas nucleares em 2023.
“Quando prepararmos a lista das principais instalações a serem construídas em 2023, irá ser dada especial atenção à construção para os interesses da estratégia de força nuclear", disse o ministro da defesa, Sergei Shoigu, de acordo com a agência de notícias RIA
A Interfax citou o ministro da defesa dizendo que as instalações estavam a ser construídas para armazenar novos sistemas de mísseis.
Zaporijjia
ALEXANDER ERMOCHENKO/Reuters
29 de Novembro de 2022 NATO promete mais ajuda militar e energética para a Ucrânia
A NATO prometeu reforçar o apoio a Kiev através do envio de mais armamento e de equipamento para ajudar a recuperar a rede energética ucraniana, num dia em que se ouviram sirenes aéreas pela primeira vez esta semana.
Os países aliados confirmaram que vão apoiar o restauro das infra-estruturas de energia destruídas pelos bombardeamentos russos, voltando a acusar Moscovo de estar a usar o Inverno como “arma de guerra”.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, referiu que a aliança está ainda a discutir o envio de sistemas de defesa antiaérea Patriot para a Ucrânia. As declarações valeram um aviso do ex-Presidente russo, Dmitri Medvedev, que chamou à NATO uma “entidade criminal”.
O dia também ficou marcado pela notícia da descoberta, na segunda-feira, de uma vala comum em Kherson, cidade recentemente libertada pelas forças ucranianas. A vala albergava seis corpos de ucranianos.
Também de Kherson veio a notícia da detenção de um autarca, acusado pelo Ministério Público ucraniano de cooperar com as forças russas que controlaram a cidade durante os meses de ocupação.
Kherson foi recuperada pela Ucrânia depois de quase nove meses sob controlo russo
REUTERS/Murad Sezer
28 de Novembro de 2022 Ucrânia persegue violência sexual
A justiça ucraniana já iniciou mais de 40 processos criminais por violência sexual cometidos durante a invasão russa iniciada em Fevereiro, mas isto é apenas “a ponta do icebergue”, afirmou em Londres, nesta segunda-feira, a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska.
Numa intervenção na Conferência sobre a Prevenção da Violência Sexual em Conflitos, Zelenska revelou que a Procuradoria-Geral da Justiça da Ucrânia está a fazer “um excelente trabalho na coordenação já da investigação deste tipo de crimes”.
“Mais de 40 processos criminais sobre violência sexual cometida durante a guerra em larga escala iniciada pelos russos” já foram iniciados, acrescentou a esposa do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitindo que este número "é apenas a ponta do icebergue”.
"O número real é muito mais alto e agora estabelecer o número é impossível porque ninguém que enfrentou estes crimes horríveis quer denunciar. (…) Infelizmente, as sobreviventes permanecem muitas vezes em silêncio. Mas quando estiverem prontas para falar, temos de assegurar que têm acesso a assistência jurídica profissional gratuita e a qualquer tipo de apoio de que possam necessitar”, defendeu.
Olena Zelenska disse estar a ser preparado, em cooperação com o Fundo Mundial de Sobreviventes, um programa provisório para garantir a compensação das vítimas a longo prazo. "Esta é uma mensagem para todos os russos: vocês vão pagar durante anos por cada pessoa que tenha sido sujeita a estes crimes”, garantiu.
Relativamente à infra-estrutura crítica, a empresa estatal de comercialização de energia ucraniana EKU realizou, no domingo, um teste de importação de um megawatt de energia da Roménia.
No comunicado publicado hoje, a EKU afirma que "a importação de electricidade pode-se tornar numa ferramenta adicional para estabilizar o sistema energético da Ucrânia.”
Desde Outubro de 2022 que a Rússia intensificou os ataques contra infra-estruturas de energia ucranianas, criando um défice significativo de electricidade e apagões em muitas áreas.
27 de Novembro de 2022 Maioria dos residentes de Kiev volta a ter água e luz
A maioria dos habitantes de Kiev voltou a ter acesso a energia eléctrica e a outros serviços básicos, assegurou hoje a administração militar da capital ucraniana.
O sistema energético do país foi finalmente estabilizado, após os ataques russos no início desta semana terem deixado grande parte da Ucrânia sem electricidade, confirmou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal.
A notícia chega num dia em que se prevê que as temperaturas baixem até aos cinco graus Celsius negativos à noite em Kiev.
Em Kherson, cidade no Leste do país recuperada este mês pelas tropas ucranianas, centenas estão a fugir das suas casas para escapar aos sucessivos ataques russos contra a região, com filas para sair da cidade.
Habitantes de Kiev armazenavam água em garrafões.
REUTERS/VALENTYN OGIRENKO
26 de Novembro de 2022 Stock de mísseis russos está a chegar ao fim, diz Reino Unido
De acordo com o Ministério da Defesa britânico, o stock russo de mísseis de longo alcance está tão em baixo que é provável que Moscovo esteja a retirar ogivas de antigos mísseis de cruzeiro nucleares, da década de 1980, e a usar estas armas desactivadas no ataque à Ucrânia.
Esta madrugada, a Rússia disparou quase 60 mísseis contra a região de Dnipropetrovsk, acusaram as autoridades locais. Pelo menos parte dos alvos terão sido bairros residenciais.
Na região vizinha, em Kherson, foi restaurado o fornecimento de energia. A cidade estava às escuras desde a retirada russa, a 11 de Novembro de 2022.
Kiev e Moscovo concluíram mais uma troca de prisioneiros de guerra. Nove pessoas foram libertadas pela Ucrânia e doze pela Rússia, das quais três eram civis dados como desaparecidos.
Soldados russos na região de Zaporijjia.
REUTERS/Alexander Ermochenko
25 de Novembro de 2022Metade dos habitantes de Kiev sem electricidade
Quase metade dos habitantes de Kiev continuavam hoje sem electricidade e dois terços sem aquecimento, dois dias depois dos ataques russos terem voltado a visar infra-estruturas críticas e numa altura em que as temperaturas negativas chegam à região.
"Um terço das casas em Kiev já tem aquecimento, os especialistas continuam a trabalhar para restaurar o abastecimento de energia. Metade dos utilizadores ainda estão sem electricidade", disse Vitaly Klitschko, o presidente da câmara da capital ucraniana, onde residem cerca de três milhões de pessoas.
"Durante o dia, as empresas de energia planeiam ligar a electricidade a todos os utilizadores", disse, numa altura em que as temperaturas na região estão próximas de zero graus.
O presidente do conselho de administração da empresa estatal de electricidade Ukrenergo, Volodymyr Kudrytsky, referiu que o sistema energético ucraniano passou agora "a fase mais difícil" após o ataque. A electricidade está parcialmente restaurada e "o sistema energético está mais uma vez ligado ao sistema energético da União Europeia", explicou.
A estratégia de Moscovo de bombardear instalações energéticas, seguida desde Outubro de 2022 num cenário de recuos militares, é considerada "crime de guerra" pelos aliados ocidentais da Ucrânia e qualificada como um "crime contra a humanidade" pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Temos de aguentar este Inverno — um Inverno que todos vão recordar", disse na sexta-feira no Facebook.
Cortes de energia em Kiev.
EPA/SERGEY DOLZHENKO
24 de Novembro de 2022Ataques russos criaram perigo de "catástrofe nuclear e radioactiva" na Ucrânia
A Rússia arriscou provocar uma "catástrofe nuclear e radioactiva" na Ucrânia, após intensificar bombardeamentos e atacar as infra-estruturas energéticas do país ocupado. Segundo Petro Kotin, director da Energoatom, empresa estatal que gere as centrais nucleares ucranianas, as tropas russas puseram em perigo estes complexos.
O Presidente da Bielorrúsia, Alexander Lukashenko, sugeriu que um cessar-fogo na guerra está nas mãos da Ucrânia. Caso Kiev queira evitar que "um grande número de pessoas morra", deve "parar" de contra-atacar e aceitar negociar com Moscovo.
No mesmo sentido, o Kremlin defendeu que a Ucrânia pode "resolver a situação", satisfazendo "as exigências do lado russo" e acabando, assim "com todo o eventual sofrimento da população".
Desde o início da guerra já desapareceram, pelo menos, 15 mil pessoas na Ucrânia, avançou a Comissão Internacional de Pessoas Desaparecidas. Não é claro quantas foram deportadas, quantas estão detidas, separadas dos seus familiares ou mortas.
Edifícios residenciais destruídos em Vyshhorod, nos arredores de Kiev.
REUTERS/Gleb Garanich
23 de Novembro de 2022Inverno na Ucrânia poderá ser o "pior desde a Segunda Guerra Mundial"
Três pessoas morreram e outras seis ficaram feridas na sequência de um ataque das tropas russos contra Kiev. As autoridades regionais adiantaram também que as ofensivas contra infra-estruturas críticas provocaram cortes de electricidade e abastecimento de água.
O autarca de Kiev admitiu que este será, provavelmente, o "pior Inverno desde a Segunda Guerra Mundial" na Ucrânia. No pior cenário, os cortes de energia provocados por bombardeamentos russos poderão obrigar à evacuação de parte da capital do país.
Os ataques contra a infra-estrutura energética da Ucrânia causaram também apagões em metade do território da vizinha Moldova, disse o primeiro-ministro do país.
Desde a última quinta-feira, 17 de Novembro de 2022, não há registo de ataques russos com recurso a drones, um sinal de que a Rússia terá praticamente esgotado o seu stock e precisa de um reabastecimento, aponta o Ministério da Defesa britânico.
Apagão em Kiev.
REUTERS/Vladyslav Sodel
22 de Novembro de 2022Destruição da rede energética ucraniana é “colossal”. Rússia activa defesas aéreas na Crimeia
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, instou os membros da NATO a garantir a protecção das centrais nucleares ucranianas contra sabotagem russa, um dia depois de a central de Zaporijjia ter sido atingida por fortes bombardeamentos.
As declarações foram a propósito de apagões levados a cabo pela Ukrenergo, que Kudritski sublinha serem procedimentos técnicos. O responsável insistiu na necessidade de os cidadãos ucranianos se prepararem para uma continuação destes cortes de energia, numa altura em que o país enfrenta um défice de produção energética.
Entretanto, a Rússia terá afastado o objectivo de derrubar o Governo ucraniano, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela Sky News, não tendo apresentado justificações para a alteração da estratégia.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que as defesas aéreas russas foram activadas na Crimeia. O governador regional da Crimeia, Mikhail Rzvozhaev, anunciou que dois drones foram abatidos na cidade de Sebastopol, tendo sido colocadas em alerta todas as forças e serviços.
Estação de alta voltagem da Ukrenergo danificada num ataque das forças russas
REUTERS/Gleb Garanich
21 de Novembro de 2022Ucrânia pede protecção das centrais nucleares, Rússia fala em risco de “desastre nuclear” em Zaporijjia
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, instou os membros da NATO a garantir a protecção das centrais nucleares ucranianas contra sabotagem russa, um dia depois de a central de Zaporijjia ter sido atingida por fortes bombardeamentos.
A autoria da ofensiva continua sem ser reivindicada por qualquer das partes. A Rússia acusa os ucranianos, dizendo que existe “risco de desastre nuclear” na central. Por outro lado, um conselheiro do ministro da Defesa ucraniano diz que o ataque a Zaporijjia é uma táctica russa com o objectivo de afectar o fornecimento de energia e “congelar os ucranianos até à morte”.
O director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, já declarou que os ataques foram "absolutamente deliberados" e "direccionados" ao complexo.
Volodymyr Zelensky relatou também que as forças russas estão a pressionar as posições ucranianas na zona leste do país com ataques de artilharia, tendo lançado quase 400 ataques só no domingo. O agravamento das condições meteorológicas terá levado a uma redução das ofensivas invasoras, mas o Presidente ucraniano destacou um dia de luta intensa na região de Donetsk.
Central nuclear de Zaporijjia
REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
20 de Novembro de 2022Rússia acusa Ucrânia de bombardear central nuclear de Zaporijjia
A Rússia acusou, neste domingo, a Ucrânia de bombardear a central nuclear de Zaporijjia, actualmente sob controlo russo.
Segundo o assessor da operadora de energia nuclear russa Rosenergoatom, Renat Karchaa, citado pela agência TASS, quinze projécteis foram disparados contra as instalações da central nuclear, mas não houve vazamento de radiação detectado
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) condenou o ataque e exigiu que os responsáveis pelas explosões cessassem imediatamente os bombardeamentos.
O jornal The Washington Post revelou, por sua vez, que a Rússia chegou a um acordo com o Irão para começar a fabricar centenas de drones em solo russo, tendo as autoridades russas e iranianas finalizado o acordo durante uma reunião no início de Novembro de 2022.
Valentyn Ogirenko/REUTERS
18 de Novembro de 2022Mais de dez milhões sem electricidade na Ucrânia
Esta sexta-feira, prosseguiram os ataques russos à infra-estrutura ucraniana, num momento em que se aproxima a passos rápidos o Inverno. Em algumas zonas do país – como é o caso de Kiev – já cai neve, prevendo-se descidas de temperaturas nas próximas semanas.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou infirmou que cerca de metade do sistema energético do país está inoperacional na sequência dos ataques russos. Só na terça-feira, “a Rússia disparou cerca de 100 mísseis contra cidades ucranianas”, apontou o responsável.
“Infelizmente, a Rússia prossegue os seus ataques com mísseis contra a infra-estrutura civil essencial da Ucrânia, combatendo contra a sua população civil e privando-a de luz, água, aquecimento e comunicações durante o Inverno”, disse Shmyhal em Kiev num encontro com Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia.
Shmyhal sublinhou que, nestas condições, a Ucrânia necessita de mais apoio por parte dos aliados europeus nas áreas energética e financeira, através do fornecimento de equipamento e de recursos para garantir o fornecimento de gás e reforçar o sector da energia.
Em Outubro de 2022, foram danificadas cerca de 40% das infra-estruturas energéticas. Também o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avançou que a falta de electricidade atinge agora mais de dez milhões de pessoas. As regiões mais afectadas são Vynnitsia, Odessa, Sumy e Kiev.
Duas mulheres no interior de um café, em Mykolaiv, sem electricidade
REUTERS/VALENTYN OGIRENKO
17 de Novembro de 2022Moscovo acusa Kiev de dificultar conversações de paz enquanto Ucrânia é alvo de ataque em larga escala
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo convocou o embaixador polaco em Moscovo, dias depois de um disparo de míssil mortal na Polónia ter feito recear uma escalada na Ucrânia.
A Ucrânia acusa a Rússia de ser responsável pelo ataque. O Kremlin desmente e acusa a Ucrânia de dificultar conversações de paz. "Primeiro negoceiam, depois recusam negociar, passam uma lei que proíbe qualquer tipo de negociações, de seguida dizem que querem negociações, mas públicas", queixou-se o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Moscovo acrescenta que a Rússia não está a considerar o uso de armas nucleares na guerra, apesar de o Presidente russo Vladimir Putin ter dito repetidamente que a Rússia defenderia o seu território com todos os meios disponíveis.
Enquanto isso, pela segunda vez nesta semana, o território ucraniano foi atacado em larga escala por mísseis e drones lançados pela Rússia provocando feridos e danos às infraestruturas energéticas da Ucrânia. Foram atingidos alvos nas regiões de Odessa e Mikolaiv, perto de Izium e em Dnipro.
As autoridades ucranianas continuam a trabalhar para repor a eletricidade no país, numa altura em que as temperaturas continuam a baixar por todo o país. Kiev cobriu-se de branco esta quinta-feira com a chegada das primeiras neves da estação.
Em Kherson, no sul da Ucrânia, foram descobertos 63 corpos com sinais de tortura depois de as forças russas deixarem a região. Os investigadores ucranianos e internacionais dizem que estes crimes foram cometidos em áreas ocupadas pelas tropas russas desde a invasão da Ucrânia, algo negado pela Rússia.
Primeiras neves do ano chegam a Kiev EPA/ROMAN PILIPEY
16 de Novembro de 2022Míssil na Polónia terá sido “acidente infeliz” da defesa aérea ucraniana
As análises preliminares levadas a cabo pela Polónia e a pela NATO indicam que a explosão que matou duas pessoas perto da fronteira com a Ucrânia “foi provavelmente causada” por um míssil ucraniano.
O Presidente polaco, Andrjez Duda, disse não haver provas de que a explosão tenha sido um “ataque acidental” da Rússia, tendo sido, “provavelmente, um resultado infeliz”. Esta versão foi corroborada pelos Estados Unidos, que dizem não ter encontrado “nada que contradiga” as conclusões preliminares polacas.
Os responsáveis ucranianos, por seu lado, mantêm-se convictos da responsabilidade russa. O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou não ter dúvidas de que a explosão não foi causada por um míssil ucraniano, com base em relatos de militares ucranianos em que “tem de acreditar”.
No terreno, os combates continuam. As Forças Armadas ucranianas reportaram vários ataques aéreos e de artilharia contra as suas posições e alegaram ter levado a cabo um ataque na aldeia de Denezhnykove, na região de Lugansk, que matou ou feriu cerca de 50 elementos das tropas russas.
Detritos do míssil em Przewodow REUTERS/UGC
15 de Novembro de 2022Explosão na Polónia gera medo de escalada
Duas pessoas morreram numa explosão em Przewodow, uma aldeia no Leste da Polónia, a cinco quilómetros da fronteira com a Ucrânia, causada por mísseis russos, segundo o Governo polaco. A confirmar-se, será o primeiro incidente em território da NATO desde que começou a guerra na Ucrânia, o que fez disparar os alarmes dos aliados ocidentais de Kiev.
O incidente ocorreu ao fim de um dia marcado por intensos bombardeamentos da Rússia contra alvos ucranianos, mas Moscovo nega que os mísseis que alegadamente atingiram a Polónia tenham sido disparados pelas suas forças.
O Pentágono disse não estar em condições para confirmar a origem das explosões.
O incidente gerou uma reacção de solidariedade com a Polónia, mas também cautela, com o secretário-geral da NATO a afirmar ser “importante que todos os factos sejam apurados”. “A NATO está a monitorizar a situação e os aliados estão a ser consultados”, disse Jens Stoltenberg.
Polícia polaca bloqueia estrada em Przewodow, depois da explosão que matou duas pessoas Jakub Orzechowski/AGENCJA WYBORC/Reuters
14 de Novembro de 2022Zelensky visita Kherson e agradece apoio dos aliados na libertação
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou a cidade libertada de Kherson, dias depois da retirada das tropas russas da cidade do sul da Ucrânia, após meses de ocupação.
Durante a visita, o líder ucraniano discursou para os militares, dizendo que o país está pronto “para a paz” em todo o território.
O Presidente ucraniano agradeceu ainda à NATO e aos restantes aliados por todo o apoio prestado ao país durante a guerra contra a Rússia.
Os combates continuam na região e o Exército ucraniano continua a recuperar terreno. O avanço mais recente foi a entrada na cidade de Herois’ke, a sudeste da cidade de Kherson, na península de Kinburn, na sequência de uma operação anfíbia.
A libertação de Kherson foi enaltecida pelo Presidente dos Estados Unidos. Joe Biden referiu que a recuperação da cidade é uma vitória significativa da Ucrânia e reforçou o apoio norte-americano à Ucrânia, em declarações aos jornalistas depois da reunião com o homólogo chinês, Xi Jinping.
Volodymyr Zelensky em Kherson EPA/UKRAINE PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT
13 de Novembro de 2022Putin ordena desmobilização de estudantes de Donetsk e Lugansk
O Presidente russo ordenou a desmobilização dos estudantes em Donetsk e Lugansk que já tinham sido convocados para o serviço militar, anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Ao longo do último ano, as forças russas têm mobilizado criminosos em prisões e estudantes nos territórios ocupados de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, para lutar na guerra. A 21 de Setembro de 2022, Vladimir Putin decretou uma mobilização parcial que devia permitir recrutar mais 300 mil pessoas.
Peskov diz que a ajuda dos jovens de Donetsk e Lugansk já não é necessária. "Actualmente, as forças da Milícia Popular estão integradas com as Forças Armadas da Federação Russa após a entrada da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk na Rússia. Putin instruiu a desmobilização dos estudantes para que retornem aos locais de estudo", justificou Peskov.
As autoridades ucranianas continuam a trabalhar para restaurar as infra-estruturas críticas destruídas pela ocupação das forças russas em Kherson. A maioria das casas na cidade ucraniana continua sem electricidade e sem água.
Ao mesmo tempo, estão a ser criados postos de controlo pela cidade para documentar provas de possíveis crimes de guerra naquela região e encontrar explosivos deixados pelas tropas de Moscovo. Como medida de segurança, as autoridades decretaram um recolher obrigatório entre as 17h00 e as 8h00.
Em solo russo, o ministro da Educação russo Sergey Krastov anunciou que os treinos militares vão voltar às escolas russas a partir de Setembro de 2023. O anúncio marca o retorno de um programa da era soviética que incluía lições sobre disparar espingardas e contingências para lidar com ataques químicos e nucleares.
Para o Ministério da Defesa britânico, o regime de Putin quer “promover uma ideologia de patriotismo e confiança nas instituições públicas”.
Militares russos marcham durante o desfile militar do Dia da Vitória, em Moscovo, 2022. REUTERS/EVGENIA NOVOZHENINA
12 de Novembro de 2022Turquia acusa Ocidente de provocar Moscovo
Enquanto a Ucrânia celebra a reconquista da cidade de Kherson, Moscovo declarou Henichesk, a cerca de 200 quilómetros de distância, como a "capital temporária" da Rússia naquela região da Ucrânia.
O regime de Vladimir Putin continua sem admitir qualquer tipo de derrota: segundo o comandante Sergei Surovikin, citado pela TASS, os militares russos repeliram com sucesso os ataques ucranianos e a decisão de retirar as forças de Kherson está ligada, entre outras razões, à ameaça de inundação dos territórios perto da barragem de Kakhovka.
Por outro lado, o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, descreve a retirada das tropas russas da cidade ucraniana como “outro fracasso estratégico” para Moscovo e reiterou o apoio do Reino Unido à Ucrânia.
O Presidente da Turquia considera que os países ocidentais estão a provocar o líder do Kremlin. "O Ocidente, e especialmente os Estados Unidos, está a atacar a Rússia aparentemente sem fim. Claro que a Rússia está a mostrar grande resistência face a tudo isto”, alertou Tayyip Erdogan em declarações a jornalistas.
O artista britânico Banksy reivindicou a autoria de graffitis pintados recentemente na parede de edifícios em ruínas em Borodianka, na região de Kiev. As imagens mostram uma criança a derrotar o que aparenta ser um lutador maior e mais forte e uma ginasta a equilibrar-se entre os escombros.
Novos grafitis de Bansky na região de Kiev. REUTERS/GLEB GARANICH
11 de Novembro de 2022Tropas ucranianas entram em Kherson
O Exército da Ucrânia entrou na cidade de Kherson, depois de a Rússia anunciar a conclusão do processo de retirada das suas tropas. Imagens verificadas pela Reuters mostram dezenas de habitantes de Kherson a aplaudir e celebrar a chegada dos soldados de Kiev ao centro da cidade.
Ainda no Sul da Ucrânia, caiu a ponte Antoniviskii, segundo avançou a televisão pública ucraniana. Era uma das mais importantes de Kherson, fundamental para a travessia do Dniepre até à capital regional. Ainda não são claros os motivos que levaram ao colapso da estrutura.
Os ataques russos a instalações de electricidade estão a ter um efeito "desproporcional" na população civil na Ucrânia, com impacto em serviços críticos, como o aquecimento e a saúde. A avaliação é do Ministério da Defesa britânico: "A contínua priorização de infra-estrutura nacional crítica em vez de alvos militares implica a intenção russa de atacar a moral civil."
População ucraniana celebra nas ruas de Kherson depois da retirada russa. Público
10 de Novembro de 2022Zelensky anuncia reconquista de 41 povoações no Sul
A retirada russa de Kherson deverá impedir Moscovo de alcançar o objectivo estratégico de construir uma ponte para Odessa, avançou hoje o Ministério da Defesa do Reino Unido. "As forças russas estarão vulneráveis ao cruzar o rio Dniepre", que limita a cidade de Kherson, revelou o último relatório dos serviços secretos britânicos.
Ainda reticente quanto ao anúncio da retirada das tropas russas de Kherson, um dos conselheiros de Volodymyr Zelensky afirmou que a Rússia quer tornar a capital regional numa "cidade da morte" e acusou Moscovo de planear bombardeá-la a partir da margem leste do Dniepre.
Residência bombardeada em Kherson, no Sul da Ucrânia. REUTERS/Valentyn Ogirenko
Apesar do ambiente de desconfiança quanto às movimentações russas, no habitual discurso nocturno, o Presidente ucraniano anunciou que as suas tropas recuperaram hoje o controlo de mais 41 povoações no Sul do país.
Avanços ucranianos em Kherson
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
9 de Novembro de 2022Rússia ordena retirada das suas tropas da cidade de Kherson
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, anunciou hoje ter ordenado a retirada das suas tropas da margem oeste do rio Dniepre, onde fica a cidade de Kherson.
A decisão foi apoiada pelo líder checheno, Ramzan Kadirov, e pelo fundador do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que defendem que foram salvas as vidas dos soldados russos que já se encontravam "cercados".
Kiev considera ser ainda "cedo demais para falar numa retirada russa". "A Ucrânia não dá crédito às declarações russas", reforçou um dos conselheiros de Zelensky, Mikhailo Podoliak. "Até a bandeira ucraniana ser hasteada em Kherson, não faz sentido falar numa retirada."
Um dos líderes pró-russos da mesma região no Sul da Ucrânia, Kirill Stremousov, morreu esta quarta-feira num acidente de viação, agravando a sensação de desordem em torno da defesa de Kherson.
Soldados ucranianos na região de Kherson. REUTERS/Viacheslav Ratynskyi
8 de Novembro de 2022Ucrânia prepara-se para combates nas ruas de Kherson
A Ucrânia está a preparar as suas tropas para combates nas ruas de Kherson, batalha que tanto Moscovo como Kiev prevêem ser das mais importantes da guerra. Nos últimos dias, a Rússia tem acelerado a retirada de civis da região, antecipando uma contra-ofensiva da Ucrânia.
Ainda a Sul, e segundo o Ministério da Defesa britânico, a Rússia está a levantar barreiras conhecidas como "dentes de dragão" em várias cidades ocupadas, como Mariupol, Kherson e Zaporijjia, para atrasar o avanço das tropas de Kiev no terreno.
De acordo com Vladimir Putin, uma semana depois de a Rússia ter anunciado o fim da mobilização militar da população, 80 mil dos cerca de 320 mil homens chamados já estão "na zona da operação militar especial". Desses, 50 mil estarão a combater na linha da frente.
Kiev, por sua vez, reitera que não irá negociar com a Rússia até que as forças "inimigas" abandonem o território ocupado, incluindo a Crimeia.
Barreiras "dente de dragão" em Mariupol, em Fevereiro deste ano. PIERRE CROM/GETTY IMAGES
7 de Novembro de 2022Kiev e Kherson às escuras
As dificuldades criadas pelos sucessivos ataques russos às redes de infra-estruturas críticas não dão tréguas aos ucranianos. Esta segunda-feira, o autarca de Kiev, Vitali Klitschko admitiu que é possível uma situação de “apagão” total na capital ucraniana. O responsável apontou ainda o caminho de uma saída provisória da cidade a quem estiver a ser mais atingido.
“Se tiverem família ou amigos fora de Kiev, onde existir um fornecimento de água autónomo, forno, aquecimento, por favor equacionem a possibilidade de ficarem lá durante um período de tempo”, afirmou Klitschko, em declarações ao programa ucraniano United News citadas pelo jornal britânico The Guardian.
Em Kherson, cidade ocupada pelos russos que os ucranianos procuram recuperar, um ataque a uma barragem levou ao corte de água e electricidade. A administração russa acusou, no Telegram, os ucranianos de um “ataque terrorista”, enquanto os ucranianos dizem que os danos provocados à barragem foram um acto de “sabotagem”.
A área de Kherson continua a ser evacuada, com os civis a receberem mensagens de telemóvel a pedir a saída da cidade. De acordo com a agência Reuters, a Ucrânia acusa agora a Rússia de pilhar as casas abandonadas, dizendo ainda que os soldados russos têm usado a roupa de civis para se disfarçarem para os combates urbanos que se aproximam.
Apagões em Kiev, pessoas jantam com recurso a velas ROMAN PILIPEY/EPA
6 de Novembro de 2022Coronel-General russo substítuido na frente de batalha
Alexander Lapin, um destacado militar russo, foi demitido das suas funções na frente de batalha por alegado mau desempenho. Nos últimos dias, foi publicamente criticado tanto pelo líder tchetcheno, Ramzam Kadyrov, como pelo chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prighozin.
Segundo avança o jornal The Guardian, Alexander Linkov é o nome que se segue.
Em Kiev, as autoridades começaram a planear a retirada dos três milhões de habitantes da cidade caso a capital ucraniana sofra um apagão total, revelou o jornal The New York Times.
O bombardeamento generalizado pelas forças russas de infra-estrutura de energia crítica em todo o país continua, com 40% da infra-estrutura de energia da Ucrânia danificada ou destruída actualmente.
A diplomacia norte-americana pediu, em privado, ao governo ucraniano que deixe aberta a possibilidade de negociar um acordo de paz com a Rússia, para convencer os países aliados de que a guerra no país não se eternizará.
Reservistas russos recrutados para a guerra na Ucrânia. Sergey Pivovarov/REUTERS
5 de Novembro de 2022Novos recrutas russos com falta de formação
Os 300 mil soldados russos recentemente recrutados para as operações militares na Ucrânia estão a revelar pouca eficácia, acrescentando uma limitada capacidade ofensiva às forças de Moscovo no terreno. De acordo com os serviços secretos britânicos, em causa está a falta de formadores experientes nas forças russas. Muitos terão já morrido em combate, garante Londres.
Neste sábado, o Irão admitiu, pela primeira vez, que forneceu drones a Moscovo, mas garantiu que os aparelhos foram enviados para a Rússia antes da guerra na Ucrânia, durante a qual foram usados drones para atacar centrais eléctricas e infra-estrutura civil.
A empresa pública de electricidade da Ucrânia, a Ukrenergo, anunciou para o próximo domingo cortes de energia em sete regiões do país, incluindo a capital Kiev.
Entretanto, em Jablonna, na Polónia, um grupo de líderes da oposição pró-democracia russa reuniu-se este sábado com o objectivo de construir uma alternativa ao regime do Presidente Vladimir Putin e instaurar a democracia na Rússia.
Forças russas com falta de formadores experientes. REUTERS/Sergey Pivovarov
4 de Novembro de 2022EUA dizem que Rússia compensa derrotas com ataques a infra-estruturas
A administração pró-russa está a retirar-se de Kherson, a par da retirada de dezenas de milhares de residentes que a Rússia tem levado a cabo desde Outubro de 2022. As tropas russas, contudo, mantêm-se na região, para evitar que as forças de Kiev a reconquistem, descreve o New York Times.
O vice-governador russo da região Kirill Stremousov anunciou um recolher obrigatório de 24 horas em Kherson, alegando ser necessário "defender a cidade" de "ataques terroristas" por parte dos soldados ucranianos, e voltou a apelar aos habitantes que deixassem as suas casas.
Na perspectiva norte-americana, Moscovo está a tentar compensar derrotas no terreno com ataques às infra-estruturas essenciais da Ucrânia. "Como não consegue conquistar a Ucrânia pela força, o Presidente Putin parece decidido a congelá-la até à submissão", afirmou o secretário de Estado Antony Blinken.
Ainda assim, Kiev assegurou que o fornecimento de gás ao país será suficiente para aquecer as habitações ucranianas durante este Inverno.
Soldados ucranianos num tanque de guerra capturado às tropas russas, no Donbass. REUTERS/Clodagh Kilcoyne
3 de Novembro de 2022AIEA não encontrou provas de "bomba suja" na Ucrânia
Após várias inspecções na Ucrânia, a Agência Internacional de Energia Atómica anunciou não ter encontrado quaisquer indícios de utilização de material radioactivo pelas tropas de Kiev, que seria usado na preparação de uma "bomba suja", segundo as acusações russas. "A Rússia confirmou o estatuto de maior mentirosa do mundo", reagiu Dmitro Kuleba.
Saíram hoje dos portos ucranianos no mar Negro mais sete navios, carregados com 290 mil toneladas de bens alimentares, um dia após a reentrada da Rússia no acordo sobre cereais.
Em terra, segundo um dos administradores pró-russos da região de Kherson, as tropas russas estarão a preparar-se para abandonar a margem ocidental do rio Dniepre, de onde Moscovo tem vindo a retirar cidadãos nas últimas semanas, e onde fica a cidade de Kherson, a única grande cidade ucraniana que as forças russas tomaram intacta.
O Kremlin ainda não se pronunciou sobre a possível movimentação das suas tropas no Sul da Ucrânia.
Preparação para o Inverno na vila de Yakovlivka, em Kharkiv, destruída por bombardeamentos russos em Março. EPA/SERGIY KOZLOV
2 de Novembro de 2022Rússia de regresso ao acordo sobre cereais
A Rússia anunciou o fim da suspensão da participação no acordo sobre exportação de cereais no mar Negro. "Chantagem" e "escalada de ameaças" russas falharam perante uma "resposta robusta", reagiu Mikhailo Podoliak, conselheiro do Presidente da Ucrânia.
"A Federação Russa considera que as garantias recebidas até ao momento parecem ser suficientes para retomar a implementação do acordo que foi suspenso depois do ataque terrorista em Sebastopol", lê-se num comunicado do Ministério da Defesa russo. "O lado ucraniano prometeu formalmente que 'o Corredor Humanitário Marítimo será utilizado apenas de acordo com as disposições da Iniciativa do mar Negro'."
Num alerta ao Ocidente, Moscovo avisou os aliados da Ucrânia de que devem parar com as "provocações com armas de destruição maciça". Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou temer que as potências nucleares se aproximem de "um conflito armado directo".
Ajuda humanitária chega a Mikolaiv, bombardeada um dia antes, a 1 de Novembro de 2022. EPA/HANNIBAL HANSCHKE
1 de Novembro de 2022Kiev descobriu 34 câmaras de tortura em zonas ocupadas pela Rússia
As autoridades pró-russas de Kherson anunciaram hoje o recomeço da retirada de civis da região. A área a ser evacuada em Kherson foi alargada e poderão ser retiradas e realojadas até 70 mil pessoas.
A polícia ucraniana descobriu 34 câmaras de tortura criadas por Moscovo em territórios agora libertados da ocupação russa, nas regiões de Kharkiv, Kherson, Kiev, Sumi, Donetsk e Chernihiv.
Novos bombardeamentos russos provocaram duas mortes e vários feridos nas cidades de Bakhmut, em Donetsk, e de Mikolaiv. Os ataques atingiram residências e infra-estruturas civis.
Em reacção aos ataques a infra-estruturas civis essenciais da Ucrânia, o chefe da diplomacia do país, Dmitro Kuleba, considerou-os "crimes de guerra" e "parte do genocídio do povo ucraniano".
Bombardeamentos destruíram edifícios residenciais em Mikolaiv, no Sul da Ucrânia. REUTERS/Valentyn Ogirenko
31 de Outubro de 2022Cerca de 40% dos habitantes de Kiev estão sem água
Foram ouvidas várias explosões esta manhã em Kiev, Kharkiv e Zaporijjia. Depois de culpar Kiev pela explosão que danificou a ponte da Crimeia no início de Outubro de 2022, a Rússia tem intensificado os ataques com recurso a mísseis na Ucrânia.
Terão ainda sido atingidas infra-estruturas de fornecimento energético em toda a Ucrânia, deixando centenas de localidades sem energia. Na capital, Kiev, cerca de 40% da população está também sem acesso a água.
Saíram hoje 12 navios de portos ucranianos, avançando com a navegação de navios de carga no corredor do mar Negro, apesar de a Rússia ter suspenso a sua participação no acordo.
Na Rússia, o Ministério da Defesa anunciou o fim da vaga de mobilização militar de reservistas.
Bombardeamentos russos danificaram infra-estruturas de abastecimento de água e energia. EPA/OLEG PETRASYUK
29 de Outubro de 2022Rússia denuncia ataques no mar Negro e suspende participação no acordo dos cereais
Moscovo denunciou este sábado um ataque com drones contra a sua frota no mar Negro, sediada em Sebastopol, que alega terem sido lançados pelas forças de Kiev. Na sequência do incidente, a Rússia suspendeu por tempo "indefinido" a participação nos acordos que permitiam a exportação de cereais ucranianos através do mar Negro, e que foram assinados em Julho passado, em Istambul, sob mediação das Nações Unidas.
A Ucrânia, por seu lado, acusou a Rússia de "fingir ataques terroristas" contra as suas próprias infra-estruturas na península da Crimeia, e negou qualquer envolvimento no incidente em Sebastopol.
Esta manhã, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, tinha sublinhado a importância da prorrogação dos acordos sobre cereais, que expiram a 19 de Novembro de 2022, e apelado ao seu cumprimento também em relação às exportações russas.
A Rússia acusou ainda a Marinha britânica de provocar as explosões nos gasodutos Nord Stream no final de Setembro de 2022, no Báltico. O Reino Unido já negou as acusações.
Colheita de trigo em Kherson, no Sul da Ucrânia. Imagem de arquivo. REUTERS/Alexander Ermochenko
28 de Outubro de 2022Mobilização parcial de 300 mil reservistas "foi concluída", diz ministro russo
O ministro da Defesa russo garantiu que a "mobilização parcial" de 300 mil reservistas para combater na Ucrânia já está completa. Sergei Shoigu disse ao Presidente russo que “a tarefa (…) foi concluída” e que “não estão previstas outras medidas”.
De acordo com os serviços de informação britânicos, Moscovo terá reforçado algumas das suas unidades a oeste do rio Dnipro com alguns reservistas.
Ao longo do dia, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa abordou a questão das falhas energéticas na rede ucraniana, que têm sido provocadas por ataques russos. Através do Telegram, Dimitri Medvedev disse que os ataques só irão acabar quando as exigências russas forem aceites.
Reservistas russos despedem-se das famílias antes de partirem, em Omsk, depois da mobilização parcial decretada por Putin REUTERS/Alexey Malgavko/Arquivo
27 de Outubro de 2022Usar armas nucleares contra a Ucrânia "não faz sentido", garante Putin
O Presidente russo discursou durante quatro horas no encerramento do encontro do Clube de Discussão de Valdai, grupo com ligações ao Kremlin. Putin, que desta vez não fugiu ao tema da guerra na Ucrânia, garantiu que não equaciona usar armas nucleares contra o país vizinho.
“Não vemos necessidade [no uso de armas nucleares]. Não faz sentido, quer política quer militarmente”, disse. O Presidente voltou também a frisar que suspeita que a Ucrânia planeia usar “bombas sujas”.
O líder russo aproveitou ainda o momento para analisar o conflito que decorre desde Fevereiro. Putin considera que, ao invadir a Ucrânia, o seu país conseguiu quebrar uma dependência face à União Europeia e Estados Unidos da América. “No final de contas, [a guerra] vai beneficiar a Rússia e o seu futuro.”
Ao longo do dia, registaram-se novos ataques na região de Kiev por parte das tropas de Moscovo, avançaram os meios de comunicação ucranianos. O governador da região, Oleksiy Kuleba, confirmou a informação e acrescentou que estava a decorrer a extinção de um incêndio provocado pelo ataque.
Sputnik/Mikhail Metzel/Pool
26 de Outubro de 2022Kiev à espera da "mais difícil das batalhas" em Kherson
O conselheiro presidencial de Volodymyr Zelensky alertou para a situação na região de Kherson, no Sul do país, que tem sido palco de intensos combates nos últimos dias.
Segundo Oleksiy Arestovych, as forças russas estão a planear “a mais difícil das batalhas” na região. "Os russos estão a reabastecer-se. Significa que ninguém se está a preparar para se retirar”, disse.
Ao longo do dia, Moscovo atacou também mais de 40 localidades ucranianas, matando pelo menos duas pessoas. Segundo o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, a Rússia lançou 30 ataques aéreos.
As autoridades de Kiev anunciaram ainda que já exumaram cerca de mil corpos nos territórios recuperados desde 24 de Fevereiro.
A Rússia efectuou exercícios com as suas forças nucleares estratégicas sob a supervisão do Presidente russo, Vladimir Putin, simulando um "ataque nuclear maciço" anunciou o Kremlin.
Vladimir Putin nas celebrações do Dia da Marinha, em São Petersburgo REUTERS/SPUTNIK
25 de Outubro de 2022Kiev pede a cidadãos no estrangeiro que não voltem ao país: "Precisamos de sobreviver ao Inverno"
Kiev pediu aos cidadãos ucranianos no estrangeiro para não regressarem ao país durante o Inverno, face à crise energética no país. "Precisamos de sobreviver ao Inverno. Infelizmente, as redes não vão aguentar", explicou a vice-primeira-ministra ucraniana e chefe de reintegração dos territórios ocupados, Iryna Vereshchuk.
Pelo menos sete pessoas morreram e três ficaram feridas na sequência de 15 ataques lançados pelas tropas russas em Donetsk, no Donbass. Segundo as autoridades ucranianas, os mísseis destruíram 19 edifícios residenciais e uma linha de energia.
Sobre o avanço da "operação militar" na Ucrânia, Vladimir Putin reconheceu hoje que a Rússia precisa de garantir maior coordenação das estruturas e regiões do Governo e de acelerar a tomada de decisões no país ocupado.
Soldado ucraniano na região de Kharkiv, no Nordeste do país SERGIY KOZLOV/Lusa
24 de Outubro de 2022Moscovo diz que Kiev poderá usar "bomba suja", com material radioactivo
A Rússia insistiu que Kiev poderá usar uma "bomba suja", contendo material radioactivo, cuja preparação entrou na "fase final". A denúncia já foi rejeitada pela Ucrânia e pelos seus aliados ocidentais.
As autoridades russas nos territórios ucranianos ocupados continuam a retirar os habitantes da região de Kherson, no Sul da Ucrânia, alegando motivos de segurança perante a contra-ofensiva ucraniana. De acordo com um dos representantes da administração pró-russa de Kherson, 25 mil pessoas saíram da cidade desde 18 de Outubro de 2022.
As forças armadas da Ucrânia anunciaram também a reconquista de mais dez localidades na região de Kherson. No total, Kiev afirma já ter libertado 90 zonas que estavam sob controlo russo.
Em simultâneo, ainda no Sul, as tropas de Moscovo bombardearam a cidade de Mikolaiv, a poucas dezenas de quilómetros da linha da frente dos combates no terreno.
De acordo com o Ministério da Defesa britânico, a Rússia continua a utilizar drones kamikaze de fabrico iraniano nos ataques à Ucrânia, mas as tropas de Kiev conseguiram abater até 85% desses drones.
