Lucro da Galp atingiu 457 milhões de euros em 2021

Empresa pretende lançar programa de recompra de acções de 150 milhões de euros.

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Andy Brown completa este mês um ano à frente da Galp LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Longe vão os prejuízos de 42 milhões de euros de 2020. A Galp somou ganhos de 457 milhões de euros em 2021 e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 2322 milhões de euros, melhorando em 48% face ao período homólogo.

Em comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a petrolífera presidida por Andy Brown mostrou-se optimista para os próximos meses e revelou que reviu alguns dos indicadores de negócio para 2022, dado “a força verificada durante o segundo semestre de 2021 e o início de 2022”.

O preço do barril de Brent está mais alto (a Galp aponta para um valor médio de 75 dólares) e, num momento em que o preço do gás está mais elevado do que nunca, a empresa garantiu contratos de comercialização de parte da sua produção de gás natural no mercado brasileiro (incluindo com a Companhia de Gás da Bahia - Bahiagás), aproveitando o facto de este sector ter sido liberalizado.

O EBITDA da actividade de exploração e produção de petróleo, que é o grande motor de actividade da Galp, cresceu 82% face a 2020, apesar de a produção ter decrescido 3%, porque as operações conseguiram “capturar com sucesso o ambiente favorável de preço do petróleo”, levando este indicador para cerca de dois mil milhões de euros, explicou a companhia, que é controlada pela família Amorim e que tem o Estado como segundo maior accionista directo.

Segundo a empresa, a matéria-prima processada em 2021 atingiu 76,6 milhões de barris de petróleo equivalentes, menos 12% face a 2020, em parte devido às paragens - as programadas para manutenção e as forçadas por avarias - da refinaria de Sines.

Mas o processo tornou-se mais rentável: a margem de refinação da Galp subiu de 1,1 dólares por barrril para 3,3 dólares por barril, graças também à descida dos custos de produção (pela concentração da actividade em Sines)

Quanto à venda de produtos petrolíferos, aumentou 6%, para 14,8 milhões de toneladas, devido “ao aumento da procura no mercado ibérico”.

A empresa também aumentou as vendas e fornecimentos de gás natural e gás natural liquefeito (GNL) em 12%, para 67,2 terawatts hora. Contudo, as vendas de electricidade à rede caíram 28%, para 980 Gigawatt hora, porque a contribuição da central de co-geração de Matosinhos (onde a Galp deixou de produzir combustíveis) foi menor.

Na actividade de renováveis, que em 2021 ficou marcada pela entrada da empresa no Brasil, a Galp finalizou o ano com uma capacidade instalada de 963 megawatts que, somando aos projectos em construção e desenvolvimento, representam um portefólio solar de 4 gigawatts.

A empresa também anunciou novidades relativamente à remuneração aos accionistas. Em Abril, a Galp irá propor em assembleia geral a distribuição de um dividendo anual de 50 cêntimos por acção, em linha com o já anunciado.

Contudo, em vez do pagamento do dividendo variável que chegou a considerar no ano passado, a empresa pretende lançar um programa de recompra de acções de 150 milhões de euros.

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