Pintura de Columbano doada ao Museu do Chiado vai ser exposta ao público
Óleo sobre tela data de 1905 e representa o maestro Augusto Machado. Vai ser exibido ao público a partir de quarta-feira.
Uma pintura do período retratista de Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) doada ao Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), no Chiado, em Lisboa, vai ser exibida ao público a partir de quarta-feira, anunciou esta sexta-feira a entidade.
O óleo sobre tela de 1905, que representa o maestro Augusto Machado (1845-1924), é “uma importante doação que enriquece o núcleo de retratos realizados por Columbano Bordalo Pinheiro”, destacado artista nacional dos séculos XIX e XX.
Doada ao MNAC em 2021 por Maria Constança Machado Pinheiro da Fonseca, bisneta de Augusto Machado, a obra, que representa uma figura destacada da musicologia nacional, vai ser apresentada ao público na Ala Capelo Norte, na quarta-feira, às 17:30, segundo uma nota do museu.
O retrato “integra-se numa das fases mais significativas do autor, no início do percurso de retratista de reconhecido mérito, especialmente a partir de 1904, determinado em criar um inventário de espíritos da intelectualidade portuguesa”, contextualizou a curadora Maria de Aires Silveira num texto sobre a doação.
Nesta obra, surge evidenciado o rosto de Augusto Machado num fundo escurecido, tratado em mancha, “captando a sua melhor expressão, perante a influência do sujeito, frase escrita por Columbano e reveladora da sua técnica, após inúmeras sessões de convívios animados com os retratados”.
“Um foco de luz incide neste rosto e cria jogos tonais, em planos cruzados, estabelecendo pontos de tensão cromáticos que revelam a sua modernidade. Torna-se fascinante a observação das características da personalidade de Augusto Machado, que tal como outros retratos do artista colocam Columbano no centro do retrato, elegendo-o como o pintor de almas”, assinalou a curadora.
Augusto Machado, que estudou em Portugal, França e Itália, integrava-se em círculos intelectuais da época, era amigo de Eça de Queirós e Jaime Batalha Reis, e nesse meio terá conhecido Columbano.
A sua mais conhecida ópera, Lauriane, estreou-se em Marselha, no Grand Thêatre, em 1883. O autor assinou ainda, entre outras, a ópera em concerto Tição Negro, em registo cómico, recentemente apresentada no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, as operetas A Guitarra, em 1877, Os filhos do Capitão Mor, de 1896, e uma ode a Camões e Lusíadas, em 1880.
Apresentou-se no Teatro Lírico do Rio de Janeiro e Teatro Nacional de São Carlos, onde permaneceu como co-administrador, de 1889 a 1892, tendo sido ainda director e professor na Escola de Música do Conservatório Nacional e membro do Conselho Superior de Instrução Pública.
Produziu também música de cena e bailado, música de câmara e para piano e música sacra.