Civis retirados da região de Kherson chegam a Dzhankoi, na Crimeia ALEXEY PAVLISHAK/Reuters
23 de Outubro de 2022Rússia alerta que conflito caminha para uma "escalada incontrolável"
As tropas russas começaram a construir linhas de defesa nas regiões fronteiriças de Kursk e Belgorod e na província ucraniana anexada de Lugansk, anunciaram as autoridades locais. Os serviços de informação britânicos vêem esta decisão como um sinal de que as forças russas antecipam uma “contraofensiva ucraniana rápida” na zona, explicam no seu relatório diário.
Durante um telefonema com o seu homólogo francês, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, alertou que a situação na Ucrânia está a deteriorar-se muito rapidamente e que caminha para uma "escalada incontrolável".
Em reacção aos ataques russos à rede eléctrica da Ucrânia, que deixaram no sábado mais de um milhão de ucranianos sem luz, Volodymyr Zelensky garantiu que nada impedirá as tropas de continuarem a tentar recuperar os territórios ocupados.
Casal no interior da sua casa, em Kharkiv, danificada por bombardeamento russo REUTERS/Clodagh Kilcoyne
Onde estão as centrais eléctricas da Ucrânia?
Fonte: World Resources Institute
22 de Outubro de 2022Mais de um milhão de casas na Ucrânia estarão sem electricidade
As sirenes voltaram a soar por toda a Ucrânia, que foi “atacada intensamente” pelas forças russas, segundo o governador da região de Kiev, Oleksiy Kulebaç. Só a capital esteve por três vezes sob alerta de ataque aéreo, mas a maioria dos mísseis foi neutralizada pelas defesas aéreas, dizem as autoridades locais.
Moscovo voltou a intensificar as investidas contra as infra-estruturas críticas na Ucrânia, com destaque para as instalações eléctricas. No Telegram, Volodymyr Zelensky confirmou que foram registados 36 ataques com mísseis nas últimas horas e, segundo a principal operadora de electricidade no país, a Ukrenergo, os danos causados terão sido maiores do que na última grande onda de ataques, entre os dias 10 e 12 de Outubro de 2022. Mais de um milhão de casas estarão sem electricidade.
Perante a iminência da contra-ofensiva da Ucrânia em Kherson, as autoridades pró-russas instaladas na cidade reforçaram o apelo para que os residentes saíssem "imediatamente" das suas casas e se dirigissem para territórios controlados por Moscovo. Segundo o conselheiro da presidência ucraniana Kyrylo Tymoshenko, 88 localidades já foram reconquistadas até agora na região de Kherson, mais 13 do que na última actualização.
Civis retirados de Kherson chegam de ferry boat a Oleshky REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
21 de Outubro de 2022Zelensky alerta para possível "operação de falsa bandeira" no Sul
A Rússia pode estar a preparar uma “operação de falsa bandeira", alertou Volodymyr Zelensky. A ideia de Moscovo, sugeriu o Presidente ucraniano durante a reunião do Conselho Europeu, parece ser fazer explodir uma barragem hidroeléctrica no sul do país, causando inundações em cerca de 80 localidades, incluindo a cidade de Kherson, atribuindo depois as culpas do desastre humanitário e ecológico à Ucrânia, avança o New York Times.
Durante a reunião dos líderes europeus, ficou decidido que a União Europeia vai financiar a Ucrânia, em 2023, com 18 mil milhões de euros, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Em Kharkiv, onde continua a contra-ofensiva ucraniana, foram ouvidas várias explosões durante a madrugada, assim como em Zaporijjia. Aqui mantém-se o receio de que os bombardeamentos perto da central eléctrica da cidade conduzam a um acidente nuclear, tendo o ministro da Energia da Ucrânia referido, em entrevista à Reuters, que não vê sinais de progresso no sentido de se estabelecer um acordo entre a Rússia, a Ucrânia e a Agência Internacional de Energia Atómica.
Apartamento atingido por míssil em Zaporijjia Reuters/Stringer
20 de Outubro de 2022Ucrânia restringe fornecimento de electricidade em todo o país
A Ucrânia começou a restringir o uso de electricidade em todo o país entre as 7h e as 23h depois dos ataques russos com mísseis e drones terem destruído ou danificado partes das centrais de energia.
Na frente de combate, a defesa ucraniana continua com a contra-ofensiva no Sul destinada a recuperar a cidade de Kherson, enquanto as autoridades russas prosseguem com a retirada dos civis alegando motivos de segurança. Segundo um funcionário pró-russo 15 mil pessoas abandonaram a região.
O dia ficou também marcado pela declaração do Kremlin, que voltou a reforçar que o fornecimento de armas por parte da União Europeia a Kiev torna os 27 Estados-membros parte do conflito e acusou o bloco de ser “patrocinador do terrorismo”.
O envio de armas foi também um dos temas discutidos pelos membros da União Europeia que concordaram com a aplicação de novas sanções contra o Irão devido ao fornecimento de drones kamikaze à Rússia. A medida inclui o congelamento de bens de três indivíduos e uma entidade responsável pelas entregas dos equipamentos.
Prédio residencial atingido por drone kamikaze em Kiev Reuters/Stringer
18 de Outubro de 2022Mais de mil cidades e aldeias na Ucrânia estão sem electricidade após ataques russos
Várias cidades na Ucrânia foram atacadas esta madrugada, com a capital, Kiev, a ser mais uma vez bombardeada. A cidade de Mikolaiv foi uma das mais afectadas e Kharkiv foi alegadamente atingida por oito rockets russos.
Além de denunciar estes ataques militares, Volodymyr Zelensky acusa também Moscovo de um “outro tipo de ataque terrorista”, nomeadamente as investidas contra a infra-estrutura energética. Segundo o Presidente ucraniano, “desde 10 de Outubro de 2022, 30% das centrais eléctricas da Ucrânia foram destruídas, causando apagões massivos em todo o país”. Mais de mil cidades e aldeias em toda a Ucrânia estão sem electricidade, dizem os serviços de emergência do país.
Na sequência das acusações que tem vindo a lançar sobre a Rússia quanto ao uso de drones kamikaze iranianos — o que tanto a Rússia como o Irão negam —, a Ucrânia convidou especialistas da ONU a deslocarem-se ao país para inspecionarem as armas em questão. Segundo um responsável ocidental citado pelo Telegraph, e que pediu o anonimato, a Rússia poderá estar a utilizar estes drones por falta de mísseis de longo alcance.
Drone suicida da Rússia
Drone militar da Ucrânia
Drones não militares usados por ambos
Fonte: BBC; baykartech.com; Alexpl-Creative Commons; Washington Post
17 de Outubro de 2022Ataques com drones kamikaze fazem pelo menos oito mortes na Ucrânia
Dois dias depois de Vladimir Putin ter garantido que não havia necessidade de bombardear novamente cidades ucranianas, considerando o Presidente russo que os alvos mais importantes tinham sido atingidos, Kiev voltou a ser alvo de ataques com drones kamikaze de fabrico iraniano.
A ofensiva russa com aeronaves não tripuladas matou pelo menos quatro pessoas na capital da Ucrânia e outras quatro em Sumy. Não se sabe ao certo quantos drones foram destacados para a operação, mas força aérea ucraniana referiu esta segunda-feira que foram abatidos 37 desde a noite de domingo.
Os ataques visaram também infra-estruturas de energia ucranianas. Em Sumy, as quatro mortes resultaram de um ataque a uma central eléctrica. Segundo o primeiro-ministro ucraniano, todos os dispositivos utilizados nos ataques entraram na Ucrânia vindos de sul.
Na sequência dos ataques dos últimos dias, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia condenaram a utilização de drones em acções contra alvos civis e pediram uma investigação aos equipamentos utilizados, que serão de origem iraniana. Caso tal se confirme, pode estar em causa a violação de uma resolução das Nações Unidas que exporia o Irão a sanções motivadas pela guerra na Ucrânia.
Em território russo, um avião de combate embateu contra um edifício residencial na cidade russa de Ieisk, localizada nas margens do mar de Azov, em frente a Mariupol. O caça-bombardeiro estaria a realizar um voo de treino quando se despenhou numa zona habitacional.
Operações de resgate e salvamento num dos edifícios atingidos por drones em Kiev EPA/OLEG PETRASYUK
16 de Outubro de 2022Gazprom ameaça cortar fornecimento de gás à Europa; Kiev pede poupança de energia
O presidente executivo da empresa energética russa Gazprom, Alexei Miller, advertiu este domingo que a tentativa de impor um tecto aos preços do gás russo na Europa levará ao corte do fornecimento vindo de Moscovo. Entre as últimas sanções impostas à Rússia pela UE está o compromisso de impor um limite global ao preço do petróleo russo e dos seus derivados.
"Uma decisão unilateral como essa é uma violação das actuais condições do contrato que implica a cessação do fornecimento", disse Alexei Miller, em declarações transmitidas na televisão púbica russa. "Nós pautamo-nos pelos contratos assinados."
Miller lembrou que esta resposta está prevista num decreto presidencial assinado em Março pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Na Ucrânia, as autoridades pediram aos residentes de Kiev para tentarem poupar electricidade a partir do final da tarde. O pedido foi feito sábado para evitar cortes de energia de emergência, depois de um míssil ter atingido uma central eléctrica na periferia da cidade. Este domingo, o primeiro-ministro ucraniano Denis Shmihal garantiu, no entanto, que a Ucrânia mantém a sua "estabilidade energética".
O presidente executivo da Gazprom, Alexei Miller (à esq.) Thomas Peters/Reuters
15 de Outubro de 2022Scholz quer UE maior e mais forte; Putin diz que mobilização militar termina em duas semanas
O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu este sábado uma expansão da União Europeia (UE) para garantir que o território é um pilar importante nos assuntos globais.
Desde que assumiu o cargo, Scholz tornou a expansão da UE (para incluir os Balcãs e outras nações) uma parte fundamental da sua política externa. Este objectivo tornou-se mais urgente desde a invasão da Ucrânia, que se tornou candidata à adesão à UE em Junho.
Na Rússia, Vladimir Putin anunciou que deve terminar de convocar os militares na reserva dentro de duas semanas, prometendo o fim de uma mobilização que dividiu o país e que fez com que milhares de homens fugissem do país com as suas famílias. Ao todo, 222 mil dos 300 mil reservistas do país já foram mobilizados.
O Banco Mundial alertou que os ataques da Rússia a infraestruturas civis em cidades ucranianas longe das linhas da frente irão complicar a situação económica que o país enfrenta. Segundo declarações de Arup Banerji, director regional do Banco Mundial para a Europa de Leste, à Reuters: 25% da população estará a viver na pobreza no final deste ano.
Chanceler alemão, Olaf Scholz EPA/MARTIN DIVISEK
14 de Outubro de 2022“Mobilização parcial” termina em duas semanas, diz Putin. Rússia continua a perder terreno
Vladimir Putin declarou que a “mobilização parcial” do Exército russo deve ficar concluída dentro de duas semanas com 222 mil reservistas, dos quais 16 mil já estão a combater na Ucrânia.
O Presidente russo disse que os reforços têm sido vitais a segurar a linha da frente, algo que seria “impossível” sem esta convocatória. Afirmou ainda que os bombardeamentos dos últimos dias permitiram a Moscovo atingir a maioria dos alvos a que se propôs, não sendo necessário continuar com os ataques “maciços” contra a Ucrânia.
Ainda assim, as primeiras horas da manhã ficaram marcadas por intensos bombardeamentos russos na região de Zaporijjia, no sul da Ucrânia.
Em Donetsk, os últimos três dias foram de avanços significativos para os russos, onde as tropas da Rússia prosseguem em direcção a Bakhmut. De acordo com o relatório do Ministério da Defesa britânico, o próximo passo de Moscovo será a captura da cidade e o avanço para Kramatorsk e Sloviansk.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin Sputnik/Valery Sharifulin/Pool via REUTERS
13 de Outubro de 2022Russos recuam em Kherson enquanto insistem em bombardeamentos
O governador eleito pela Rússia para Kherson, no sul da Ucrânia, sugeriu que os residentes encontrassem locais seguros, uma acção que evidencia a perda de controlo de Moscovo na região.
A comunicação do governador surge numa altura em que surgiu uma nova frente de combate nesta zona que as tropas russas tentam consolidar a oeste da aldeia de Mylove, de acordo com os serviços de informação do Reino Unido.
O Ministério da Defesa britânico refere que decorrem “fortes combates” nesta linha da frente, especialmente no “extremo ocidental, onde os avanços ucranianos significam que o flanco da Rússia já não está protegido pelo rio Inhulets”.
O dia também ficou marcado por mais uma série de bombardeamentos russos a localidades ucranianas. As Forças Armadas da Ucrânia disseram que mais de 40 povoações foram atingidas nos distritos de Mykolaiv, Vinnytsia, Cherkas, Chernyakhiv, Bilohorivka, Spirne, Pavlivka, Myrne e Davydiv Brid. Na região de Kiev, os russos terão atacado com drones kamikaze.
Forças russas em acção na região de Kherson EPA/RUSSIAN DEFENCE MINISTRY PRESS SERVICE HANDOUT
12 de Outubro de 2022Ucrânia recebe apoio antiaéreo dos aliados
Nos aliados da Ucrânia confirmaram o envio de novos sistemas de defesa antiaérea, comprometendo-se a prestar assistência militar robusta e duradoura ao país dias depois dos ataques aéreos russos que mataram 19 pessoas e feriram mais de uma centena.
Da parte da Alemanha, o primeiro de quatro sistemas de defesa antiaérea IRIS-T já chegou a território ucraniano.
Segundo o ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, os bombardeamentos de Moscovo atingiram 30% das infra-estruturas eléctricas do país.
Os ataques com mísseis continuaram hoje, matando sete pessoas e ferindo oito num mercado movimentado na cidade de Avdiika, na região de Donetsk.
O resultado dos bombardeamentos russos em Kiev REUTERS/Gleb Garanich
11 de Outubro de 2022Rússia volta a bombardear Zaporijjia e a central eléctrica de Vinnitsia
Na noite passada registaram-se pelo menos 15 explosões em Zaporijjia, avançou a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia. Segundo Emine Dzheppar, os mísseis russos atingiram “uma instituição de educação, uma instituição médica e edifícios residenciais”.
Pelo segundo dia consecutivo, Moscovo bombardeou também a central eléctrica de Vinnitsia, nos arredores de Kiev. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas.
Os serviços de Emergência da Ucrânia actualizaram esta manhã os números de feridos e mortos nos bombardeamentos russos por toda a Ucrânia. Segundo as autoridades, pelo menos 19 pessoas morreram e 105 ficaram feridas. De acordo com a ONU, estes bombardeamentos podem equivaler a crimes de guerra.
Edifício residencial completamente destruído em ataque com míssil em Zaporijjiaa REUTERS/Stringer
10 de Outubro de 2022Maior ataque russo em meses. Kiev, Dnipro, Lviv, Zaporijjia e Mikolaiv bombardeadas
Depois de o Presidente russo ter culpabilizado a Ucrânia pelo ataque de dia 8 à ponte que liga a Crimeia à Rússia, as tropas russas responderam com um ataque em massa – o maior dos últimos meses – a várias cidades ucranianas. Durante as primeiras horas da manhã, a freguesia de Shevchenkiv, no centro de Kiev, e as cidades de Dnipro, Lviv, Zaporijjia e Mikolaiv foram alvo de várias explosões.
Os ataques com mísseis resultaram na morte de pelo menos 11 pessoas e deixaram 89 feridas. Segundo o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, resultaram também num rasto de destruição em oito regiões ucranianas que ficaram temporariamente sem electricidade.
A Comissão Europeia classificou os ataques como “hediondos” e os países do G7 agendaram uma reunião para terça-feira.
O Exército ucraniano alegou ter derrubado 41 dos 75 mísseis disparados por Moscovo. O Presidente Volodymyr Zelensky descreveu o ataque com um “acto terrorista” que teve como alvo civis e postos de abastecimento de energia, militar e de comunicações destinado a causar o maior número de danos possível.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
9 de Outubro de 2022Putin acusa Ucrânia de “terrorismo”. Rússia bombardeia cidade de Zaporijjia
Vladimir Putin disse que a explosão na ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, foi um “acto de terrorismo” levado a cabo pelos serviços secretos ucranianos. O Presidente russo abordou pela primeira vez o incidente que matou três pessoas e fez colapsar parcialmente dois troços da infra-estrutura, afirmando não ter dúvidas quanto aos responsáveis.
“Não há dúvida. Isto é um acto de terrorismo que visa destruir infra-estruturas civis criticamente importantes da Federação Russa”, disse o líder numa comunicação divulgada no canal de Telegram do Kremlin. “Foi concebido, realizado e encomendado pelos serviços especiais ucranianos”, culpou.
O dia também ficou marcado por ficou também marcado por bombardeamentos russos na cidade de Zaporijjia, perto da central nuclear homónima. Pelo menos 13 pessoas morreram e 89 ficaram feridas na sequência de bombardeamentos nocturnos na cidade de Zaporijjia, de acordo com as autoridades locais. Foi lançada cerca de uma dezena de mísseis, atingindo “edifícios residenciais e infra-estruturas civis”, segundo as Forças Armadas ucranianas. Cinco casas ficaram destruídas.
O resultado dos bombardeamentos russos em Zaporijjia REUTERS/Stringer
8 de Outubro de 2022Explosão danifica ponte que liga Rússia à Crimeia
A explosão de um camião na ponte Kerch colapsou parcialmente dois troços da ponte que liga a Rússia à Crimeia.
De acordo com a Rússia, a explosão incendiou sete carruagens do comboio que circulava nas vias-férreas desta ponte, que é a maior da Europa, com 18,1 quilómetros. O incidente matou três pessoas e deixou a ponte inoperacional durante várias horas – a meio da tarde, carros, autocarros e o comboio já podiam novamente circular.
As causas não foram desvendadas, mas Moscovo acusou a Ucrânia, considerando a explosão uma “acção terrorista”. A ponte Kerch tem sido uma importante artéria de abastecimento das forças russas a combater no sul da Ucrânia. O Ministério da Defesa garante, ainda assim, que o fornecimento das tropas pode ser garantido por via terrestre ou marítima, caso necessário.
Do lado de Kiev, surgiram vários comentários provocatórios, mas não foi assumida qualquer responsabilidade.
“Tudo o que é ilegal deve ser destruído, tudo o que foi roubado tem de ser devolvido à Ucrânia", escreveu o assessor de Zelensky, Mykhailo Podolyak.
“O cruzador de mísseis Moskva e a ponte Kerch – dois destacados símbolos do poder russo na Crimeia ucraniana – caíram. O que se segue, russos?”, publicou no Twitter a conta do Ministério da Defesa ucraniano.
Tanques de combustível em chamas e secções danificadas da ponte de Kerch, que liga a Crimeia à Rússia REUTERS/Stringer
7 de Outubro de 2022Comité Nobel nega ter dado "presente envenenado" a Putin no seu aniversário
O Comité Nobel Norueguês anunciou a atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2022 ao activista de direitos humanos bielorrusso Ales Bialiatski e às organizações de direitos humanos Memorial, da Rússia, e Center for Civil Liberties, da Ucrânia. O comité garante que não era suposto ser um "presente envenenado" a Vladimir Putin, que celebra hoje 70 anos.
Segundo os serviços de informação britânicos, as tropas ucranianas já ficaram com pelo menos 440 tanques e 650 veículos blindados russos desde o início da guerra. Um indício do “estado de treino empobrecido” e dos “níveis baixos de disciplina de batalha” das tropas russas, referem no seu relatório mais recente.
O próprio Exército russo está a tentar colmatar as falhas na sua ofensiva, tendo substituído já dois comandantes no espaço de dias — primeiro do Distrito Militar Ocidental e depois do Oriental, avançou a imprensa russa.
O acordo que tem permitido a exportação de cereais do Mar Negro ucraniano poderá expirar no final de Novembro de 2022, alertou a ONU, que disse estar a trabalhar no sentido de alargar o prazo.
Despedida num posto de recrutamento em Moscovo EPA/MAXIM SHIPENKOV
6 de Outubro de 2022Kiev apropria-se de armas e tanques que tropas russas deixaram durante retirada
Durante a retirada desorganizada da região de Kharkiv, o exército russo acabou por deixar para trás armas, tanques e outros veículos de combate, e até armazéns repletos de material militar, que agora estão nas mãos dos ucranianos, escreve o Wall Street Journal, citando oficiais militares.
Em Zaporijjia, um bombardeamento levado a cabo pelas forças russas matou pelo menos duas pessoas. O ataque destruiu vários prédios residenciais e causou vários incêndios, disse o governador regional, Oleksandr Starukh.
Casa destruída por um míssil russo em Zaporijjia REUTERS/Stringer
As tropas ucranianas continuam a obter sucessos à medida que avançam com a contra-ofensiva no Leste e Sul, tendo reconquistado mais três localidades em Kherson, uma das regiões do Sul da Ucrânia parcialmente ocupadas pela Rússia e que Moscovo diz ter anexado, de acordo com Volodymyr Zelensky.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
5 de Outubro de 2022Putin assina decreto que reivindica anexação da central de Zaporijjia
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que reivindica a anexação da central nuclear de Zaporijjia e a torna "propriedade federal", depois de o director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, ter declarado que o fornecimento de energia à central era frágil.
Moscovo declarou ainda que vai realizar uma avaliação à central, reparar os danos nas infra-estruturas e transferir todos os funcionários ucranianos para uma nova organização de propriedade russa. Em resposta, a Ucrânia anunciou que vai assumir o controlo da central e aconselhou os trabalhadores a não assinarem qualquer documento dos ocupantes.
Após o decreto de Putin, os funcionários ucranianos da central comunicaram aos peritos da AIEA que estão em curso os preparativos para reiniciar um dos seis reactores.
No plano militar, as tropas ucranianas continuam a progredir na contra-ofensiva no Leste e Sul do país e estão cada vez mais próximas das fronteiras da região de Lugansk, território que a Rússia anexou ilegalmente no final de Setembro de 2022.
Veículos militares russos na central nuclear de ZaporijjiaAlexander Ermochenko/ Reuters
4 de Outubro de 2022Contra-ofensiva ucraniana obriga forças russas a recuar
Nos últimos dias, as forças ucranianas têm quebrado as defesas russas na região Sul e expandido uma rápida ofensiva no Leste, recuperando vários territórios em áreas anexadas pelas tropas inimigas, segundo o Presidente ucraniano. Em Kherson, o exército ucraniano conseguiu avançar dezenas de quilómetros.
Pressionadas pela contra-ofensiva, as forças russas parecem estar a organizar uma retirada rápida nestas regiões do país, como mostraram os mapas apresentados pelo Ministério da Defesa russo na sua actualização diária. O Ministério, porém, não chegou a mencionar nenhuma retirada, só que foi possível perceber, através das imagens, que as tropas se têm vindo a retirar de certos territórios, como a aldeia de Duchchany, em Donetsk. Segundo relata a Reuters, recuaram ainda a sua linha de combate 25 quilómetros, na direcção sul, na região de Kharkiv.
Volodymyr Zelensky assinou um decreto que deixa claro que não terá quaisquer conversações com Vladimir Putin, mas deixa a porta aberta para conversações com outro Presidente da Rússia. Em reacção, o Kremlin diz que o conflito se vai prolongar se Kiev rejeitar as negociações, segundo o porta-voz Dmitry Peskov.
Soldado ucraniano na região de Donetsk REUTERS/Anna Kudriavtseva
3 de Outubro de 2022Ucrânia reconquista aldeias em Kherson
Depois da reconquista da cidade de Lyman, em Donetsk, confirmada no domingo, a contra-ofensiva ucraniana concentra-se agora na região de Kherson, no Sul, segundo declarações do Presidente ucraniano.
As forças russas admitiram que as tropas ucranianas têm feito avanços nesta região, já tendo assumido o controlo de algumas povoações. Esta recentes reconquistas implicam que Moscovo já não detenha o controlo total de nenhuma das quatro regiões ucranianas que diz ter anexado.
Já chegaram ao campo de batalha os primeiros reservistas russos mobilizados por ordem do Presidente Vladimir Putin. Lugansk foi o primeiro destino, segundo o Ministério da Defesa russo.
A grande maioria dos ucranianos, cerca de 83%, está a favor da adesão do seu país à NATO, segundo uma sondagem feita pelo Rating Group, que diz ser esta a percentagem mais elevada que alguma vez se registou numa sondagem na Ucrânia.
Soldados ucranianos na região de Donetsk REUTERS/ Zohra Bensemra
2 de Outubro de 2022Lyman “totalmente livre” de tropas russas
O presidente Volodymyr Zelensky anunciou que Lyman está “totalmente livre” de tropas russas, no mesmo dia em que o Papa Francisco pediu a Vladimir Putin para acabar com a “espiral de violência e morte”.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que os ucranianos estão a “fazer progressos”, mas não adiantou muito sobre o pedido de adesão acelerado da Ucrânia à aliança militar: “Qualquer decisão sobre a adesão tem de ser tomada por consenso; todos os 30 aliados têm de concordar.”
Já não há fuga de gás em Nord Stream 1 — um dia depois da fuga em Nord Stream 2 ter parado. A Agência de Energia da Dinamarca foi informada pela Nord Stream AG que a pressão no gasoduto Nord Stream 1 está estabilizada, o que indica a fuga de gás estará resolvida.
Vizinhos abraçam-se no regresso a casa em Kamianka, na região de Kharkiv, depois da saída das tropas russas. REUTERS/Vladyslav Musiienko
1 de Outubro de 2022Forças russas abandonam Lyman um dia depois da anexação ilegal
Um dia depois do anúncio da anexação de quatro regiões ucranianas, as tropas russas foram forçadas a abandonar Lyman, em Donetsk, uma das regiões anexadas ilegalmente. A bandeira da Ucrânia foi hasteada à entrada da cidade.
O dia fica ainda marcado por um anúncio da ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht: a Alemanha vai entregar nos próximos dias o primeiro de quatro sistemas de defesa aérea IRIS-T, importantes na defesa contra drones.
Um soldado ucraniano em Lyman, Donetsk, em Abril de 2022. REUTERS/Jorge Silva
30 de Setembro de 2022Putin formaliza anexações ilegais enquanto as suas tropas eram cercadas em Lyman
O chefe de Estado russo formalizou a anexação das regiões de Zaporijjia, Kherson, Lugansk e Donetsk, numa cerimónia em Moscovo, mesmo sem o reconhecimento internacional da legalidade deste processo. "Vamos proteger a nossa terra com toda a nossa força e fazer tudo para assegurar a segurança do nosso povo", avisou Putin.
Ao mesmo tempo, em Lyman, na região de Donetsk, as tropas de Kiev anunciaram ter conseguido cercar os soldados russos que ocupam a cidade, em mais uma operação bem-sucedida da contra-ofensiva ucraniana a Leste.
Já em Zaporijjia, na madrugada desta sexta-feira, um bombardeamento contra várias viaturas de civis provocou 23 mortos e várias dezenas de feridos. "O Estado terrorista disparou mísseis contra a população civil em Zaporijjia, Mikolaiv e Dnipro. Só numa manhã, lançaram 16 mísseis na região de Zaporijjia. Só terroristas são capazes disto", reagiu o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
29 de Setembro de 2022Contra-ofensiva ucraniana pode "ameaçar as posições russas" no Donbass
A Rússia deverá formalizar a anexação de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijjia esta sexta-feira, apesar dos avisos da União Europeia e dos Estados Unidos sobre novas sanções em resposta aos "referendos" realizados. Os líderes separatistas reuniram-se hoje com Vladimir Putin e deverão estar presentes na cerimónia de amanhã. Pelas 15h locais (13h em Portugal continental) terá lugar na Praça Vermelha, em frente ao Kremlin, a assinatura de "tratados para adesão dos territórios à Federação Russa".
Russos chamados para combater na Ucrânia, face ao decreto de mobilização militar, despedem-se de familiares em Moscovo. Yuri Kochetkov/Lusa
Ao mesmo tempo, na linha da frente de combate, a contra-ofensiva das tropas ucranianas no Leste do país continua a dar frutos. De acordo com um think thank norte-americano, as forças russas enfrentam uma "derrota iminente" na cidade de Lyman, em Donetsk, sob controlo russo desde Maio de 2022. Os soldados de Kiev já reconquistaram algumas aldeias nos arredores da cidade e, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, caso seja recuperada, as tropas ucranianas ficam em condições de "ameaçar as posições russas" na região de Lugansk.
Mais a norte, em Kharkiv, as forças ucranianas terão conseguido recuperar o controlo da cidade de Kupiansk, com importância estratégica pelo nó ferroviário essencial para o abastecimento dos ocupantes russos no Donbass.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
28 de Setembro de 2022Putin deverá anunciar anexação de regiões ocupadas a 30 de Setembro, diz Reino Unido
Já começaram os treinos para os reservistas russos destacados para combater na Ucrânia, avançou hoje o Ministério da Defesa. Segundo o Kremlin, só na península da Crimeia, ocupada em 2014, já cerca de 2000 homens receberam armas: "Estão a receber formação para terem melhores competências no que toca ao uso e manutenção de armas, e equipamento militar e especial."
Os líderes das "administrações militares civis" pró-russas em regiões ucranianas ocupadas, na sequência dos "referendos" realizados na última semana, pediram esta quarta-feira a Vladimir Putin que aceite a anexação dos territórios ocupados. Segundo o Ministério da Defesa britânico, o Presidente russo deverá anunciar a sua anexação a 30 de Setembro de 2022.
No terreno, os combates continuam activos na região de Kherson e no Donbass, onde as tropas russas estão a reforçar a defesa perante a contra-ofensiva lançada por Kiev, avançam ainda os serviços secretos do Reino Unido.
Reservistas russos chamados para combater na Ucrânia despedem-se de familiares.EPA/YURI KOCHETKOV
27 de Setembro de 2022 Fugas de gás nos gasodutos Nord Stream investigadas por "sabotagem"
O dia ficou marcado pelas fugas de gás nos gasodutos Nordstream 1 e Nordstream 2, encontradas em águas territoriais suecas e dinamarquesas. Segundo avançaram sismólogos suecos, nas últimas 36 horas foram detectadas explosões subaquáticas na mesma área das fugas, uma delas com magnitude de 2,3.
A Alemanha aponta para a possibilidade de os gasodutos terem sido “danificados por ataques intencionais”. Na mesma linha, a Polónia acusa mesmo a Rússia de “sabotagem”, sem apresentar quaisquer provas. A polícia sueca diz que já está a investigar essa possibilidade.
Já são conhecidas as contagens iniciais dos pretensos referendos, que terminaram hoje nas quatro zonas ucranianas ocupadas pelas forças russas. Dos cerca de 20% dos votos que foram contados até ao momento, mais de 97% dos eleitores mostraram-se a favor da anexação russa, segundo a agência estatal russa Ria. O senado da Federação Russa afirmou que vai debater a anexação já a 4 de Outubro de 2022.
26 de Setembro de 2022 Formação de novos soldados pode desgastar tropas russas
Na sequência da mobilização militar parcial anunciada por Vladimir Putin, as tropas de Moscovo enfrentam agora dificuldades para responder à necessidade de formação de novos soldados. De acordo com os serviços secretos do Reino Unido, a "falta de instrutores militares" e a "pressa com que a Rússia iniciou a mobilização" limitam a preparação dos soldados, sujeitos a um desgaste mais rápido.
Em Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk continuam, até esta terça-feira, a decorrer as votações para os pretensos referendos sobre a adesão à Federação Russa. Das regiões ucranianas ocupadas as denúncias sobre irregularidades nestes "referendos" (já considerados "fictícios", tanto por Kiev, como por vários países e instituições ocidentais) incluem: falta controlo sobre quem vota ou quantas vezes vota, inexistência de listas de eleitores, urnas por selar ou intimidação por parte dos separatistas pró-russos.
No Sul, um ataque das forças russas com recurso a drones na região de Odessa obrigou à retirada de civis devido a um "incêndio de grandes dimensões e à detonação de munições", afirmou o comando Sul das Forças Armadas da Ucrânia. Os drones russos atingiram ainda alvos militares.
Cidadã ucraniana vota em "referendo" para adesão à Rússia, a partir de um hospital em Berdyansk, na região de Zaporijjia. EPA
25 de Setembro de 2022 Lavrov promete "protecção total" para territórios anexados
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, diz que os territórios onde ocorrem pretensos referendos vão ter direito a "protecção total" caso sejam anexados pela Rússia. Após discursar nas Nações Unidas, Lavrov foi questionado por jornalistas sobre se a Rússia teria bases para usar armas nucleares na protecção destes territórios anexados. O ministro disse apenas que todo o território russo terá esta "protecção total".
Pelo menos 821 pessoas foram detidas em 34 cidades devido a protestos que eclodiram na Rússia contra a mobilização militar decretada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, segundo um balanço divulgado pela organização de direitos civis OVD-Info.
A Rússia admitiu este sábado a existência de uma fila de cerca de 2300 veículos na fronteira com a Geórgia, que esperam na Ossétia do Norte para passarem pelo desfiladeiro Verjni Lars, o único entre os dois países.
Os Estados Unidos alertaram este domingo Moscovo de que qualquer uso de armas nucleares terá "consequências catastróficas" para a Rússia, porque Washington e os seus aliados responderão "de forma decisiva".
Protestos em São Petersburgo contra a mobilização militar parcial anunciada por Putin EPA/ANATOLY MALTSEV
24 de Setembro de 2022 Putin assina nova lei: dez anos de prisão para quem se recusar a lutar na Ucrânia
Vladimir Putin assinou emendas ao Código Penal que prevêem até dez anos de prisão para os militares que se rendam ou se recusem a combater em período de mobilização. As alterações, que tinham sido votadas no Parlamento esta semana, foram publicadas no portal do Governo e, por isso, já entraram em vigor.
Mais de 680 pessoas foram detidas em protestos na Rússia contra mobilização militar parcial anunciada esta semana.
O vice-ministro da Defesa russo, o general do Exército Dmitri Bulgakov, responsável pelo abastecimento e munições, foi demitido do cargo, informou este sábado o Ministério da Defesa russo em comunicado.
As autoridades da região ucraniana de Kherson, sob controlo da Rússia, denunciaram que os militares presentes na zona obrigam a população a votar várias vezes no pretenso referendo de adesão a Moscovo proposto pelas autoridades pró-russas. A região entrou no segundo dia de votações de uma consulta que o vice-presidente de Kherson, Yuri Sobolevski, classificou na sua conta de Telegram como um “teatro do absurdo”.
Protestos em Moscovo contra a mobilização militar parcial anunciada esta semana EPA/MAXIM SHIPENKOV
23 de Setembro de 2022 Tropas ucranianas "pressionam" territórios ocupados apesar do início dos pretensos referendos para anexação russa
Os pretensos referendos sobre a anexação pela Rússia já começaram nos territórios ucranianos total ou parcialmente controlados por Moscovo, noticiaram as agências russas. Kiev e o Ocidente consideram a situação "uma farsa".
Enquanto isso, a “Ucrânia está a pressionar territórios que a Rússia considera essenciais para os seus objectivos de guerra”, nota o relatório diário dos serviços de informação britânicos. Em Kharkiv, as tropas ucranianas conquistaram importantes posições estratégicas nos últimos dias e, mais a sul, no Donbass, entraram na cidade de Liiman, que está ocupada pelas tropas russas desde Maio de 2022.
Vários centros de recrutamento militar na Rússia foram atacados com cocktails Molotov desde que Vladimir Putin decretou o início da mobilização militar, na quarta-feira, que tem levado a protestos e à fuga da população, de acordo com a imprensa local.
Os primeiros resultados do "referendo" para anexação russa em Lugansk EPA/STRINGER
22 de Setembro de 2022 Rússia e Ucrânia fizeram a maior troca de prisioneiros desde o início da guerra
Rússia e Ucrânia cumpriram esta quinta-feira a maior operação de troca de prisioneiros desde o início da guerra. No total terão sido libertados quase 300 combatentes, maioritariamente soldados ucranianos que defenderam a cidade portuária de Mariupol e a fábrica Azovstal.
No Donbass, os combates continuam e as autoridades pró-russas em Donetsk acusaram as forças ucranianas de terem causado seis mortos e seis feridos, na sequência de um ataque contra um mercado da cidade. A Ucrânia, por sua vez, regista três mortes e culpa as tropas de Moscovo pelos bombardeamentos na região.
Pouco mais de 24 horas depois do anúncio sobre a mobilização militar parcial na Rússia, as autoridades militares garantem que já cerca de dez mil cidadãos se voluntariaram para servir o seu país e fortalecer as tropas de Moscovo na Ucrânia, mesmo antes de receberem qualquer convocatória.
Mykhailo Dianov, um dos soldados ucranianos que defenderam Mariupol libertados nesta quinta-feira. Estava preso desde a rendição da Azovstal, em Maio passado. Assessoria de imprensa do Serviço de Segurança da Ucrânia
21 de Setembro de 2022 Putin anuncia mobilização militar parcial
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que assinou um decreto de mobilização parcial para defender a Rússia das “suas ameaças” e libertar o Donbass, onde, assegura, a maioria não quer estar “sob o jugo de nazis”. Esta mobilização destina-se aos “cidadãos que se encontram actualmente na reserva e, sobretudo, aqueles que serviram nas Forças Armadas, têm certas especialidades militares e experiência relevante”: são esses que serão “sujeitos a alistamento” com efeitos imediatos. De acordo com o Ministério da Defesa russo, a mobilização parcial vai aplicar-se a 300 mil pessoas.
O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, reconheceu esta quarta-feira a morte de quase seis mil soldados desde o início da nova campanha militar russa na Ucrânia.
As tropas russas dispararam esta madrugada uma série de mísseis de longo alcance contra Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, afirmam as autoridades locais. Pelo menos dez habitantes ficaram feridos, mas não foi identificado um alvo particular.
O Presidente russo, Vladimir Putin REUTERS
20 de Setembro de 2022 Separatistas pró-russos na Ucrânia anunciam pretensos referendos em regiões ocupadas
Os líderes separatistas pró-russos que ocupam as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijjia anunciaram esta terça-feira a intenção de avançar com pretensos referendos para a adesão à Rússia, a realizar-se entre 23 e 27 de Setembro de 2022. Sem condições para uma consulta popular livre nos territórios ocupados, estes supostos referendos podem levar a uma escalada da violência na guerra. Os planos para uma eventual anexação já foram condenados por Kiev e por várias nações ocidentais, como Estados Unidos, França e Turquia.
A Rússia acusou as tropas ucranianas de matar sete pessoas, incluindo três crianças, num ataque a uma aldeia na região de Lugansk. Ainda no Donbass, desta vez em Donetsk, as autoridades de Moscovo alegam que bombardeamentos ucranianos terão provocado dez mortos e 15 feridos na última madrugada.
No mar Negro, receios pela segurança da frota russa obrigaram a deslocar submarinos do porto de Sevastopol, na Crimeia, para a costa da cidade russa de Novorossiisk. O “aumento da capacidade de longo alcance da Ucrânia” pode, assim, pôr em causa uma das motivações para a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014: a garantia de uma base naval no mar Negro, justifica o Ministério da Defesa britânico.
Soldado hasteia bandeira ucraniana na fronteira entre as regiões de Kharkiv e Donetsk. No monumento lê-se "Região de Donetsk", actualmente controlada pela Rússia EPA/YEVGEN HONCHARENKO
19 de Setembro de 2022Ucrânia cria comandos militares em Kherson
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto para criar comandos militares em diversas localidades da região de Kherson, alvo de uma contra-ofensiva por parte das forças ucranianas para reconquistar território desde finais de Agosto.
O Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas indicou a 11 de Setembro de 2022 que as forças russas estavam a começar a retirar de várias localidades da região, movimentações que fizeram disparar as especulações sobre um possível ponto de viragem na guerra, já que até agora, os avanços feitos pelos forças ucranianas tinham sido muito escassos.
O Instituto para o Estudo da Guerra acredita que o Presidente russo, Vladimir Putin, está a ignorar os altos comandos militares e é cada vez mais dependente de voluntários e mercenários para manter a invasão na Ucrânia.
Morreram 13 pessoas na região de Donetsk após alegados ataques das forças ucranianas nesta madrugada. De acordo com a agência Reuters, que cita uma mensagem do governador do distrito separatista de Kuybyshevsky, está por apurar o número de civis feridos nestes bombardeamentos.
Prédio danificado em Kharkiv. UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE
18 de Setembro de 2022Rússia intensifica ataques contra infra-estruturas essenciais
A Rússia aumentou, nos últimos dias, os seus ataques com mísseis contra infra-estruturas civis na Ucrânia, de acordo com os serviços de informação britânicos. Embora não tenha um grande “impacto a nível militar no imediato”, lê-se no relatório, a medida visa destruir a moral do povo ucraniano.
Para Kiev, está fora de questão qualquer processo de negociação com Moscovo enquanto as suas tropas não se retirarem do território ucraniano. Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que não vê “qualquer possibilidade, a curto prazo, de uma negociação séria" que possa pôr fim à guerra.
Quatro médicos morreram e dois pacientes ficaram feridos num ataque russo enquanto evacuavam um hospital psiquiátrico na vila de Strilecha, revelou o governador da região de Kharkiv, Oleh Syniehubov. No Sul do país, pelo menos outros cinco civis morreram em ataques russos, que danificaram dezenas de edifícios residenciais, bem como a rede de gás e de electricidade na cidade de Nikopol.
Fumo espalha-se pela cidade de Kupiansk, Kharkiv, após bombardeamento. EPA/OLEG PETRASYUK
17 de Setembro de 2022Perante a contra-ofensiva ucraniana, tropas russas tentam juntar “reservas” e “moral adequada”
Apesar do sucesso da recente contra-ofensiva ucraniana, Vladimir Putin prometeu que Moscovo não baixará os braços e que intensificará os ataques às principais infra-estruturas caso Kiev ataque as suas instalações. As declarações do Presidente russo foram feitas à imprensa.
No Nordeste, a contra-ofensiva da Ucrânia continua a progredir, dizem os serviços de informação britânicos, que acrescentam que não é claro se as forças russas “têm reservas suficientes ou moral adequada para resistir a outro ataque ucraniano combinado".
No seguimento da descoberta de 450 cadáveres num pinhal em Izium, a República Checa, que actualmente ocupa a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, já pediu a criação de um tribunal internacional para crimes de guerra.
“O mundo deve reagir a isto tudo. A Rússia repetiu em Izium o que fez em Bucha”, acusou Volodymyr Zelensky no seu discurso habitual à nação.
Casas destruídas em Izium. REUTERS/Gleb Garanich
16 de Setembro de 2022Autoridades descobrem 450 cadáveres em Izium
O dia foi marcado pela descoberta de centenas de cadáveres na cidade de Izium,
localização reconquistada aos russos há cerca de uma semana. Os corpos foram encontrados pelas autoridades ucranianas, com o Presidente Voldymyr Zelensky a confirmar a existência de 450 cadáveres nesta região e apontar directamente as culpas a Moscovo.
“A Rússia provoca apenas morte e sofrimento. Assassinos. Torturadores. Privados de tudo o que é humano”, escreveu Zelensky na sua conta da rede Telegram, prometendo uma “punição terrivelmente justa”.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos anunciou que vai enviar uma equipa para Izium “em breve”, para “determinar as circunstâncias da morte destas pessoas”.
