Eixo Atlântico elegeu pela primeira vez uma mulher para a presidência
Lara Méndez foi eleita presidente do Eixo Atlântico como reconhecimento ao Caminho de Santiago e ao sector turístico.
A autarca de Lugo, município da Galiza, Espanha, Lara Méndez, foi nesta quarta-feira eleita presidente do Eixo Atlântico, sucedendo no cargo ao presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, tornando-se na primeira mulher na liderança em 30 anos.
Lara Méndez foi eleita presidente do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular na Assembleia-geral que teve hoje lugar em Santiago de Compostela, como reconhecimento ao Caminho de Santiago e ao sector turístico, um dos mais castigados pela pandemia, mas muito importante na retoma, tendo-se comprometido a desenvolver iniciativas para reforçar a capacidade das cidades e enfrentar futuras crises.
Agradecendo a confiança nela depositada, a nova presidente do Eixo Atlântico afirmou que o mandato que agora se inicia será de “especial importância” dado que os municípios enfrentam enormes desafios derivados da crise sanitária, social e económica pós-pandemia.
Contudo, é também “uma oportunidade única” para, utilizando os fundos europeus, transformar os territórios, tornando-os mais fortes.
“As entidades locais devem trabalhar em conjunto e colocar a nossa influência na área que lhe corresponde, pois fomos nós que contivemos os efeitos mais perniciosos da pandemia, e somos nós que temos a capacidade de conhecer as necessidades e agilizar a execução das respostas”, afirmou a autarca, citada em comunicado.
Em sintonia com a nova política da União Europeia e os seus instrumentos financeiros para o período 2021-2027, o programa do Eixo Atlântico para 2022, hoje aprovado, está centrado em cinco eixos prioritários - Coesão social, Sustentabilidade Urbana, Inovação, Desenvolvimento económico e Internacionalização, tendo por base um orçamento de mais de quatro milhões e meio de euros.
Os planos energéticos são uma das prioridades para aquela entidade que anunciou ainda que, nos próximos meses, irá apresentar o seu primeiro relatório socioeconómico que “constitui uma fotografia em alta-definição da situação social e económica das cidades e do território após a pandemia”.
No âmbito do desenvolvimento económico, o Eixo Atlântico compromete-se a continuar o diálogo com os governos para melhorar as ligações ferroviárias e a ligação vertical Lisboa-Corunha com a saída sul de Vigo e a nova linha ferroviária Porto-Vigo, complementar à linha do Minho.
Da mesma forma, aquela entidade estará vigilante por forma a garantir que o AVE galego cumpre todos os parâmetros de um comboio de alta velocidade de última geração e que a sua chegada não oculte “outras necessidades”.
Também a digitalização e o turismo constituem actuações prioritárias, bem como a cultura, a educação e o desporto, que acreditam poderão contribuir para a reconstrução do tecido cultural e da coesão social após a pandemia.
Na reunião magna de hoje foi ainda aprovado o relatório de Gestão política do até então presidente do Eixo Atlântico, o autarca de Braga, Ricardo Rio, cujo trabalho realizado nestes dois anos de pandemia foi reconhecido como “extraordinário” perante “provavelmente”, às condições “mais difíceis” que aquela entidade teve de enfrentar nos seus 30 anos de vida.
Em comunicado, o Eixo Atlântico destaca que apesar da pandemia, sob a sua presidência foi possível desenvolver “acções altamente inovadoras a nível europeu”, tendo-se iniciado também o processo de internacionalização daquela entidade com cinco projectos aprovados e financiados pela Comissão Europeia na Ásia, Canadá e América do Sul.
“O período em que com extremo orgulho e determinação liderei os destinos do Eixo Atlântico foi marcante e espero que as bases lançadas nos projectos até aqui desenvolvidos sejam uma plataforma profícua para o destino do Eixo Atlântico”, afirmou o autarca de Braga durante a reunião magna de hoje.
Entre outras acções, valorizou-se também a criação das comissões políticas que garantem a participação activa de todos os presidentes na identificação das acções para sair da crise, assim como uma estratégia conjunta para a gestão dos Fundos Next Generation.