Governo chinês condena sanções à Rússia e volta a apelar ao diálogo

Porta-voz do Ministério da Defesa diz que as “sanções ilegais” não resolvem a questão e culpou os EUA de aumentar a tensão e “o clima de pânico na Ucrânia”.

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Hua Chunying, porta-voz do Ministério da Defesa da China Tingshu Wang/REUTERS

O Governo chinês condenou esta quarta-feira a imposição de sanções contra a Rússia por causa da crise ucraniana e acusou os Estados Unidos de usarem de “dois pesos e duas medidas” no que diz respeito a questões de soberania.

Ao ser questionada durante uma conferência de imprensa se a China considerava impor sanções similares a Moscovo, a porta-voz do Ministério da Defesa, Hua Chunying, descartou a imposição de “sanções ilegais” e fez questão de sublinhar que esta “nunca foi a melhor maneira de resolver os problemas”.

Culpando Washington pelo “aumento da tensão e o clima de pânico na Ucrânia”, Hua lembrou que desde 2011 o Governo norte-americano já impôs centenas de sanções contra a Rússia: “Resolveram algum problema? Vai conseguir resolver-se a crise ucraniana impondo sanções? O mundo fica melhor?”

Para Hua Chunying, citada pelo China Daily, as sanções são “pouco éticas e irresponsáveis” e, como tem sido apanágio do Governo chinês durante toda a crise de segurança na Ucrânia, insistiu que a única forma de aliviar a tensão é através do diálogo diplomático.

A porta-voz da Defesa acusou os EUA de estarem a contribuir para aumentar a tensão ao enviarem armas para a Ucrânia, ao contrário da China, que incentivou os dois lados a sentarem-se à mesa e discutir as preocupações de ambos.

E quando se trata de respeitar a soberania de outros estados, Hua Chunying lembrou aos Estados Unidos que eles próprios não têm muita moral para falar da Rússia: “Respeitaram a soberania e a integridade da Jugoslávia quando as forças da NATO, lideradas pelos EUA, bombardearam Belgrado? Os EUA respeitaram a soberania e a integridade do Iraque quando lançaram ataques militares contra Bagdad? Os EUA respeitaram a soberania e a integridade territorial do Afeganistão quando os drones dos EUA assassinaram gratuitamente crianças inocentes em Cabul e noutros lugares?”

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