Autoridades descobrem 450 cadáveres em Izium. (REUTERS/Gleb Garanich)
15 de Setembro de 2022Cheias em Kryvyi Rih após bombardeamento de barragem
A terra natal de Zelensky, Kryvyi Rih, foi afectada por cheias após o bombardeamento de uma barragem. Os trabalhos de reparação permitiram baixar o nível das águas, no entanto, pelo menos 112 casas na região terão sido afectadas. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, este foi "um crime de guerra e um acto de terror".
Barragem danificada por míssil russo, em Kryvyi Rih. REUTERS/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou pela terceira vez a Ucrânia, onde anunciou novos apoios ao país: um pacote de 150 milhões de euros (que irá garantir abrigo a todos os que perderam a sua casa) e outro de 100 milhões de euros (destinado à reconstrução e reparação de escolas).
Von der Leyen aproveitou ainda para se dirigir aos Estados-membro da EU, aos quais disse: "É absolutamente vital e necessário apoiar a Ucrânia com o equipamento militar de que necessita".
Zelensky escapou sem ferimentos graves a uma colisão rodoviária que aconteceu em Kiev. Segundo o porta-voz do chefe de Estado, Zelensky “foi examinado por um médico e nenhum ferimento grave foi encontrado”.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
14 de Setembro de 2022Descoberta uma “câmara de tortura” em Balakliia
As forças de Kiev anunciaram a recuperação de 388 territórios da região de Kharkiv nos últimos nove dias. A bandeira ucraniana também voltou a ser hasteada na cidade de Izium, recém-reconquistada às forças russas. O Presidente ucraniano esteve presente no evento que oficializou a libertação do território.
Desde o começo de Setembro que as tropas ucranianas têm intensificado esforços para recuperar território no nordeste e no sul do país. O Ministério da Defesa da Ucrânia voltou a acusar o Kremlin de “genocídio” depois de ter descoberto uma “câmara de tortura” utilizada pelas tropas russas na localidade de Balakliia, em Kharkiv. “A Rússia tem de ser responsabilizada”, lê-se num comunicado partilhado nas redes sociais.
As forças de Moscovo mantêm os ataques em território ucraniano. Em declarações aos jornalistas, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou mesmo que a intenção de Kiev em juntar-se à NATO é a "principal ameaça" à segurança russa.
Moscovo lançou oito mísseis de cruzeiro contra a cidade de Krivii Rih, no sul da Ucrânia, com o objectivo de interromper o abastecimento de água, declarou um alto funcionário ucraniano. Nos últimos dias, os ataques a infra-estruturas foram parte central da estratégia russa.
Zelensky faz visita surpresa à cidade de Izium. Presidência da Ucrânia/REUTERS
13 de Setembro de 2022Ucrânia terá conseguido novos avanços na contraofensiva
A contraofensiva da Ucrânia no nordeste e no sul já permitiu, segundo as autoridades do país, recuperar mais de seis mil quilómetros quadrados de território controlado pelas forças russas. Em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, o exército ucraniano terá retomado mais de 3800 quilómetros quadrados na última semana.
Moscovo está a responder com mísseis e bombardeamentos, afectando por mais do que uma vez o fornecimento de electricidade e água na cidade nas últimas 24 horas.
O Ministério da Defesa britânico acredita que, apesar dos esforços de retaliação, o exército russo está "severamente degradado". Segundo esta fonte, Moscovo poderá demorar anos a reconstruir uma unidade de tanques que sofreu fortes baixas na retirada de Kharkiv.
Os serviços secretos da Ucrânia avançam que se está a assistir a uma retirada de militares e membros das secretas russas em zonas ocupadas pela Rússia na Crimeia e no sul da Ucrânia. Fontes ucranianas, citadas pelo jornal britânico "Guardian", dizem que os russos estão a "retirar com urgência os seus familiares da península". Estas informações não foram confirmadas por fontes independentes.
Um incêndio num prédio em Kharkiv Sergey Kozlov/EPA
12 de Setembro de 2022Ucrânia continua a ganhar terreno em Kharkiv
A contra-ofensiva ucraniana na região de Kharkiv já libertou mais de 40 povoações das tropas russas, disse Roman Semenukha, chefe adjunto da administração militar da região de Kharkiv.
Segundo elementos das forças ucranianas, só no último dia foram recapturadas mais de 20 cidades e aldeias, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, adiantou que a contra-ofensiva já permitiu recuperar seis mil quilómetros quadrados desde o início do mês.
Os esforços ucranianos também foram reconhecidos pelos Estados Unidos, que referem que a Rússia cedeu largamente as suas conquistas perto de Kharkiv. Fonte anónima do exército norte-americano referiu que muitos soldados russos já saíram da Ucrânia, recuando até à Rússia.
Por seu lado, o Kremlin disse que a Rússia irá alcançar os objectivos da sua "operação militar especial" na Ucrânia. Esta foi a primeira reacção de Moscovo aos avanços ucranianos significativos que se registaram durante o fim-de-semana na região de Kharkiv.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
11 de Setembro de 2022Moscovo mantém silêncio sobre contra-ofensiva da Ucrânia
A contra-ofensiva rápida da Ucrânia no Nordeste alcançou avanços significativos nas últimas horas e obrigou à retirada das tropas russas de algumas regiões de Kharkiv. Desde sábado que a única informação de Moscovo é que a saída se deve a uma necessidade de "reagrupamento militar".
Este domingo, o Presidente Volodymyr Zelensky anunciou que as tropas ucranianas recuperaram a aldeia de Chkalovske, localizada entre as cidades de Kharkiv e Izium. As forças ucranianas também estão a retomar o controlo de várias cidades e vilas ao redor da cidade estratégica de Izium. Ao todo, Kiev terá recuperado mais de 3000 quilómetros quadrados de território este mês.
Com a situação em Kharkiv, as autoridades russas decidiram adiar por tempo indeterminado os referendos de anexação à Rússia das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, no Leste da Ucrânia. Contudo, os combates continuam nas localidades de Kupiansk. Durante a noite de sábado, a Rússia lançou ataques de mísseis em Dnipro e Mikolaiv.
Em Moscovo, nacionalistas russos começam a criticar o silêncio de Putin sobre as perdas na Ucrânia na plataforma online Telegram. Enquanto as forças russas abandonavam algumas das regiões ocupadas em Kharkiv, na Ucrânia, Putin estava a inaugurar uma nova roda gigante num parque de Moscovo. Fogo-de-artifício iluminava o céu sobre a Praça Vermelha para celebrar a fundação da cidade em 1147. A situação actual na Ucrânia não foi mencionada.
Putin ignora perdas na Ucrânia e celebra fundação de Moscovo REUTERS/SHAMIL ZHUMATOV
10 de Setembro de 2022Ucrânia mantém contra-ofensiva no Nordeste e no Sul do país
A Ucrânia está a apostar numa contra-ofensiva rápida das suas tropas contra os militares russos no Nordeste e no Sul do país.
A leste, as tropas ucranianas dizem que conseguiram retomar o controlo de Kupiansk, a principal cidade ferroviária que permite abastecer os soldados russos no Nordeste da Ucrânia. Segundo o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o avanço ucraniano pode encurralar milhares de soldados russos em Izium, principal bastião russo e base logística na região.
Ao final da tarde de sábado, Kiev também dizia já controlar a cidade de Izium.
Pouco depois, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que está a retirar as suas tropas de duas áreas na região de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. De acordo com Moscovo, a saída deve-se à necessidade de reagrupar as tropas para manter o objectivo da operação militar. É o mesmo argumento que foi dado nos primeiros dias da invasão da Ucrânia, quando as forças militares ucranianas impediram o avanço das tropas de Vladimir Putin em direcção à capital, Kiev.
Soldados ucranianos seguram bandeira dianta da câmara municipal de Kupiansk, no sábado Partilhado por Natalia Popova, assessora do governador de Kharkiv
9 de Setembro de 2022Civis aconselhados a sair da região de Kharkiv
Em Kharkiv, a contra-ofensiva iniciada pela Ucrânia na última quarta-feira continua a provar-se eficaz, segundo as autoridades militares de Kiev, e está a obrigar a uma maior mobilização russa. Esta manhã um rocket atingiu o centro da segunda maior cidade da Ucrânia — Kharkiv — e provocou dez feridos, entre os quais três crianças. Face à violência dos combates no terreno, as autoridades russas que ocupam algumas zonas da região já aconselharam civis ucranianos a sair das cidades de Izium, Kupiansk e Veliky Burluk.
A norte, na região vizinha de Sumi, um ataque por via aérea destruiu um hospital, ferindo alguns civis. De acordo com o governador regional, os disparos terão sido feitos a partir de território russo, na fronteira com Sumi.
Em Donetsk, no Donbass, os confrontos continuam: o chefe da administração militar da região acusou hoje as tropas de Moscovo de matar nove civis e ferir outras 23 pessoas.
Num balanço diário habitual, Volodymyr Zelensky afirmou que as tropas de Kiev recuperaram, desde o início do mês, o controlo de mais de 1000 km2 de território.
As tropas ucranianas recuperaram recentemente o controlo da vila de Hrakove, na região de Kharkiv REUTERS/Vyacheslav Madiyevskyy
8 de Setembro de 2022Dois civis mortos e quatro feridos em ataque a Donetsk
Poucas horas depois do início da contra-ofensiva das tropas ucranianas em Kharkiv — onde Kiev garante já ter recuperado pelo menos 400 km2 de território — as forças de Moscovo responderam e bombardearam a região durante a madrugada desta quinta-feira, anunciaram as autoridades locais.
Em Donetsk, no Donbass, região que faz fronteira com Kharkiv, duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas na sequência de bombardeamentos russos, segundo registou a Procuradoria-Geral da Ucrânia. As vítimas serão civis, residentes nas cidades de Bakhmut e Toretsk.
A Sul, em Kherson, os soldados ucranianos continuam a pressionar as forças russas, que têm de dividir-se para responder, em simultâneo, aos contra-ataques em Kharkiv.
Vítima mortal de bombardeamentos russos contra a cidade de Toretsk, em Donetsk REUTERS/Ammar Awad
7 de Setembro de 2022Tropas de Kiev lançam nova contra-ofensiva em Kharkiv
A Ucrânia propôs hoje o envio de capacetes azuis da ONU para a central de Zaporijjia para a "criação de uma zona de segurança", atendendo aos apelos de António Guterres e da AIEA sobre um perímetro desmilitarizado em redor da central. A vice-primeira-ministra da Ucrânia pediu ainda aos residentes da cidade de Energodar, onde fica a central, que saiam e procurem abrigo em território controlado pelas tropas ucranianas.
Kiev reivindicou uma série de ataques a bases aéreas militares russas na península da Crimeia, um mês depois de ter negado a sua autoria — o mais importante contra o aeródromo de Saky, onde garante ter destruído dez aviões de guerra de Moscovo.
À medida que avança uma contra-ofensiva para recuperar territórios no Sul da Ucrânia e expulsar os ocupantes russos, as tropas de Kiev lançaram também um contra-ataque na região de Kharkiv, constantemente bombardeada desde o início da guerra.
Soldados da autoproclamada República Popular de Donetsk disparam um howitzer Giantsint-B (artilharia de longo alcance) REUTERS/Alexander Ermochenko
6 de Setembro de 2022Ucrânia garante estar a ganhar terreno no Donbass
As sanções económicas impostas pelas nações ocidentais estão a dificultar a ofensiva russa na Ucrânia pela falta de drones. A escassez de equipamento impede "o conhecimento da situação táctica" e "torna as operações russas cada vez mais difíceis", lê-se no relatório diário dos serviços secretos do Reino Unido sobre a guerra.
No terreno, bombardeamentos contra Kharkiv mataram três civis, entre eles uma mulher de 73 anos, avançou o governador da região. Mais a sul, uma explosão cortou o abastecimento de água e electricidade em Energodar, onde fica a central nuclear de Zaporijjia, mas não há registo de mortos ou feridos.
No Donbass, o governador de Lugansk garantiu que as tropas ucranianas têm conseguido travar as forças de Moscovo e ganhar terreno na região. "Estamos à espera da desocupação" de cidades tomadas pela Rússia, escreveu no Telegram. Segundo o exército ucraniano, os seus militares estão também a conseguir recuperar alguma força em Donetsk.
Residente de Kharkiv tenta apagar um fogo num edifício residencial destruído por bombardeamentos EPA/SERGEY KOZLOV
5 de Setembro de 2022Ucrânia prepara contra-ofensiva na Crimeia
As autoridades ucranianas disseram aos habitantes da Crimeia que devem preparar abrigos subterrâneos e juntarem mantimentos, em antecipação à contra-ofensiva que Kiev tem planeada na zona para expulsar as tropas russas. Há semanas que a Ucrânia tem vindo a avisar os residentes no Sul do país da contra-ofensiva, mas esta foi a primeira vez em que mencionou os habitantes da região, anexada pela Rússia em 2014.
A empresa estatal ucraniana Energoatom fez saber que quatro dos seis membros da equipa de inspecção da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) já terminaram o seu trabalho, tendo deixado a central nuclear de Zaporijjia. Os resultados da inspecção deverão ser conhecidos amanhã.
A Ucrânia e a União Europeia assinaram um novo acordo que deu luz verde ao fornecimento de mais 500 milhões de euros em ajuda destinada a apoiar a habitação, educação e agricultura na Ucrânia.
Um relatório confidencial russo alertou o Kremlin para uma possível recessão duradoura e profunda, face ao crescente impacto das sanções ocidentais na economia do país, revelou a Bloomberg, que teve acesso a uma cópia do documento.
Rafael Mariano Grossi, director da Agência Internacional de Energia Atómica, em conferência de imprensa no passado dia 2, em Viena (Áustria) EPA/MAX BRUCKER
2 de Setembro de 2022G7 vai avançar com imposição de limites ao preço do petróleo russo
Os líderes do G7 anunciaram que vão avançar com a imposição de limites ao preço do petróleo russo. Em resposta, Moscovo ameaçou parar de vender petróleo aos países que impuserem restrições. "As empresas que impõem um limite de preços não estarão entre os destinatários do petróleo russo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Janet Yellen, Secretária do Tesouro dos EUA, acredita que Moscovo não vai conseguir travar a venda de petróleo aos países do Ocidente. "Será muito melhor do ponto de vista económico se [a Rússia] optar por vender dentro do limite de preços", salientou Yellen, numa entrevista nos EUA.
Em paralelo, a empresa estatal russa de gás Gazprom anunciou que o fornecimento de gás natural através do gasoduto Nord Stream 1 vai continuar suspenso indefinidamente. A Gazprom alega que foi detectada uma fuga de combustível na turbina de gás principal na estação de Portovaya, perto de São Petersburgo.
A equipa de peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou que ficarão permanentemente dois inspectores nas instalações da central nuclear de Zaporijjia. A empresa nuclear estatal da Ucrânia, Energoatom, insiste, no entanto, que será "difícil" fazer uma avaliação imparcial da situação na central devido à interferência russa.
A torre do Centro de Lakhta, a sede da empresa russa de energia Gazprom, em São Petersburgo EPA-ANATOLY MALTSEV
1 de Setembro de 2022Equipa da AIEA chegou à central de Zaporijjia e ficará até sábado
A equipa de especialistas da Agência de Energia Atómica chegou esta quinta-feira à central nuclear de Zaporijjia e cinco peritos ficarão lá até sábado, confirmou a empresa estatal ucraniana Energoatom.
A missão atrasou-se cerca de três horas devido a bombardeamentos contínuos na área. Enquanto a Ucrânia acusava a Rússia de estar a bombardear a rota que os peritos deveriam seguir, Moscovo dizia que Kiev é que estava a tentar “perturbar” a chegada e a tentar “conquistar a central nuclear”. Um dos dois reactores operacionais teve mesmo de ser encerrado devido a bombardeamentos russos, afirmou a Energoatom.
Para o Presidente russo, a campanha militar visa acabar com um "enclave anti-russo" que a Ucrânia está a criar e que ameaça a Rússia. Numa reunião com estudantes em Kaliningrado, Putin voltou a apelar ao "apoio de toda a sociedade" em prol dos soldados que estão a defender “os habitantes do Donbass e da própria Rússia”.
Soldado russo diante da central de Zaporijjia REUTERS/Alexander Ermochenko
31 de Agosto de 2022Ucrânia acusa Rússia de atacar cidade próxima da central de Zaporijjia
No dia em que a missão de investigação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) chegou a Zaporijjia, a Ucrânia acusou as tropas russas de bombardearem a cidade de Energodar, a menos de cinco quilómetros da central nuclear.
Na frente de combate do Sul da Ucrânia, as tropas de Kiev prosseguem com os ataques às forças russas que estão a enfraquecer as defesas inimigas, revelou o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Do lado oposto, as forças russas bombardearam dois silos de cereais do porto Mikolaiv. Segundo o serviço de emergência da Ucrânia, os ataques deram origem a um incêndio.
Na frente diplomática, os chefes de diplomacia da União Europeia (UE) alcançaram um acordo político com vista à suspensão total do acordo de facilitação de vistos aos cidadãos russos.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
30 de Agosto de 2022Contra-ofensiva ucraniana no Sul quebra linhas russas “em poucas horas”
Um dia depois de Kiev ter anunciado o início da contra-ofensiva no Sul, destinada a recuperar os territórios ocupados pela Rússia, as tropas ucranianas já conseguiram avançar no terreno e quebrar as linhas de defesa inimigas “em poucas horas”, revelou um conselheiro presidencial da Ucrânia.
Horas depois, Moscovo reconheceu a nova acção militar de Kiev nas regiões de Kherson e Mikolaiv, mas adiantou que a ofensiva “falhou miseravelmente” com as tropas ucranianas a sofrerem baixas significativas.
O dia ficou também marcado pela chegada da equipa de especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à Ucrânia. De acordo com o director-geral, Rafael Grossi, a missão vai estar na central nuclear de Zaporijjia de quarta-feira a sábado.
Casas destruídas depois de ataque em Mikolaiv, no Sul da UcrâniaUmit Bektas/Reuters
29 de Agosto de 2022Ucrânia diz que contra-ofensiva no Sul já começou
A Ucrânia anunciou que a contra-ofensiva em Kherson, no Sul, já começou. Segundo a porta-voz do comando ucraniano, Natalia Humeniuk, os recentes ataques aos depósitos de munições russos e às suas rotas logísticas "enfraqueceram inquestionavelmente o inimigo". Do lado russo, o Ministério da Defesa refere que a "tentativa" de contra-ataque tem falhado "miseravelmente" até agora.
Em Mikolaiv, cujo centro está a ser fortemente bombardeado, pelo menos duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas, anunciou o governador regional Vitalii Kim.
A equipa de 13 membros da Agência Internacional de Energia Atómica saiu hoje de Viena rumo a Kiev para investigar a central nuclear de Zaporijjia, revelou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia. Os funcionários da administração russa acusam as forças ucranianas de terem lançado mais um ataque à central e destruído um depósito de combustível.
Edifício bombardeado em Mikolaiv 3TP NARCH/NARCH30 MNDTY
28 de Agosto de 2022Bombardeamentos em várias cidades ucranianas
Bombardeamentos em Bakhmut, na região de Donetsk, mataram um civil e feriram outros dois. O anúncio foi feito pelo governador da região, Pavlo Kyrylenko, no Facebook: "A 27 de Agosto de 2022, os russos mataram 1 civil na região de Donetsk - em Bakhmut".
A cidade é um alvo significativo para as forças russas e separatistas, que procuram tomar o controlo total da região ucraniana. Segundo o governador, até ao momento, "é impossível determinar o número exacto de vítimas em Mariupol e Volnovas."
Em Sloviansk e Kramatorsk também se registaram vários bombardeamentos na última noite. Cerca de uma dezena de prédios residenciais ficaram destruídos.
"As consequências destes bombardeamentos poderiam ter sido muito piores se os moradores das casas afectadas não tivessem sido retirados a tempo. Evacuação salva vidas", escreveu Pavlo Kyrylenko.
Donetsk Reuters/Sergei Karpukhin
27 de Agosto de 2022Conferência nuclear termina sem acordo
A décima conferência de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) terminou sem se estabelecer um acordo. Isto aconteceu após Moscovo vetar uma declaração de consenso sobre as críticas à sua tomada do controlo da central nuclear de Zaporijjia, na Ucrânia. De acordo com a delegação de Moscovo, estava a ser utilizada uma linguagem "politizada" e totalmente "inaceitável". A delegação culpou ainda Kiev e os seus aliados pelo fracasso das negociações.
Reunidas desde 1 de Agosto de 2022 na sede das Nações Unidas, as várias delegações do TNP tentaram chegar a um acordo sobre um documento final para alcançar o desarmamento nuclear. A reunião teve uma maior duração do que o previsto devido às longas negociações que tiveram lugar.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou a sua decepção face ao fracasso da conferência.
"Embora o secretário-geral se congratule com o compromisso sincero e significativo assumido pelas partes envolvidas no TNP e com o facto de a conferência ter reconhecido o Tratado como a 'pedra angular' do regime global de desarmamento e não-proliferação nuclear, lamenta que não tenha sido possível enfrentar os desafios prementes que se avizinham e que ameaçam a nossa segurança colectiva", disse o porta-voz de Guterres citado pelo El País.
Central de Zaporijjia Reuters/Alexander Ermochenko
26 de Agosto de 2022Rússia terá duas dezenas de campos de detenção em Donestks
Os Estados Unidos acreditam que a Rússia tem pelo menos 21 campos de detenção com valas comuns em Donetsk. Moscovo estará a orquestrar deportações forçadas de ucranianos para estes campos no Leste do país. A informação, obtida através de imagens de satélite, surge num relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos e da Universidade de Yale. A Rússia rejeita as acusações. O Governo ucraniano anunciou o começo de campanha de evacuações obrigatórias nas regiões de Donetsk.
Em solo russo, a consultora Rystad Energy alerta que Moscovo está a queimar cerca de 10 milhões de euros de gás, por dia, que poderia ser enviado para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1. O processo, que parece ser uma resposta às sanções europeias, pode representar um "desastre ambiental", com mais de nove mil toneladas de CO2 emitidos para a atmosfera diariamente.
A semanas do Verão acabar, a ONU alerta que o Inverno pode ser uma "questão de vida ou morte" para muitos ucranianos atingidos pela guerra, devido às temperaturas baixas e ao facto de muitas pessoas estarem a habitar casas danificadas, sem portas e sem janelas.
A central nuclear de Zaporijjia voltou a fornecer electricidade à Ucrânia, depois de um reactor ter sido novamente ligado à rede eléctrica.
Imagens de Sloviansk, na região de Donetsk, depois de um ataque de mísseis russo. Reuters/Polícia de Donetsk
25 de Agosto de 2022Central nuclear em Zaporijjia esteve horas desligada da rede eléctrica
Um incêndio que deflagrou nos arredores da central nuclear de Zaporijjia, no sudeste da Ucrânia, obrigou os funcionários a desligarem da rede os dois reactores que ainda estão em funcionamento.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky explica que os geradores de reserva entraram imediatamente em funcionamento para assegurar o fornecimento contínuo de energia, mas salienta que foi apenas “por pouco” que a Rússia não causou um desastre na Europa.
"Se os geradores não se tivessem ligado, se o pessoal da nossa estação não tivesse reagido após o apagão, então seríamos forçados a ultrapassar as consequências de um acidente com radiação", disse Zelensky no seu habitual discurso ao final do dia.
A empresa nuclear estatal ucraniana Energoatom culpou os "invasores" russos pela desconexão. A central nuclear de Zaporijjia, construída entre 1984 e 1995, é a maior central nuclear da Europa e a nona maior do mundo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto para aumentar a dimensão das Forças Armadas da Rússia de 1,9 para 2,4 milhões, escreve a agência noticiosa RIA. A acção é mais um sinal de que o líder de Moscovo se está a preparar para uma guerra de duração considerável.
Horas antes, a Rússia confirmou a responsabilidade do ataque a estação ferroviária de Chaplino, na região de Dnipro, que matou pelo menos 25 pessoas na quarta-feira.
Vista aérea da central de Zaporijjia e das chamas REUTERS/EUROPEAN UNION, COPERNICUS SENTI
24 de Agosto de 2022Rússia concorda com inspecção na central nuclear de Zaporijjia
Ao fim de seis meses de guerra, a Ucrânia celebrou o 31º aniversário do Dia da Independência e recebeu felicitações de vários países europeus, incluindo Portugal, Reino Unido, Lituânia, Finlândia e Moldova.
As saudações também vieram por parte do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que desejou "um céu pacífico, tolerância, coragem e força para restaurar uma vida boa". A mensagem foi, contudo, rejeitada por Mykhailo Podolyak, assessor presidencial ucraniano, que a apelidou de “cínica” e lembrou que Lukashenko deseja “um céu pacífico” ao mesmo tempo que permite que os mísseis russos sejam lançados a partir do seu espaço aéreo e atinjam a Ucrânia.
O dia ficou também marcado pela reunião do director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, com altos funcionários russos para discutir uma eventual inspecção na central nuclear de Zaporijjia. O encontro terminou com a concordância de Moscovo em realizar a missão num futuro próximo, assim que a situação militar no terreno o permitir.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden anunciou o maior pacote de ajuda “de longo prazo” à Ucrânia até à data no valor de três mil milhões de euros A verba contempla equipamentos de defesa aérea, sistemas de artilharia, drones e munições para apoiar as tropas no médio a longo prazo.
Horas depois, o primeiro-ministro britânico também prometeu uma nova assistência militar no valor de 64 milhões de euros. A ajuda inclui 200 drones e munições que permitem localizar e atacar mais rapidamente o alvo.
Comemorações do 31º aniversário da Independência da Ucrânia Clodagh Kilcoyneâ/Reuters
22 de Agosto de 2022Rússia exclui acordo de paz para acabar com a guerra
Moscovo excluiu a possibilidade de pôr fim à guerra através de uma solução diplomática, afirmou o representante permanente da Rússia junto das Nações Unidas em Genebra. Gennady Gatilov afirmou ainda que a ONU deveria desempenhar um papel mais activo para tentar colocar um ponto final ao conflito e acusou os Estados Unidos e os Estados-membros da NATO de pressionarem a Ucrânia a desistir das negociações de paz.
A Rússia responsabilizou a Ucrânia pela morte de Daria Dugina, filha do ideólogo Alexander Dugin, vítima de uma explosão no carro onde seguia. De acordo com o Serviço Federal de Segurança do país (FSB), o ataque foi levado a cabo por Natalia Vovk, uma cidadã ucraniana que, segundo o Kremlin, faz parte do Batalhão Azov. Em resposta, a Ucrânia negou qualquer responsabilidade no assunto.
Na frente de combate, a Ucrânia prepara-se para a intensificação dos ataques de mísseis russos com a aproximação do dia da independência, que se celebra na quarta-feira (dia que marca também os seis meses de conflito). Volodymyr Zelensky advertiu que a Rússia pode tentar fazer “algo particularmente cruel" esta semana.
Esta madrugada, as forças russas atingiram as cidades de Nikopol, Kriivoriz e Siinelniikiv, perto da central nuclear de Zaporijjia, afirmou o governador regional de Nikopol Valentiin Reznichenko.
Apesar da intensidade dos ataques, de acordo com os serviços de informação britânicos, Moscovo está com dificuldades em motivar “forças auxiliares” no Donbass, uma vez que muitos soldados acreditam que já “cumpriram a sua missão” ao assegurarem o controlo russo de Lugansk.
Militares pró-russos em Lysychansk, na região de Lugansk Alexander Ermochenko/ Reuters
19 de Agosto de 2022Putin concorda em enviar equipa de investigação para central nuclear de Zaporijjia
O secretário-geral das Nações Unidas esteve de visita a Odessa, onde afirmou ser “emocionante” ver um navio ser carregado com trigo de novo, depois de o porto ter estado paralisado desde Março.
Guterres salientou que, “em menos de um mês”, já saíram 25 embarcações dos portos ucranianos, mas reforçou que também é preciso desbloquear os produtos alimentares e fertilizantes russos que não estão sob sanções.
O chefe da ONU relembrou também a situação na central nuclear de Zaporijjia, que está sob controlo russo, afirmando que a electricidade gerada pertence à Ucrânia e que esse princípio deve ser respeitado.
Horas depois, Vladimir Putin, falou por telefone com o homólogo francês, Emmanuel Macron, para discutir a situação na central nuclear e as exportações russas. O Presidente da Rússia continua a argumentar que os ataques à fábrica são da responsabilidade da Ucrânia, mas concordou com a importância de enviar uma equipa de investigação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para averiguar a segurança do complexo.
Na frente de combate, as tropas russas continuam a bombardear Kharkiv para impedir que as forças ucranianas a defender a região sejam utilizadas noutros contra-ataques, revelou o Ministério da Defesa britânico. Segundo o autarca da cidade, Ihor Terekhov, três dos cinco mísseis lançados a partir da região russa de Belgorod atingiram um prédio residencial e incendiaram outro.
Funcionário dos serviços de emergência da Ucrânia numa fábrica atingida pelos mísseis russos em Kharkiv. Vasiliy Zhlobsky/EPA
18 de Agosto de 2022Guterres pedes desmilitarização da central nuclear de Zaporijjia. “Qualquer dano potencial é suicídio”
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reuniu-se com os Presidentes da Ucrânia e da Turquia, para discutir a continuidade do acordo de exportações de cereais. Guterres disse estar satisfeito com a estabilização dos mercados globais de alimentos, mas sinalizou que ainda há um longo caminho a percorrer antes que a descida dos preços seja sentida no quotidiano das pessoas.
A visita de Guterres serviu também para sinalizar as crescentes tensões em redor da central nuclear de Zaporijjia, que está sob controlo russo, e para pedir a desmilitarização do complexo.
“Deve ser urgentemente retomada a função puramente civil da central nuclear de Zaporijjia. Devemos dizer as coisas como elas são – qualquer dano potencial a Zaporijjia é suicídio", declarou.
A Ucrânia e as Nações Unidas acordaram uma possível missão de supervisão da agência internacional de energia atómica (AIEA) à central nuclear. Guterres assegurou que a ONU está disposta a ajudar, mas ressalvou que é necessário um acordo prévio com Moscovo.
O dia ficou também marcado pelo ataque das tropas russas a duas zonas residenciais em Kharkiv, no Nordeste da Ucrânia. Os bombardeamentos resultaram na morte de, pelo menos 15 pessoas, incluindo uma criança, e feriram mais de 30 civis.
Destruição provocada pelos ataques russos a Kharkiv, no Nordeste da Ucrânia Sofiia Gatilova/Reuters
17 de Agosto de 2022Ucrânia lança contra-ofensiva para criar “caos dentro das forças russas”
As tropas ucranianas estão a realizar uma contra-ofensiva destinada a criar “caos dentro das forças russas”, atacando as linhas de abastecimento dos territórios ocupados, afirmou hoje o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak, acrescentando que poderão existir mais ataques semelhantes aos que aconteceram na terça-feira na Crimeia nos “próximos dois ou três meses”.
Na mesma linha, Volodymyr Zelensky pediu à população ucraniana dos territórios ocupados pela Rússia para não se aproximar das bases militares dos invasores e de todos os locais de armazenamento de munições e equipamentos.
Horas depois, as autoridades ucranianas revelaram que pelo menos 12 soldados russos morreram durante um ataque com mísseis a uma base militar na cidade de Nova Kakhovka, na região de Kherson.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou a Lviv para um encontro com o Presidente ucraniano e o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan. A reunião está marcada para quinta-feira e vai abordar o funcionamento do acordo que permitiu o desbloqueio das exportações de cereais pelo mar Negro.
Militar ucraniano na região do Donbass, no Leste da Ucrânia. Gleb Garanich/Reuters
16 de Agosto de 2022Rússia reconhece “sabotagem” ucraniana nas explosões da Crimeia
Um depósito temporário de munições do Exército russo explodiu em Maiskoie, no Norte da Crimeia, deixando pelo menos duas pessoas feridas, revelou o governador regional instado pela Rússia, Sergei Aksionov.
Horas depois, várias colunas de fumo foram vistas numa base aérea militar russa perto de Gvardeiskoie, no Centro da península anexada pela Rússia em 2014.
O Ministério da Defesa russo não avançou quantas explosões ocorreram no total, mas declarou, pela primeira vez, que os bombardeamentos foram um acto de "sabotagem" da Ucrânia. Kiev não confirmou nem negou a autoria das explosões.
O serviço federal de segurança da Rússia (FSB) acusou a Ucrânia de ter feito explodir seis linhas eléctricas ligadas à central nuclear russa de Kursk nos dias 4, 9 e 12 de Agosto. O Kremlin revelou que o ataque interrompeu o funcionamento da central e disse estar à procura dos “sabotadores ucranianos” responsáveis pelo "acto terrorista".
Explosões no Norte da Crimeia. Reuters/Stringer
15 de Agosto de 2022Perante a ofensiva russa em Dontesk, Ucrânia diz estar a resistir
As forças ucranianas relataram fortes bombardeamentos russos e tentativas de avanços nas cidades da região leste de Donetsk. Kiev garante, contudo, que tem conseguido resistir e repelir muitos destes ataques.
Tudo indica que a Rússia se encontra nas últimas fases do planeamento para realizar um referendo para a autoproclamada República Popular de Donetsk se juntar à Rússia, de acordo com os serviços secretos britânicos.
Três civis foram mortos e dois ficaram feridos por um artefacto explosivo enquanto nadavam no Mar Negro, na região de Odessa, informou a polícia local. Em Kharviv, cinco ficaram feridos num bombardeamento.
Bombardeamento em Kharkiv fez três mortos
14 de Agosto de 2022Rússia mantém o foco no Sul da Ucrânia, mas linhas de combate avançam pouco
A prioridade da Rússia tem sido fortalecer as unidades militares no Sul da Ucrânia, onde os combates são particularmente intensos em Pisky, Donetsk, revelaram os serviços secretos britânicos.
Em Kharkiv, as forças russas dizem ter tomado a aldeia de Uldi e destruído um depósito de munições.
A Ucrânia confirma que o Leste e o Sul do país continuam a ser os principais focos da ofensiva, mas diz que tem havido poucos avanços nas linhas de combate.
Volodymyr Zelensky pediu sanções contra a indústria nuclear russa devido à "ameaça" sobre a central nuclear de Zaporijjia, ocupada pela Rússia e que tem sido alvo de vários ataques. A Rússia está a usar a centrar para "tentar intimidar" a população, acusa o Presidente.
Tropas ucranianas na região de Kharkiv. REUTERS/Vyacheslav Madiyevskyy
13 de Agosto de 2022Novo bombardeamento na central de Zaporijjia faz três feridos
Três civis ficaram feridos, entre os quais uma criança, num novo bombardeamento perto da central nuclear de Zaporijjia, disse o governador da região de Dnipropetrovsk, Valentyn Reznichenko. A Rússia e a Ucrânia continuam a trocar acusações sobre a central nuclear, que tem sido alvo de vários ataques na última semana.
Em Kherson, as duas principais pontes rodoviárias que dão acesso ao território ocupado pela Rússia na margem oeste do rio Dnipro estão de momento inutilizáveis, o que está a afectar o reabastecimento militar de milhares de soldados, revelaram os serviços secretos britânicos.
Segundo diz o Ministério da Defesa da Rússia, as forças russas assumiram o controlo total de Pisky, uma vila nos arredores da região de Donetsk, mas a Ucrânia diz que os combates continuam.
Mais dois navios carregados de cereais partiram dos portos ucranianos, revelou o Ministério da Defesa da Turquia. Já saíram 16 navios no total.
Soldado ucraniano na região de Mykolaiv. REUTERS/Oleksandr Ratushniak
12 de Agosto de 2022ONU pede fim de ataques à central nuclear de Zaporijjia
Na sequência de novo ataque da Ucrânia à central nuclear de Zaporijjia, as Nações Unidas pediram um ponto final das acções militares naquela zona. A ONU defende a criação de um “perímetro de segurança desmilitarizado” que permita à Agência Internacional de Energia Atómica a realização de uma vistoria técnica à central.
O representante chinês junto das Nações Unidas já alertou o conselho de Segurança para o risco que um acidente na central nuclear poderá ter. Zhan Jun avisou que pode ser mais grave do que o que aconteceu em 2011 no complexo de Fukushima, no Japão, e disse não querer que “o mesmo risco” se repita na Ucrânia.
Uma investigação do órgão de comunicação independente russo Istories avança que a Rússia está a recrutar prisioneiros para integrar as forças militares russas que combatem na Ucrânia em troca de liberdade.
A investigação diz serem prometidos bons salários e amnistia total em troca de seis meses de serviço. Moscovo nega “qualquer actividade de mobilização."
REUTERS/ ALEXANDER ERMOCHENKO
11 de Agosto de 2022 Ucrânia bombardeia central nuclear de Zaporijjia pela segunda vez
A Ucrânia bombardeou a central nuclear de Zaporijjia pela segunda vez, revelou a agência TASS, citando a administração regional instalada pela Rússia. Contudo, a Energoatom, empresa estatal de energia ucraniana, apresentou uma versão diferente, declarando que a fábrica foi bombardeada pelas forças russas.
O chanceler alemão apelou à construção de um gasoduto que comece em Portugal e passe por Espanha e França até à Europa Central. Olaf Scholz lamentou que a ligação ainda não tenha sido construída, uma vez que permitiria reduzir a dependência energética russa.
O Parlamento da Letónia assinou uma declaração na qual pede à União Europeia a restrição do turismo de cidadãos russos, acusando Moscovo de apoiar e financiar organizações e regimes terroristas. O Kremlin condenou a medida e classificou a decisão de "xenófoba".
O dia ficou também marcado pela reunião dos embaixadores da autoproclamada República Popular de Lugansk e da Coreia do Norte, destinada a discutir possibilidades de cooperação comercial e económica. Um dos temas abordados foi a possível participação de Pyongyang na “reconstrução das cidades de Lugansk destruídas durante a agressão ucraniana", revelou o diplomata de Lugansk.
Militar russo em frente a um camião carregado com trigo na região de Lugansk. Sergei Ilinitsky/EPA
10 de Agosto de 2022 Explosões na Crimeia destruíram aviões russos, diz Ucrânia
A força aérea ucraniana afirmou que as explosões do dia anterior na base aérea russa na Crimeia destruíram nove aviões de combate russos, algo que Moscovo nega. A Rússia continua a rejeitar que se tenha tratado de um ataque, alegando ter sido uma explosão acidental de munições na base de Saki.
Do lado ucraniano, há sinais contraditórios: Miikhailo Podoliiak, conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky, foi, num primeiro momento, evasivo e depois negou a autoria das explosões; um oficial, sob anonimato, disse ao New York Times que se tratou de um ataque, um acto de sabotagem, levado a cabo por guerrilheiros.
Duas ofensivas russas provocaram a morte de 21 pessoas na região de Dnipro. Bombardeamentos em Nikopol mataram 11 pessoas e feriram 13. Em Marhanets, dez pessoas morreram e 11 ficaram feridas.
O Ministério da Defesa russo diz ter destruído, um sistema antiaéreo Gepard, fornecido pela Alemanha, na região de Mikolaiv, onde também terá abatido três aviões de guerra ucranianos. O ministério avançou ainda ter destruído sete mísseis Himars em Kherson.
Destruição após bombardeamento em Dnipro Serviços de Emergência de Ukrai/REUTERS
9 de Agosto de 2022 Ucrânia reivindica ataque na Crimeia
Registaram-se várias explosões numa base aérea militar em Saky, na Crimeia, controlada pela Rússia. Causaram pelo menos um morto, segundo o chefe do governo russo da região, Sergei Aksyonov. O Ministério da Defesa russo garante que as explosões foram causadas por uma detonação de munições de aviação.
O Presidente ucraniano pediu aos países ocidentais para fecharem as suas fronteiras aos viajantes russos, uma hipótese que é defendida por líderes de países como a Finlândia ou a Estónia. A Comissão Europeia diz que cabe aos Estados-membros decidir se limitam ou não a entrada de cidadãos russos.
A situação na zona do Donbass continua a ser “tensa”, com “ataques constantes por toda a linha da frente”, disse o governador regional de Donetsk, Pavlo Kriiliienko, à televisão ucraniana. Já em Kharkiv, as tentativas russas de recuperar o território reconquistado pela Ucrânia não estão a resultar. De acordo com o conselheiro presidencial ucraniano, Oleksii Arestoviich, “a Ucrânia pode acabar por cercar” as tropas russas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
8 de Agosto de 2022 EUA fornecem mais 5,5 mil milhões de dólares à Ucrânia
A Rússia acusa a Ucrânia de ter bombardeado a central nuclear de Zaporijjia no domingo, danificando uma linha eléctrica de alta tensão que fornece electricidade às regiões de Zaporijjia e Kherson.
Os países têm vindo a acusar-se mutuamente de ataques à maior instalação nuclear da Europa, tendo o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelado a uma suspensão das operações militares junto da região de Zaporijjia e a abertura da central ucraniana à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
O Polarnet, um dos primeiros navios a sair da Ucrânia, chegou à Turquia carregado com 12 mil toneladas de cereais. Mais dois navios estão a caminho, disse o Ministério da Defesa da Turquia: um com 11 mil toneladas de soja rumo a Itália e outro com quase 50 mil toneladas de milho para a Turquia.
Os Estados Unidos anunciaram mais um pacote de ajuda militar para a Ucrânia no valor de mil milhões de dólares, bem como um apoio financeiro adicional, administrado pelo Banco Mundial, de 4,5 mil milhões de dólares.
Central nuclear de Zaporíjjia. ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS
7 de Agosto de 2022 Moscovo e Kiev trocam acusações de "terror nuclear
Moscovo e Kiev continuam a trocar acusações sobre bombardeamentos recorrentes em Zaporíjjia. A maior central nuclear da Europa voltou a ser alvo de ataques durante a noite de sábado. A Energoatom, empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, revelou que um dos técnicos ucranianos a trabalhar na instalação ficou ferido.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pede novas sanções internacionais para combater o "terror nuclear” russo. O Instituto para o Estudo da Guerra, com sede nos Estados Unidos, acredita que as tropas russas estarão a armazenar explosivos e munições nos arredores da central nuclear.
No litoral, os planos para voltar a exportar cereais da Ucrânia continuam. Quatro navios que transportam cereais ucranianos zarparam ontem dos portos ucranianos do mar Negro como parte de um acordo para desbloquear as exportações marítimas do país. Os quatro navios foram carregados com mais de 160 mil toneladas de milho e outros produtos alimentares. Cerca de 20 milhões de toneladas de cereais de colheitas de 2021 ainda se encontram retidas no país.
A Amnistia Internacional pediu desculpa pela "angústia e raiva" causada pelo relatório que acusava a Ucrânia de pôr em perigo civis. A organização mantém as conclusões, mas assegura que o documento tinha como único objectivo zelar pela segurança dos civis.
Central nuclear de Zaporíjjia
6 de Agosto de 2022 Agência internacional volta a alertar para "risco de desastre nuclear"
O líder da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) voltou a alertar para o risco de desastre nuclear devido ao conflito na Ucrânia. Em causa estão os bombardeamentos de 5 de Agosto de 2022, na central nuclear de Zaporíjjia que atingiram um cabo eléctrico de alta tensão.
Moscovo e Kiev trocam acusações sobre o acidente. A empresa estatal ucraniana de energia nuclear, Energoatom, culpa a Rússia pelos danos na central. A Rússia, por outro lado, mantém que as forças ucranianas foram responsáveis pelo ataque.
O Ministério da Defesa britânico acredita, no entanto, que a guerra na Ucrânia está a entrar numa nova fase: os combates mais pesados devem passar do Leste para as regiões de Zaporíjjia e Kherson, no Sudeste do país.
As tropas russas já começaram a mover veículos e artilharia militar da região do Donbass e das cidades ocupadas de Meltopol, Mariupol, Berdiansk e Crimeia em direcção a Sudeste.
As tropas ucranianas estão focadas em atacar a linha ferroviária que liga Kherson à Crimeia. A missão é afectar a capacidade logística de reabastecimento militar da Rússia.
A directora-executiva da Amnistia Internacional da Ucrânia demitiu-se após a organização acusar os militares ucranianos de colocarem a vida de civis em risco ao utilizarem infra-estruturas civis, como escolas, durante o conflito. “Se não se vive num país ocupado por invasores que o estão a desfazer em pedaços, provavelmente não se compreende o que é condenar um exército de defensores”, lê-se na publicação de Oksana Pokalchuk.
Militar russo em Zaporíjjia. ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS
5 de Agosto de 2022 Saíram mais três navios de cereais dos portos ucranianos
Mais três navios carregados com quase 60 mil toneladas de milho zarparam dos portos ucranianos de Chornomorsk e Odessa como parte do acordo para desbloquear as exportações de cereais. Os cargueiros têm como destino a Irlanda, o Reino Unido e a Turquia.
Horas mais tarde, o Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, pelo papel de mediador desempenhado pela Turquia no alcance do acordo que permitiu retomar as exportações de cereais ucranianos e de alimentos e fertilizantes russos.
O secretário-geral da NATO pediu às empresas de defesa para aumentar a produção de armamento fornecido à Ucrânia. Jens Stoltenberg adiantou ainda que a organização está a trabalhar em estreita colaboração com as instituições para ajudar as tropas ucranianas com “munições, armas e equipamentos”.
O dia ficou também marcado pelo anúncio do governador de Mikolaiv que adiantou que a cidade vai impor um toque de recolher obrigatório durante o fim-de-semana, enquanto as autoridades tentam descobrir pessoas que estejam a passar informações à Rússia.
Navio Polarnet deixa o porto de Chornomorsk, no Sul da Ucrânia. Serhii Smolientsev/ Reuters
4 de Agosto de 2022 Amnistia Internacional conclui que tropas ucranianas também põem a população em perigo
A Amnistia Internacional revelou que as forças ucranianas colocam a população civil em perigo quando estabelecem bases militares em zonas residenciais e lançam ataques a partir de áreas habitadas. Kiev diz que o relatório não corresponde à verdade e acusa a organização de participar na campanha de desinformação e propaganda russa.
Na frente militar, as tropas de Moscovo continuam concentradas no Leste da Ucrânia onde têm conduzido vários ataques. O dia ficou marcado pelo bombardeamento à cidade de Toretsk, na região de Donetsk, que provocou a morte a oito pessoas e feriu outras quatro.
Os Estados Unidos revelaram que a Rússia está a falsificar provas para culpar Kiev pelo ataque ao estabelecimento prisional de Olenivka, que provocou a morte de 53 prisioneiros de guerra ucranianos. Moscovo pode colocar munições dos sistemas Himars no local para provar que a artilharia fornecida pelos EUA à Ucrânia foi utilizada no bombardeamento, revelou um funcionário norte-americano.
Militares da Guarda Nacional ucraniana em Kharkiv. SERGEY KOZLOV/EPA
3 de Agosto de 2022 Cereais ucranianos com luz verde em Istambul. Agência nuclear da ONU preocupada com Zaporijjia
O primeiro navio carregado de cereais ucranianos que partiu a 1 de Agosto de 2022 do porto de Odessa foi inspeccionado em Istambul e já segue caminho para o Líbano, onde é esperado no porto de Tripoli. A revisão a bordo do Razoni foi levada a cabo por uma equipa de inspecção constituída por funcionários da Ucrânia, Rússia, Turquia e das Nações Unidas.
As autoridades turcas anunciaram que passam a poder partir, diariamente, três navios de transporte de cereais ucranianos.
O dia também ficou marcado pelo aviso do director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, (AIEA), que disse que a central nuclear de Zaporijjia, a maior da Europa, está “completamente fora de controlo”.
Rafael Grossi pediu à Rússia e à Ucrânia permissão para uma visita urgente, de forma a evitar um acidente. “Todos os princípios de segurança nuclear foram violados” na central, alertou, acrescentando que “o que está em jogo é extremamente grave e extremamente perigoso”, numa central que é controlada pelos russos, mas operada pelos funcionários ucranianos.
Inspecção do navio Razoni, em Istambul. TURKISH DEFENCE MINISTRY/Reuters
2 de Agosto de 2022 Moscovo declara Regimento Azov "organização terrorista"
Kiev iniciou a "retirada obrigatória" da população da província de Donetsk, numa altura em que se intensificam os combates no Leste do país. O primeiro comboio deverá chegar no dia 3 de Agosto de 2022.
O Supremo Tribunal de Moscovo declarou o Regimento Azov como uma "organização terrorista" . A decisão pode levar a que milhares de militares capturados pelas tropas russas na Ucrânia sejam condenados a penas de prisão pesadas.
O serviço de segurança estatal da Ucrânia revelou que está a investigar 752 casos de traição e colaboração com a Rússia. Kiev acrescenta que cinco procuradores e três funcionários públicos foram até agora reportados como suspeitos de traição.
Batalhão Azov no interior da fábrica de siderurgia Azovstal DMYTRO OREST KOZATSKYI/AZOV REGI/REUTERS
1 de Agosto de 2022Partiu de Odessa o primeiro navio com cereais ucranianos
Não saíam navios carregados de cereais ucranianos do porto ucraniano de Odessa desde o início da guerra. Ontem partiu o primeiro do porto no mar Negro, resultado dos acordos sobre cereais assinados em Istambul há uma semana. O navio leva 26 mil toneladas de milho para o Líbano.
De acordo com o Ministério da Defesa britânico, a Rússia está a deslocar "um número significativo" de soldados do Donbass para o Sul do país ocupado, num "provável" ajuste da ofensiva para tomar o Leste do país. Kiev já tinha adiantado na semana passada que Moscovo estaria a desviar forças para defender Kherson e Zaporíjia, no Sul. Quanto à cidade de Mariupol, arrasada e ocupada pelas tropas do Kremlin, o vice-primeiro-ministro russo anunciou hoje que os primeiros edifícios reconstruídos deverão ser inaugurados em Setembro de 2022.
Pela primeira vez, Vladimir Putin reconheceu que uma guerra nuclear, em que "não podem existir vencedores", "nunca deve ser desencadeada". "Defendemos uma segurança igual e indivisível para todos os membros da comunidade mundial", escreveu a propósito de uma conferência sobre o Tratado de Não-proliferação Nuclear.
Partiu hoje de Odessa, e com destino ao Líbano, o navio de carga Razoni, com mais de 26 mil toneladas de milho. EPA/Ministério da Defesa da Turquia
31 de Julho de 2022Primeiro navio de transporte de cereais pode sair da Ucrânia já amanhã
O primeiro navio com um carregamento de cereais pode sair de um dos portos ucranianos já nesta segunda-feira. A Ucrânia já tinha afirmado estar preparada para retomar a exportação de cereais, mas só hoje é que os porta-voz de Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan confirmaram essa possibilidade.
Nas celebrações do Dia da Marinha, em São Petersburgo, o Presidente russo delineou novas fronteiras nos mares Negro, Báltico e Árctico que as nações ocidentais não deverão ultrapassar.
Uma nova doutrina naval estabelece "as zonas que representam os interesses nacionais da Rússia, tanto económicos como estratégicos", afirmou Putin, citado pela Efe. "Iremos garantir a nossa defesa, de forma firme e recorrendo a todos os meios."
Sobre o ataque da última semana a uma prisão em Donetsk, no Donbass, que provocou a morte de 50 prisioneiros ucranianos, a Cruz Vermelha avançou ainda não ter recebido permissão para entrar no edifício de Olenivka, apesar de a Rússia ter assegurado que permitiria investigações.
Voluntários ajudam civis que chegam de Pokrovsk, em Donetsk, um dia depois de Zelensky ter anunciado a saída obrigatória dos que ainda permaneciam na região. REUTERS/Alkis Konstantinidis
30 de Julho de 2022Kiev e Moscovo trocam acusações sobre morte de prisioneiros em Donetsk
Rússia e Ucrânia trocaram acusações sobre a responsabilidade pelo ataque a uma prisão em Donetsk, no Donbass, que provocou a morte de 50 prisioneiros ucranianos. Segundo o Kremlin, o ataque terá sido perpetrado com recurso aos HIMARS, armamento enviado pelos Estados Unidos à Ucrânia.
Também este sábado, o Presidente ucraniano garantiu que o país está pronto para recomeçar as exportações de cereais a partir dos seus portos no mar Negro — neste caso, Odessa, Chornomorsk e Pivdennyi —, mas que aguarda "luz verde" das Nações Unidas e Turquia.
Na frente militar, em Kherson, no Sul, as forças ucranianas afirmam estar a fazer progressos na contra-ofensiva militar na região, controlada pela Rússia desde o início da guerra. De acordo com Kiev, o seu Exército matou mais de cem soldados russos, destruiu dois depósitos de munições e sete tanques das forças inimigas nesta província.
No resto do país, prosseguem os combates na região de Donetsk e em Kharkiv.
Civis ucranianos recebem formação para uso de armas em Lviv, na região ocidental da Ucrânia, a 30 de Julho de 2022. EPA/MYKOLA TYS
28 de Julho de 2022Tropas ucranianas lançam contra-ofensiva em Kherson
O Governo norte-americano revelou que mais de 75 mil soldados russos morreram ou ficaram feridos desde o início da invasão na Ucrânia. O número, que não pode ser confirmado com exactidão, é muito superior à última actualização divulgada pela Ucrânia que contabilizou mais de 40 mil baixas russas.
As tropas ucranianas lançaram uma contra-ofensiva na cidade de Kherson, no Sul da Ucrânia, que está a ganhar força, revelou o Ministério da Defesa britânico. O relatório acrescenta que as forças russas que estão posicionadas na margem direita do rio Dnipro estão agora "altamente vulneráveis" e adiantou que a localidade foi praticamente isolada dos outros territórios ocupados pela Rússia.
Durante a manhã desta quinta-feira, as forças de Moscovo lançaram um total de 25 mísseis em direcção a regiões do Norte da Ucrânia a partir da Bielorrússia. Os rocketatingiram um bloco de apartamentos na localidade de Chernihiv, vários locais em Kiev e em redor da cidade de Zhitomir, revelaram funcionários ucranianos e bielorrussos.
Horas depois, as tropas atingiram uma escola de aviação na cidade de Kropivnitskii, no Norte de Mikolaiv que provocou a morte a cinco pessoas e feriu 25.
Tropas russas em Kherson, no Sul da Ucrânia. Alexander Eromochenko/Reuters
27 de Julho de 2022Rússia volta a reduzir fornecimento de gás pelo Nord Stream 1
Tal como a Gazprom tinha avisado há dois dias, o fluxo de gás a passar da Rússia para a Alemanha através do Nord Stream 1 está em 20% da capacidade do gasoduto.
A empresa estatal russa justificou a diminuição do fluxo com problemas nas turbinas. Do lado de cá do gasoduto, a Alemanha e a União Europeia acusam Moscovo de chantagem.
Em território ucraniano, as autoridades de Kherson (que é controlada pela Rússia) encerraram a única ponte da cidade sobre o rio Dnipro, depois de aquela ter sido alvo de um ataque com recurso a sistemas de mísseis Himars. A estrutura da ponte Antonovskyi não foi afectada pela ofensiva, mas foi encerrada para civis.
O Ministério da Defesa britânico adiantou esta quarta-feira que a Rússia tem feito avanços tácticos na região de Donetsk graças aos combatentes do Grupo Wagner. Os mercenários permitiram que os russos progredissem no leste da Ucrânia, em torno da central termoeléctrica de Vuhlehirska e na aldeia de Novoluhanske, de onde as tropas ucranianas retiraram.
BA ponte Antonovskii, junto à cidade de Kherson, território ocupado, tornou-se um alvo para os ucranianos. Não caiu, mas teve de ser encerrada ao trânsito. ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS
26 de Julho de 2022Rússia intensifica ataques contra Donetsk, Odessa e Kharkiv
Durante esta madrugada, a Rússia insistiu nos ataques aéreos contra várias localidades da região de Donetsk, no Donbass, em particular Bakhmut, Kramatorsk, Chasiv Iar, Sloviansk e Kostiantinivka. Estas cidades têm sido recorrentemente bombardeadas num esforço de Moscovo para tomar Donetsk.
A nordeste, os combates continuam junto à segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, tendo sido atingida uma zona residencial do município.
Também a cidade portuária de Odessa voltou a ser atingida por mísseis russos. Mesmo após terem sido assinados acordos para permitir a retoma das exportações de cereais a partir de portos ucranianos, entre eles o de Odessa, a cidade já foi bombardeada várias vezes. A sul foi também atacado o porto de Mikolaiv.
Na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, o Kremlin prolongou o alerta máximo de terrorismo, emitido pela primeira vez em Abril de 2022, "para garantir a segurança e protecção" dos cidadãos do território invadido há oito anos.
Bombeiros e voluntários procuram corpos nos escombros do edifício da Casa da Cultura, em Kharkiv, bombardeado há uma semana pelas tropas russas. REUTERS/Nacho Doce
25 de Julho de 2022Rússia com dificuldades em coordenar posições ofensivas e defensivas
A Ucrânia diz que conseguirá reconquistar a região de Kherson, no Sul, até Setembro de 2022 com a ajuda das armas de longo alcance do Ocidente. Segundo o Exército do país, os combates na linha da frente chegaram a “um ponto de viragem”, permitindo à Ucrânia assumir uma posição mais contraofensiva.
Os serviços de informação de vários países têm vindo a constatar que as tropas russas estão a ter dificuldades em coordenar, por um lado, a ofensiva no Donbass e em Kherson e, por outro, a defesa da região ocidental.
Até agora, as forças de Kiev já destruíram, com recurso aos sistemas de mísseis Himars enviados pelos Estados Unidos, 50 depósitos de munições de armas russos, o que, segundo o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, está a retirar capacidade às tropas de Putin de conduzirem bombardeamentos pesados.
A Gazprom anunciou que vai reduzir o fluxo de gás do gasoduto Nord Stream 1 para 20% da sua capacidade total a partir de quarta-feira. A empresa russa diz que é por causa de uma turbina que precisa de manutenção, justificação que a Alemanha contesta.
Tropas russas em Zaporíjia. ALEXANDER ERMOCHENKO/Reuters
23 de Julho de 2022Porto de Odessa bombardeado. Moscovo diz não ter "nada a ver" com o ataque
O porto de Odessa foi bombardeado na manhã deste sábado, um dia após a assinatura do acordo que iria garantir a retoma da exportação de cereais ucranianos.
Kiev acusou Moscovo de atingir o porto com dois mísseis, primeiramente, que foram interceptados pelas defesas ucranianas, enquanto outros dois atingiram, efectivamente, as infra-estrutras de Kiev, avançaram fontes citadas pelo portal Ukinform.
As autoridades russas disseram ao ministro da Defesa turco que Moscovo "não tem nada a ver" com o ataque ao porto de Odessa. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse "condenar inequivocamente" este ataque.
Ao longo deste sábado, “vários ataques poderosos”atingiram o centro de Kharkiv, anunciou o presidente da Câmara, Igor Terekhov, no Telegram.
Na região central de Kirohovrad registaram-se ataques a um aeródromo militar e várias infra-estruturas ferroviárias ucranianas. Segundo o governador local, Andriy Raikovych, morreram três pessoas (um soldado e dois seguranças) e outras 19 ficaram feridas. Os ataques causaram ainda problemas na distribuição de electricidade, principalmente na região de Kropyvnytskyi.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
22 de Julho de 2022Assinados acordos para a reabertura dos portos ucranianos
Ucrânia, Rússia, Turquia e ONU assinaram esta sexta-feira, em Istambul, os acordos para a reabertura de portos ucranianos — Guterres referiu em particular os portos de Odessa, Chernomorsk e Yuzhny — e para a libertação de milhões de toneladas de cereais presas no país invadido. É o primeiro passo para travar uma iminente crise alimentar global, que já afecta países no Médio Oriente e Norte de África.
De volta às frentes de combate, no Donbass, as tropas russas continuam a concentrar esforços na tomada das cidades de Kramatorsk, Siversk e Bakhmut. A noroeste da cidade de Donetsk, as forças ucranianas ainda defendem a central termoeléctrica de Vuhlehirska, a segunda maior do país, das ofensivas russas.
Os combates no terreno mantêm-se activos também na região de Kharkiv e, a Sul, em Kherson e Zaporíjia.
Colheita de trigo num campo ucraniano, na região de Kharkiv. REUTERS/Sofiia Gatilova
21 de Julho de 2022Nord Stream 1 reactivado em novo dia de bombardeamentos russos
A operadora do gasoduto Nord Stream 1 anunciou esta quinta-feira que a infra-estrutura foi reactivada, após dez dias de manutenção. Segundo os alemães, o fluxo de gás providenciado ainda vai levar algum tempo a aumentar.
O Governo alemão tinha acusado a Rússia de se aproveitar do estado de uma turbina do gasoduto como “pretexto” para cortar o abastecimento à Alemanha e Europa.
Em território ucraniano, os ataques russos continuam a atormentar várias cidades, com as autoridades da Ucrânia a darem conta de múltiplos bombardeamentos desde a madrugada desta quinta-feira.
Duas escolas terão sido destruídas em Kramatorsk e Kostiantynivka, na região de Donetsk. Nesta zona, foi também bombardeado um mercado.
Em Kharkiv, outro bombardeamento russo matou duas pessoas e feriu outras 19.
Gasoduto Nord Stream 1. REUTERS/HANNIBAL HANSCHKE
20 de Julho de 2022Objectivos das "operações" militares russas estendem-se além da região do Donbass
Zelensky criticou a "neutralidade" de Bolsonaro e exigiu uma tomada de posição do Brasil. No entanto, o Presidente brasileiro respondeu apenas: "O Brasil compreende a vossa dor, mas a nossa posição é neutra".
Moscovo defende que, neste momento, não faz sentido retomar as negociações de paz com Kiev. De acordo com Sergei Lavrov, é necessário impedir que a autoridade de Putin seja ameaçada nos territórios ocupados de Donetsk e Lugansk.
O ministro dos Negócios Estrangeiros acrescentou ainda que os objectivos das "operações" militares russas se estendem agora para além da região do Donbass, focando-se também nas "regiões de Kherson e Zaporíjia e uma série de outros territórios", disse.
Também esta quarta-feira, a Comissão Europeia pediu redução do uso de gás em 15% já a partir de Agosto, de forma a salvaguardar o abastecimento aos consumidores domésticos durante o próximo Inverno.
Bombardeamento em Kharkiv. EPA/ROMAN PILIPEY
19 de Julho de 2022Putin deixa território russo pela primeira vez desde a invasão da Ucrânia
O Presidente russo, Vladimir Putin, chegou ao Irão esta terça-feira para uma cimeira com os seus homólogos iraniano e turco sobre o conflito na Síria, na qual também será discutida a exportação segura de cereais da Ucrânia. Trata-se da primeira viagem de Putin para fora da Rússia desde o começo da invasão da Ucrânia. A dificuldade em transportar cereais vindos da Ucrânia é um tema que preocupa as Nações Unidas há semanas – de acordo com a organização, o bloqueio está a contribuir para o aumento da fome mundial.
Em solo ucraniano, os bombardeamentos mantêm-se. Durante a madrugada de terça-feira, o exército russo bombardeou a região de Odessa, no Oeste da Ucrânia, e a região de Dnipropetrovsk, no Centro do país. O ataque a Odessa, que causou pelo menos seis feridos, destruiu três casas e dois edifícios públicos. Pelo menos uma pessoa morreu no centro de Kramatorks, na região de Donetsk, devido a um ataque russo.
Em Kiev, Volodymyr Zelensky continua a remodelação do seu governo na esperança de eliminar profissionais que trabalham contra o Estado ucraniano. Esta terça-feira, o Presidente ucraniano demitiu 28 funcionários dos serviços secretos ucranianos (SBU). A expulsão segue o anúncio da destituição da procuradora-geral, Iryna Venediktova, e do chefe do SBU, Ivan Bakanov, que foram demitidos a 17 de Julho de 2022. Zelensky acredita que dezenas de funcionários do Ministério Público e do Serviço de Segurança ucraniano continuam a trabalhar contra a Ucrânia.
A Comissão Europeia teme que o gasoduto Nord Stream 1, que transporta gás russo directamente para a Alemanha, não seja reaberto na quinta-feira, dia em que está prevista a conclusão da manutenção anual de dez dias. Fontes próximas, citadas pela Reuters, garantem, no entanto, que o gasoduto vai retomar o funcionamento na data prevista, mas com uma capacidade abaixo do normal.
O gasoduto Nord Stream 1 transporta gás russo directamente para a Alemanha. HANNIBAL HANSCHKE/REUTERS
18 de Julho de 2022Autoridades pró-russas em Donetsk garantem "libertar" o Donbass até ao final do ano
Desde o início da guerra, já foram encontrados 1346 corpos de habitantes na região de Kiev, onde 300 pessoas continuam desaparecidas, alertou o chefe da polícia regional. A maioria terá sido vítima de ataques com armas de fogo.
Na cidade de Toretsk, em Donetsk, pelo menos seis pessoas morreram na sequência de bombardeamentos das tropas russas. Na mesma região, o porta-voz da milícia da auto-proclamada República Popular de Donetsk, Eduard Basurin, assegurou que o Donbass será "libertado" na "totalidade" antes do final de 2022.
A Norte, nos arredores da cidade de Kharkiv, as tropas de Moscovo concentram-se em manter posições defensivas, assim como no Sul do país. Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, o Kremlin pode estar a recuperar força, em preparação para combates prolongados na Ucrânia.
Apartamento de um prédio residencial destruído por bombardeamentos russos em Kharkiv, no Nordeste ucraniano. Fotografado a 18 de Julho de 2022. REUTERS/Vitalii Hnidyi
17 de Julho de 2022Rússia reforça posições defensivas em áreas ocupadas
A Rússia está a reforçar as suas posições defensivas nas áreas que ocupa no Sul da Ucrânia, sobretudo em Mariupol, Zaporizhzhia, Kherson e Melitopol, em antecipação aos contra-ataques ucranianos, revelou o Ministério da Defesa britânico no seu relatório habitual.
Uma parte do território ocupado pelos russos após o início da guerra já foi libertado pela Ucrânia, segundo Volodymyr Zelensky, que garantiu que outras áreas ocupadas também serão retomadas gradualmente.
A cidade de Kherson está a ser particularmente pressionada pelas forças ucranianas, o que obrigou a que as tropas de Moscovo mudassem de táctica, dizem as forças armadas ucranianas. Estão agora a ser destacadas para “áreas densamente povoadas”, na esperança de evitar os ataques da Ucrânia.
O registo de ataques russos ocorridos no sábado, em Donetsk, dá conta de 22 bombardeamentos que deixaram vários civis mortos e feridos e 49 edifícios destruídos, informou este domingo o Ministério do Interior da Ucrânia.
Zona de impacto de um míssil russo interceptado pelas tropas ucranianas em Kramatorsk, região de Donetsk. EPA/GEORGE IVANCHENKO
16 de Julho de 2022Ucrânia prevê nova ofensiva russa
As forças russas estão a preparar-se para uma nova ofensiva, avisou o Ministério da Defesa ucraniano. O próprio ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, apontou nesse sentido, incentivando todas as unidades militares a intensificar as suas operações de forma a prevenir contra-ataques ucranianos nos territórios controlados pela Rússia.
Contudo, o avanço de Moscovo tem vindo a abrandar, permitindo às tropas ucranianas concentrar forças e assim fazer face aos ataques russos, afectando a dinâmica e estratégia de Moscovo, segundo o relatório do Ministério da Defesa britânico.
O uso de mísseis de longo alcance por parte de Moscovo tem sido mais frequente, tendo as sirenes de alarme disparado, este sábado, em Kiev. Em Kharkiv, na cidade de Chuhuiv, três pessoas morreram e outras três ficaram feridas na sequência de um ataque russo, disse o governador regional.
Resultado de bombardeamentos na região de Kharkiv REUTERS/NACHO DOCE
15 de Julho de 2022Kiev diz que 70% dos bombardeamentos russos são contra civis
O Ministério da Defesa ucraniano afirmou que cerca de 70% dos bombardeamentos russos são dirigidos, de forma deliberada, a zonas residenciais e civis.
Pelo menos 23 pessoas, incluindo três crianças, foram mortas e 66 ficaram feridas na sequência do ataque russo à cidade de Vinnytsia, no Centro da Ucrânia. O bombardeamento ocorreu numa área urbana, a meio da manhã, onde as ruas estavam cheias de gente.
Mais a Sul, em Mikolaiv, as tropas de Moscovo atingiram duas universidades, segundo as autoridades regionais.
No Donbass, as forças separatistas pró-russas garantem ter entrado nos arredores de Siversk, vindas de Lisichansk. Na mira estará agora a tomada da cidade de Bakhmut, em Donetsk.
Bakhmut já foi bombardeada e será uma das próximas cidades a invadir pelos russos para a conquista total do Donbass. REUTERS/GLEB GARANICH
14 de Julho de 2022Mísseis russos atingem Vinnytsia e provocam 22 mortos
As forças russas não fizeram grandes avanços nas últimas 72 horas no Leste da Ucrânia, revelou o Ministério da Defesa do Reino Unido, acrescentando que Moscovo corre o risco de perder o impulso alcançado após a captura de Lisichansk.
Entretanto, no Sul, a ofensiva russa voltou a atacar, embora sem sucesso, a Ilha da Serpente e a cidade de Mikolaiv. Segundo o chefe da administração militar, a localidade foi bombardeada por "mais de dez ataques de mísseis" que acabaram por ferir uma pessoa.
Em Vinnytsia, nos arredores de Kiev, três mísseis de cruzeiro mataram pelo menos 22 pessoas, incluindo duas crianças. Segundo a Procuradoria-Geral da Ucrânia, os rockets lançados a partir de submarinos russos no mar Negro atingiram edifícios comerciais e residenciais e deram origem a um incêndio no qual 50 veículos arderam.
No campo diplomático, a Rússia anunciou que está disposta a retomar as negociações de paz com a Ucrânia se Kiev reconhecer a independência das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e da península da Crimeia.
Na mesma linha, a Lituânia anunciou que vai permitir a passagem de algumas mercadorias até ao exclave russo de Kaliningrado, mas criticou a decisão da Comissão Europeia, referindo que a restrição à circulação dos produtos era “mais aceitável”.
Edifício destruído pelos ataques russos na cidade de Vinnytsia, nos arredores de Kiev. Valentyn Ogirenko/ Reuters
13 de Julho de 2022Tropas russas entram nos limites da cidade de Siversk
O próximo objectivo militar das forças russas passa pelo controlo de pequenas cidades na região do Donbass, como Sloviansk e Kramatorsk, revelou o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Horas depois, os separatistas pró-russos da autoproclamada República Popular de Lugansk anunciavam ter entrado nos limites da cidade de Siversk, na província de Donetsk. Dizem que a captura da cidade acontecerá dentro de alguns dias.
Em Kharkiv, no Nordeste da Ucrânia, pelo menos uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas na sequência dos bombardeamentos russos na região.
No Sul da Ucrânia, prossegue a contraofensiva das tropas de Kiev para recuperar territórios. Os soldados atacaram um depósito de munições russo, que, segundo um analista militar citado pela Sky News, resultou na "maior explosão vista até agora desde o início da invasão".
A Coreia do Norte tornou-se no terceiro país membro das Nações Unidas (ONU) a reconhecer as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk como territórios pertencentes à Federação Russa. Em resposta, Kiev anunciou o corte de relações com Pyongyang.
Edifício destruído pelos bombardeamentos russos em Saltivka, a Nordeste de Kharkiv. Nacho Doce/Reuters
12 de Julho de 2022Ucrânia inicia contra-ofensiva no Sul do país para recuperar territórios
A Ucrânia pediu aos habitantes da região de Kherson para abandonarem o território antes de as tropas de Kiev iniciarem uma contra-ofensiva no Sul do país. O objectivo passa por libertar as zonas costeiras do mar Negro controladas pelas tropas russas.
Horas depois, um bombardeamento ucraniano na cidade de Novaia Kakhovka, em Kherson, matou sete pessoas e feriu outras 60, revelou a agência estatal russa TASS. Os mísseis atingiram um armazém de fertilizantes, mas segundo a Ucrânia, o alvo era um depósito de munições das tropas inimigas.
Na frente militar, as forças russas iniciaram o cerco à cidade de Sieversk, na província de Donetsk e lançaram ataques a instalações médicas e áreas residenciais em Mikolaiv, no Sul, que provocaram a morte de 12 pessoas.
O ministro da Defesa da Turquia anunciou que Ancara, Moscovo e Kiev vão reunir-se na quarta-feira, em Istambul, com uma delegação das Nações Unidas (ONU) para discutir a exportação segura de cereais ucranianos.
Bombeiros combatem incêndio numa habitação em Mikolaiv atingida pelos mísseis russos. Reuters/ State Emergency Service of Ukraine
11 de Julho de 2022Ucrânia está a reunir “um milhão de militares” para reconquistar o Sul do país
A artilharia pesada da Rússia está a ultrapassar as armas da Ucrânia em cerca de oito para um, revelou um porta-voz da legião estrangeira a combater no país invadido. Damien Magrou admitiu que o Exército de Kiev está em clara desvantagem e pediu aos países ocidentais que enviem mais armas pesadas.
Na mesma linha, o ministro da Defesa da Ucrânia anunciou que o país está a reunir um "milhão de forças de combate" que servirão para reconquistar os territórios do Sul.
Em Donetsk, o número de mortos no ataque de sábado em Chasiv Yar subiu para 30. O serviço de emergência da Ucrânia informou que já foram resgatados nove civis, mas estima mais de 20 pessoas ainda estejam presas debaixo dos escombros.
As tropas russas também atacaram Kharkiv, no Nordeste, provocando seis mortos e 31 feridos, entre os quais uma criança de quatro anos e um jovem de 16.
Prédio destruído em Kharkiv. Reuters/ Nacho Doce
10 de Julho de 2022Ucrânia critica Canadá por ceder a “chantagem” de Moscovo
O Nord Stream 1 voltou a ser o tema do dia, com a Ucrânia a criticar a decisão do Canadá de entregar a turbina necessária para a manutenção do gasoduto.
O Nord Stream 1, inaugurado em 2011, é o gasoduto mais importante para o gás russo chegar à União Europeia. No mês passado, a empresa de energia russa Gazprom cortou a capacidade do gasoduto para apenas 40% dos níveis habituais, citando o atraso na devolução do equipamento que estava a ser reparado pela Siemens Energy, da Alemanha, no Canadá.
A turbina será enviada primeiro para a Alemanha, que depois a entregará à empresa de energia russa Gazprom. Em comunicado, o Ministério de Energia da Ucrânia descreve a exigência da Rússia como “uma chantagem que não tem justificação técnica” e acusa o Canadá de violar as sanções impostas a Moscovo.
O governo canadiano explica que vai expandir as sanções contra o sector energético russo para incluir a produção industrial, mas que o Nord Stream 1 é importante para garantir que os países europeus conseguem ter “energia fiável e acessível.”
No terreno, as forças russas mantêm ataques na a área de Sloviansk, no Donbass, junto a Izium a norte e perto de Lysychansk a leste. O Ministério da Defesa britânico acredita que a auto-estrada E40 — que liga Donetsk e Kharkiv — é um marco territorial importante para as forças russas à medida que avançam pela região de Donetsk.
Um ataque durante a noite de sábado a um edifício residencial na cidade de Chasiv Yar, no Leste da Ucrânia, fez pelo menos 15 mortos, segundo o governador ucraniano da região de Donetsk, a que pertence a cidade. Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração de Odesa, acusa também as forças russas de destruir propositadamente campos agrícolas na região de Kherson.
Equipas de socorro ucranianas nos escombros de um edifício residencial em Chasiv Yar, no Leste da Ucrânia, atacado pelos russos. GLEB GARANICH/REUTERS
9 de Julho de 2022Ministério britânico diz que Rússia está a mobilizar forças de reserva
Ao 136.º dia da invasão, a Rússia mantém os bombardeamentos no Leste da Ucrânia enquanto prepara futuras ofensivas. Segundo o embaixador da Rússia em Londres, Andrei Kelin, o país mantém o objectivo de “libertar o Donbass”. Moscovo também começou a mobilizar forças de reserva de todo o país e a reuni-las perto da Ucrânia para futuros ataques, segundo informações reveladas pelo Ministério da Defesa do Reino Unido.
Vários soldados ucranianos iniciaram o seu treino militar na Grã-Bretanha. O objectivo é habilitar militares, voluntários, com pouca ou nenhuma experiência militar para serem eficazes no combate na linha da frente.
A Ucrânia está a restaurar e expandir alguns dos seus portos fluviais há muito desactivados no Danúbio para facilitar a exportação de cereais devido ao bloqueio russo do mar Negro.
As Nações Unidas alertam para as consequências de usar “escudos humanos” para fins militares. Um relatório divulgado pelo gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos revela que as forças armadas da Ucrânia têm parte da culpa por um ataque que ocorreu num lar de idosos em Lugansk, onde dezenas de pacientes idosos e deficientes ficaram presos sem água ou electricidade, semanas depois de a Rússia ter começado a invasão.
Os ataques russos continuam na zona do Donbass. GLEB GARANICH/REUTEUS
8 de Julho de 2022Situação em Severodonetsk “está à beira de um desastre humanitário”
O Ministério da Defesa do Reino Unido revelou que a Rússia está a concentrar equipamentos na direcção de Siversk. Segundo o relatório, o “objectivo táctico imediato” passa pela captura da cidade.
Em Severodonetsk, na região de Lugansk, a situação “está à beira de um desastre humanitário”, revelou o governador regional, acrescentando que a cidade está a ser alvo de pilhagens por parte de Moscovo.
Moscovo anunciou uma "pausa operacional" na Ucrânia para as tropas russas restabelecerem as capacidades de combate. No entanto, a informação foi contrariada pelos Estados Unidos que asseguraram que as forças continuam a realizar ofensivas.
Esta sexta-feira, Putin alertou ainda para “consequências catastróficas” no mercado energético europeu se sanções continuarem.
7 de Julho de 2022Moscovo ataca novamente Ilha da Serpente
As tropas de Moscovo atacaram uma vez mais a Ilha da Serpente, recuperada para a Ucrânia no dia 30 de Junho, informou o Ministério da Defesa da Rússia. As autoridades militares de Odessa confirmaram o ataque e adiantaram que os mísseis provocaram danos significativos na zona portuária da ilha.
Segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido, as tropas russas continuam concentradas em Donetsk, mas Moscovo fez poucos avanços na linha da frente. Na região de Donetsk, Kramatorsk e Sloviansk foram bombardeadas. Até ao momento, pelo menos uma pessoa morreu e seis ficaram feridas.
Na Turquia, o navio russo que transportava cereais ucranianos que Kiev diz serem roubados partiu do Nordeste do país. A Ucrânia, que diz que a situação é “inaceitável”, convocou o embaixador da Turquia para esclarecer a decisão.
Esta semana, as forças da Ucrânia hastearam a bandeira do país na Ilha da Serpente.FORÇAS ARMADAS DA UCRÂNIA/REUTERS
6 de Julho de 2022Rússia intensifica combates em Sloviansk, no Donbass
O governador da região de Donetsk apelou à população — cerca de 350 mil habitantes — para abandonar o território tendo em conta a iminente ameaça militar das tropas russas. Só neste dia os ataques russos provocaram pelo menos sete mortos e 25 feridos. Na cidade de Sloviansk duas pessoas morreram e sete ficaram feridas.
O Ministério da Defesa do Reino Unido revelou que a captura de Sloviansk é o próximo objectivo das tropas russas para alcançar a denominada “libertação” do Leste da Ucrânia.
Zelensky anunciou a intenção de abastecer todo o território com equipamentos de "protecção antimíssil" até ao final do ano e solicitou a ajuda dos aliados ocidentais com o envio de armamento moderno. A declaração do Presidente ucraniano surge num dia em que soaram alertas para eventuais ataques aéreos em quase todo o país.
Sloviansk foi alvo de bombardeamentos. Marko Djurica/Reuters
5 de Julho de 2022Rússia concentra-se em Donetsk e ataca Sloviansk
No último dia da Convenção de Lugano, na Suíça, a Ucrânia e os aliados chegaram a acordo sobre os princípios orientadores da reconstrução do país para o pós-guerra e estimaram um investimento de cerca de 728 mil milhões de euros.
Na frente de combate, depois da conquista de Lugansk, as tropas russas concentram-se na região de Donetsk, com ataques sucessivos à cidade de Sloviansk.
A Rússia planeia criar uma ligação ferroviária entre a região de Rostov, no Sul da Ucrânia, e as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no Leste, revelou a agência de notícias estatal TASS, citando fonte do governo regional.
Em Bruxelas, os embaixadores dos 30 países-membros da NATO assinaram os protocolos de adesão da Suécia e da Finlândia, depois de os dois países nórdicos terem concluído as negociações para se tornarem membros da Aliança.
“Juntos somos mais fortes”. Finlândia e Suécia assinam adesão à NATO
4 de Julho de 2022Rússia concentra-se no controlo de Donetsk
Depois da conquista da cidade de Lisichansk, que permitiu assumir o controlo total da região de Lugansk, as tropas russas concentram-se agora em Donetsk. Tomadas as duas regiões, Moscovo alcança o objectivo de "libertar" o Donbass. Na mira russa estarão já as cidades de Sloviansk e Bakhmut.
As autoridades pró-russas da autoproclamada República Popular de Donetsk acusaram esta segunda-feira o exército ucraniano de ter bombardeado 15 das suas 240 bases militares apenas nas últimas 24 horas, provocando cinco mortes e 20 feridos.
Do lado ucraniano chegaram hoje acusações opostas: pelo menos nove civis morreram e 25 ficaram feridos na sequência de ofensivas russas contra várias localidades de Donetsk, no Leste do país.
Mais a Sul, na ilha da Serpente, no mar Negro, a bandeira ucraniana voltou a ser hasteada.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
3 de Julho de 2022Rússia captura Lysychansk e controla toda a região de Lugansk
O 130º dia de invasão da Ucrânia ficou marcado pela conquista russa da cidade de Lysychansk e do controlo total de toda a região de Lugansk, no Leste da Ucrânia.
Em Sloviansk, no Donbass, pelo menos seis pessoas morreram e 15 ficaram feridas na sequência dos bombardeamentos com mísseis russos, revelaram as autoridades locais. O ataque foi o pior bombardeamento a atingir o território nos últimos dias e causou cerca de 15 incêndios.
Na frente militar ucraniana, as forças de Kiev lançaram “mais de 30 mísseis” sobre uma base russa da cidade ocupada de Melitopol, declarou o autarca da cidade, acrescentando que o posto ficou inoperacional.
Os ataques das tropas ucranianas também se estenderam à cidade russa de Belgorod, onde pelo menos três pessoas morreram e quatro ficaram feridas na sequência de várias explosões.
Na Turquia, as autoridades aduaneiras apreenderam um navio russo que transportava cereais que a Ucrânia alega terem sido roubados.
Edifícios destruídos em Lysychansk REUTERS/STRINGER
2 de Julho de 2022Forças russas anunciam cerco total a Lysychansk
As tropas russas anunciaram este sábado ter cercado completamente a cidade de Lysychansk, na zona leste de Lugansk. O Kremlin está assim cada vez mais próximo de conquistar toda a região de Lugansk, no Donbass. Kiev nega, no entanto, ter perdido o controlo da cidade vizinha de Severodonetsk.
Em Mykolaiv, no Sul, as sirenes anti-aéreas voltaram a soar, momentos antes de se ouvirem grandes explosões. Não foram divulgados os alvos atingidos ou o número de vítimas. A Rússia afirma ainda ter atingido instalações militares ucranianas em Mykolaiv e Zaporíjia, também no Sul do país, e no Donbass.
A Nordeste, as forças de Moscovo continuam a dirigir ataques aos soldados ucranianos no terreno e a bombardear os arredores de Kharkiv.
Nova sepultura num cemitério em Kharkiv, momentos antes de um funeral, numa zona destinada a militares, bombeiros ou polícias que morreram na guerra. LEAH MILLIS/Reuters
1 de Julho de 2022Rússia intensifica a ofensiva contra Lysychansk
As forças russas intensificaram a ofensiva militar contra Lysychansk, no Leste da Ucrânia, lançando ofensivas "em quatro direcções", afirmou o representante da Rússia da autoproclamada República Popular de Lugansk. O Ministério da Defesa russo alega que as tropas capturaram a refinaria de petróleo da cidade.
Em Odessa, Moscovo atacou um prédio residencial e um centro recreativo. O ataque fez 21 mortos, entre os quais duas crianças, e dezenas de feridos.
O governo norueguês anunciou que vai enviar 960 mil milhões de euros à Ucrânia durante o próximo ano. Também Bruxelas propôs uma nova ajuda macrofinanceira no valor de mil milhões de euros, a primeira fatia de um pacote no valor de nove mil milhões.
Rússia atacou bairro residencial em Serhiivka, Odessa. REUTERS/Iryna Nazarchuk
30 de Junho de 2022Nem acção "de boa vontade", Moscovo abandona a Ilha da Serpente, no mar Negro
As tropas russas decidiram abandonar a Ilha da Serpente, no mar Negro, perante o que as forças da Ucrânia dizem ser o sucesso dos ataques lançados durante a noite passada. De acordo com o ministério da Defesa russo, a retirada das forças tratou-se de uma acção “de boa vontade” para facilitar as exportações de cereais.
Na próxima terça-feira a Finlândia e a Suécia irão assinar o protocolo de adesão à NATO, anunciou o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg. Putin disse que não tem qualquer problema com a entrada dos dois países escandinavos na organização, mas avisou que vai criar ameaças caso recebam tropas da NATO.
As forças de Moscovo exportaram de Berdiansk, pela primeira vez desde o início da invasão, cerca de 7 mil toneladas de cereais roubados de territórios ucranianos, avançaram os media russos. Ao mesmo tempo, a ONU adiantou que cerca de 16 milhões de ucranianos necessitam de assistência humanitária.
EPA/OLEG PETRASYUK
Uma homenagem ao grito de guerra dos defensores da ilha da Zmiinii em formato poster num bar em Kiev
29 de Junho de 2022NATO toma "decisão histórica" e convida Finlândia e Suécia para se juntarem à aliança
A cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Aliança Atlântica voltou a marcar o dia. A NATO declarou a Rússia como "a ameaça mais significativa e directa" à segurança euro-atlântica e "à paz e estabilidade".
A Finlândia e a Suécia foram ainda convidadas para se juntarem à aliança, naquela que foi considerada uma “decisão histórica” por Jens Stoltenberg, secretário-geral da organização.
No mesmo dia em que Kiev anunciou a libertação de 144 soldados ucranianos numa troca de prisioneiros com a Rússia, um ataque a um prédio em Mikolaiv fez pelo menos dois mortos, avançou o governador Oleksandr Sienkevich. Kiev anunciou também que Moscovo está a espalhar minas na cidade de Lisichansk, avançou o governador regional Sergii Gaidai.
No discurso dirigido ao Conselho de Segurança da ONU, Volodymyr Zelensky pediu para se rotular a Rússia como "estado terrorista" e solicitou ainda investigações ao ataque a um centro comercial em Kremenchuk, que resultou em pelo menos 18 mortes e três dezenas de feridos.
EDIÇÃO: JOANA BOURGARD
Zelensky divulga imagens de ataque a centro comercial em Kremenchuk
28 de Junho de 2022Apesar de ter as tropas enfraquecidas, Moscovo diz que guerra só acabará se a Ucrânia se render
A guerra está a enfraquecer cada vez mais as tropas russas: a sua eficácia de combate é menor e só alcançaram um sucesso táctico em Severodonetsk, de acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Do lado russo, a perseverança mantém-se, todavia, afirmando o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que a Rússia só terminará a sua “operação militar especial” se a Ucrânia se render e aceitar "todas as condições russas".
Na cidade de Lisichansk morreram pelo menos oito pessoas e 21 ficaram feridas na sequência de um bombardeamento russo esta terça-feira. Segundo o governador regional, Sergei Haidai, os civis foram atingidos quando foram buscar água potável. Já em Kremenchuck, 21 pessoas continuam desaparecidas após o ataque a um centro comercial na segunda-feira.
REUTERS/Anna Voitenko
Na cimeira do G7, que terminou hoje na Alemanha, ficou decidido que serão aplicados 4700 milhões de euros em medidas para fazer face à "insegurança alimentar" provocada pela guerra na Ucrânia. O grupo afirmou ainda que está a ponderar impor tectos aos preços das importações de energia para condicionar as receitas da Rússia com a venda de gás e petróleo.
27 de Junho de 2022Líderes do G7 vão doar cerca de 27 mil milhões de euros à Ucrânia
No primeiro dia da cimeira do G7, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dirigiu-se ao grupo de países mais ricos do mundo para pedir mais sanções contra a Rússia, garantias de segurança e o envio de sistemas de defesa antiaérea para acabar com a guerra até ao final do ano.
Em resposta, os líderes da cimeira vão continuar a responder aos pedidos urgentes de Kiev e adiantaram que vão fornecer "cerca de 27 mil milhões de euros para o ano de 2022" e utilizar os activos russos congelados para reconstruir a Ucrânia.
Enquanto isso, a NATO está prestes a aumentar o número de militares nas forças para mais de 300 mil, revelou o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg. As tropas vão juntar-se aos 40 mil soldados que fazem parte da organização.
As sanções ocidentais parecem estar a surtir efeito na economia russa que entrou em incumprimento de dívida pela primeira vez em mais de cem anos. O Kremlin nega as acusações, mas no domingo o período para o pagamento de cerca de cem milhões de dólares em juros expirou.
Na frente de combate, os mísseis russos atingiram um centro comercial na cidade de Kremenchuk, no centro da Ucrânia numa altura em que estavam cerca de mil pessoas no interior. De acordo com o gabinete presidencial, pelo menos dez pessoas morreram e 40 ficaram feridas.
TELEGRAM/V_ZELENSKIY_OFFICIAL
No Leste da Ucrânia, a cidade de Lysychansk, a última localidade sob controlo ucraniano na região de Lugansk, continua a ser alvo de intensos bombardeamentos que levaram o governador regional a apelar para que os civis deixem a cidade "imediatamente".
26 de Junho de 2022Mísseis russos voltam a atingir Kiev
Nas últimas três semanas, Kiev já se tinha habituado a um novo normal: com a guerra mais afastada da capital ucraniana, os residentes tentavam viver o dia-a-dia com a maior normalidade possível, sempre com a ameaça do conflito presente. Este domingo, a guerra voltou a fazer-se sentir em Kiev: durante a manhã, a cidade foi atingida por quatros mísseis russos, num ataque que coincidiu com a reunião dos líderes do G7 na Alemanha.
O bombardeamento foi dirigido ao bairro histórico de Shevchenkivskyi, onde, em consequência dos ataques aéreos, um incêndio consumiu um prédio habitacional de nove andares. Nesta área habitada por civis estão sediadas universidades e galerias de arte. O autarca da cidade, Vitali Klitschko avançou, através do Telegram, que várias pessoas tinham sido hospitalizadas. Um homem morreu e outras seis pessoas ficaram feridos. Ao longo de várias horas, as equipas de socorro procuravam nos escombros dos edifícios por sobreviventes. Entre os habitantes resgatados estava uma menina de sete anos.
O Ministério da Defesa russo avançou que este ataque teve como alvo uma fábrica de armas da região, negando que os mísseis foram dirigidos à população civil de Shevchenkivskyi. O Kremlin diz ainda que os danos provocados aos edifícios se deveram a um míssil de defesa ucraniano.
Desde 5 de Junho que Kiev não despertava com um ataque russo. As sirenes antiaéreas soaram às 6h na capital, e os bombardeamentos ocorreram meia hora depois.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
24 de Junho de 2022Tropas ucranianas que defendem Severodonetsk "terão de ser retiradas"
O governador regional de Severodonetsk, cidade que tem sido palco de intensos combates nos últimos dias, revelou que as tropas que estão a defender a localidade “terão de ser retiradas”, já que “permanecer em posições destruídas não faz sentido”.
Tanto Severodonetsk como Lysychansk foram intensamente atacadas nos últimos dias. De acordo com Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano, o objectivo de Moscovo é "obter o controlo total das regiões de Donetsk e Lugansk". Ao longo da manhã desta sexta-feira mais três cidades ucranianas perto de Lysychansk foram conquistadas.
O ministro da Economia da Alemanha admitiu que algumas indústrias do país podem fechar se não forem encontradas alternativas para o fornecimento de gás ao país, que “é agora um recurso escasso”, disse. Segundo Robert Habeck, o governo está a ponderar expropriar a parte do sistema do gasoduto Nord Stream 2 localizado na Alemanha e separá-la do resto do sistema. Em resposta, a Rússia diz que se tal medida for tomada serão accionados advogados.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
23 de Junho de 2022Ucrânia e Moldova são os novos países candidatos à adesão à UE
“A luta continua em todas as direcções”, descreveu o governador da região de Lugansk, Serhiy Haidai. Nesta região, as forças russas capturaram hoje duas vilas a sul das cidades de Lysychansk e Severodonetsk, um dos focos principais da ofensiva russa.
No outro território separatista, em Donetsk, as forças ucranianas passaram a controlar menos de 50% do território, estando mais de cem cidades e aldeias na zona sem fornecimento de electricidade ou gás, anunciou o chefe da administração militar da região, Pavlo Kirilenko.
O Conselho Europeu aprovou hoje a candidatura da Ucrânia e da Moldova, que agora se juntam aos países dos Balcãs Ocidentais no processo de alargamento da UE. “O futuro da Ucrânia é dentro da União Europeia”, reagiu o Presidente ucraniano.
E a NATO parece estar pronta para aprovar, já na próxima semana, a maior reforma das suas defesas desde a Guerra Fria, incluindo uma grande expansão de uma força de 40 mil militares em alerta para responder a uma possível crise.
Um morador local caminha perto de crateras abertas por um bombardeamento recente, durante o conflito Ucrânia-Rússia em Donetsk, em 23 de Junho de 2022.
Créditos: REUTERS/Alexander Ermochenko
22 de Junho de 2022Rússia perdeu cerca de 55% dos membros da autoproclamada República Popular de Donetsk
O fotojornalista ucraniano Maks Levin, cujo corpo foi encontrado em Abril de 2022, foi “executado a sangue-frio” pelos militares russos depois de ter sido interrogado e torturado, revelou a ONG Repórteres Sem Fronteiras.
No campo diplomático, a Rússia pode cortar totalmente o gás para a Europa, revelou a Agência Internacional de Energia (AIE), enquanto Moscovo anunciou que vai reencaminhar as exportações petrolíferas para o Brasil, Índia, China e África do Sul.
Na frente de combate, as forças militares russas bombardearam a cidade de Mikolaiv, no Sul da Ucrânia, mas, em contrapartida, perderam cerca de 55% dos membros da autoproclamada República Popular de Donetsk, revelou o Ministério da Defesa britânico.
Também na linha da frente, as tropas ucranianas revelaram ter causado “perdas significativas” às forças russas durante os ataques aéreos à ilha das Serpentes, em Odessa, mas não confirmaram a autoria do bombardeamento a uma refinaria de petróleo da região russa de Rostov.
Forças ucranianas na região de Mikolaiv, novamente bombardeada pelos russos esta quarta-feira.
Créditos: REUTERS/Anna Kudriavtseva
21 de Junho de 2022Infra-estruturas da Ucrânia destruídas "entre 20 a 30%"
Os ataques russos destruíram "entre 20 a 30%" da infra-estrutura da Ucrânia desde o início da invasão. O Governo ucraniano revelou que o valor total dos danos supera os 100 mil milhões de euros e que as cidades mais afectadas são Mariupol, Kharkiv, Chernigov, Severodonetsk e Lysychansk, onde cerca de 320 mil pessoas ficaram sem casa”.
A região de Severodonetsk é "agora o epicentro dos combates entre a Ucrânia e o Exército russo", segundo Kiev. As forças russas capturaram a aldeia de Toshkivka, próxima das cidades de Severodonetsk e Lysychansk. Segundo a vice-ministra da Defesa ucraniana, as tropas russas querem controlar toda a região de Lugansk, no Leste, até domingo.
Na Rússia, Vladimir Putin anunciou que o míssil balístico intercontinental Sarmat estará pronto até ao final de 2022 e afirmou que as Forças Armadas russas “não param de melhorar”. O rocket, uma peça-chave no arsenal de Moscovo, é capaz de atingir alvos em toda a Europa e nos Estados Unidos.
No plano diplomático, Volodymyr Zelensky revelou ter falado com o primeiro-ministro português, António Costa, sobre o apoio de Portugal para a concessão à Ucrânia do estatuto de candidato à União Europeia. O debate desta terça-feira no Conselho de Assuntos Gerais da União Europeia revelou um “consenso total” entre os Estados-membros sobre a atribuição do estatuto de país candidato à adesão à UE. A decisão é esperada no final da semana.
Na Crimeia, as tropas ucranianas atingiram plataformas de perfuração de petróleo e gás e feriram, pelo menos três pessoas. Contudo, continuam as buscas para encontrar outros sete trabalhadores, revelou o governador pró-russo.
Incêndio após ataque militar a um complexo Químico de Azot em Sievierodonetsk, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, em Lysychansk, região de Lugansk, Ucrânia, em 17 de junho de 2022.
Créditos: REUTERS/Oleksandr Ratushniak
20 de Junho de 2022Zelensky teme que Rússia intensifique ataques
Em entrevista com o PÚBLICO, em antecipação da reunião do Conselho Europeu, Ursula Von der Leyen defendeu o processo de alargamento do bloco e salientou a importância da integração da Ucrânia, frisando que “é do interesse da UE ter uma democracia estável dentro das suas fronteiras, em vez de um Estado falhado” e dominado por uma autocracia. Mas esse é um cenário que já não se coloca. “Seremos absolutamente intransigentes para que a Ucrânia vença. A Rússia já perdeu a guerra”, afirmou.
Volodymyr Zelensky teme que a Rússia intensifique os ataques antes da discussão sobre a candidatura da Ucrânia à adesão à UE, agendada para os dias 23 e 24 de Junho. O Presidente da Ucrânia revelou que as tropas russas se estão a reagrupar na direcção de Kharkiv, no Nordeste e em Zaporizhzhia, no Sul.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, acusou a Rússia de praticar “um verdadeiro crime de guerra”, com o bloqueio das exportações de cereais ucranianos a contribuir para aumentar a fome mundial. A Hungria propôs uma possível rota para retomar as exportações de grãos ucranianos, uma vez que o bloqueio russo impede que os alimentos sejam exportados a partir do mar Negro.
Na frente de combate, as forças russas permanecem focadas na região do Donbass, revela o Ministério da Defesa britânico num relatório. Acrescenta que, apesar dos sucessivos ataques terrestres e aéreos, a força aérea russa “teve um desempenho inferior”.
As forças separatistas pró-russas alegam ter tomado o controlo da vila de Toshkivka, localidade próxima de Severodonetsk, no Leste da Ucrânia. Segundo o governador de Lugansk, as tropas apoiadas por Moscovo estão a tentar ultrapassar as linhas da vila.
Na Crimeia, as tropas ucranianas atingiram plataformas de perfuração de petróleo e gás e feriram, pelo menos três pessoas. Contudo, continuam as buscas para encontrar outros sete trabalhadores, revelou o governador pró-russo.
Destruição deixada por ataques russos na região de Kiev.
Créditos: ROMAN PILIPEY/EPA
19 de Junho de 2022A guerra na Ucrânia “pode durar anos”, advertiu o secretário-geral da NATO
Numa altura de intensificação de combates na região Leste da Ucrânia, Jens Stoltenberg acredita que a guerra “pode durar anos” e que, para evitar tal desfecho, é necessário enviar armamento de última geração para os soldados ucranianos travarem os pequenos avanços das forças russas.
Os EUA já estão alinhados com esta estratégia e enviaram, este domingo, mais de 1400 sistemas antiaéreos e 6500 sistemas Javelin para Kiev, num pacote de ajuda de emergência no valor de cerca de mil milhões de euros.
Zelensky, por sua vez, afirma que a Ucrânia não vai entregar o “sul do país a ninguém” e que o Mar Negro “será sempre ucraniano e seguro”. O Presidente ucraniano garante: “Os militares estão confiantes e é óbvio que não duvidam da nossa vitória. Não há tantos mísseis na Rússia como a vontade de viver do nosso povo.”
Ainda assim, analistas do Instituto para o Estudo da Guerra garantem que Severodonetsk pode ser tomada nas próximas semanas e que, para tal, a Rússia só tem de “concentrar a maioria das suas tropas disponíveis nesta região”. Kiev continua também a ser bombardeado e, na região de Dnipro, mais um depósito de combustível foi destruído, naquilo que parece vir a ser um comportamento cada vez mais comum por parte das forças russas.
Prédios destruídos após intensos combates em Lysychansk, na região de Lugansk, a cinco quilómetros de Severodonetsk.
Créditos: EPA/OLEKSANDR RATUSHNIAK
18 de Junho de 2022Negociações entre Rússia e Ucrânia podem recomeçar em Agosto
Ainda não há acordo para evacuar fábrica de Azot. O embaixador na Rússia da autoproclamada República Popular de Lugansk, Rodion Miroshnik, acusou Kiev do atraso. A Ucrânia, por outro lado, garante que é a Rússia que está a impossibilitar a evacuação da fábrica. Na fábrica há, actualmente, 568 pessoas abrigadas, incluindo 38 crianças.
Nas últimas 48h, Moscovo fez novas tentativas de avançar a sul da cidade de Izium, no leste ucraniano, avançou o ministério da Defesa do Reino Unido. O objectivo russo é controlar cada vez mais a região de Donetsk e cercar a cidade de Severodonetsk a partir do norte.
Um míssil atingiu a cidade de Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia, avançaram as autoridades ucranianas. Houve pelo menos duas baixas após o ataque.
O chefe da delegação ucraniana nas negociações de paz com a Rússia, David Arajamia, apontou a possibilidade de retomar as conversações no final de Agosto, assim que Kiev conseguir reforçar a sua posição com uma série de contra-ofensivas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
17 de Junho de 2022Putin prevê "nova ordem mundial" no pós-guerra
Em discurso no Fórum Económico de São Petersburgo, o mais agressivo desde o início da guerra, Vladimir Putin falou numa "nova ordem mundial" onde a Rússia será uma "nação poderosa e soberana", terminando a hegemonia ocidental e, em particular, norte-americana. "Pensam que o domínio do Ocidente sobre a política e a economia globais é uma constante, mas nada é eterno."
Também nesta sexta-feira, Boris Johnson visitou Kiev e encontrou-se com Volodymyr Zelensky. O primeiro-ministro aproveitou a viagem para propor uma operação de treino militar que prepare 10 mil soldados ucranianos a cada quatro meses.
No terreno, a Leste, bombardeamentos russos terão atingido infra-estructuras civis e habitações e provocado feridos em Kharkiv e Lysychansk. Na cidade vizinha, Severodonetsk, permanecem 568 pessoas presas na fábrica Azot, incluindo 38 crianças.
A Sul, um ataque das tropas de Moscovo em Mikolaiv terá provocado dois mortos e 20 feridos, entre os quais uma criança. A Ucrânia, por seu lado, diz ter atingido hoje um rebocador naval russo no mar Negro, que transportava soldados, armas e munições para território ocupado pela Rússia.
Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, e Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, em Kiev.
Créditos: Ukrainian Presidential Press Service/Reuters
16 de Junho de 2022Kiev recebeu líderes dos principais países europeus
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esteve esta quinta-feira em reunião com o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi. Os líderes dos países que visitaram Kiev apoiam que seja concedido de imediato à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia, disse Emmanuel Macron.
Os três líderes estão esta quinta-feira em Kiev, onde chegaram, juntos, depois de viajarem num comboio nocturno via Polónia, visitado Irpin, para notar os crimes de guerra da Rússia e de seguida reunir-se com o Presidente ucraniano.
As forças ucranianas disseram esta quinta-feira que mantêm a resistência aos fortes bombardeamentos russos na cidade de Severodonetsk e descreveram novos progressos numa contra-ofensiva no sul da Ucrânia.
Na cidade vizinha de Lisichansk, na região de Lugansk, um ataque aéreo atingiu um edifício que albergava civis, resultando na morte de pelo menos três pessoas e ferindo pelo menos outras sete, de acordo com informações avançadas pelo governador local Serhii Gaidai.
Créditos: VALENTYN OGIRENKO/REUTERS
15 de Junho de 2022Rússia exige rendição dos soldados na fábrica Azot
Moscovo controla perto de 90% do território de Severodonetsk, em Lugansk. O corredor humanitário para a retirada de cerca de 500 pessoas abrigadas na fábrica Azot, acordado para esta quarta-feira, falhou e os civis mantêm-se encurralados sem saneamento, electricidade ou água. "Severodonetsk está prestes a repetir o destino de Mariupol — mas numa escala menor", comparou o antigo conselheiro especial do Exército Europeu dos Estados Unidos, Mark Voyger.
A Rússia exige agora a rendição das forças ucranianas que ainda defendem a fábrica de produtos químicos, e é provável que o Exército de Vladimir Putin insista no controlo total de Severodonetsk até que todos os militares e civis se rendam ou sejam retirados da Azot.
A poucos quilómetros, mas já em Donetsk, as tropas russas continuam a preparar a ofensiva contra Slovyansk. Na região Ocidental do país, o Kremlin alega ter destruído um armazém de munições para armas doadas pelos países da NATO à Ucrânia, em Lviv.
Um homem e o seu filho nos bunkers da fábrica Azot, na cidade de Severodonetsk.
Créditos: REUTERS/Marko Djurica
14 de Junho de 2022Zelensky assegura que Ucrânia não sairá da guerra com perdas territoriais
Para Volodymyr Zelensky, a batalha em Severodonetsk — onde hoje foi destruída a última ponte que ligava a cidade a Lysychansk, dificultando ainda mais a retirada de civis — será recordada como “uma das mais violentas” na Europa.
Os combates na região estão a resultar em elevadas perdas de militares e civis, admite o Presidente, assegurando, ainda assim, que Ucrânia sairá da guerra com todos os seus territórios recuperados, incluindo a Crimeia.
Embora as tropas russas continuem a avançar no Donbass, em Kharkiv, por seu lado, não estão a fazer grandes progressos "pela primeira vez em várias semanas", diz o Ministério da Defesa britânico.
A Ucrânia anunciou que está disposta a desminar pelo menos um dos portos no Mar Negro para retomar as exportações de cereais bloqueadas pela Rússia. Contudo, Kiev afirma que só o fará se a Rússia retirar os seus navios e se for enviada uma missão internacional para a zona.
Apesar de Vladimir Putin ter sido obrigado a limitar os seus objectivos tácticos perante o desenrolar da guerra, é muito provável que este ainda continue a ambicionar conquistar uma grande parte do território da Ucrânia, avisa o Pentágono.
Fonte: Civis a refugiarem-se dos ataques russos na fábrica Azot, na cidade de Severodonetsk
Créditos: REUTERS/Marko Djurica
13 de Junho de 2022Separatistas destroem todas as pontes de Severodonetsk e apertam cerco
Os separatistas pró-Moscovo anunciaram a destruição da última ponte que permitia a saída da cidade de Severodonetsk, deixando isolados civis e militares ucranianos.
A destruição de todas as pontes foi confirmada pelo governador de Lugansk, Serhii Haidai, e impossibilita a organização de corredores humanitários. Segundo Haidai, continuam nos terrenos da fábrica química Azot cerca de 500 civis, dos quais 40 são crianças.
Severodonetsk, o epicentro dos combates na região do Donbass, está a ser alvo de uma forte ofensiva russa, a fazer lembrar o avanço invasor sobre Mariupol. O líder separatista da autoproclamada República Popular de Donetsk, Eduard Basurin, já avisou que as tropas ucranianas devem “render-se ou morrer”, num tipo de discurso que se assemelha ao usado aquando da batalha pela cidade portuária.
A Ucrânia ainda controla uma parte de Severodonetsk, mas a Rússia tem fustigado a área com ataques de artilharia. As forças russas disseram também esta segunda-feira que destruíram uma grande quantidade de armas da Ucrânia no Donbass, incluindo carregamentos enviados pelos aliados ocidentais.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
12 de Junho de 2022Severodonetsk é o último bastião da Ucrânia na região de Lugansk
As tropas russas destruíram uma ponte que liga as cidades de Severodonetsk e Lisichansk, na região de Lugansk, no Leste da Ucrânia. Os intensos ataques russos à região já haviam destruído, em Maio, a ponte Pavlograd que também ligava as duas localidades. Os recentes bombardeamentos russos à fábrica de produtos químicos Azot de Severodonetsk provocaram um grande incêndio e a fuga de toneladas de petróleo — os civis abrigados há meses na fábrica foram obrigados a sair.
Severodonetsk é o último bastião da Ucrânia na região de Lugansk, que se encontra quase totalmente sob domínio russo e de milícias pró-Moscovo.
No Oeste, as forças russas dispararam mísseis de cruzeiro para destruir um grande depósito com armas americanas e europeias na região de Ternopil.
A Ucrânia anunciou o estabelecimento de duas rotas através da Polónia e Roménia para garantir a exportação de cereais e evitar uma crise alimentar global.
Na Rússia, os restaurantes McDonald's voltaram a abrir sob nova gerência e um novo nome: Vkusno & tochka. Os restaurantes estavam parados há meses desde que a empresa dos EUA abandonou o país devido à invasão da Ucrânia. A reabertura dos estabelecimentos é um teste a quão auto-suficiente a economia russa se pode tornar.
REUTERS/ Evgenia Novozhenina
11 de Junho de 2022Zelensky “não queria ouvir” Biden?
As tropas russas em Severodonetsk, na região de Lugansk, não fizeram progressos para o sul da cidade, anunciou o Reino Unido, acrescentando que Moscovo está a utilizar mísseis da era soviética porque enfrenta uma escassez de armamento.
A Rússia entregou os primeiros passaportes aos habitantes de Kherson, cidade no Sul da Ucrânia ocupada pelas tropas do Kremlin.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que Volodymyr Zelensky “não queria ouvir” quando os serviços secretos recolheram informação sobre a invasão russa da Ucrânia. Kiev respondeu: Zelensky pediu sanções preventivas contra a Rússia antes do conflito, mas não foi ouvido.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou Kiev e prometeu uma resposta ao pedido de adesão da Ucrânia ao bloco europeu “na próxima semana”. Enquanto a decisão é avaliada, uma delegação das Nações Unidas chegou à Ucrânia para investigar alegados crimes de guerra levados a cabo pelas tropas russas.
Artilharia ucraniana no Donbass, no Leste da Ucrânia.
Foto: Reuters
10 de Junho de 2022Kiev acredita que Moscovo pode continuar “no ritmo actual” por mais um ano
A inteligência militar de Kiev acredita que a Rússia tem capacidade para manter o conflito durante mais um ano ao ritmo a que se encontra, alertando que a Ucrânia está significativamente em desvantagem nas linhas de frente.
Os bombardeamentos intensos mantêm-se no Leste da Ucrânia. Oficiais russos argumentam que as forças de Moscovo estão a lutar pela "libertação completa" dos Donbas, onde os separatistas apoiados pela Rússia detinham território significativo antes da invasão.
As forças russas conseguiram obter o controlo de áreas residenciais da cidade de Severodonetsk. No entanto, forças ucranianas também afirmam ter recuperado território na cidade, particularmente, no centro.
No Sul, autoridades internacionais alertam que Mariupol está em risco de um grande surto de cólera devido a cadáveres que não estão a ser recolhidos pelos ocupantes russos.
Os ataques da Rússia em Mikolaiv, também no Sul, atingiram um porto de armazenamento de cereais. O bombardeamento acontece numa altura em a Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas alerta que a guerra pode provocar fome a 19 milhões de pessoas devido à redução das exportações de cereais e outros produtos alimentares da Rússia e Ucrânia.
Pessoas passam um edifício residencial fortemente danificado em Mariupol
Foto: REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
9 de Junho de 2022Rússia e Turquia falham acordo sobre exportações de cereais ucranianos
Moscovo revelou que não foi alcançado nenhum acordo com a Turquia sobre a exportação de cereais ucranianos através do mar Negro. A informação surgiu depois de Volodymyr Zelensky ter alertado para a “terrível crise alimentar” que poderá deixar milhões de pessoas a morrer de fome se o bloqueio aos portos continuar.
Na frente militar, as forças russas avançaram para o Sul da cidade de Izium, no Leste da Ucrânia, para garantirem mais opções na região. A Rússia quer recuperar a área para pressionar ainda mais Severodonetsk, revelou o Reino Unido.
A Ucrânia, por outro lado, disse ter recuperado algum território em Kherson, no Sul do país. Segundo Kiev, as forças russas "sofreram perdas de pessoal e equipamentos" e minaram território enquanto foram obrigadas a recuar.
A Rússia condenou à morte os dois britânicos capturados por oficiais pró-russos que lutavam com o exército ucraniano em Mariupol. Aiden Aslin e Shaun Pinner foram acusados de terrorismo num julgamento apelidado de “fachada” baseado em "acusações falsas".
Aiden Aslin e Shaun Pinner (à esquerda).
Foto: SUPREMO TRIBUNAL DO POVO DE DONETSK/REUTERS
8 de Junho de 2022Tropas ucranianas empurradas para a periferia de Severodonetsk
As forças ucranianas recuaram para os arredores de Severodonetsk devido a uma nova ofensiva russa, avançou o governador regional Serhii Gaidai.
Mais de mil militares ucranianos e mercenários estrangeiros que se renderam na Azovstal, em Mariupol, foram transferidos para a Rússia na sequência de uma investigação.
O Ministério da Defesa ucraniano anunciou que a Rússia devolveu à Ucrânia os corpos de 210 combatentes mortos em Mariupol, a maioria soldados que defenderam o complexo siderúrgico de Azovstal.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse esperar que as questões relacionadas com a exportação de grãos dos portos da Ucrânia possam ser resolvidas, desde que Kiev desmine as águas ao seu redor. O Kremlin disse ainda que, para que os grãos russos cheguem aos mercados internacionais, as sanções ao país devem ser levantadas.
A Ucrânia, por sua vez, classificou como "palavras vazias" as garantias de Lavrov de que Moscovo não irá tirar proveito da situação se Kiev permitir que os navios com as exportações de grãos naveguem em segurança pelo Mar Negro.
Azovstal, em Mariupol, Ucrânia.
Créditos: ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS
7 de Junho de 2022Forças russas dominam Lugansk. Rússia e Turquia negoceiam exportação de cereais
A Rússia controla 97% de Lugansk, afirmou o ministro da Defesa da Rússia. Sergei Shoigu afirma que as forças russas tomaram os bairros residenciais de Severodonetsk. O governador de Lugansk, Serhiy Haidai, admitiu que as forças russas controlam os arredores industriais da cidade, mas ainda existe resistência.
Cerca de 600 pessoas estão detidas em "câmaras de tortura" na região de Kherson, diz Kiev. Tamila Tacheva, representante permanente da presidência ucraniana na Crimeia, afirma que os prisioneiros "estão detidos em condições desumanas e são vítimas de tortura" e são "principalmente jornalistas e activistas" que organizaram "comícios pró-ucranianos em Kherson e na sua região".
Novos dados da ONU referem que já morreram 4253 civis (dos quais 67 eram crianças) e 5141 ficaram feridos desde o início da invasão.
A Rússia e a Turquia esperam negociar um mecanismo que permita retomar a exportação de cereais para fazer face à crise alimentar global. Mas a profunda desconfiança de Kiev em relação ao Kremlin deve manter o impasse. A Ucrânia diz precisar de seis meses para retirar todas as minas deixadas perto dos seus portos no mar Negro.
Obras russas, como Guerra e Paz, de Tolstoi, serão retiradas dos programas curriculares das escolas na Ucrânia. O Ministério da Educação anunciou ainda mudanças em várias disciplinas e a introdução de um novo bloco sobre segurança antiminas. O objectivo do Governo é alertar as crianças para o perigo dos engenhos deixados pelas tropas de Moscovo.
Créditos: Dado Ruvic/Reuters
6 de Junho de 2022Ucrânia diz controlar “metade” de Severodonetsk
A Ucrânia assegurou que as suas forças controlam "metade" de Severodonetsk, epicentro de combates intensos na região do Donbass. No domingo, o governador regional afirmou que as tropas russas controlavam cerca de 70% da cidade, mas, nos últimos dias, foram derrotados e obrigados e retirarem-se. Segundo o autarca, as forças russas receberam instruções para capturar a cidade até ao dia 10 de Junho de 2022.
As tropas russas estão a colocar Mariupol, no Sul, em quarentena depois de terem sido registados os primeiros casos de cólera e gastroenterite, anunciou o conselheiro do autarca da cidade, Petro Andryushchenko.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
As tropas russas estão a colocar Mariupol, no Sul, em quarentena depois de terem sido registados os primeiros casos de cólera e gastroenterite, anunciou o conselheiro do autarca da cidade, Petro Andryushchenko.
Vladimir Putin criticou as entregas ocidentais de armas, afirmando que pretendem apenas prolongar a guerra “o máximo possível". Pouco depois, o Governo britânico também anunciou o envio de sistemas lançadores de rockets de longo alcance para a Ucrânia.
Bulgária, Macedónia do Norte e Montenegro fecharam o espaço aéreo ao avião do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov. O Kremlin considerou a medida uma "acção hostil", enquanto Lavrov declarou que se trata de uma situação "sem precedentes".
5 de Junho de 2022Mísseis russos voltam a atingir Kiev, que contra-ataca em Severodonetsk
Se há dois dias as tropas russas controlavam 70% da cidade-chave de Severodonetsk, no Leste do país, agora esta passou a estar “dividida ao meio”, afirmou o governador de Lugansk, Serhiy Gaidai, confirmando a contra-ofensiva ucraniana. Já no sábado, o presidente da câmara local, Olexandre Striouk, tinha dito que os militares ucranianos conseguiram “recolocar-se e construir uma linha de defesa" na cidade e que “estão confiantes”.
Entretanto, na capital Kiev, e depois de algumas semanas de relativa calma, na manhã de domingo voltou a ser alvo dos mísseis russos. Não há, no entanto, vítimas mortais a registar. Moscovo diz ter atingido tanques e outros veículos blindados que tinham sido fornecidos à Ucrânia por países europeus.
Em Mariupol, no Sudeste, a escassez de água potável atingiu um nível crítico. Os habitantes são obrigados a registar-se numa fila de espera para obter água, só o podendo fazer de dois em dois dias, revelou um conselheiro do presidente da Câmara da cidade. Além disso, o lixo e os cadáveres na cidade, que estão enterrados em sepulturas pouco profundas, estão a potenciar o aparecimento de doenças, agravando a situação humanitária.
Na frente política, o Presidente russo Vladimir Putin deixou um novo aviso ao Ocidente: se os Estados Unidos começarem a fornecer à Ucrânia mísseis de longo alcance, a Rússia atacará novos alvos, segundo a agência russa TASS.
Combatentes ucranianos nas suas posições de defesa em Severodonetsk
Créditos: REUTERS/Serhii Nuzhnenko
4 de Junho de 2022Ucrânia diz ter recuperado cerca de 20% de Severodonetsk
As autoridades ucranianas afirmaram que as suas tropas recuperaram cerca de 20% do terreno inicialmente perdido para a Rússia na cidade de Severodonetsk, em Lugansk, palco dos maiores combates dos últimos dias no Leste do país. Mas Moscovo, por seu turno, alega que as tropas ucranianas sofreram perdas pesadas na batalha e que recuaram para uma cidade vizinha
Ainda em Severodonetsk, as tropas russas demoliram pontes para impedir que a Ucrânia envie reforços para esta frente de batalha. E em Donetsk, uma igreja do século XVI foi atingida num bombardeamento, tendo ficado em chamas, segundo a imprensa ucraniana.
No mesmo dia em que o comissário europeu para os Assuntos Económicos negou estar a considerar, por agora, um bloqueio ao gás russo, Kiev anunciou que mais de 1400 ucranianos são acusados de colaborar com Moscovo. O provedor da Educação da Ucrânia, Sergii Gorbachov, nota que "esta é uma questão muito difícil e dolorosa", já que muitos ucranianos poderão estar a ser obrigados a colaborar com os invasores, e destaca que "o mais importante é não colaborar voluntariamente" com a Rússia.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
3 de Junho de 2022Rússia controla mais de 90% do território de Lugansk
No centésimo dia de guerra na Ucrânia, o Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou que os avanços das tropas russas no Leste do país resultaram no controlo de mais de 90% da região de Lugansk. Moscovo deverá completar a tomada do território “nas próximas duas semanas”.
Na frente militar, o governador regional apelou ao envio de mais armas para a defesa de Donetsk, mas garantiu que a ofensiva russa ainda está longe de controlar a região.
A opinião é partilhada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que garantiu que a Ucrânia vencerá o conflito, enquanto o Kremlin destacou o que diz ser o sucesso de alguns dos objectivos da guerra – nomeadamente o domínio de “muitas localidades” permitindo, desta forma, o regresso dos habitantes a uma “vida pacífica”.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, declarou que os países ocidentais precisam de “se preparar para o longo prazo” da invasão e sinalizou que é fundamental que a Aliança continue a apoiar os ucranianos que “estão a pagar um alto preço por defenderem o seu próprio país no campo de batalha”.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
2 de Junho de 2022Tropas russas ocupam cerca de 20% da Ucrânia
Nas últimas semanas de guerra, as tropas russas concentraram-se na região do Donbass, no Leste da Ucrânia, mas o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que a Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano.
No 99.º dia de guerra, as tropas russas assumiram o controlo da maior parte de Severodonetsk, na região de Lugansk. Segundo o chefe da administração militar, cerca de 800 pessoas estão escondidas em abrigos antibomba debaixo da fábrica química Azot.
O autarca de Sloviansk, na província de Donetsk, viu-se obrigado a pedir aos civis para abandonarem a cidade depois de os bombardeamentos russos terem deixado o território sem água e energia.
O Reino Unido e a Suécia juntaram-se aos Estados Unidos e anunciaram o envio de mais armas à Ucrânia. O Governo sueco vai destacar mísseis antinavio, espingardas e armas antitanque, enquanto o Reino Unido vai doar sistemas de rockets de lançamento múltiplo capazes de atingir alvos até 80 quilómetros de distância.
Moscovo garantiu que o envio de armas a Kiev por parte dos Estados Unidos não vai afectar os objectivos militares da Rússia, mas acusou a defesa ucraniana de estar a preparar ataques contra território russo.
Kharkiv, Ucrânia. Reencontro de uma família depois de uma mulher, com um bebé, sair de Kupiansk, ocupada pelos russos. Foto: Ivan Alvarado/Reuters
1 de Junho de 2022Rússia mais perto de controlar Severodonetsk
Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira o envio de sistemas de rockets de médio alcance para a Ucrânia. Em reacção, o Kremlin já avisou que a decisão aumentará o risco de um confronto directo.
Os M142 HIMARS que os EUA vão enviar para a Ucrânia estão equipados com seis foguetões teleguiados. LOCKHEED MARTIN
Em Severodonetsk, na região de Lugansk, os combates continuam e as tropas russas avançam no território, enquanto preparam já a tomada da vizinha Lysychansk. Até ao momento já terão conquistado 70% da cidade, quase totalmente destruída. Todos os dias morrem entre 60 e 100 soldados ucranianos em combate no Donbass, diz Zelensky.
Na região de Donetsk, os bombardeamentos contra Sloviansk mantêm-se, assim como a disputa por Kramatorsk. Mais a Sul, em Kherson, os contra-ataques ucranianos estão a ter maior sucesso, já que o Kremlin está focado nas ofensivas a Leste.
Neste Dia da Criança, o parlamento ucraniano avançou que pelo menos 243 crianças foram mortas, vítimas da guerra, e outras 446 ficaram feridas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
29 de Maio de 2022Combates escalam em Lugansk e Donetsk
A situação no Donbass está “indescritivelmente difícil”, classificou Volodymyr Zelenky após a visita que fez este domingo à cidade de Kharkiv, onde prestou apoio a alguns soldados ucranianos da linha da frente de combate. Foi a primeira vez que o Presidente ucraniano saiu de Kiev.
Na região de Lugansk, onde as forças ucranianas controlam actualmente apenas 5% do território, Severodonetsk continua a sofrer bombardeamentos constantes, o que está a dificultar a retirada dos 15 mil civis que ainda lá estão. Todas as infra-estruturas essenciais desta cidade estão agora danificadas, denunciou Zelensky.
Ainda nesta zona, as tropas ucranianas conseguiram reconquistar a cidade de Toshkivka.
Já na região de Donetsk, ataques russos mataram uma rapariga e feriram outras quatro na cidade de Lysychansk e as tropas russas estão mais perto de conquistar Kramatorsk, um importante nó ferroviário.
Ainda não foi desta que a União Europeia chegou a acordo quanto ao embargo ao petróleo russo, pelo que as conversações continuarão hoje. Tal está a pôr em causa a união da Europa, avisa o ministro alemão da Economia, Robert Habeck: está a “começar a desmoronar-se”.
Edifício destruído por um bombardeamento russo na aldeia de Zaytseve, na região de Donetsk
28 de Maio de 2022Forças ucranianas repeliram ofensiva russa em Severodonetsk, no Donbass
As forças ucranianas anunciaram ter repelido uma ofensiva russa em Severodonetsk, no Donbass, obrigando as tropas inimigas a recuar no terreno. O Presidente ucraniano, reconhecendo que a situação é muito sensível, garantiu que a área não será perdida para os russos: “Se os ocupantes pensam que Lyman ou Sievierodonetsk será deles, estão enganados. O Donbass será ucraniano”.
No mesmo dia que entrou no porto de Mariupol o primeiro navio desde que a cidade caiu sob domínio russo, Putin conversou por telefone com os líderes de França e da Alemanha. O Presidente russo mostrou-se disponível para garantir outras formas de a Ucrânia retomar os carregamentos de grão.
O ministério da Defesa russo anunciou este sábado que testou com sucesso o míssil de cruzeiro hipersónico Zircon, que Putin diz ser “invencível”. O alvo terá sido “visado com sucesso”, acrescentou Moscovo.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
27 de Maio de 2022Ucrânia admite superioridade russa no leste do país
Kiev admitiu a superioridade russa no leste ucraniano, após as forças inimigas terem assumido o controlo total e hasteado a bandeira russa no edifício governamental de Lyman, em Donetsk.
O autarca de Lugansk avançou que a Ucrânia controla unicamente 5% da região. Em Severodonetsk, a única localidade ainda sob controlo ucraniano, pelo menos 1500 pessoas foram mortas. No centro do país, em Dnipro, pelo menos dez pessoas perderam a vida.
O Presidente da Ucrânia acusou a Rússia de estar a cometer um “genocídio” no Donbass e o seu conselheiro presidencial alertou que a Terceira Guerra Mundial pode começar se Moscovo vencer a ofensiva no país.
O Kremlin culpabilizou a Ucrânia pelo impasse nas negociações de paz, tendo o país invadido admitido que não está desejoso de conversar com Putin. No entanto, Kiev admitiu que será necessária uma reunião para terminar com a guerra.
26 de Maio de 2022Combates entre Rússia e Ucrânia no Leste atingem “intensidade máxima”
Depois de assumirem o controlo total de Mariupol, as tropas russas instalaram 12 ecrãs de televisão e destacaram três carrinhas que circulam pelas ruas da cidade para espalhar propaganda russa.
Na frente militar, os combates entre as forças ucranianas e as tropas russas no Leste do país atingiram a "intensidade máxima" numa altura em que cerca de oito mil prisioneiros de guerra ucranianos estão detidos nas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk.
A polícia de Lysychansk, em Lugansk, está a enterrar os corpos de cerca de 150 civis em valas comuns. Segundo o autarca regional, as autoridades os familiares das vítimas poderão fazer um novo funeral quando a guerra terminar.
Na região do Donbass, as forças russas atacaram mais de 40 cidades e destruíram 47 infra-estruturas civis. Cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas, revelaram as Forças Armadas ucranianas.
Moscovo disparou mais mísseis durante a guerra da Ucrânia do que qualquer outro país em conflito desde a Segunda Guerra Mundial. Ainda assim, as unidades de elite russa têm sofrido perdas significativas e fracassos militares.
Membros das tropas pró-Rússia são vistos numa antiga posição de combate das forças armadas ucranianas nos arredores de Svitlodarsk, na região de Donetsk.
REUTERS/Pavel Klimov
25 de Maio de 2022Em 91 dias, 4000 civis mortos na Ucrânia
A Rússia está a "destruir tudo" no Donbass, acusou Volodymyr Zelensky. A devastação das cidades de Liman, Popasna, Severodonetsk, Bakhmut ou Slaviansk assemelha-se agora à de Mariupol, comparou o governador de Lugansk. Severodonetsk, em particular, está a ser bombardeada e destruída "24 horas por dia". Desde o início da guerra, há 91 dias, já morreram perto de 4000 civis na Ucrânia, confirmou a ONU.
Moscovo diz estar disponível para abrir um corredor humanitário que permita a saída de navios de transporte de alimentos a partir de Mariupol. Ainda não houve uma reacção de Kiev sobre a segurança deste corredor.
Matthias Maurer, um astronauta alemão, regressou à Terra a 6 de Maio de 2022, depois de uma missão de 177 dias na Estação Espacial Internacional. Acompanhou, do espaço, o desenrolar da guerra na Ucrânia, visível a olho nu. "O que é visto de cima parece cem vezes mais irracional do que visto da Terra."
Metro de Kharkiv vai voltar a funcionar e deixa de ser abrigo para milhares de civis
24 de Maio de 2022Ucrânia diz que a ofensiva russa ao Donbass é “a maior em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial”
A Rússia está na sua fase ofensiva mais activa desde que começou a guerra, alertou o Ministério da Defesa ucraniano. As tropas russas assumiram o controlo de três cidades na região de Donetsk e estão, segundo autoridades locais, perto de conquistar a cidade de Lyman.
Em Severodonetsk, um dos principais palcos de guerra actualmente, é tarde de mais para se retirar os cerca de 15 mil civis que ainda permanecem na cidade sitiada, que está sob bombardeamentos constantes, informou o governador da região.
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, a ofensiva russa ao Donbass é “a maior em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial”. Pelo menos 14 civis morreram e 15 outros ficaram feridos na sequência de ataques russos esta terça-feira nas regiões de Lugansk e Donetsk, segundo os militares ucranianos.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
As sequelas dos ataques russos em Mariupol continuam a ser reveladas: foram encontrados 200 corpos em estado de decomposição num edifício residencial.
Uma sondagem revelou que mais de 80% dos ucranianos se opõem à cedência de territórios em troca de um acordo de paz com a Rússia.
23 de Maio de 2022Kiev investiga 13 mil alegados crimes de guerra
Em todo o mundo, e depois de três meses de guerra no Leste europeu, existem 100 milhões de pessoas que foram forçadas a fugir das suas casas por causa de conflitos armados. Número de refugiados ucranianos ultrapassa os 6,5 milhões.
No Leste da Ucrânia morrem até 100 soldados ucranianos todos os dias, à medida que os combates se tornam mais sangrentos, diz Zelensky. As forças russas já estarão nos arredores de Severodonetsk, cidade no Donbass que tentam dominar há semanas.
O Presidente ucraniano avançou ainda que 87 pessoas foram mortas num ataque aéreo na região de Chernihiv, no Norte da Ucrânia. Kiev está a investigar 13 mil alegados crimes de guerra, garantiu a procuradora-geral do país no mesmo dia em que Vadim, o primeiro soldado russo a ser julgado por crimes de guerra, foi condenado a prisão perpétua.
Destruição do complexo da fábrica Azovstal, em Mariupol, a 22 de Maio de 2022
REUTERS/Pavel Klimov
22 de Maio de 2022Zelensky prolonga lei marcial até Agosto
O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, prolongou o estado de lei marcial no país até 22 de Agosto de 2022, ao passo que o Parlamento de Kiev aprovou uma lei que proíbe os símbolos "Z" e "V, habitualmente utilizados em gestos de apoio à invasão russa. Os símbolos continuam a ser permitidos em museus ou livros escolares, mas são proibidos em ONG que divulguem propaganda russa e ameacem a integridade territorial da Ucrânia.
Também este domingo, durante um discurso no Parlamento ucraniano, o Presidente da Polónia, Andrzej Duda, destacou que apenas a Ucrânia tem o direito de decidir o seu futuro, aludindo ao comentário de Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro italiano, que sugeriu que o país deveria ceder às exigências de Putin.
Na frente militar, Moscovo intensificou a ofensiva no Donbass, com as tropas a avançar na frente de Lugansk. A cidade de Severodonetsk é uma das prioridades da Rússia, que ainda não conseguiu invadir aquela parcela de território, apesar de ter atacado em quatro frentes.
Em Donetsk, as tropas russas destruíram 58 infra-estruturas civis e provocaram vários mortos, cujo número exacto ainda está por contabilizar. Na região de Zaporizhzhia, um bombardeamento deixou o autarca nomeado pelo Kremlin gravemente ferido.
Depois da tomada de controlo russo, Mariupol poderá agora enfrentar uma crise sanitária provocada pelo enterro de cadáveres em valas pouco profundas e colapso do sistema de esgotos.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
21 de Maio de 2022Costa deixa promessa de 250 milhões de euros em Kiev
O primeiro-ministro português, António Costa, esteve este sábado em Kiev, numa visita marcada pela assinatura de um acordo para uma ajuda financeira de 250 milhões de euros à Ucrânia: 100 para este ano e 150 nos próximos três. Costa sinalizou a disponibilidade de Portugal para apoiar a Ucrânia na reconstrução de uma região ou "patrocinar a reconstrução de escolas e jardins-de-infância".
Da visita de Costa a Kiev saiu ainda o convite de Volodymyr Zelensky ao Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, para uma deslocação à Ucrânia. A data da visita ainda vai ter de ser discutida, mas Marcelo já se disponibilizou para viajar até Kiev.
Zelensky realçou a “importante” visita de António Costa e acrescentou que a deslocação clarificou o apoio de Portugal em relação à integração da Ucrânia na UE.
Entretanto, a empresa russa Gazprom suspendeu as exportações de gás à Finlândia, que se negou a pagar à Rússia em rublos. Já a Alemanha e a Itália autorizaram algumas empresas a abrir contas na moeda russa para pagar o gás a Moscovo.
Na frente de guerra, a Rússia assumiu controlo total da cidade de Mariupol 86 dias depois do início da invasão à Ucrânia.
A Ucrânia, por seu turno, denunciou a deportação forçada para a Rússia de 1.377.925 civis, entre as quais, 232.480 crianças. Os civis estão a ser forçados a entrar nos autocarros com destino ao “campo de filtragem” de Bezimenne, em Novoazovsk, e depois para a Rússia.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
20 de Maio de 2022Batalhão Azov anuncia rendição em Mariupol
Os últimos soldados ucranianos entrincheirados na fábrica siderúrgica Azovstal, em Mariupol, receberam ordens de Kiev para "deixar de defender a cidade".
Vadim Shishimarin, o soldado russo que se declarou culpado por ter disparado contra um civil ucraniano desarmado disse que aceitará qualquer condenação do tribunal. Já o advogado voltou a reforçar que o militar não era culpado, uma vez que matou o civil porque recebeu ordem para o fazer.
Os bombardeamentos russos na região de Lugansk mataram pelo menos 16 civis, três dos quais numa escola em Severodonetsk, que servia de abrigo a mais de 200 pessoas, incluindo crianças.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
A Rússia vai interromper as exportações de gás para a Finlândia a partir de sábado. Em comunicado, a empresa de gás estatal finlandesa Gasum explica que se recusou a pagar à Gazprom em rublos, contrariando a exigência de Moscovo.
Moscovo vai abrir 12 bases militares no oeste da Rússia devido ao "aumento da tensão" após a decisão da Suécia e da Finlândia de adesão à NATO. O Kremlin sublinhou ainda que as tropas receberão mais de duas mil armas e equipamentos militares modernos.
19 de Maio de 2022Rússia anuncia mais rendições na Azovstal
Já se renderam 1730 militares na Azovstal desde o início da semana, de acordo com as contas do Ministério da Defesa russo. Pelo menos 771 soldados renderam-se nas últimas 24 horas – e há registo de 80 feridos.
Do lado ucraniano, Kiev considera “impossíveis” negociações de paz com a Rússia neste momento, afirma um dos assessores da presidência ucraniana, Mikailo Podoliak. Acrescentou ainda que Moscovo não está consciente das consequências da guerra: “A Rússia ainda não percebeu que é um país pária.”
Esta quinta-feira, o Senado norte-americano aprovou um novo pacote de ajuda militar, económica e humanitária à Ucrânia de quase 40 mil milhões de dólares — a maior quantia entregue, até à data, a Kiev. A ajuda foi aprovada com 86 votos a favor e 11 votos contra — todos de senadores republicanos. Também os países do G7 concordaram apoiar a Ucrânia com 18,4 mil milhões de dólares.
18 de Maio de 2022Já se renderam quase mil soldados ucranianos que defendiam Azovstal
Moscovo disse esta quarta-feira que 694 soldados ucranianos que defendiam Azovstal se renderam nas últimas 24 horas. O total de ucranianos retirados da siderurgia subiu assim para 959 desde segunda-feira, perante um cenário de incerteza que paira à volta do seu destino.
Segundo o líder separatista de Donetsk, Deni Pushilin, os principais comandantes ucranianos ainda estão no interior da fábrica e não se renderam.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Por enquanto, Moscovo continua a a avançar com a sua ofensiva na região do Donbass – da qual Mariupol é o principal porto – tentando capturar mais territórios no sudeste da Ucrânia.
Paralelamente às negociações da rendição do último reduto ucraniano em Mariupol, a Finlândia e a Suécia solicitaram formalmente a sua adesão à NATO. “Um momento histórico que devemos aproveitar”, declarou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg.
17 de Maio de 2022Futuro incerto para os militares resgatados da Azovstal
A Ucrânia cedeu o controlo da fábrica Azovstal, em Mariupol, e começou a retirada dos soldados. Foram retirados 264 militares da siderúrgica, mas as operações continuam.
Os combatentes foram levados para território controlado pela Rússia, e o futuro é agora incerto – o vice-ministro da Defesa ucraniano disse que os soldados seriam trocados por prisioneiros de guerra russos, mas a câmara baixa do Parlamento da Rússia está a estudar a possibilidade de proibir a troca.
No resto do país, os ataques continuam. Sumi, no nordeste da Ucrânia, foi alvo de ataques durante a madrugada.
Mais a noroeste, a aldeia de Desna, em Chernihiv, ofensivas russas mataram pelo menos oito pessoas e feriram 12. Lviv, perto da fronteira polaca, também foi visada por bombardeamentos da Rússia.
Nas regiões de Lugansk e Donetsk, mais de 400 militares russos terão morrido ou ficado feridos quando tentavam atravessar o Rio Donets. As baixas, a que se junta a perda de veículos blindados, deveram-se a um ataque surpresa de artilharia ucraniana.
16 de Maio de 2022Ofensiva russa "parada" no Donbass
As tropas ucranianas que defendem a cidade de Kharkiv conseguiram que as tropas inimigas recuassem até à fronteira com a Rússia, segundo o governador da região.
No outro lado, na fronteira com a Ucrânia, a Bielorrússia reforçou a sua presença militar, tendo também anunciado o fornecimento de mais equipamento.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Apesar de o exército russo estar a prosseguir com a sua ofensiva no leste do país em direcção a Donetsk, como afirmam as autoridades ucranianas, o secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg considera que a ofensiva russa no Donbass está “parada” e que a Ucrânia pode mesmo ganhar a guerra.
Em Mariupol, a Rússia disse que foi acordado um cessar-fogo e que estavam a ser retirados soldados feridos de Azovstal.
A Suécia anunciou hoje oficialmente o seu pedido de adesão à NATO. O Presidente turco continua a recusar-se a aceitar as candidaturas quer da Suécia, quer da Finlândia à aliança. E Vladimir Putin reagiu afirmando que caso se venha a verificar uma expansão das infra-estruturas militares nestes dois países, Moscovo não poupará na resposta.
15 de Maio de 2022Mísseis russos atingiram instalação militar em Lviv
Vários mísseis atingiram, neste domingo, uma instalação militar em Lviv, no Ocidente da Ucrânia. “Quatro mísseis inimigos atingiram uma das infra-estructuras militares da região de Lviv. O objeto ficou completamente destruído. Segundo informações preliminares, não há vítimas. Ninguém procurou ajuda médica”, avançou o governador da região, Maxim Kozitski. De acordo com o Comando Aéreo Regional da Força Aérea da Ucrânia, os mísseis terão sido disparados a partir do Mar Negro.
A Leste, continuam os combates violentos na luta pelo Donbass, em Lugansk e Donetsk. Sem novos desenvolvimentos, Mariupol, a Sul, permanecem dezenas de soldados feridos na fábrica Azovstal, ainda debaixo de fogo.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
14 de Maio de 2022Combates concentrados no Leste do país
As forças russas tentaram fazer um movimento de pinça em torno da cidade, de Izium mas falharam. Os russos bombardearam durante a noite as cidades de Chuhuiv, Derhachi e Lozova, na região de Kharkiv.
Em Mariupol continuam as conversações para retirar 60 feridos graves da fábrica Azovstal
13 de Maio de 2022Moscovo corta electricidade à Finlândia
Moscovo anunciou que vai suspender o fornecimento de electricidade à Finlândia a partir do próximo sábado. A decisão surge após o governo finlandês revelar a intenção de se candidatar à NATO, assim como a Suécia. A Turquia manifestou dúvidas acerca da adesão dos dois países.
O primeiro julgamento de crimes de guerra cometidos desde o início da invasão foi adiado para dia 18 de Maio de 2022. O acontecimento que ia levar Vadim Shishimarin – acusado de matar um civil de 62 anos – à justiça estava marcado para esta sexta-feira.
O Presidente ucraniano divulgou que desde o início do conflito as tropas russas já destruíram 570 unidades de saúde e 101 hospitais. Na noite, voltaram a ser atacadas escolas na região de Chernigov, acrescentou.
Entre as ruínas, o hospital de Chernihiv continua a trabalhar
Kiev revelou também que a evacuação da Azovstal irá acontecer em etapas, priorizando os soldados gravemente feridos.
O ministro da Defesa ucraniano disse que a guerra contra a Rússia não tem um fim rápido à vista, considerando que as armas fornecidas pelos ocidentais demorarão a virar o conflito a favor da Ucrânia. “Estamos a entrar numa nova fase da guerra, de longo prazo”, sublinhou Oleksii Reznikov através da rede social Facebook.
"Estamos a testemunhar um momento de viragem estratégico a favor da Ucrânia. Este processo vai levar algum tempo”, apontou.
12 de Maio de 2022Finlândia anuncia candidatura à NATO
A Finlândia anunciou a intenção de prosseguir com a candidatura à NATO “sem demoras”, o que representa o fim da neutralidade do país. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que o processo de adesão será “ágil e tranquilo”.
Moscovo considera que a decisão representa “definitivamente” uma ameaça para a Rússia. Argumentou que a expansão da Aliança Atlântica não vai aumentar a estabilidade e a segurança na Europa e no resto do mundo.
O ex-Presidente russo Dimitri Medvedev alertou que um possível conflito entre Moscovo e a NATO poderia levar a uma “guerra nuclear em larga escala”. Medvedev criticou ainda o “cinismo do Ocidente”, que tenta convencer o mundo de que “a Rússia é um perigo”, ao mesmo tempo que “já tem um conflito nuclear na sua agenda”.
Em jeito de retaliação, Moscovo está a planear cortar o fornecimento de gás à Finlândia no dia 14.
Nos terrenos de batalha, a ONU revelou que foram recuperados pelo menos um milhar de corpos no norte de Kiev, durante as últimas semanas. Sem revelar um número exacto, a organização afirmou ainda que o total de civis mortos na cidade de Mariupol atingiu os milhares.
Em Mariupol, na fábrica de siderurgia Azovstal, continuam os sucessivos ataques aéreos da ofensiva militar russa. Kiev propôs a Moscovo a troca dos militares feridos por prisioneiros de guerra russos, mas a autarquia da cidade informou que os corredores humanitários falharam.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU vai investigar os abusos cometidos pelas tropas russas nas regiões de Kiev, Cherniguiv, Kharkiv e Sumi. A resolução, foi aprovada por 33 votos a favor, dois contra e 12 abstenções.
As autoridades ucranianas detiveram 88 grupos e 750 pessoas envolvidas em actividades de sabotagem, 72 das quais declaradas suspeitas.
11 de Maio de 2022Uma centena de hospitais “completamente destruídos” desde o início da guerra
A Rússia está a intensificar bombardeamentos contra Odessa, com a intenção de controlar o principal porto ucraniano na costa do mar Negro. Ainda a Sul, em Mariupol continuam as ofensivas russas contra a Azovstal, onde ainda resistem soldados ucranianos. Embora a informação não esteja confirmada, o Governador de Donetsk garante que no interior da fábrica permanecem, afinal, perto de cem civis.
Já na zona Leste, as tropas ucranianas conseguiram recuperar vilas nos arredores de Kharkiv e afastar unidades militares ocupantes. Apesar da celebração das reconquistas, as batalhas perto da fronteira russa parecem estar num impasse e mantêm-se violentas, com recurso a artilharia pesada e tanques de guerra.
Desde o início da invasão, e de acordo com o Governo ucraniano, as tropas de Putin já destruíram “completamente” 101 hospitais, sem possibilidade de recuperação, e danificaram ou roubaram cerca de 200 ambulâncias em todo o país.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
10 de Maio de 2022Forças ucranianas recuperam territórios perto de Kharkiv
A Ucrânia disse esta terça-feira que recapturou vilas à tropas russas a norte e nordeste da cidade de Kharkiv. A recuperação das povoações de Cherkaski Tishki, Ruski Tishki, Borshchova e Slobozhanske aconteceram nos últimos dias, segundo Tetiana Apatchenko, porta-voz das forças ucranianas na região.
O Ministério da Defesa Ucraniano confirmou que as forças ucranianas estão a conseguir expulsar as forças ucranianas dos arredores de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, que tem estado sob constantes bombardeamentos desde o início da guerra.
A recuperação de territórios nas proximidades da cidade assinala uma nova fase do conflito e aproxima as tropas ucranianas da retaguarda russa, colocando em risco as linhas de abastecimento que sustentam as ofensivas da Rússia nos territórios mais a sul.
Apesar das contra-ofensivas ucranianas, os russos continuam a pressionar noutras zonas do país. Perto de 350 quilómetros a sudeste de Kharkiv, o governador de Lugansk disse que a região foi atacada mais de 20 vezes nas últimas 24 horas. No sul do país, Odessa voltou a ser atacada com mísseis, e em Mariupol os russos continuam a atacar a fábrica Azovstal, o último reduto ucraniano na cidade portuária.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
9 de Maio de 2022No "Dia da Vitória", mísseis obrigam Charles Michel a procurar abrigo
Esta segunda-feira celebrou-se o “Dia da Vitória” da URSS sob o regime nazi durante a II Guerra Mundial. Em Moscovo, Vladimir Putin discursou e afirmou que a invasão da Ucrânia foi “necessária” e “oportuna”, acusando a NATO de planear a “invasão” dos “territórios históricos” russos. Durante o discurso, hackers alteraram nomes de canais e programas da televisão russa e apresentaram mensagens de apoio a Kiev.
Ao longo do dia, Odessa foi novamente bombardeada. Os quatro mísseis que caíram na cidade levaram a que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, interrompesse a sua visita não anunciada e procurasse abrigo.
Na região de Lugansk, onde se registou um bombardeamento a uma escola, morreram 60 civis, confirmou o Presidente Volodymyr Zelensky. Até ao momento, 3381 civis perderam a vida devido ao conflito, dos quais 235 eram crianças.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
8 de Maio de 2022Bombardeamento a escola em Lugansk pode ter causado mais de 60 mortos
As autoridades locais de Lugansk receiam que um bombardeamento russo a uma escola em Bilohorivka tenha causado mais de 60 mortes. Já foram encontradas duas pessoas mortas e ainda estão pelo menos 60 sob escombros depois de o edifício ter ficado destruído.
Os ataques no leste da Ucrânia continuam. Nas regiões de Donetsk, Lugansk e Kharkiv foram destruídos no total seis depósitos de armazenamento de armas, uma refinaria de petróleo e uma estação ferroviária que tinha equipamento militar fornecido pelos Estados Unidos e aliados, segundo o Ministério da Defesa russo. A cidade de Popasna passou a estar sob controlo russo, anunciaram as autoridades locais.
No território separatista da Transnístria, na Moldova, as forças russas estão “em plena preparação” para o combate, alertou o Estado-Maior General da Ucrânia.
Vários líderes fizeram hoje uma visita surpresa à Ucrânia, nomeadamente a presidente do parlamento alemão, Baerbel Bas, o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau. Também Jill Biden, primeira-dama dos Estados Unidos, viajou para o país e encontrou-se com a sua homóloga ucraniana.
7 de Maio de 2022Mulheres, crianças e idosos retirados de Azovstal
Foi concluída este sábado a operação humanitária de retirada de civis da fábrica Azovstal, em Mariupol, com o resgate de todas as mulheres, crianças e idosos. O anúncio foi feito pela vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk.
Na frente de combate, continuam os bombardeamentos russos. Segundo as forças ucranianas, a região de Donetsk continua a ser alvo de ataques das tropas invasoras, que continuam também a bombardear cidades, vilas e aldeias perto de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
De acordo com o comando militar da Rússia, os ataques na região de Kharkiv permitiram destruir um importante arsenal de armas provenientes dos Estados Unidos e da União Europeia, tendo ainda causado 280 baixas no exército ucraniano.
Este sábado as forças ucranianas deram ainda conta de um ataque contra Odessa. Segundo a porta-voz do comando militar do sul da Ucrânia, seis mísseis atingiram a cidade portuária: quatro danificaram uma fábrica de mobiliário, numa zona residencial, e outros dois causaram estragos a uma pista de aterragem que já teria sido alvejada anteriormente.
Explosões em Odessa
Fonte: Reuters/INSTAGRAM @pigra_will_tell
6 de Maio de 2022Putin pediu desculpa a Israel pelos comentários de Lavrov sobre Hitler ter “sangue judeu”
Volodymyr Zelensky afirmou que nem todas as pontes diplomáticas com os russos estão quebradas, mas que não aceita governar uma “mini-Ucrânia”, não permitindo que a população da Ucrânia seja reduzida em 11 milhões ao perder território. Exige, assim, que a Rússia abandone todo o território conquistado durante a invasão.
Pela primeira vez desde o início da guerra, um alto responsável parlamentar russo afirmou que a Rússia vai permanecer “para sempre” no sul da Ucrânia. “Vamos viver juntos, desenvolver esta região rica, rica no seu património histórico, do seu povo que aqui vive”, assegurou Andrei Turchak durante uma visita a Kherson.
Metade do território ucraniano, que tem uma área total de 603 mil quilómetros quadrados, está contaminada por minas e projécteis por explodir, avisou o primeiro-ministro, Denis Shmigal.
Em Mariupol, onde as tropas russas acordaram um cessar-fogo de três dias, a contar desde quarta-feira, pelo menos 48 civis foram hoje retirados da fábrica Azovstal. A situação na cidade, porém, levou Zelensky a afirmar que é “um exemplo de tortura e fome usada como arma de guerra" por Moscovo.
No mar Negro, a fragata russa Almirante Makarov incendiou-se na sequência de um ataque com um míssil lançado pelo exército da Ucrânia na quinta-feira, segundo as agências ucranianas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
5 de Maio de 2022Putin pediu desculpa a Israel pelos comentários de Lavrov sobre Hitler ter “sangue judeu”
Vladimir Putin, pediu desculpa ao primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, pelos comentários do ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, que sugeriu que Adolf Hitler teria ascendência judaica. Bennett aceitou o pedido de desculpas e agradeceu a Putin por clarificar a sua posição quanto à declaração.
Mais 334 pessoas foram retiradas de Mariupol, no mesmo dia em que Moscovo anunciou o início do cessar-fogo de três dias na fábrica de siderurgia de Azovstal. As negociações para a retirada dos civis do complexo continuam, mas a Rússia garante que corredores humanitários já estão a funcionar.
As tropas russas alegaram ter matado 600 combatentes ucranianos e destruído 61 unidades de equipamento militar. O ministério da Defesa acrescentou que os mísseis destruíram equipamentos de aviação no aeródromo de Kanatovo, na região central de Kirovohrad, e um depósito de munições na cidade de Mikolaiv.
A Ucrânia recuperou o controlo de diversas áreas perto de Mikolaiv e Kherson. Em Lugansk, pelo menos cinco pessoas morreram na sequência de um bombardeamento russo.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, defendeu a invasão russa da Ucrânia, dizendo que Kiev estava “a provocar a Rússia”, mas manifestou-se contra a utilização de armas nucleares no país.
Moscovo realizou um exercício militar onde simulou o disparo de mísseis com capacidade nuclear em Kaliningrado, cidade entre a Polónia e a Lituânia. O exército realizou ataques contra alvos que simulavam zonas de lançamento de mísseis e infra-estruturas.
Os serviços secretos dos Estados Unidos transmitiram informações aos militares ucranianos que permitiram a Kiev executar generais russos, escreve o jornal New York Times.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou que a aliança vai aumentar a presença nas fronteiras da Suécia e no mar Báltico durante o eventual período de adesão do país à NATO. A Suécia e a Finlândia têm de decidir sobre uma a candidatura este mês.
Imagens aéreas mostram bombardeamentos em Azovstal. As imagens, divulgadas no dia 4 de Abril de 2022, não foram verificadas por um organismo independente e mostram chamas e fumo na fábrica de Mariupol. Centenas de soldados ucranianos estão escondidos nos bunkers subterrâneos, muitos estão feridos, tal como alguns civis.
4 de Maio de 2022Forças russas entram na Azovstal
Volodymyr Zelensky diz que não pode aceitar nenhum acordo com Moscovo enquanto as tropas russas permanecerem em território ucraniano. Só o fará quando “o Presidente russo assinar ou fizer uma declaração oficial”, garantiu num encontro do Conselho de CEO do The Wall Street Journal.
Em Mariupol, as forças russas conseguiram entrar na fábrica Azovstal, avançou um deputado ucraniano, David Arakhamia. Segundo as autoridades locais, os ataques contínuos à siderúrgica levaram inclusive à perda de contacto com os combatentes ucranianos que estão no seu interior, onde estão também ainda vários civis, entre os quais 30 crianças. Ainda assim, mantêm-se os esforços de retirada das pessoas, garantiu, por sua vez, o Presidente ucraniano. De “todos os que ali estão”, sublinhou: “civis e militares”.
O foco principal das tropas russas continua a ser o leste da Ucrânia, para onde foram hoje mobilizados 22 grupos tácticos, revelou a inteligência britânica, acrescentando que tudo indica que a Rússia ambiciona ir além de Izium e capturar as cidades de Kramatorsk e Severodonetsk. Só nesta terça-feira, a Rússia terá realizado quase 50 ataques aéreos no leste do país, denunciou também o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano.
Na Moldova, onde têm ocorrido "provocações" de separatistas pró-Rússia, estão a ser elaborados planos de contingência para o caso de a guerra avançar para os seus lados, avisou a Presidente Maia Sandu.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
3 de Maio de 2022Retirados mais 100 civis de Azovstal
A Cruz Vermelha Internacional conseguiu retirar mais 100 civis da fábrica de siderurgia Azvostal, em Mariupol. O complexo é a última bolha de resistência ucraniana na cidade.
Pelo menos dez pessoas morreram e quinze ficaram feridas num ataque russo a uma fábrica na cidade de Avdiivka, na região de Donetsk. Em Vuhledar, também em Donetsk, três civis morreram durante um bombardeamento.
O Papa Francisco solicitou uma reunião em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, com o objectivo de apelar ao fim da guerra na Ucrânia, mas não recebeu resposta. “Putin não pára” a brutalidade, lamentou.
Moscovo acusou Israel de apoiar neonazis na Ucrânia, aumentando a tensão que teve origem nas declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov que sugeriu que Hitler tinha “sangue judeu”.
Durante a conversa telefónica com Putin, o Presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou o pedido de cessar-fogo em Mariupol para permitir a retirada dos civis e propôs uma solução entre Moscovo e Kiev que permita a soberania e integridade territorial da Ucrânia.
O Ministério da Defesa russo revelou que quase 1,1 milhões de cidadãos ucranianos, incluindo cerca de 200 mil crianças, foram retirados das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, e acolhidos na Rússia. Kiev garante que foram deportações forçadas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
2 de Maio de 2022Lavrov diz que guerra na Ucrânia não termina a 9 de Maio
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, negou que o país pretenda pôr fim à guerra na Ucrânia no dia 9 de Maio de 2022, data em que a Rússia celebra o Dia da Vitória, a rendição nazi aos Aliados em 1945.
Cerca de 200 civis e vários militares ucranianos continuam encurralados na fábrica Azovstal, em Mariupol, com acessos tapados por escombros. No domingo a Cruz Vermelha retirou cerca de 100 civis (maioritariamente mulheres e crianças) do complexo, mas esta segunda-feira ninguém saiu ao longo do dia.
Um ataque russo com mísseis atingiu a cidade portuária de Odessa e causou vários mortos e feridos. Uma ponte da mesma cidade, responsável pela única ligação rodoviária e ferroviária para uma grande parte da região, também foi atingida.
Ao mesmo tempo, as tropas ucranianas alegam ter reconquistado vários territórios a norte e leste de Kharkiv (Carcóvia).
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Sentados num barril de pólvora: a falha fatal dos tanques T-72
Os tanques nos campos de batalha modernos normalmente armazenam as munições longe da tripulação, por trás de paredes blindadas. As principais munições dos tanques russos T-72 estão num carregador automático em formato de carrossel mesmo por baixo da principal torre e dos membros da tripulação.
T-72 (Rússia, Ucrânia)
Se uma munição perfurante atinge a blindagem lateral relativamente fina e alcança um desses carregadores, a explosão pode provocar uma reacção em cadeia, matando a tripulação e destruindo o tanque.
Leopard 2 (Alemanha)
M1 Abrams (Estados Unidos)
Fontes: M1 Abrams vs. T-72 Ural, de Stephen Zaloga (Osprey Publishing, 2009); Leopard 2 Main Battle Tank 1979–1998, de Uwe Schnellbacher e Michael Jerchel (Osprey Publishing, 1998); Federation of American Scientists; The Washington Post; PÚBLICO
1 de Maio de 2022Rússia confirma ataque a aeroporto de Odessa para destruir armas e munições
A Rússia confirmou este domingo ter atacado o aeroporto de Odessa, no sul da Ucrânia, com mísseis de alta precisão, para destruir um hangar com armas e munições que o exército ucraniano terá recebido dos Estados Unidos e de países europeus. A investida russa já tinha sido avançada no sábado pelas Forças Armadas ucranianas.
O dia ficou marcado pelo início da retirada de civis de Azovstal. A fábrica está há vários dias cercada pelas tropas russas, sendo o último reduto ucraniano na região da cidade portuária de Mariupol. Segundo o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cerca de 100 civis foram retirados da siderúrgica.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
30 de Abril de 2022Rússia ataca o Donbass, mas não consegue atingir alvos
Apesar de a ofensiva continuar na região do Donbass, as forças russas não conseguiram capturar as três áreas que tinham definido como alvos para este sábado, segundo as Forças Armadas da Ucrânia.
O facto de Moscovo estar a concentrar geograficamente o poder de combate, tentando assim limitar a invasão, pode ser explicado pela sua falta de coordenação táctica, como apontam os serviços secretos do Reino Unido, bem como por um apoio aéreo inconsistente.O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, pediu à NATO e aos Estados Unidos que parem de entregar armas à Ucrânia, se “estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana”.
Em Odessa, cidade que foi alvo de várias explosões este sábado, uma das pistas do seu aeroporto foi atingida por um míssil, que a danificou e a deixou inutilizável, revelaram os militares ucranianos.
Em Bucha, surgem mais evidências dos crimes de guerra russos: foram encontrados, num poço, os corpos de três homens que foram visivelmente torturados e baleados, com as mãos atadas e olhos vendados, de acordo com as autoridades de Kiev.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
29 de Abril de 2022Rússia confirma ataque a Kiev no dia em que Guterres visitou Ucrânia
Mais de 600 pessoas terão ficado feridas nos bombardeamentos contra a fábrica Azovstal na quarta-feira, segundo o presidente da câmara de Mariupol. Com água, comida e equipamentos médicos a escassearem, a situação na metalúrgica é “pior do que uma catástrofe humanitária”, disse um comandante das forças ucranianas à CNN.
Segundo a ONU, cerca de 57 mil ucranianos fugiram do país nas últimas 24 horas na sequência da guerra. Conflito este que pode vir a prolongar-se durante meses ou mesmo anos, voltou a alertar, por sua vez, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
A Rússia confirmou que as suas tropas realizaram um ataque com “armas de alta precisão” contra Kiev na quinta-feira, durante a visita do secretário-geral da ONU, António Guterres - um acto que o Presidente ucraniano considerou como uma tentativa de "humilhar a ONU".
O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou esta sexta-feira “um dos maiores destacamentos” de tropas para a Europa continental “desde a Guerra Fria”, envolvendo oito mil soldados e dezenas de veículos militares. Também Espanha disse estar a encaminhar o seu maior envio de equipamento militar até agora, que inclui 200 toneladas de material.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Nas últimas 24h de conflito saíram da Ucrânia mais de 45.000 pessoas, de acordo com a ONU. O Reino Unido estima que 15.000 soldados russos e 4000 civis ucranianos terão morrido desde o início da invasão.
28 de Abril de 2022Kherson atingida por bombardeamentos ucranianos
As forças ucranianas dispararam mísseis e foguetes contra a cidade de Kherson, no Sul do país, actualmente controlada por tropas da Rússia.
Cerca de 1150 cadáveres de civis foram recuperados na região ucraniana de Kiev desde o início da invasão russa e 50% a 70% deles têm ferimentos de balas de armas pequenas, disse a polícia de Kiev.
A Rússia ainda não recebeu uma resposta da Ucrânia sobre as suas últimas propostas para um possível acordo de paz, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, nesta quinta-feira.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu esta quinta-feira uma investigação a eventuais crimes de guerra na Ucrânia e lembrou-se da sua própria família enquanto visitava três das cidades mais atacadas pelas forças russas nos arredores de Kiev.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Nas últimas 24h de conflito saíram da Ucrânia mais de 45.000 pessoas, de acordo com a ONU. O Reino Unido estima que 15.000 soldados russos e 4000 civis ucranianos terão morrido desde o início da invasão.
27 de Abril de 2022Ucranianos reconhecem avanços russos no Leste do país
No 63.º dia do conflito, o exército ucraniano reconheceu o avanço das forças russas no Leste da Ucrânia. Depois de controlada Kreminna, as tropas invasoras progridem à frente da linha de Izium, também já conquistada.
Os soldados de Moscovo avançam em direcção a Liman, com várias tentativas de tomada de posições em localidades da zona, e estão nas proximidades de Severodonetsk, uma das cidades mais importantes da região.
Segundo o Ministério da Defesa Ucraniano, os russos também fizeram avanços na região de Donetsk, nas localidades de Zaritchne e Novotochkivske.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou a Kiev, onde vai reunir-se com o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii. À chegada, depois de uma viagem de perto de 900 quilómetros entre Cracóvia, na Polónia, e a capital ucraniana, Guterres disse aos jornalistas portugueses que a evacuação da fábrica de Azovstal, em Mariupol, sobre o qual existe um “acordo de princípio” com o Presidente russo, Vladimir Putin, é nesta altura “a prioridade das prioridades”. O objectivo é que a operação seja levada a cabo no dia 29.
“Mariupol não é um local apropriado para os vivos”, diz um antigo residente. Viktor Semenov, ucraniano que falou, pela primeira vez, com o PÚBLICO em Fevereiro, relata agora o cenário de destruição na cidade, onde até há dois meses vivia.
Joana Gonçalves (entrevista e edição), Reuters (imagem)
“Mariupol não é um local apropriado para os vivos”, diz antigo residente. Viktor Semenov, ucraniano que falou, pela primeira vez, com o PÚBLICO em Fevereiro, relata agora o cenário de destruição na cidade, onde até há dois meses vivia.
26 de Abril de 2022Guterres reúne-se com Putin e pede colaboração para retirada de civis
O secretário-geral da ONU, António Guterres, visitou esta terça-feira Moscovo, onde se encontrou com o Presidente russo, Vladimir Putin. Antes de uma reunião com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, Guterres disse que as condições para um cessar-fogo na Ucrânia devem ser criadas o mais rápido possível.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu uma investigação independente sobre “possíveis crimes de guerra” na Ucrânia, e sugeriu que Moscovo e Kiev trabalhem com a ONU para permitir a abertura de corredores humanitários.
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse que a Rússia rejeitou a proposta da Ucrânia de realizar negociações de paz na cidade portuária de Mariupol, sob cerco há mais de um mês. Questionado sobre a perspectiva de negociações, Lavrov mencionou que se tratava de um “gesto teatral" da Ucrânia.
Durante a reunião, o Presidente russo admitiu que a situação em Mariupol é “trágica”. Ainda assim, disse estar confiante num “resultado positivo” nas negociações com a delegação ucraniana e reconheceu o “sério avanço” conseguido entre as duas partes em Março, quando a Ucrânia aceitou o estatuto de país não nuclear e neutro, recuando na vontade de aderir à NATO.
Por seu lado, Guterres pediu a Moscovo que trabalhe em conjunto com as Nações Unidas para a retirada de civis de Mariupol, com a ONU a disponibilizar-se para colocar recursos humanos e logísticos a trabalhar nesse sentido.
Num comunicado sobre o encontro, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, disse ainda que, apesar de Putin ter “concordado, em princípio”, com o envolvimento da ONU e da Cruz Vermelha, vão ser realizadas novas discussões entre os dois lados.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Nas últimas 24h de conflito saíram da Ucrânia mais de 45.000 pessoas, de acordo com a ONU. O Reino Unido estima que 15.000 soldados russos e 4000 civis ucranianos terão morrido desde o início da invasão.
25 de Abril de 2022Em 24h mais de 45.000 pessoas fugiram da Ucrânia
Ao longo deste 61.º dia de conflito a Ucrânia acusou a Rússia de bombardear cinco estações ferroviárias, nomeadamente a estação de Krasne, Lviv, Rivne, e Zhmerinka e Koziatin, em Vinnitsia. Os bombardeamentos provocaram pelo menos cinco mortos e 18 feridos, havendo ainda dados por apurar.
Uma refinaria na cidade de Kremenchung, em Poltava, no centro do país, foi também atingida por mísseis. Na região de Donetsk, que continua sob grande pressão russa, a cidade de Kramatorsk está quase totalmente deserta. Até ao momento, Portugal já aceitou 33.106 pedidos de protecção temporária, divulgou o SEF.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Nas últimas 24h de conflito saíram da Ucrânia mais de 45.000 pessoas, de acordo com a ONU. O Reino Unido estima que 15.000 soldados russos e 4000 civis ucranianos terão morrido desde o início da invasão.
24 de Abril de 2022Domingo de Páscoa sem trégua
O domingo de Páscoa da Igreja ortodoxa não foi celebrado com a “trégua pascal” inicialmente solicitada por Kiev, mas sim com bombardeamentos em Kharkiv, Lugansk e Donetsk, que resultaram em dez mortos e pelo menos cinco feridos.
Ao fim de dois meses de conflito, as tropas russas continuam a avançar na região do Donbass, assim como a bombardear o complexo metalúrgico de Azovstal, em Mariupol, que continua sem se render às forças invasoras. Na cidade portuária mantêm-se os cerca de mil civis que seriam retirados ao longo do dia.
Para Oleksii Arestovich, assessor de Zelenskii, a fase activa dos combates irá terminar “em duas, no máximo três semanas”. A Ucrânia propôs à Rússia realizar conversações junto à fábrica Azovstal, de forma a pôr fim à pressão e invasão russa no local e no país.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
22 de Abril de 2022Rússia quer controlar sul da Ucrânia para chegar à Moldávia
As forças armadas russas avançaram esta sexta-feira detalhes sobre a segunda parte da sua “operação especial na Ucrânia”. Uma lista com quatro objectivos foi revelada pelo comandante Rustam Minnekaev, do Distrito Central do Exército e publicada pelo Ministério da Defesa russo, avança a Sky News.
Os quatro objectivos, que estão todos relacionados, passam por controlar o Donbass, criar um corredor terrestre até à Crimeia, bloquear os portos ucranianos do Mar Negro e controlar o sul da Ucrânia e abrir uma saída para a Transnístria.
Rustam Minnekaev destacou que o “controlo total” do sul do país e da região do Donbass “tornaria possível criar um corredor para a Crimeia, influenciando a economia ucraniana”, e sublinhou a força que isso traria às forças russas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
O sucesso desta iniciativa russa significaria um avanço de centenas de quilómetros para lá das actuais linhas territoriais, implicando a conquista de cidades como Mikolaiv e Odessa.
Na próxima terça-feira, dia 26 de Abril de 2022, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vai a Moscovo falar com o Presidente russo, Vladimir Putin.
O fornecedor de imagens de satélite Maxar Technologies divulgou um conjunto de imagens, que alegadamente, apontam para a possível existência de mais de 200 valas comuns perto de Mariupol. A Ucrânia acusa a Rússia de ali enterrar 9000 civis para esconder o massacre.
Foram divulgadas fotografias de valas comuns em Mariupol, em vários momentos desde o fim de Março de 2022.
Esta imagem data de 3 de Abril de 2022
Fonte: EPA/MAXAR TECHNOLOGIES HANDOUT
21 de Abril de 2022Moscovo diz controlar Mariupol
A Rússia diz ter tomado Mariupol, com excepção da siderurgia de Azovstal, onde permanecem 2000 civis e soldados ucranianos. Putin ordenou o bloqueio total da fábrica, para que “nem uma mosca” consiga entrar.
Moscovo garante controlar também 80% de Lugansk, mais 20% do que no início da guerra na Ucrânia. Ainda no Donbass, as forças russas avançam em direcção a Kramastorsk, que está a ser atacada por via aérea.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
No Nordeste da Ucrânia, o presidente da câmara de Kharkiv denunciou “enormes explosões” e um bombardeamento “furioso” da cidade.
Em Borodianka, perto de Kiev, foram encontrados corpos de civis com “sinais de tortura”, informou a polícia ucraniana. A cidade terá sido cenário de um “massacre de civis” durante a ocupação das tropas de Putin, em Março, à semelhança de Bucha.
20 de Abril de 2022Putin testa novo míssil nuclear para proteger a Rússia contra "ameaças externas”
O Ministério da Defesa da Rússia testou o novo míssil balístico intercontinental Sarmat, que faz agora parte do vasto arsenal nuclear do país. O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que o equipamento vai “reforçar o potencial de combate” das forças armadas russas, “garantir a segurança da Rússia contra ameaças externas” e dar que pensar aos países inimigos do Kremlin.
As autoridades de Donetsk anunciaram a rendição de cinco militares ucranianos que defendiam o complexo metalúrgico Azovstal, em Mariupol, depois de um novo ultimato de Moscovo.
Rússia e Ucrânia chegaram a acordo para a abertura de um corredor humanitário para retirada de seis mil pessoas em Mariupol. Dezenas de civis terão sido retirados, mas ainda não foi revelado um número oficial.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que Moscovo apresentou uma proposta de acordo à Ucrânia com “formulações absolutamente claras e desenvolvidas”. Peskov culpabilizou a Ucrânia pelo lento progresso nas negociações, alegando que Kiev se tem desviado de acordos previamente confirmados.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, chegou a Kiev numa altura em que a Rússia lançou uma nova ofensiva no Donbass. Moscovo revelou que foram utilizados mísseis, artilharia e aviões de guerra em cerca de 1100 ataques.
Foram retomadas as comunicações directas entre a agência reguladora atómica (AEIA) ucraniana e a central nuclear de Tchernobil. A central estava sem ligação com o exterior há mais de um mês depois, altura em que a ofensiva russa ocupou o complexo.
As tropas ucranianas asseguraram que impediram vários ataques da ofensiva russa nas cidades de Rubizhne e Severodonetsk, na região de Lugansk. Cerca de 130 soldados russos ficaram feridos, segundo as forças da Ucrânia.
19 de Abril de 2022Cidade de Kreminna sob controlo das forças russas
Um dia depois de Volodimir Zelenskii ter anunciado o início da “Batalha pelo Donbass”, as tropas russas capturaram a cidade de Kreminna, no leste da Ucrânia.
Os sucessivos ataques no Donbass deixam claro que a invasão russa entrou numa nova fase. Dezenas de mísseis atingiram 13 unidades ucranianas.
Esta segunda-feira o Presidente russo atribuiu um título honorífico por “heroísmo” à 64.ª brigada de fuzileiros motorizados, que a Ucrânia acusou de participação nas atrocidades cometidas sobre civis na cidade de Bucha, perto de Kiev.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Em Mariupol, o comandante do batalhão ucraniano Azov, Denis Prokopenko, pediu um corredor humanitário para a retirada dos cerca de mil civis abrigados no complexo metalúrgico Azovstal. Moscovo está a bombardear a fábrica com bombas antibunker e mísseis.
O Ministério da Defesa russo fez um ultimato às tropas ucranianas pedindo que as mesmas baixem as armas e entreguem a fábrica com “a garantia de permanecerem vivos”. O pedido foi recusado.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Mais de 4,9 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da guerra. De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), cerca de 90% dos deslocados são mulheres e crianças.
A ONU estima que seis milhões de ucranianos, dentro e fora do país, precisem de alimentos e dinheiro para satisfazer as necessidades básicas. Revelou ainda que a mobilização de 60 mil toneladas de alimentos para a Ucrânia só vai alimentar dois milhões de pessoas durante dois meses.
18 de Abril de 2022Começou a grande ofensiva russa no leste da Ucrânia
As autoridades regionais de Lugansk anunciaram esta segunda-feira o início da grande ofensiva da Rússia no Leste da Ucrânia. Na região, a cidade de Kreminna foi tomada pelas forças russas, informação confirmada pelo governador, Serhii Haidai, que acrescentou que a evacuação da cidade “não é mais possível”.
A Rússia anunciou ainda um ataque à região de Kharkiv, Japorijjia, Donetsk e Dnipropetrovsk, e ao porto de Mikolaiiv. Os mísseis lançados terão destruído 16 instalações militares, afirmou Moscovo. Além de Kiev e Mariupol estarem ainda sob ataque russo, em Lviv, na sequência de um ataque com mísseis, pelo menos sete pessoas morreram e oito ficaram feridas, adiantou o governador regional.
Esta segunda-feira o Presidente russo atribuiu um título honorífico por “heroísmo” à 64.ª brigada de fuzileiros motorizados, que a Ucrânia acusou de participação nas atrocidades cometidas sobre civis na cidade de Bucha, perto de Kiev.
Hoje foi também o dia em que procuradoria-geral ucraniana confirmou que já morreram 205 crianças desde o início da invasão russa, o governo ucraniano comunicou que já completou o questionário que irá possibilitar a adesão do país à União Europeia. Caso o pedido seja aceite, em Junho a Ucrânia terá o estatuto de candidato à UE .
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
17 de Abril de 2022Nesta “Páscoa de guerra”, a Ucrânia mantém um reduto em Mariupol
Não houve acordo entre a Ucrânia e a Rússia para a criação de corredores humanitários este domingo. Quem quis fugir da frente de combate ou das cidades sitiadas teve de o fazer pelos seus próprios meios, por sua conta e risco. “Apressem-se a salvar-se enquanto vos podemos ajudar”, apelou, ainda assim, o governador da região de Lugansk, Serhii Haidai.
De Mariupol, porém, parece agora não haver escapatória possível. As tropas russas controlam toda a cidade e o último reduto da resistência ucraniana é o complexo metalúrgico Azovstal, encostado ao mar de Azov. Um ultimato de Moscovo para que as tropas ali escondidas depusessem as armas e se rendessem foi recebido com silêncio.
Com falta de comida, água potável, armas e medicamentos, os soldados ucranianos no terreno conseguiram receber um abastecimento aéreo de Kiev e tropas que estavam próximas foram capazes de contornar o cerco e juntar-se ao combate. Ao mesmo tempo, houve também soldados que se renderam. A Rússia afirma que foram mil, a Ucrânia respondeu apenas que foram “muito menos”.
A favor da resistência ucraniana está o labiríntico complexo metalúrgico e siderúrgico, onde existem dezenas de túneis e abrigos resistentes a bombas. “Suspeito que, a menos que sejam aniquilados, eles vão lá estar por muito tempo”, disse o analista militar Justin Crump à BBC. “Há um grande número de edifícios de betão armado e aço, um grande número de túneis subterrâneos”, disse ao Financial Times o fundador do batalhão Azov, Andrii Biletski.
Enquanto de ambos os lados se delineiam estratégias para o desfecho da batalha, o canal de Telegram Mariupol Now enche-se de relatos de esperança e desespero de quem viu a guerra bater à porta. “A minha família ligou-me ontem, finalmente (…) A ajuda humanitária é dada duas vezes por semana, a fila é de cerca de seis horas”, relatava este domingo uma pessoa.
“A cidade já não existe”, lamentou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano em entrevista à televisão americana CBS. “O que resta do Exército e grandes grupos de civis estão cercados pelas forças russas. Eles continuam a lutar, mas parece, pela forma como o Exército russo se comporta, que decidiram arrasar a cidade a qualquer custo”, disse Dmitro Kuleba.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
16 de Abril de 2022Sirenes voltam a tocar em Kiev
Em mês e meio de guerra, as tropas russas não conseguiram entrar no coração de Kiev. Mas a sua forte presença nos arredores, onde são acusados de terem cometido atrocidades contra a população local, fez com que a capital ucraniana se esvaziasse de milhares habitantes e que outros tantos tenham passado a viver nos subterrâneos preparados para resistir às bombas.
As sirenes de alerta voltaram a tocar este sábado de manhã na capital ucraniana e caíram bombas no bairro de Darnitski. Uma pessoa morreu e “várias” ficaram feridas, disse o presidente da câmara, Vitali Klitschko, que pediu novamente aos habitantes que não tenham pressa em regressar à cidade, porque a situação ainda é instável. A Rússia ameaçou esta semana que podia atacar “centros de decisão”, “incluindo em Kiev”, e uma fábrica de armamento foi bombardeada na madrugada de sexta-feira.
Este sábado, Kiev não foi a única cidade longe da frente de combate a receber a visita indesejada das bombas. Em Lviv, a mais importante cidade no Ocidente ucraniano, a poucas dezenas de quilómetros da fronteira polaca, as autoridades dizem ter conseguido abater quatro mísseis russos antes de atingirem os seus alvos.
Os bombardeamentos nestas zonas acontecem num momento em que o foco da ofensiva russa se transferiu em larga medida para o Donbass, a Leste, onde decorrem agora os combates mais ferozes. E dão-se quando políticos de vários países, incluindo Presidentes e primeiros-ministros, se deslocam a Kiev em catadupa para verem as massacradas vilas de Bucha e Borodianka com os próprios olhos e manifestarem apoio a Volodimir Zelenskii.
O Presidente ucraniano admite que tenham morrido 2500 a 3000 dos seus soldados em 51 dias de guerra. É a primeira vez em várias semanas que um responsável político da Ucrânia avança com um número de baixas. Em entrevista à CNN, Zelenskii disse que há cerca de dez mil soldados feridos e que “é difícil dizer quantos vão sobreviver”.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
14 de Abril de 2022Navio de guerra russo afunda-se
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, apoiou as denúncias feitas pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e considerou que é “totalmente correcto” classificar as acções da ofensiva militar russa na Ucrânia como “genocídio”. Em relação aos alegados ataques indiscriminados e violência sexual contra civis cometidos pelas forças russas, Trudeau garante que são “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade” pelos quais Putin é responsável.
O Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, pediu à UE que deixe de “patrocinar a máquina militar russa” e voltou a apelar ao embargo do petróleo russo. Por outro lado, o vice-presidente do Conselho de Segurança e ex-Presidente russo, Dmitri Medvedev, ameaçou com o destacamento de armamento nuclear no Báltico se a Suécia e a Finlândia aderirem à NATO.
O cruzador de mísseis Moskva, que liderava a frota da Rússia no mar Negro, ficou “gravemente danificado” e acabou por afundar-se durante uma operação de reboque. A Ucrânia diz que os danos deveram-se à explosão de munições a bordo, a Rússia falou apenas num incêndio. Todos os tripulantes foram retirados e vários ficaram feridos
A Rússia continua a mostrar interesse na região do Donbass, que tem sido alvo de sucessivos ataques a centros urbanos ao longo do conflito. Segundo o Ministério da Defesa britânico, as cidades de Kramatorsk e Kostiantinivka são “alvos prováveis” dos russos.
A autarquia de Mariupol revelou que morreram cerca de 20 mil pessoas na sequência dos ataques russos à cidade sitiada no mar de Azov, mas teme que o número de vítimas mortais possa chegar a 35 mil nos próximos dias. Por outro lado, a Procuradoria-Geral da Ucrânia anunciou que a guerra já provocou a morte de pelo menos 197 crianças e feriu 351.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Guerra na Ucrânia já levou à fuga de 12 milhões de pessoas
Dados de 13 de Abril de 2022
13 de Abril de 2022Aperta o cerco em Mariupol
Face à forte resistência ucraniana, a Rússia continua a preparar-se para avançar com novas investidas nas próximas semanas. As tropas russas estão a ser reforçadas na região separatista do Donbass. As forças invasoras preparam o terreno para uma batalha prolongada, como tem acontecido à medida que as tropas russas tentam cercar os combatentes ucranianos em vários pontos do país.
A cidade portuária de Mariupol continua a ser um dos principais palcos da guerra. O Ministério da Defesa russo avançou que 1026 militares ucranianos da brigada marítima n.º 36 aí se renderam, incluindo 162 oficiais. A informação não foi confirmada pelo Ministério da Defesa ucraniano, que diz manter-se a defesa da cidade estratégica que é alvo de fortes bombardeamentos há várias semanas, resultando na morte de mais de 21 mil pessoas, segundo números ucranianos. A conquista de Mariupol daria à Rússia controlo do principal porto ucraniano do Mar de Azov.
As ofensivas russas continuam também em outras partes da Ucrânia. Nas últimas 24 horas, bombardeamentos terão provocado a morte de sete pessoas em Kharkiv, de acordo com o governador da região, Oleh Synegubov. Os ataques deixaram ainda pelo menos 22 pessoas feridas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
12 de Abril de 2022Assassinados 400 civis em Bucha e cerca de 21 mil em Mariupol
Os combates no leste da Ucrânia vão intensificar-se nas próximas duas a três semanas, à medida que a Rússia reorganiza as suas tropas no território ocupado. Os ataques das forças de Moscovo focam-se agora nas regiões separatistas, reconhecidas por Vladimir Putin como independentes, de Donetsk e Lugansk. Mais precisamente: há combates a decorrer em Kherson e Mikolaiv e um "impulso renovado" em direcção a Kramatorsk.
A Rússia afirmou, nesta terça-feira, ter destruído depósitos de munições nas regiões ucranianas de Khmelnitskii e Kiev. O Presidente russo diz que alcançará objectivos "nobres" com a "operação militar" na Ucrânia.
O receio do uso de armas químicas pelas forças do Kremlin em Mariupol mantém-se. Sobre os relatos de alegados ataques com recurso a estas armas a 11 de Abril de 2022, a vice-ministra da Defesa ucraniana admite a possibilidade de que tenham sido, afinal, munições de fósforo.
Segundo as estimativas das autoridades ucranianas, terão sido assassinados 400 civis em Bucha e cerca de 21 mil em Mariupol desde o início da guerra.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
11 de Abril de 2022Zona portuária de Mariupol estará agora totalmente controlada pelas tropas de Moscovo
Desde a madrugada de hoje que as forças militares russas assumiram escalar a violência na zona portuária de Mariupol. Horas mais tarde, o chefe dos separatistas russófonos da região de Donetsk garantiu que a Rússia já detém o controlo total deste ponto estratégico no sudeste da Ucrânia.
Ainda sobre Mariupol, o Reino Unido também alertou nesta segunda-feira que, após a Rússia recorrer a bombas de fósforo em Donetsk, é possível que as use na cidade do Leste ucraniano, cercada há mais de um mês.
Em Kharkiv, novos ataques causaram 11 mortes, entre as quais a de uma criança de sete anos. Apenas nas últimas 24 horas, a região Leste do país foi bombardeada 66 vezes, segundo as autoridades nacionais. As tropas de Moscovo terão destruído nestas investidas o aeroporto de Dnipro, denunciou o governo da Ucrânia.
Em Buzova, na região de Kiev, ficou a descoberto uma nova vala comum com 1200 corpos, afirmou Kiev. Desde o início da invasão já morreram, confirma a ONU, quase 1800 civis.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Na direcção de Donetsk, as tropas russas continuam a concentrar-se em assumir o controlo de várias povoações, bem como em estabelecer o controlo total sobre a cidade de Mariupol, “com o apoio da artilharia e da aviação”. Zelenskii alertou que a esta semana será importante e tensa.
Ucrânia diz-se “pronta para grandes batalhas”, Rússia chama milhares de reservistas.
Kiev diz ter encontrado nova vala comum com civis em Buzova e 1200 mortos na região da capital. Zelenskii suplica por boicote ao gás russo. Papa pede cessar-fogo na Páscoa.
Autoridades ucranianas dizem ter identificado mais de
500 suspeitos de crimes de guerra.
“O que estamos a observar no terreno, em todas as regiões da Ucrânia, são crimes de guerra, crimes contra a Humanidade”, afirmou a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova.
Bombardeamento russo destrói aeroporto de Dnipro, denuncia Kiev. Bombardeamentos nas regiões de Lugansk e Dnipro atingem escola secundária e vários apartamentos. Chanceler da Áustria reúne-se com Vladimir Putin na segunda-feira. A NATO está a preparar planos para destacar uma força militar permanente nas fronteiras dos membros europeus para combater futuras agressões russas, avança Jens Stoltenberg.
10 de Abril de 2022Bombardeamento russo destrói aeroporto de Dnipro. Identificados 500 suspeitos de crimes de guerra
Mais de seis semanas após o início da invasão, Moscovo retirou as tropas em torno de Kiev, e voltou a concentrá-las no Leste do país. As imagens de satélite Maxar detectaram uma caravana militar russa com 13 quilómetros de extensão que partiu de Veliykii Burluk, no Sul, em direcção à região do Donbass.
Em Kiev, foram encontrados 1222 corpos, revelou a procuradora-geral da Ucrânia, Irina Venediktova. Venediktova não especificou se os corpos descobertos eram exclusivamente de civis. Na aldeia de Buzova, na capital ucraniana, as autoridades ucranianas encontraram uma vala comum. A procuradora-geral disse ainda ter identificado 500 pessoas suspeitas de terem cometido crimes de guerra.
Fonte: REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO
As forças russas dispararam rockets contra as regiões de Lugansk e Dnipro da Ucrânia, disseram funcionários ucranianos, destruindo completamente o aeroporto de Dnipro. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas. Ainda não há registo de vítimas mortais, mas as autoridades ucranianas acreditam que o ataque deixou vários mortos.
Em Kharkiv (Carcóvia) dez civis morreram, incluindo uma criança, e pelo menos 11 ficaram feridos. Por sua vez, o chefe da administração regional de Donetsk, Pavlo Kirilenko, revelou que o número de mortos na sequência do ataque das tropas russas à estação ferroviária de Kramatorsk subiu para 57.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou que a organização está a preparar planos para destacar uma força militar permanente nas fronteiras dos países membros, como a Estónia, com o objectivo de combater futuras agressões russas depois da invasão da Ucrânia.
Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, alegou, este domingo, que a Alemanha e França cometeram um “erro estratégico” em 2008, data em que não permitiram a adesão da Ucrânia à NATO. "Se fôssemos membros da NATO, esta guerra não teria lugar", afirmou.
9 de Abril de 2022Boris Johnson visita Kiev e promete sanções contra a Rússia. Forças russas com novo general
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson visitou Kiev de surpresa este sábado para uma reunião com o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii e reforçou o apoio militar e humanitário ao país “para que a Ucrânia nunca mais seja invadida”. O Reino Unido vai enviar 120 veículos blindados e novos sistemas de mísseis antinavios e antitanques para a Ucrânia e garantir um empréstimo adicional de 459,7 milhões de euros do Banco Mundial à Ucrânia.
O governante acrescentou que o Reino Unido está proto para continuar a aplicar mais sanções à Rússia “semana a semana”. As medidas iriam incluir o fim do uso dos hidrocarbonetos russos. “Os russos acreditavam que Ucrânia podia cair em apenas alguns dias, mas estavam enganados”, afirmou Boris Johnson, enquanto lembrava o massacre de Bucha onde centenas de civis foram torturados e executados pelas tropas russas.
Fonte:REUTERS/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que foram angariados 9,1 milhões de euros para apoiar a Ucrânia e os países que recebem refugiados, no âmbito da campanha Stand Up For Ukraine. A par disto, o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) anunciou o empréstimo adicional de mil milhões de euros em ajuda humanitária ao país.
Ucrânia quer tornar-se candidata à União Europeia (EU) em Junho. A vice-primeira-ministra da Integração Europeia e Euro-Atlântica da Ucrânia, Olga Stefanishina salientou os novos horizontes políticos e, principalmente financeiros que a adesão do país poderá trazer. Na sexta-feira, durante a visita a Kiev, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu ao Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, um relatório sobre a candidatura de adesão do país à UE nas “próximas semanas”.
A ofensiva militar russa destruiu um depósito de munições no ataque à base aérea na região de Poltava depois de Moscovo ter reorganizado o comando militar na Ucrânia e colocado o general Alexander Dvornikov, como líder das tropas. O Kremlin pretende melhorar a coordenação entre as unidades. Dvornikov que tem experiência em operações de batalha na Síria.
Nas últimas 24 horas foram retirados 6665 civis das zonas mais afectadas pelo conflito através de corredores humanitários. Ainda assim, as tropas russas impediram a passagem de oito autocarros na cidade de Melitopol.
8 de Abril de 2022Ataque à estação de comboios de Kramatorsk faz pelo menos 50 mortos
Um ataque à estação ferroviária de Kramatorsk, na região de Donetsk, provocou pelo menos 50 mortos (das quais cinco são crianças) e 87 feridos, muitos dos quais em estado grave. Até ao momento, a invasão já fez pelo menos 1626 mortos, adiantou a ONU — que reconhece que os números reais podem ser muitos mais elevados.
O Presidente Volodimir Zelenskii e a procuradora-geral ucraniana voltaram a afirmar que a situação na cidade de Borodianka, a noroeste de Kiev, é muito pior do que aquilo que se registou em Bucha. Irina Venediktova diz que Borodianka “é a cidade mais destruída da região. Só dos escombros de dois prédios de apartamentos bombardeados foram retirados 26 corpos. É difícil prever quantos mortos existirão”.
Ao longo desta sexta-feira, as tropas russas retiraram-se totalmente do Norte da Ucrânia, anunciou o Ministério da Defesa do Reino Unido. Os invasores terão recuado para a Bielorússia e para a Rússia. Algumas das unidades serão transferidas para o Leste da Ucrânia, para lutar no Donbass, enquanto outras irão realizar um “reabastecimento significativo”.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
7 de Abril de 2022Rússia concentra-se no Leste da Ucrânia e sai do Conselho de Direitos Humanos da ONU
Ucrânia pede “armas, armas e armas” e NATO responde sim e sim, vão a caminho. Ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros foi a Bruxelas deixar avisos e apresentar argumentos para justificar o reforço da assistência militar ao país, e saiu “cautelosamente optimista” que os aliados vão atender os seus pedidos. “Estamos todos conscientes que é urgente”, referiu o secretário de Estado norte-americano.
Mais de 30 civis mortos e 100 feridos num ataque russo a uma estação ferroviária em Donetsk. A cidade de Kramatorsk é utilizada como ponto de acolhimento para civis que procurem refugiar-se dos bombardeamentos russos.
As tropas russas continuam a concentrar forças no Leste da Ucrânia, com a região do Donbass na mira. Os habitantes de Mariupol ainda oferecem resistência. Já em Dnipro, onde a Rússia atingiu um depósito de petróleo e uma fábrica nesta quarta-feira, as autoridades ucranianas pediram às mulheres, crianças e idosos que abandonassem a cidade.
O governador de Lugansk diz que nenhuma unidade de saúde ficou intacta na região, após 43 dias de guerra. As forças de Moscovo atacaram hospitais de forma deliberada para que as pessoas feridas “não tenham hipótese de sobreviver”, denunciou.
Os serviços secretos da Alemanha interceptaram áudios de conversas entre militares russos que alegadamente provam que o massacre de Bucha fazia parte dos planos da Rússia.
A Assembleia Geral da ONU anunciou que a Rússia está suspensa do Conselho de Direitos Humanos.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
6 de Abril de 2022Ucrânia manda sair civis do Leste do país
Sievierodonetsk, cidade na região de Lugansk, foi bombardeada pelas forças russas e dez arranha-céus terão sido incendiados. Também as regiões de Lviv e de Dnipropetrovsk estiveram sob ataque, tendo sido atingidos um depósito de combustível e uma fábrica. Em Vuhledar, disparos atingiram um ponto de ajuda humanitária, fazendo pelo menos dois mortos e cinco feridos.
Ao longo desta quarta-feira, a vice-primeira-ministra ucraniana apelou à retirada das populações de Kharkiv, Donetsk e Lugansk. Irina Vereshchuk alertou para a possibilidade de novos bombardeamentos, que poderão vir a cortar os corredores de evacuação.
No mesmo dia em que o foi aprovada a proposta do PAN de convidar Zelenskii a discursar no Parlamento, o Kremlin anunciou que as negociações de paz estão a “arrastar-se muito mais” do que era desejado. Moscovo disse ainda que o Ocidente, que vai impor mais sanções, está a atrapalhar as negociações, ao alimentar a “histeria” em torno do massacre de Bucha.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
5 de Abril de 2022Zelenskii critica a ONU
No rescaldo do rasto de destruição e morte que a retirada das forças russas provocou em Bucha, o Presidente ucraniano falou na reunião do Conselho de Segurança da ONU. Na intervenção, além de descrever o que testemunhou quando visitou a cidade, Zelenskii aproveitou para criticar a ONU. “É óbvio que a instituição mais importante do mundo (…) simplesmente não está a funcionar eficazmente”, disse.
A União Europeia e os Estados Unidos da América estão a planear novas sanções contra a Rússia, que continua a negar as acusações de quem tem sido alvo nos últimos dias. Nos próximos dias, a Ucrânia espera uma ofensiva “brutal”, já que Moscovo estará a concentrar os esforços de guerra no sul e leste do país, alertaram responsáveis norte-americanos.
Ao longo desta terça-feira foi anunciada a abertura de sete corredores humanitários, que iriam estabelecer a ligação entre Zaporizhzhia e Mariupol, cidade portuária à qual a Cruz Vermelha continua sem conseguir chegar. Registaram-se, ainda, novos bombardeamentos em Kharkiv.
Donbass
Crimeia
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
As próximas grandes batalhas de Putin vão travar-se no Leste. Nos próximos dias deverá começar o ataque a Sloviansk, “provavelmente a próxima batalha crucial da guerra na Ucrânia”
4 de Abril de 2022Von der Leyen anuncia equipa conjunta da UE e da Ucrânia para investigar crimes de guerra
Dos 340 corpos encontrados em Bucha, cidade a 30 quilómetros de Kiev, 50 apresentam sinais de ter sido executados, de acordo com a Ucrânia, que pediu ao Tribunal Penal Internacional uma investigação. Perante o rasto de mortes deixado para trás na retirada das forças russas, Zelenskii apelidou os militares invasores de “carniceiros”, “assassinos”, "violadores" e "saqueadores". No entanto, Moscovo reitera que as imagens que têm sido divulgadas são encenações e “provocações anti-russas”, com o objectivo de prejudicar a imagem do país.
Desde a manhã desta segunda-feira que a Cruz Vermelha ucraniana tenta chegar a Mariupol, mas sem sucesso. A organização, que tinha enviado 15 autocarros, viu-se novamente impedida de retirar as mais de 100 mil pessoas que ainda estão na cidade.
Desde a manhã desta segunda-feira que a Cruz Vermelha ucraniana tenta chegar a Mariupol, mas sem sucesso. A organização, que tinha enviado 15 autocarros, viu-se novamente impedida de retirar as mais de 100 mil pessoas que ainda estão na cidade.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
3 de Abril de 2022Cadáveres em Bucha chocam comunidade internacional
Foram encontrados 410 corpos de civis na região de Kiev. Em Bucha, a cerca de 30 quilómetros da capital, foram encontrados dezenas de cadáveres nas ruas e em valas comuns. Vários países ocidentais e as Nações Unidas condenaram aquilo que o Presidente ucraniano descreve como "genocídio".
“É essencial que uma investigação independente permita encontrar os responsáveis”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres em comunicado.
Em Mariupol, cidade portuária sob fogo desde o início da invasão russa, estarão presos cerca de 100 mil civis, com acesso limitado a cuidados básicos. A Cruz Vermelha ucraniana esperava que uma equipa conseguisse este domingo chegar à cidade.
Na manhã desde 39.º dia de conflito, registaram-se três explosões na cidade portuária de Odessa, ataque já reivindicado pelas forças russas. Os mísseis atingiram “infra-estruturas críticas”, avançaram as autoridades ucranianas. Em Izium, na região de Kharkiv, 80% da cidade estará destruída e bloqueada pelas forças russas. A população está sem electricidade, aquecimento e água, anunciou o presidente da câmara.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
2 de Abril de 2022Ucrânia reclama controlo total de Kiev
O Governo ucraniano afirmou que o exército do país recuperou o controlo total da região de Kiev.
“Não tenhamos ilusões: ainda há grandes batalhas pela frente no Sul, em Mariupol e no Leste da Ucrânia”, para onde as tropas se estão a deslocar, avisou o assessor do Presidente ucraniano Oleksii Arestovich.
Esta mudança de táctica mostra que Moscovo está a concentrar-se em “manter o controlo dos territórios já ocupados e em ganhar uma posição de uma maneira poderosa”, escreveu nas redes sociais outro assessor, Mikhailo Podoliak. Considerou ainda que a guerra não será “longa e exaustiva”, contrariamente ao que analistas têm vindo a apontar.
Soldados ucranianos em Bucha, na região de Kiev. Foto: Zohra Bensemra/Reuters
O Presidente do país, Volodimir Zelenskii, denunciou que as forças russas estão a criar "um desastre completo" nos arredores de Kiev, estando a deixar minas junto às casas, onde muitas vezes se vêem cadáveres estendidos.
Os bombardeamentos russos continuam um pouco por todo o país. O Ministério da Defesa russo divulgou que foram destruídos 67 alvos militares na noite de sexta-feira, dia 1 de Abril de 2022. Nas cidades de Poltava e Kremenchuk, mísseis russos destruíram infra-estruturas e edifícios residenciais. Não há relatos de feridos.
Cerca de 3 mil pessoas foram retiradas da cidade sitiada de Mariupol na sexta-feira.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
1 de Abril de 2022Rússia acusa Ucrânia de ataque em solo russo
Um depósito de petróleo, na cidade russa de Belgorod, foi atacado na madrugada desta sexta-feira. Duas pessoas ficaram feridas na sequência deste ataque. As autoridades russas responsabilizam a Ucrânia pelo bombardeamento. Porém, o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Oleksii Danilov, negou o ataque.
O drama em Mariupol continua sem solução à vista. A Cruz Vermelha disse que o plano de retirar pessoas da cidade não foi possível porque os seus elementos não conseguiram chegar ao local. A Cruz Vermelha revelou que a equipa de nove pessoas teve de regressar a Zaporizhzhia “depois de as condições terem tornado impossível prosseguir” caminho. Será feita uma nova tentativa este sábado.
Segundo o relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido, as forças ucranianas recuperaram as aldeias de Sloboda e Lukashivka, “localizadas ao longo de uma das principais rotas de abastecimento entre a cidade e Kiev”. Por outro lado, a Rússia redistribuiu tropas destacadas na Geórgia para a Ucrânia. Os serviços de informação militar britânicos revelaram que entre 1200 e 2000 soldados russos estão a ser reorganizados.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
31 de Março de 2022Putin assina decreto para recrutar mais 130 mil soldados
A Cruz Vermelha diz estar a caminho de Mariupol com equipamento médico e de ajuda humanitária. Pelo menos 17 autocarros já saíram em direcção à cidade de Zaporijja, avançou o Governo ucraniano. Outros 28 aguardam que as tropas russas lhes dêem luz verde para poderem retirar mais civis da cidade sitiada.
As forças russas não se estão a retirar de território ucraniano, mas sim a reposicionar-se, concluiu o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, em reacção à prometida redução das operações militares em Kiev por parte da Rússia.
Putin assinou um decreto que permite o recrutamento de mais de 130 mil pessoas para se juntarem ao Exército. Os separatistas pró-russos da região de Donbass disseram que controlam quase todo o território da autoproclamada república de Lugansk e mais de metade do de Donetsk, uma das prioridades militares das forças que invadiram a Ucrânia.
As tropas russas destruíram 15% das casas em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, informou o autarca da cidade, Ihor Terkehov. Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, considerou que houve um “avanço positivo” nas negociações com a Ucrânia em Istambul, nas quais Kiev apresentou propostas para a solução do conflito que atendem às principais exigências do Kremlin.
A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 1232 mortos e 1935 feridos entre a população civil, a maioria dos quais vítimas de armamento explosivo de grande impacto, indicou a ONU.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
30 de Março de 2022Sirenes antiaéreas voltaram a soar em várias cidades
As sirenes antiaéreas voltaram a tocar em Kiev, Jitomir, Kharkiv, Dnipro e Poltava, apesar de Moscovo ter anunciado uma redução das operações militares na capital ucraniana e em Tchernobil, noticiou esta quarta-feira a imprensa local.
O edifício da Cruz Vermelha em Mariupol terá sido atingido por ataques das forças russas, adiantou a agência de notícias AFP, citando a Provedora de Justiça, Liudila Denisova.
Numa ligação com Macron, na noite de terça-feira, Putin disse que o bombardeamento russo a Mariupol só terminará quando as tropas ucranianas se renderem. Porém, Putin afirmou que consideraria planos para evacuar cidadãos da cidade do sul da Ucrânia.
Os corredores humanitários da cidade de Mariupol e de outras cidades da região de Zaporijia resultaram na retirada de 1665 pessoas. A saída de civis, que decorre no dia em que as delegações da Rússia e Ucrânia retomaram negociações, foi feita em veículos particulares. A Organização Internacional para as Migrações diz que a guerra já provocou 6,5 milhões de deslocados internos. Já a ONU avança que 4,02 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, a grande maioria através das fronteiras terrestres com países como a Polónia, a Moldova ou a Hungria.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que as tropas russas se estão a reagrupar em torno da capital Kiev e de Chernihiv, uma vez que deram por concluída a primeira fase de “operação militar especial” na Ucrânia, que pretenderia obrigar as forças ucranianas a defenderem as principais cidades.
Já o Ministério da Defesa do Reino Unido alega que as unidades russas que sofreram grandes perdas foram forçadas a regressar à Bielorrússia e à Rússia para se reorganizarem e reabastecerem.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
29 de Março de 2022Contra-ataques ucranianos estarão a interromper o avanço russo
Os contra-ataques ucranianos ao redor de Kiev estarão a interromper o avanço das tropas russas no cerco à capital. As forças ucranianas também repeliram os ataques russos na zona de Brovari, a leste de Kiev.
No Nordeste da Ucrânia continuam paralisadas e não realizaram operações ofensivas contra Chernihiv, Sumi ou Kharkiv.
As forças russas continuam a fazer progressos difíceis em Mariupol, mas não conseguiram garantir mais território em Donbass ou em direcção a Mikolaiv. Segundo o Estado-maior ucraniano, um batalhão do Exército russo retirou-se totalmente do território ucraniano de Sumi.
Após nova ronda de negociações, na Turquia, a Rússia anunciou que vai reduzir a actividade militar em Kiev e Chernihiv drasticamente, enquanto a Ucrânia garantiu adoptar um estatuto de neutralidade, mantendo-se fora de qualquer aliança militar (incluindo a NATO).
No terreno, os combates continuaram. O principal edifício governamental da cidade de Mikolaiv foi atingido por rockets, tendo-se registado 13 mortos e 22 feridos. Na capital ucraniana os militares do país levaram a cabo contra-ataques, que consideram ter tido “algum sucesso”. Em simultâneo, a Rússia garante que a sua ofensiva está a concentrar esforços na “libertação” da região separatista do Donbass.
Na guerra, que já provocou a morte de pelo menos 144 crianças, o Presidente ucraniano descreveu as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia como “passivas”, sendo que o custo da “falta de coragem” é a vida dos ucranianos.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
28 de Março de 2022As forças russas não abandonaram os objectivos a noroeste de Kiev, e o comandante do Distrito Militar Oriental da Rússia pode estar pessoalmente no comandando das operações.
Na madrugada desta segunda-feira registaram-se ataques aéreos em Kiev, Lutsk, Rivne, Kharkiv e Jitomir. Além destas cidades, também Mariupol esteve novamente sob bombardeamento, onde continuam encurralados cerca de 160 mil residentes.
No dia em que o Wall Street Journal divulgou que o oligarca russo Abramovich e negociadores de paz ucranianos apresentaram sinais que lançam suspeitas de envenenamento após uma reunião em Kiev, o presidente da câmara de Irpin anunciou a reconquista da cidade, uma vitória sobre as forças russas.
A Rússia planeia limitar o acesso de cidadãos de países responsáveis por actos "pouco amigáveis" ao seu território. Está a ser preparado um "projecto de decreto presidencial" para "introduzir medidas de retaliação", afirmou o ministro russo dos Negócios Estrangeiros. Até ao momento não foram divulgados os países que serão afectados por esta restrição.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; Finantial Times
Tropas ucranianas afirmam que as forças russas utilizaram bombas de fósforo branco na cidade de Avdiivka, no Leste do país. Embora estes relatos careçam de confirmação independente, o Presidente ucraniano, Volodilir Zelenskii, acusou na semana passada a Rússia de estar a usar bombas de fósforo contra alvos civis, incluindo crianças.
Êxodo de refugiados ucranianos é o maior
na Europa desde a II Guerra Mundial
27 de Março de 2022Forças ucranianas dizem ter repelido sete ataques nas regiões de Donetsk e Lugansk
Ucrânia e Rússia acordaram este domingo a abertura de dois corredores humanitários para evacuar civis das áreas da linha de frente, incluindo as pessoas que saiam da cidade sitiada de Mariupol nos seus carros particulares.
Num dia em que, segundo responsáveis em Kiev, a Rússia continuou a sua "agressão armada em larga escala", as tropas ucranianas dizem ter repelido sete ataques das forças russas nas regiões de Donetsk e Lugansk. Nesta última, o líder separatista Leonid Pasechnik abriu a porta a um possível referendo com vista à integração da província na Federação Russa.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
Tropas ucranianas afirmam que as forças russas utilizaram bombas de fósforo branco na cidade de Avdiivka, no Leste do país. Embora estes relatos careçam de confirmação independente, o Presidente ucraniano, Volodilir Zelenskii, acusou na semana passada a Rússia de estar a usar bombas de fósforo contra alvos civis, incluindo crianças.
26 de Março de 2022Rússia realiza o maior ataque ao ocidente da Ucrânia
Rockets que terão sido disparados da Crimeia atingiram Lviv, cidade a 60 quilómetros da fronteira polaca. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas
Ataque russo com mísseis lançados do Mar Negro atingiu arsenal militar em Jitomir a oeste de Kiev.
Em Mariupol, forças russas mantêm esforços para tomar a cidade, com combates rua a rua que já chegaram ao centro
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; El País
25 de Março de 2022Cerca de 20 mil voluntários de todo o mundo já se juntaram às forças ucranianas
Pelo menos 300 pessoas terão morrido no ataque de 16 de Março de 2022 ao teatro local, anunciou o município. Forças russas acercam-se do centro da cidade.
Seis pessoas que faziam fila num centro de distribuição de ajuda humanitária foram mortas num bombardeamento russo.
No que aparenta ser uma redução dos seus objectivos militares, a Rússia anunciou que se concentrará na "libertação" desta região do Leste da Ucrânia.
A Ucrânia recuperou cidades e posições defensivas a cerca de 35 quilómetros a leste de Kiev, obrigando as forças russas a recuar. Ainda assim, a Rússia continua a tentar cercar a capital, numa altura em que o país está cada vez mais isolado do resto da Europa.
Esta sexta-feira, a Finlândia anunciou o encerramento da ligação ferroviária com Moscovo. A partir da próxima segunda-feira, deixam de circular comboios entre São Petersburgo, na Rússia, e Helsínquia, na Finlândia — o fecho representa o fim de uma das últimas vias de acesso da Rússia à União Europeia.
Moscovo está a concentrar os esforços no território de Donbass, na região leste, junto à fronteira com a Federação Russa. As forças de Putin dizem que já controlam mais de 90% da cidade de Lugansk.
Com as munições de precisão a escassear do lado russo, especialistas alertam que é cada vez mais provável que recorram a armas com tecnologia mais antiga e à artilharia.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; El País
24 de Março de 2022Ucrânia anuncia recuo das forças russas à volta de Kiev. Chernihiv enfrenta "catástrofe" devido a cerco das tropas russas
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT; El País
O Ministério da Defesa ucraniano anunciou esta quinta-feira que os militares ucranianos repeliram a ofensiva militar russa em algumas áreas próximas da capital Kiev, cita a Reuters.
De acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano, Oleksander Motuzianik, em certas áreas as tropas russas foram obrigadas a recuar mais de 70 km (44 milhas). Noutros casos recuaram 35 km. Tal aconteceu porque, segundo Motuzianik, as tropas russas não dispunham de recursos suficientes para avançar, situação que levou ao abrandamento das hostilidades. Ainda assim, Moscovo continua a tentar cercar a capital.
Já a população da cidade de Chernihiv, no Norte da Ucrânia, enfrenta uma "catástrofe", com as tropas russas a destruírem lojas de alimentos num cerco à cidade que dura há quase um mês, alertou esta quinta-feira um autarca local. Um ataque aéreo desta semana destruiu também uma ponte sobre o rio Desna, rota crucial para trazer alimentos e outras ajudas para a cidade a partir de outros pontos do território controlado pela Ucrânia mais para Sul.
O líder do governo regional de Kharkiv, Oleh Siniehubov, afirmou que seis pessoas foram mortas e 15 ficaram feridas num ataque russo à cidade, avançou o The New York Times. A ofensiva terá sido contra um posto de correios que servia como local de apoio humanitário aos habitantes locais.
No dia que marca um mês desde o início da invasão russa da Ucrânia, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) revelou que pelo menos 1035 pessoas foram mortas e outras 1650 ficaram feridas na guerra na Ucrânia. No mesmo período, morreram 90 crianças. Porém, a ONU acredita que os números reais são “consideravelmente mais elevados”.
23 de Março de 2022Forças russas fazem da cidade de Chernihiv refém. Cerca de 100 mil pessoas continuam presas em Mariupol
As forças russas estão a ser acusadas de fazer o povo da cidade ucraniana de Chernihiv refém numa altura em que as autoridades ucranianas alertam que a cidade está a ficar sem água potável. O cenário, avançado numa reportagem do jornal britânico Guardian, surge depois de as forças russas terem cortado as ligações da cidade com a capital Kiek, que fica a 100 quilómetros de distância, ao bombardear uma das pontes que atravessa o rio Desna durante a noite.
Cerca de 100 mil pessoas continuam presas em Mariupol. A cidade portuária, situada no mar de Azov, continua a ser atingida pelos sucessivos bombardeamentos russos. Os habitantes vivem em “condições desumanas”, sem água, comida e medicamentos, advertiu o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT; El País
Três pessoas, entre as quais duas crianças, foram mortas na sequência de um bombardeamento a um edifício residencial na região de Rubizhne, perto de Lugansk. O ataque ocorreu durante a noite e uma bomba explodiu no quinto andar.
De acordo com o governador de Lugansk, foi alcançado um acordo para um cessar-fogo com o objectivo de retirar civis que ficaram presos na região por causa dos combates entre as forças russas e ucranianas. O acordo entrou em vigor esta quarta-feira, às 7h de Portugal Continental.
Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, as delegações da Rússia e Ucrânia concordaram com a abertura de nove corredores humanitários para a retirada de civis. As províncias separatistas de Donetsk e Lugansk, assim como as cidades de Zaporizhzhia e de Kiev, foram incluídas nos corredores, revelou Irina Vereshchuk.
22 de Março de 2022Forças russas atacam Academia de Ciências em Kiev. Tentativa de conquistar capital ucraniana "é suicídio”
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT; El País
Um ataque à Academia de Ciências da Ucrânia, em Kiev, nesta terça-feira, provocou pelo menos uma vítima mortal, avançou a agência France-Presse (AFP). O edifício de sete andares no noroeste de Kiev, que pertence à Academia de Ciências, foi bombardeado por via aérea, tendo a Rússia utilizado drones para o concretizar.
Moscovo, por sua vez, conta três mortes. De acordo com a AFP, um funcionário dos serviços secretos do Ministério da Defesa russo, que pediu para não ser identificado, confirmou o lançamento de uma bomba por drones russos. E acrescentou, cita o The Guardian: "A seguir ao primeiro, mais dois drones tentaram largar bombas mas foram abatidos. Aqui costumava funcionar uma instituição civil, não militar.”
Uma das prioridades das forças russas é controlar Kiev. Porém, o conselheiro presidencial Oleksii Arestovich avisou, nesta terça-feira, durante uma entrevista, que qualquer tentativa de assumir o controlo da capital ucraniana "é suicídio”. Oleksii Arestovich disse ainda que as hostilidades activas entre a Rússia e a Ucrânia podem chegar ao fim nas próximas duas a três semanas.
A invasão russa à Ucrânia já provocou pelo menos 953 mortos e 1557 feridos entre a população civil , a maioria dos quais devido a armas explosivas com vasta área de impacto, segundo a ONU. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos(ACNUDH) contabilizou, até às 24h de segunda-feira (hora local), 78 crianças entre os mortos e 105 entre os feridos.
21 de Março de 2022Bombardeamento em Kiev e repressão a manifestantes em Kherson. Ucranianos resistem em Mariupol
Um bombardeamento em Kiev, durante a madrugada desta segunda-feira, causou pelo menos oito mortes. O ataque atingiu um centro comercial e áreas residenciais da capital ucraniana que as forças russas continuam a tentar cercar. De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), os corpos das vítimas encontravam-se junto de um centro comercial, no noroeste da cidade. O bombardeamento atingiu ainda vários veículos num parque de estacionamento e abriu uma cratera de vários metros de largura.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT; El País
As Forças Armadas da Ucrânia acusaram as forças russas de dispararem sobre manifestantes na cidade de Kherson, na foz do rio Dniepre, para acabar com um protesto contra a invasão estrangeira. "As forças de segurança russas correram, começaram a atirar granadas para a multidão e a disparar”, lê-se num comunicado citado pela Reuters. Pelo menos uma pessoa ficou ferida.
De acordo com o centro de comunicações estratégicas da Ucrânia, para além de armas de fogo, foram utilizadas granadas de atordoamento e algumas chegaram a explodir sob os pés dos manifestantes.
A Rússia ordenou, no domingo, às forças ucranianas que abandonassem a cidade de Mariupol, cercada há semanas e em grande parte já destruída, até à manhã de segunda-feira. Em troca, as forças russas autorizariam a abertura de dois corredores humanitários para saída da cidade, mas os ucranianos recusaram-se a depor as armas.
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshuchuk, recusou a rendição. “Não se pode falar em rendição e deposição de armas. Já informámos o lado russo sobre isto”, afirmou, em declarações ao canal ucraniano Pravda, citadas pela agência Associated Press. “Eu escrevi: em vez de perderem tempo em oito páginas de cartas, abram o corredor”, afirmou.
O número de refugiados chegou aos 3,48 milhões. >Os dados divulgados esta segunda-feira pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) revelam ainda que mulheres, crianças e idosos representam a maioria. A Polónia recebeu mais de dois milhões de refugiados e centenas de milhares de ucranianos seguiram para a Hungria, Eslováquia, Moldova, Roménia, Rússia e, em menor escala, para a Bielorrússia.
20 de Março de 2022Bombas russas levam destruição ao sul e ao leste da Ucrânia
Tropas russas bombardearam uma escola de arte em Mariupol, onde 400 pessoas, incluindo crianças, se encontravam refugiadas. "Sabe-se que o edifício foi destruído e que os civis ainda estão debaixo dos escombros. Estão a ser recolhidas informações sobre o número de vítimas", lia-se numa mensagem publicada na conta da câmara de Mariupol na plataforma Telegram.
As forças armadas ucranianas na região de Lugansk acusaram o exército russo de matar pelo menos 56 pessoas num bombardeamento a um lar de idosos na cidade de Kreminna. “A 11 de Março de 2022, os invasores russos apontaram um tanque a uma casa de repouso de Kreminna e mataram pelo menos 56 pessoas. Fizeram isso deliberadamente e de forma cínica. Limitaram-se a colocar o tanque em frente ao prédio e começaram a disparar”, disse o comandante da região de Lugansk, Serhiy Haidai, numa mensagem publicada no Telegram.
A Rússia anunciou que utilizou, pelo segundo dia consecutivo, mísseis hipersónicos na Ucrânia, desta vez para destruir uma reserva de combustível do exército ucraniano junto a Mikolaiv, no Sul do país. “Uma grande reserva de combustível foi destruída por mísseis Kalibr, disparados do mar Cáspio, bem como mísseis balísticos hipersónicos disparados pelo sistema aeronáutico Kinjal do espaço aéreo da Crimeia”, disse o Ministério da Defesa num comunicado.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT; El País
19 de Março de 2022Cerco russo a Mariupol está cada vez mais apertado
Em Mariupol, um dos epicentros da invasão russa deste sábado, o cerco das tropas russas está cada vez mais apertado, com os combates a chegar ao centro da cidade. Ainda há milhares de pessoas retidas nesta que é uma das principais zonas estratégicas para a Rússia e onde o acesso à ajuda humanitária (como a distribuição de alimentos) ainda se encontra barrado, denunciou este sábado a ONU. As autoridades ucranianas acusam ainda as tropas russas de estarem a retirar civis de Mariupol e a levá-los para a Rússia contra a sua vontade.
Mais a sul do país, a ofensiva das tropas russas fez com que o Exército ucraniano tenha perdido “temporariamente” o acesso ao mar de Azov, assumiu na sexta-feira à noite o Ministério da Defesa ucraniano, sem avançar mais detalhes. Já na capital, imagens de satélite revelam que as tropas russas estão a construir defesas e a entrincheirar-se na sua periferia.
A Rússia terá usado mísseis hipersónicos num ataque levado a cabo na sexta-feira, comunicou, por sua vez, o Ministério da Defesa russo.
Um ataque com três mísseis a um quartel perto de Mikolaiv provocou pelo menos 50 mortes e outros 50 feridos. As operações de resgate decorrem no local, segundo a AFP, onde havia cerca de 200 soldados aquando do bombardeamento.
Ao todo, a ONU avança que há pelo menos 847 civis mortos e 1399 feridos confirmados até sexta-feira. A Ucrânia esperava ter dez corredores humanitários a funcionar neste 24.º dia do conflito e revelou que foram retiradas 6623 pessoas. Chegou à altura de dialogar sobre “paz e segurança” com a Rússia, reforçou o presidente da Ucrânia Volodimir Zelenskii, num vídeo publicado.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
O Estado-Maior ucraniano informou que a Rússia “esgotou significativamente os seus recursos humanos” devido a baixas em batalha, casos de automutilação para evitar o destacamento e factores psicológicos.
As forças ucranianas conduziram uma contra-ofensiva bem-sucedida ao redor de Mikolaiv nos últimos dias. A capacidade de realizar este contra-ataque bem-sucedido indica que as forças russas que tentam cercar Mikolaiv estão provavelmente esgotadas, e é pouco provável que as forças russas tenham a capacidade de retomar as operações ofensivas em direção a Odessa no curto prazo.
A Rússia não realizou nenhuma operação ofensiva a Noroeste ou Nordeste de Kiev em 18 de Março de 2022, mas continuam a fazer progressos constantes em Mariupol.
As forças russas a Sudeste de Kharkiv, através da cidade de Izyum, foi barrada nas últimas 24 horas.
Os invasores conseguiram pequenos ganhos territoriais ao norte da cidade de Severodonetsk em Lugansk Oblast e provavelmente atacarão a própria cidade nas próximas 24-48 horas. A inteligência militar ucraniana criou um site oficial para fornecer apoio e orientação aos combatentes e civis ucranianos em território ocupado pela Rússia.
18 de Março de 2022Tropas russas com “avanços mínimos”. Kharkiv e Mariupol continuam cercadas e sob bombardeamento
As forças russas bombardearam Lviv de madrugada e o alvo terá sido um edifício onde se reparavam aeronaves. De acordo com o Reino Unido, as tropas russas têm conseguido “avanços mínimos”, mas cidades como Kharkiv e Mariupol mantêm-se cercadas e sob bombardeamento constante.
O Presidente ucraniano disse que os trabalhos de resgate para salvar centenas de pessoas que ainda se acredita estarem presas nos escombros de um teatro bombardeado em Mariupol continuam em curso. Pelo menos 130 cidadãos foram resgatados com vida. Desconhece-se se há mortes. Até ao momento, o conflito provocou mais de 3,2 milhões de refugiados e a morte de pelo menos 816 pessoas. Pelo menos 1333 feridos civis ficaram feridos, diz a ONU.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; Financial Times
Para o Presidente russo, é o Governo ucraniano quem “está a atrasar o processo negocial”, que tem em vista
um acordo de cessar-fogo. Já o chefe da delegação russa nas negociações com Kiev disse ter registado uma “aproximação” das posições sobre a questão de um estatuto neutral da Ucrânia e progressos relacionados com a desmilitarização do país.
Joe Biden e Xi Jinping falaram por telefone e, de acordo com a imprensa chinesa, Xi terá dito a Biden que a China se opõe à guerra na Ucrânia, sendo algo a que o seu país não quer assistir. O Presidente chinês acrescentou ainda que Pequim defende a “paz e a segurança”. O governo chinês tem assumido, até este 23.º dia de conflito, uma posição ambígua e evitado condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia.
17 de Março de 2022“Centenas de vítimas” em ataque russo a teatro
As forças russas na Ucrânia continuam a bombardear cidades, causando a morte de civis, mas não estão a avançar no terreno, dizem vários países ocidentais.
A guerra que Moscovo esperava vencer em poucos dias entra agora na quarta semana e fontes do Pentágono estimam que a Rússia já tenha perdido mais de sete mil soldados, incluindo três generais, e que 14 a 21 mil tenham sido feridos — prejudicando o avanço sobre várias cidades, como Kiev.
As perdas militares russas e ucranianas na guerra
Perdas de equipamento militar nas Forças Armadas dos dois países desde o início da invasão russa à Ucrânia, a 24 de Fevereiro. Os dados são compilados pela plataforma independente Oryx e só incluem veículos e equipamentos destruídos ou capturados cuja existência possa ser comprovada por fotografia ou vídeo. A lista completa pode ser consultada em oryxspioenkop.com
...em Mariupol
Uma das cidades mais atingidas pelas forças russas, o colapso dos serviços mais básicos está a dificultar o resgate de sobreviventes do edifício do teatro arrasado na quarta-feira, e que servia de abrigo para civis. Os ucranianos dizem que um ataque russo foi responsável pela destruição, os russos negam. Ainda não há balanço de vítimas.
Fontes: MAXAR TECHNOLOGIES/REUTERS
A Rússia negou ter atacado o teatro. Mais de 350 mil pessoas permanecem na cidade sitiada e cerca de 30 mil já fugiram.
16 de Março de 2022Ucrânia e Rússia têm rascunho de plano de paz, mas Kiev e Mariupol voltam a ser bombardeadas
Na manhã deste 21.º dia de conflito as forças russas bombardearam um edifício residencial na zona de Shevchenkivskyi, em Kiev. Na explosão inicial, que originou depois um incêndio, duas pessoas ficaram feridas e 37 foram retiradas do edifício. As forças russas terão também bombardeado um teatro em Mariupol (onde estariam mais de mil civis) e disparado sobre uma fila de pessoas que esperava pelo pão, em Kiev. O ministério da Defesa russo negou as duas últimas acusações.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA;NYT; El País
Num dia marcado pelo vídeo emotivo que Zelenskii apresentou ao Congresso dos EUA, o Presidente ucraniano disse que o seu exército já deteve mil russos, os EUA anunciaram novo fornecimento de armas à Ucrânia e a NATO admitiu quedesta guerra tem que “resultar um fracasso estratégico para a Rússia”. Ao longo desta quarta-feira a Ucrânia e a Rússia terão também chegado a um rascunho de plano de paz, que inclui um cessar-fogo e a retirada russa.
15 de Março de 2022Mísseis russos atingem bairros residenciais em Kiev
O Presidente ucraniano reuniu-se esta terça-feira, em Kiev, com os primeiros-ministros checo, polaco e esloveno, que chegaram durante a tarde a Kiev para mostrar o seu apoio “inequívoco” a Volodimir Zelenskii.
Um conselheiro do chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Oleksii Arestovich, disse acreditar que a guerra poderá terminar no início de Maio, quando a Rússia deixar de ter recursos para atacar a Ucrânia. “Acho que não deverá tardar mais do que Maio, início de Maio, quando deveremos ter um acordo de paz”, disse o conselheiro que não participa nas negociações, citado pela BBC.
Como retaliação às medidas impostas pelo Ocidente em resposta à invasão russa da Ucrânia, o Kremlin anunciou sanções contra vários políticos norte-americanos, entre os quais Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos e Antony Blinken, secretário de Estado do Governo norte-americano.
O número total de refugiados da guerra na Ucrânia atingiu os três milhões esta terça-feira. A ONU alerta que, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, houve uma criança que se tornou refugiada quase a cada segundo.
14 de Março de 2022Ataques russos a edifício residencial na zona Norte de Kiev e a fábrica de aviões na capital ucraniana
Pelo menos duas pessoas morreram na sequência de um ataque russo a um edifício residencial na zona Norte de Kiev, Obolon, pelas 5h desta segunda-feira.
Uma fábrica de montagem de aviões Antonov, em Kiev, foi também alvo de ataques russos esta segunda-feira, de acordo com uma mensagem na rede Telegram da administração da cidade, citada pela agência Reuters.
Os militares russos admitem o lançamento de ataques para assumir o controlo total das principais cidades ucranianas, algumas das quais já estão cercadas, advertiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Ao mesmo tempo, um dos conselheiros mais próximos de Putin afirmou que a operação militar na Ucrânia não está a avançar tão rapidamente como Moscovo planeava.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; El País
A Ucrânia acusou esta segunda-feira o exército da Rússia de ter cortado novamente o fornecimento de energia à central nuclear de Tchernobil, localizada ao norte de Kiev e sob controlo dos russos desde os primeiros dias da guerra.
Uma nova ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia vai ser retomada na terça-feira, depois de ter sido interrompida esta segunda-feira para uma "pausa técnica", revelou um dos negociadores da Ucrânia, Mykhailo Podolyak.
Depois de sucessivos corredores humanitários interrompidos que impediram a retirada de civis da cidade de Mariupol, o cessar-fogo permitiu esta segunda-feira que um comboio de mais de 160 carros deixasse a cidade portuária rumo a Zaporizhzhia.
Ao 19.º dia de conflito, a ONU conta 636 mortes de civis ucranianos, incluindo 46 crianças, mas os números poderão ser superiores. A Procuradoria-Geral da Ucrânia fala em pelo menos 90 crianças mortas.
13 de Março de 2022As forças russas atacaram o Centro Internacional para a Manutenção da Paz e Segurança, localizado na cidade de Yavoriv, perto de Lviv
A base militar ucraniana está a cerca de 25 quilómetros da fronteira com a Polónia e terá sido bombardeada por oito mísseis, segundo a administração regional de Lviv.
No ataque a esta base, onde chega parte da ajuda militar entregue à Ucrânia por parte dos países ocidentais, registaram-se, até ao momento, 35 mortes e 134 feridos.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; BBC; Washington Post
As autoridades russas e ucranianas deram este domingo a entender que dentro dos próximos dias poderão existir “resultados positivos”, fruto das negociações entre os dois países, que, afirmam, terão chegado a um ponto “promissor”.
Porém, o Presidente da Polónia alertou que, se se verificar um uso de armas químicas por parte dos invasores russos, pode existir uma intervenção por parte da NATO. Andrzej Duda disse que, se Putin “usar armas de destruição maciça, vai mudar as regras do jogo”. De acordo com o chefe da polícia da cidade de Popasna, no leste da Ucrânia, o exército russo terá feito ataques com recurso a bombas de fósforo branco durante a noite.
Ao 18.º dia de conflito já 2,69 milhões de ucranianos fugiram do país, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Polónia terá acolhido mais de metade. Em Itália, um autocarro que seguia com 50 refugiados despistou-se, registando-se um morto e vários feridos até ao momento.
12 de Março de 2022Tensão em Kiev, à espera de um ataque russo
Na capital ucraniana as autoridades armazenam medicamentos e produtos e bens de primeira necessidade, uma vez que faltam menos de 25 quilómetros para os russos chegarem à cidade, segundo o Ministério da Defesa britânico. Além da capital, também Kharkiv e a região do Donbass se prepararam para ser invadidas.
De acordo com o serviço de inteligência ucraniano, ao longo deste 17.º dia de conflito, as forças russas voltaram a disparar contra uma rota de evacuação, acabando por matar sete civis. O ataque ocorreu na região de Kiev e os ucranianos que se encontravam no local acabaram por não conseguir fugir da vila.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Desde o início da invasão da Ucrânia já morreram pelo menos 79 crianças e uma centena ficou ferida, anunciou o Ministério Público ucraniano. A maioria das vítimas encontrava-se nas regiões de Kiev, Kharkiv, Donetsk, Sumi, Kherson e Zhitomir. No que toca a baixas militares, o Presidente da Ucrânia anunciou que já morreram 1300 soldados ucranianos desde o início da invasão. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, mais de 12 mil soldados russos perderam a vida.
Ao início do dia o mesmo Ministério acusou a Rússia de atacar uma mesquita em Mariupol, onde estariam abrigadas 80 pessoas. O presidente da associação da Mesquita Sultão Solimão acabou por desmentir a informação. Ismail Hacioglu afirmou que as forças russas estavam a bombardear uma região a dois quilómetros e que uma bomba caíra a 700 metros da mesquita, não atingindo o edifício.
11 de Março de 2022Rússia ataca três novas cidades ucranianas
As tropas russas deslocaram-se para a região ocidental da Ucrânia e lançaram investidas em três cidades que, até agora, tinham sido relativamente poupadas. Três ataques aéreos atingiram áreas residenciais em Dnipro, matando uma pessoa, de acordo com os serviços de emergência da Ucrânia. As bombas caíram perto de um jardim-de-infância, um prédio e uma fábrica de calçado, avançou a emissora ucraniana ICTV.
Várias explosões foram ouvidas na cidade de Lutsk, no Noroeste, muito perto da fronteira com a Polónia e também perto de Lviv, indicou o presidente da câmara, Igor Polischuk, que apelou aos residentes para se dirigirem para os abrigos. De acordo com a ICTV, o alvo do ataque pode ter sido o aeroporto e uma fábrica próxima.
As tropas russas lançaram também um ataque na cidade de Ivano-Frankivsk, no Oeste da Ucrânia.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
No Leste, as forças russas atingiram um hospital psiquiátrico perto da cidade de Izium. Oleh Sinegubov, governador da região de Kharkiv, disse que 330 pessoas estavam no hospital e que 73 foram retiradas. O número de vítimas do “ataque brutal contra civis” está a ser contabilizado.
As autoridades ucranianas anunciaram planos para várias operações de retirada de civis e de envio de ajuda humanitária em vários pontos do país, em colaboração com a Cruz Vermelha. A prioridade mantém-se na cidade portuária de Mariupol, cercada pelas forças russas e onde a população está exposta à violência do ataque armado, à fome e ao frio. A operação foi tentada várias vezes sem sucesso devido aos ataques da artilharia russa que atingiram os corredores humanitários estabelecidos.
No total, mais de 2,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia até esta sexta-feira, diz a ONU.
10 de Março de 2022Cessar-fogo continua a ser uma miragem
As forças russas terão reiniciado ofensivas em Kiev e continuam o cerco no Oeste, mas poucos progressos foram feitos. Metade da população da capital fugiu da cidade desde o início da invasão. Mas Kiev resiste e “transformou-se numa fortaleza”, segundo o presidente do município, Vitali Klitschko.
Mariupol continua cercada e sitiada. Três pessoas, incluindo uma criança, terão morrido no bombardeamento russo que atingiu um hospital pediátrico da cidade na quarta-feira. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, incluindo mulheres grávidas e funcionários do hospital.
Depois de controlada a maior central nuclear da europa, as operações militares russas para tomar a cidade de Zaporizhzhia continuam a ser preparadas, mas ainda não foram iniciadas em grande escala. A Sul, as forças russas de Kherson parecem querer cercar Mikolaiv pelo Leste, mas ainda não atravessaram o rio Bug.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Pelo menos 18 instalações de saúde e ambulâncias foram alvo de ataques desde que a invasão russa começou, confirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais de 2,3 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia, revelou a Organização Internacional para as Migrações.
A reunião entre o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e o homólogo ucraniano, Dmitro Kuleba, na cidade turca de Antália, terminou esta quinta-feira de manhã sem grandes progressos em relação a um eventual cessar-fogo. Kuleba diz que Lavrov não se comprometeu com a criação de um corredor humanitário em Mariupol.
9 de Março de 2022Situação ao décimo quarto dia
Onde se deram as detenções dos protestos antiguerra
Mais de 13 mil pessoas foram detidas em solo russo na sequência de protestos antiguerra, desde o início da invasão da Ucrânia a 24 de Fevereiro. Houve detenções em mais de 150 cidades, sobretudo em Moscovo e São Petersburgo.
Forças russas consolidam posições na periferia de Kiev
Forças russas consolidam as suas posições e preparam-se para novas operações ao longo da periferia Oeste e Leste de Kiev, especialmente na área de Irpin (Oeste) e na área de Brovary (Leste). Um novo ataque russo a Kiev pode estar por dias.
As forças ucranianas defendem as suas posições que vão de Sumy, que as forças russas ainda não controlam, até à periferia Leste de Kiev. A Sul, os invasores tentam contornar Mikolaiv atravessando o rio Bug do Sul com o objectivo de atingir Odessa.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Mariupol, a Sudoeste, continua a ser alvo de ataques aéreos: um hospital pediátrico na cidade foi destruído durante a tarde de quarta-feira. O governo ucraniano acusa Moscovo de quebrar o cessar-fogo e travar a fuga de civis há dias: os esforços para retirar pessoas através de um corredor humanitário têm falhado desde 5 de Março de 2022.
8 de Março de 2022"Corredores humanitários" permitem saída de civis
A Ucrânia já começou a retirar civis da cidade de Sumi, no Nordeste, e da cidade de Irpin, perto da capital Kiev, nesta terça-feira, revelaram autoridades ucranianas. As operações começaram depois de as autoridades russas e ucranianas terem concordado em estabelecer "corredores humanitários" para permitir que civis saíssem de algumas cidades sitiadas pelas forças russas.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, denunciou que as forças russas podem estar deliberadamente a atacar civis que tentam fugir do ataque militar à Ucrânia. Stoltenberg disse que “há relatos muito credíveis de civis a ser atacados enquanto tentam fugir". "Alvejar civis é um crime de guerra e é totalmente inaceitável”, acrescentou, referindo-se ao impacto humanitário “devastador” da invasão russa.
Pelo menos 406 civis foram mortos e 801 ficaram feridos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo dados das Nações Unidas, números semelhantes aos contabilizados por Kiev, que indica 38 crianças entre as vítimas mortais. O número de pessoas que fugiram da Ucrânia ultrapassou esta terça-feira os dois milhões, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
7 de Março de 2022Aperta o cerco a Kiev. Em Mariupol, permanece o impasse
A cidade portuária de Mykolaiv foi alvo de um ataque russo durante a madrugada desta segunda-feira. O presidente da Câmara Municipal confirmou que edifícios civis foram alvo da artilharia russa.
A Ucrânia acusou a Rússia de voltar a "sabotar" a abertura de corredores humanitários para a evacuação de várias regiões. A diplomacia ucraniana disse que as forças russas "continuam os bombardeamentos e ataques com foguetes" em Kiev, Mariupol, Volnovakha, Sumy, Mykolaiv, Kharkov e outras cidades, vilas e aldeias".
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; El País
A Rússia também anunciou novos "corredores humanitários" para transportar ucranianos para território russo ou para a Bielorrússia, um movimento imediatamente denunciado por Kiev como um "golpe imoral". A vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, considerou esta opção “inaceitável”.
Horas depois, a terceira ronda de negociações entre russos e ucranianos terminou com "alguns resultados positivos" na questão dos corredores humanitários, anunciou Mykhailo Podoliak, membro da delegação ucraniana.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; El País
Iuri Prilipko, presidente da Câmara de Hostomel, cidade onde fica o aeroporto Antonov, a noroeste de Kiev, foi morto pelo exército russo. "Iuri Ilitch Prilipko morreu enquanto distribuía pão e remédios pelos doentes e confortava os feridos", anunciou o município em comunicado.
O presidente da Câmara de Lviv disse, esta segunda-feira, que a cidade do Oeste ucraniano atingiu o limite da sua capacidade para acolher pessoas deslocadas pelo ataque da Rússia à Ucrânia e apelou a organizações internacionais por ajuda. Mais de 1,7 milhões de pessoas já fugiram do país desde o início da invasão russa, de acordo com o balanço divulgado pelas Nações Unidas.
6 de Março de 2022Aperta o cerco a Kiev. Em Mariupol, permanece o impasse
A retirada de civis de Mariupol, no Sudeste, através de um corredor humanitário, foi cancelada pelo segundo dia consecutivo, mantendo milhares de civis à mercê do fogo cruzado entre as forças russas e ucranianas. E em Irpin, nos arredores da capital Kiev, este domingo demonstrou o que pode acontecer aos civis que tentam fugir, sem garantias de segurança, de uma zona de combate: pelo menos oito pessoas morreram, entre as quais os quatro membros de uma família que tinha acabado de cruzar uma ponte danificada, e cuja morte foi testemunhada por repórteres do New York Times. Terão sido atingidos por disparos da artilharia russa.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; Al Jazeera; NYT
De resto, Irpin e outros subúrbios ocidentais de Kiev foram palco de violentos combates, no que indicia um apertar do cerco das forças russas à capital, de onde já só é possível sair para Sul.
Noutros pontos do território, destaque para o bombardeamento do aeroporto de Vinnytsia, a Sul de Kiev, e para os receios do governo ucraniano em relação a Odessa, na costa do Mar Negro, onde se teme uma ofensiva em larga escala das forças de Moscovo (que, no entanto, não se concretizou este domingo).
5 de Março de 2022Ao décimo dia, fracassa a fuga de Mariupol
Foi cancelada a prometida retirada de milhares de civis de Mariupol, cidade estratégica nas margens do Mar de Azov, e da localidade vizinha de Volnovakha, ambas na faixa que as forças russas tentam consolidar entre o Donbass e a Crimeia.
Fontes: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; Al Jazeera; NYT
A operação estava prevista para a manhã de sábado, mas foi interrompida devido ao que a autarquia de Mariupol, pró-ucraniana, disse ter sido uma violação do cessar-fogo pelas forças russas, enquanto o Ministério da Defesa da Rússia acusou os "nacionalistas" ucranianos de terem impedido a retirada de civis. Mariupol era mesmo, no sábado, o principal foco de combates no terreno, com as forças russas a retomarem uma ofensiva em larga escala para controlar por completo a cidade.
Deveriam ter saído 200 mil pessoas de Mariupol e 15 mil de Volnovakha rumo a Zaporizhzhia, cidade perto da qual se localiza a central nuclear tomada, na madrugada de sexta-feira, pelas forças russas, que assumiram o controlo das centrais eléctricas ucranianas como um objectivo estratégico.
4 de Março de 2022No nono dia de guerra, russos controlam maior central nuclear da Europa
Ao nono dia do conflito armado na Ucrânia a Rússia fez avanços significativos e controla a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. Zelenskii acusou Moscovo de recorrer ao “terror nuclear”.
Por outro lado, em Mikolaiiv, no sul do país, as tropas russas expulsas pelos ucranianos. Alguns combates continuam nos arredores da cidade portuária do Mar Negro, mas estão a ficar cada vez mais controlados, segundo o governador regional, Vitalii Kim.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
As forças russas controlam agora a central nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste, perto da cidade de Enerhodar, a 550 km de Kiev.
A central é a maior da Europa e está entre as dez maiores do mundo. Antes da invasão russa, produzia um quarto da electricidade da Ucrânia e quase metade da energia gerada por todas as centrais nucleares do país.
Ao início da madrugada, o presidente da Câmara de Enerhodar deu conta de que havia um incêndio nas imediações da central "como resultado do contínuo bombardeamento de edifícios", escreveu Dmitry Orlov, descrevendo a situação como uma "ameaça à segurança global".
Por volta das 6h (4h em Portugal), os bombeiros ucranianos conseguiram extinguir o incêndio. O Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia sublinhou que o fogo, que causou dois feridos, atingiu um edifício e um laboratório “fora da central nuclear”.
A operação esteve em suspenso durante várias horas porque os bombeiros foram impedidos de aceder à central nuclear por tropas russas. O Presidente da Ucrânia acusou Moscovo de recorrer ao “terror nuclear” e de “querer repetir” a catástrofe de Tchernobil.
O regulador nuclear ucraniano já avançou que não foi detectado um aumento de radiação na central e que a segurança do perímetro já está garantida.
Central nuclear de Zaporizhzhia
3 de Março de 2022Sul da Ucrânia sob ataque ao oitavo dia de guerra
Os serviços secretos militares britânicos adiantaram que as tropas russas têm avançado muito pouco em direcção a Kiev nos últimos três dias.
Enquanto isso, Kharkiv, Chernihiv e Mariupol permanecem sob controlo ucraniano. O presidente da câmara de Kherson, a cidade do Sul da Ucrânia estrategicamente localizada na foz do rio Dnieper, confirmou a perda da capital regional.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
As tropas russas devastaram na quarta-feira Borodyanka, uma cidade a 40 quilómetros de Kiev. As imagens são de completa destruição. “A primeira vez o prédio só abanou. Na segunda começou tudo a cair”, conta Alla, moradora de Borodyanka. As forças russas têm vindo a bombardear edifícios residenciais na zona desde o dia 1 de Março.
Ao oitavo dia de guerra, as forças russas atacaram vários locais no Sul da Ucrânia.
O conselho municipal de Mariupol alertou que a Rússia tem bombardeado constantemente, e de forma deliberada, infra-estruturas civis cruciais da cidade, deixando os habitantes sem água, aquecimento ou energia e impedindo a chegada de abastecimento ou a saída de pessoas.
De acordo com as Nações Unidas, mais de um milhão de pessoas já terão saído da Ucrânia desde 24 de Fevereiro, quando começou o conflito armado com a Rússia.
A Polónia foi o país que acolheu maior número de pessoas (547.982), seguindo-se a Hungria (133.009).
Filippo Grandi, responsável pela pasta dos refugiados na ONU, disse que para milhões de pessoas, na Ucrânia, “é hora de as armas se silenciarem, para que a assistência humanitária, que salva vidas, possa ser prestada”.
2 de Março de 2022Ao sétimo dia, russos apertam cercos às cidades ucranianas
No sétimo dia de ofensiva russa na Ucrânia, os avanços russos parecem continuar limitados, com as tropas invasoras a procurarem montar cercos à volta de algumas das principais cidades ucranianas.
A madrugada de quarta-feira ficou marcada pela aterragem de pára-quedistas russos em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana que desde terça-feira tem sido alvo de bombardeamentos mais intensos. Seguiu-se um confronto no terreno com as forças ucranianas. Ainda assim, o governador da Administração Estatal Regional de Kharkiv, Oleh Synegubov, avançou que todos os ataques russos “foram repelidos” e que as posições ucranianas na protecção da cidade foram mantidas.
No sul da Ucrânia, os russos reivindicam o controlo de Kherson, situada numa margem do rio Dniepre. A informação não foi confirmada pelos ucranianos, que dizem que a luta pelo controlo se mantém, apesar do cerco à cidade. Em Mariupol, a sudeste, os responsáveis da cidade falam em “centenas” de mortos depois da destruição quase total de um bairro na zona ribeirinha. As tropas russas também têm vindo a movimentar-se no sentido de cercar a cidade.
Em Kiev, as movimentações russas também foram lentas e com vista a um cerco à capital ucraniana. O amanhecer chegou ao som das sirenes que ressoaram durante a noite com ataques a alguns bairros, mas a cidade continua esta quarta-feira a ser azul e amarela. A extensa coluna de tropas russas que se situa à entrada de Kiev parece não ter avançado nas últimas 24 horas.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Pelo menos 36 países já baniram aeronaves russas dos seus espaços aéreos. A lista inclui os 27 Estados-membros da União Europeia, e outras nações europeias, assim como os Estados Unidos e o Canadá. Os países só têm autoridade para encerrar os seus céus até 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) a partir da sua costa devido à definição de espaço aéreo.
O mapa abaixo destaca os países que baniram voos russos do seu espaço aéreo, com uma margem de aproximadamente 12 milhas náuticas a partir da linha costeira.
1 de Março de 2022Ataques com mísseis marcam sexto dia da invasão
As primeiras horas da manhã desta terça-feira, sexto dia da invasão russa na Ucrânia, começaram com fortes ataques aéreos a pontos estratégicos, num momento em que o exército russo desloca uma coluna gigante de tropas e equipamento em direcção a Kiev.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Em Kharkiv, segunda maior cidade do país, o edifício do Governo regional foi bombardeado, num ataque que provocou pelo menos dez mortos e 34 feridos, de acordo com o primeiro balanço feito pelas autoridades locais. O vídeo do bombardeamento, amplamente divulgado nas redes sociais e partilhados por órgãos de comunicação social ucranianos, mostram que as bombas caíram a poucos metros do edifício do Governo, atingindo vários carros numa intersecção movimentada.
Horas antes, em Okhtyrka, cidade da região de Sumy situada entre Kharkiv e Kiev, o alvo dos bombardeiros russos foi uma base militar. As fotografias dos escombros dos edifícios do complexo foram divulgadas esta manhã pelo líder do governo regional, Dmytro Zhyvytskyy, Deste ataque resultaram mais de 70 mortos. As autoridades locais alertaram para a forte possibilidade de a contabilização de vítimas mortais resultantes destes ataques subir nas próximas horas. Dmytro Zhyvytskyy alertou ainda para a existência de mortes entre os civis após combates entre o exército russo e ucraniano na região.
Uma coluna de tropas – que chegou a ter 64 quilómetros de comprimento – dirige-se para Kiev, movimento que, ao que tudo indica, será uma derradeira investida para cercar a capital ucraniana e assumir controlo. Os militares de Putin encontraram mais resistência do que o previsto, frustrando as ideias de rápidos avanços e conquistas em solo ucraniano. As próximas horas podem ser decisivas para definir o conflito, numa altura em que o espaço aéreo europeu se encontra fechado para as aeronaves russas e estão em prática sanções que pretendem paralisar a economia e penalizar os financiadores do esforço de guerra promovido pelo
28 de Fevereiro de 2022Situação no terreno no 5.º dia da invasão
A invasão da Ucrânia não teve avanços significativos nas últimas 24 horas, que ficaram marcadas por negociações. Comitivas dos dois países reuniram-se na cidade de Gomel, na Bielorrússia, enquanto se mantinham os ataques e os ucranianos continuavam a sair do país.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
27 de Fevereiro de 2022As três frentes das tropas russas na Ucrânia
A Rússia escolheu linhas de ataque em três regiões da Ucrânia. Em direção a Kiev, a capital, pelo norte, em direção a Kharkiv, do nordeste e a partir da Crimeia, no sul. A leste, os separatistas apoiados pela Rússia na região de Donbass mantêm a pressão.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
26 de Fevereiro de 2022Ao terceiro dia, Rússia retoma ofensiva
Ataques “em todas as direcções”: depois de o ministro da Defesa russo ter anunciado que as tropas pausaram a ofensiva na sexta-feira, o governante anunciou a intensificação das movimentações. O objectivo passa por controlar vários pontos estratégicos do país, sob ataque de Moscovo desde quinta-feira.
As tropas comandadas por Putin entraram na Ucrânia através das fronteiras sul, de leste e norte, controlando já várias cidades e infra-estruturas (como a antiga central nuclear de Tchernobil) e avançando em linha recta para a capital.
Kiev será novamente palco de ferozes combates, com a resistência ucraniana a tentar impedir a todo o custo uma conquista que, a todos os títulos, significaria a queda do país para o controlo do Kremlin.
Esta madrugada, um míssil russo atingiu um prédio habitacional, ouvindo-se em diversas ocasiões explosões e tiroteios no centro da capital. Milhares de pessoas refugiaram-se em estações de metro ou outros locais subterrâneos.
25 de Fevereiro de 2022Luta chega a Kiev
As forças russas chegaram aos arredores de Kiev esta sexta-feira, com o som de tiros e explosões a ecoar pela capital ucraniana. Na região de Obolonskyi, a 15 quilómetros do centro de Kiev, os civis filmaram tanques russos a percorrer as ruas. Foram dadas ordens para que os habitantes destas zonas ocupadas pelo exército russo permaneçam nas habitações, existindo ainda indicações para que se munam de cocktails molotov.
O próximo objectivo dos russos passará agora pela tomada de Kiev, onde estão situados os edifícios do Governo ucraniano.
Mas as forças de Putin encontraram resistência na entrada para a capital, uma das zonas mais reforçadas pelas tropas ucranianas que procuram dificultar ao máximo a tomada de pontos estratégicos. Uma das pontes que cruza o rio Dniepre foi um dos cenários de maior tensão: vários soldados ucranianos deitados, protegidos por veículos blindados estacionados a meio da ponte, aguardavam a chegada do exército inimigo.
A capital foi também uma das zonas mais abrangidas por bombardeamentos, com os responsáveis ucranianos a acusaram a Rússia de terem atingido um infantário com 50 crianças. Não se registaram vítimas mortais na sequência deste incidente, fortemente criticado nas redes sociais.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA
24 de Fevereiro de 2022O início da invasão
Primeiros ataques
Esta quinta-feira, Putin deu “luz verde” à invasão da Ucrânia: o Exército russo atacou várias cidades com mísseis de longo alcance e iniciou a conquista pela força de regiões inteiras no país vizinho. Os ataques aéreos atingiram a capital Kiev, onde se ouviram explosões ao longo da manhã. Odessa, cidade com o maior porto do país, foi uma das zonas atingidas pelos mísseis russos. Ao longo do dia, os ataques estenderam-se por todo o país, numa acção militarizada que se aproxima cada vez mais da capital ucraniana.
Forças de manutenção de paz
Durante semanas, Vladimir Putin garantiu que o destacamento de 150 mil soldados russos e de colunas com tanques e camiões se destinava apenas à realização de exercícios militares. Vários países ocidentais acusaram o Presidente russo de planear uma invasão ao país vizinho. Esta quinta-feira, os ataques foram maioritariamente dirigidos a alvos militares, mas há relatos de que também atingiram zonas civis, tendo já sido confirmada a existência de vítimas mortais.
Evolução das posições militares da Rússia
Presença militar russa intensificou-se ao longo das últimas semanas
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Vários países, com destaque para os EUA, foram deixando avisos quanto às verdadeiras intenções do Presidente russo. As imagens recolhidas pelos satélites também não deixavam dúvidas.
No final de Dezembro de 2022, Putin prometeu que dez mil soldados seriam desmobilizados, justificando a presença deste contingente com a realização de exercícios militares pontuais nas regiões da Crimeia, Krasnodar e Rostov, sob controlo russo. Os países ocidentais apontaram o dedo ao Presidente russo, acusando-o de estar a planear uma invasão da Ucrânia. Putin reclamou a liberdade de movimentar as suas tropas no que considera ser território russo.
As regiões separatistas reconhecidas pela Rússia
Esta segunda-feira, a Rússia decidiu reconhecer como países independentes as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e de Lugansk, cujas capitais estão ocupadas por forças pró-russas desde 2014. Putin decidiu ainda enviar o que classificou como "forças de manutenção de paz" para estas áreas.
Donetsk e Lugansk são duas províncias que integram o território ucraniano do Donbass e que se situam na sua região leste, junto à fronteira com a Federação Russa. Parte destes territórios estava sob ocupação de separatistas pró-russos.
Esta independência, apontam alguns observadores e temem vários países, serviu meramente como pretexto para uma eventual incursão militar russa em território ucraniano.
Fonte: Instituto para os Estudos da Guerra dos EUA; NYT
Conflito no Leste da Ucrânia
Só este ano, já foram registados cerca de 600 incidentes violentos na Ucrânia, de acordo com o Armed Conflict Location & Event Data Project. A maioria ocorreu no Leste da Ucrânia, ao longo da linha que separa o território controlado pelos rebeldes pró-russos do resto do país.
Imagens satélite mostram concentração de forças russas na Bielorrúsia, antes dos primeiros ataques/REUTERS
David e Golias
De acordo com o Global Fire Power, uma análise estatística anual às forças militares de vários países, a Rússia tem actualmente o segundo exército mais poderoso em todo o mundo, apenas atrás dos Estados Unidos. Por sua vez, a Ucrânia ocupa o 22.º lugar deste ranking e as diferenças entre as duas forças militares são bastante acentuadas.
Enquanto a Rússia tem aproximadamente 850 mil militares em actividade, a Ucrânia tem menos de um quarto desse valor – 200 mil militares. A Rússia tem cinco vezes mais tanques do que a vizinha e 11 vezes mais caças militares.
A resposta inicial do Ocidente
Do lado da União Europeia, o primeiro conjunto de sanções teve como alvo as entidades que financiam estas operações militares, bem como os indivíduos responsáveis por esta decisão. Nesse sentido, todos os membros eleitos da Duma (câmara baixa do Parlamento russo) vão ser visados por estas penalizações, que limitam a capacidade do Estado e do Governo em acederem aos mercados de serviços financeiros e de capitais da União.
Os EUA proibiram a negociação de dívida russa na bolsa de Nova Iorque, bloqueando a actividade de dois dos maiores bancos russos - VEB e Rossiia Promsviazbank - nos mercados europeus e norte-americanos. Joe Biden aplicou ainda sanções a empresas ligadas ao gasoduto Nord Stream 2.
O Reino Unido vai impor sanções a cinco bancos russos com operações no seu território: IS Bank, General Bank, Rossiia Promsviazbank e Black Sea Bank. Três multimilionários, Igor Rotenberg, Boris Rotenberg e Gennadi Timchenko, com ligações fortes a Vladimir Putin, viram as suas fortunas congeladas, com o Governo britânico a avançar o fim do programa “vistos gold”.
Estamos dependentes do gás russo?
O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou a suspensão do gasoduto Nord Stream 2, um enorme empreendimento que liga a Rússia e a Alemanha através do mar Báltico.
A dependência europeia do gás natural russo é um dos principais trunfos de Putin neste conflito, mas pode também constituir-se como uma vulnerabilidade para os russos, visto que a Europa é também a principal fonte das receitas de exportação de Moscovo.
O segundo gasoduto a ligar a Rússia e a Alemanha através do mar Báltico era visto como uma oportunidade de ouro para aumentar a capacidade de exportação de gás natural russo para o mercado europeu a preços mais baixos. No entanto, os críticos do projecto sempre alertaram para o perigo de aumento da dependência europeia do gás russo e da forma como essa situação poderia limitar as opções políticas do bloco europeu perante Moscovo.
De acordo com a edição de 2021 do relatório Energia em Números, da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), 6,9% do gás natural importado por Portugal em 2020 teve origem na Rússia. Para Portugal, a Rússia é apenas o quarto principal país de importação de gás natural, ultrapassado pela Nigéria, Argélia e Estados Unidos.
Importação de gás natural russo na UE
Peso por país do gás natural russo em 2020 (percentagem)
Nota: A Áustria não revelou a origem das importações de gás natural em 2020; Dados incluem gás liquefeito e transportado por gasoduto
Forças Ucranianas preparam-se para ofensiva russa/REUTERS
A densidade populacional na Ucrânia
A região de Kiev, alvo de ataques aéreos esta quinta-feira, tem 2,9 milhões de habitantes e é a zona com maior densidade populacional na Ucrânia. E pode ser a chave para Vladimir Putin, caso a ofensiva militar desencadeada esta madrugada seja um plano para controlar o país. Em Janeiro, os Estados Unidos acusaram a Rússia de mobilizarem para a Ucrânia sabotadores treinados em explosivos e guerra urbana.
Os responsáveis de segurança norte-americanos avisaram que esta táctica serviria para, em caso de invasão, ser mais fácil dificultar as acções do Governo ucraniano.